Brasilianas discute impeachment e as instituições no país

Como governo apostará suas próximas fichas e, ainda, o que a estratégia do impeachment pode nos dizer sobre a democracia brasileira? 
 
 
Brasilianas.org – Após ser aprovado por mais de dois terços dos parlamentares na Câmara dos Deputados, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff segue agora para o Senado Federal onde será submetido para mais uma votação de sua admissibilidade. Se for aceito por maioria simples, a Casa irá julgar se a Executiva cometeu ou não crime de responsabilidade nas chamadas pedaladas fiscais.
 
Para entender como o governo poderá gastar suas próximas fichas nesse jogo e, ainda, o que a estratégia do impeachment pode nos dizer a respeito da fragilidade das instituições brasileiras, o apresentador do Brasilianas.org, Luis Nassif, recebe nesta segunda (18), às 23h, na TV Brasil, a jornalista política Tereza Cruvinel, o cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Aldo Fornazieri e, para falar do comportamento do brasileiro em meio a crise política, e os verdadeiros anseios da nossas sociedade pelo fim da corrupção, o diretor do Data Popular Renato Meirelles
 
Participe você também encaminhando perguntas que poderão ser selecionadas durante o debate. Clique aqui*.
 
Institucionalidade. A elite das instituições  no país – Congresso, Executivo, Judiciário, Ministério Público – são salvaguarda da Constituição Federal. Portanto, se elas não são capazes de impedir a garantia de leis constitucionais significa que o sistema político-jurídico do país está fragilizado. E o momento histórico aponta para esta situação, na avaliação de Luis Nassif. 
 
“Quando você permite que em cima de uma operação, Lava Jato, no final do processo, os principais acusados pela operação assumam o controle da Câmara, ameaçando tirar uma presidente e ameaçando colocar um presidente que está na mira da Lava Lato, é evidente que há um fracasso monumental”, disse ponderando em seguida que nenhum poder escapa da responsabilidade da crise enfrentada pelo país hoje.  
 
*As perguntas serão recebidas até às 22h.
Clique aqui para saber como sintonizar a TV Brasil.
 
Foto/Fonte: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
 
Redação

6 Comentários

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  1. Se numa votação onde os 2/3

    Se numa votação onde os 2/3 (maioria, portanto protagonistas) são considerados pelos  restantes 1!3 como golpistas, esse 1/3 vai comparecer à votação prá exercer que papel? Pano de fundo para validar a ação dos protagonistas? 

  2. “Espirito animal” – será so o espirito mesmo?

    5h da manhã aqui e esperei pra ver o programa ate o final. Depois do estupro moral de ontem, qualquer esforço vale a pena.

    Concordo com quase toda a análise dos convidados.

    Como se ve, alem de identificar os atores do “Xadrez” e suas agendas, tudo é tao incerto que ninguem – com razao – ousa prever qual o final mais provavel caso Temer venha a assumir. So conseguimos identificar as muitas variaveis.

    E os entusiastas viam Temer como solução? Como a bonança depois da tempestade?

    – aquele que ia dar “credibilidade, segurança, sensatez e confiança” para despertar o espirito animal dos empresarios nacionais e tb fazer chover as verdinhas de investimento estrangeiro direto?

    Nada mais longe da realidade.

    Quanto tempo ate quem na sociedade deu ga$$$ à saida temer perceber que inviabilizar o governo Dilma por 1 ano e pouco, ate implodi-lo, vai sair muito mais caro do que tolerar qualquer defeito de visao e de personalidade da presidente?

    E dizem que empresarios e politicos sao pragmaticos por natureza… imagine se fosse o contrario.

  3. Reforma do Estado
    Excelente programa. É seu habitual. Colaboração ao debate, com o artigo.
    REFORMA DO ESTADO

    A votação pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff, no domingo 17 de abril de 2016, demonstrou, acima de uma série de mazelas, a urgente necessidade de uma profunda Reforma do Estado Brasileiro.
    Os largos passos dos progressos científico, tecnológico, econômico, em áreas como da saúde, da energia, das comunicações, dos transportes e outros inúmeros campos da ação humana, não encontraram correspondência no desenvolvimento social, onde se insere a organização da sociedade, cujo Estado é a própria expressão.
    Não precisaríamos ir mais longe do que a verificação estatística mostrando que 75% da população brasileira não está representada em quaisquer dos “Poderes da República”. Mas é ainda tão ou mais grave a observação que um mínimo avanço na condição laboral da empregada doméstica faz ativar uma explosão escravagista. Situação esta que é verificada em vários municípios, com réus do crime de manter pessoas em condições análogas a de escravo no atual Congresso Nacional.
    Não gostaria de tergiversar tratando apenas da composição do Poder Legislativo, pois também tenho críticas ao Executivo e ao Judiciário. Mas assistir réus de crimes fiscais e financeiros, conhecidos e comprovados usurpadores de bens públicos, votarem “contra a corrupção” com a maior desfaçatez me faz pensar que nem é mais um “caso de polícia” mas um caso para psicólogos e psiquiatras, “um caso de distúrbio mental”.
    O denominado Estado Moderno vai surgindo na Europa durante o século que antecede à chegada ao Brasil dos colonizadores europeus. Ele marca o fim do “Estado” feudal e traz, além da nova organização das sociedades, novos conceitos econômicos – mercantilismo – e nas condições sociais – escravidão racial. Estes Estados vão se modificando e, com as Revoluções Americana e Francesa (século XVIII), ganham nova estrutura de representação e de poder. É este Estado, de mais de dois séculos de existência, que nos cabe agora rever.
    O primeiro passo, que ouso propor, para a Reforma do Estado é que se dê com a mais ampla e abrangente discussão em todos os núcleos sociais, mesmo minimamente organizados. Óbvio que os partidos políticos, sindicatos, associações profissionais e movimentos sociais seriam chamados; mas os clubes, civis e militares, as academias, as universidades, os movimentos reivindicativos, grupos de defesa ou de interesses de questões locais ou restritas, associações de bairros, de comunidades, todos enfim seriam motivados e chamados a participar.
    E, não tenho dúvida, mesmo com as possíveis ressalvas acadêmicas ou das teorias do Estado, chegaríamos a um Projeto de Nação mais compatível com o nosso País, nossa realidade geoeconômica e da plural composição da sociedade brasileira.
    Não vejo para este debate qualquer restrição, mas lembro um ensinamento do pensador espanhol, Ortega y Gasset, em sua obra de 1930, Missão da Universidade: busque-se no estrangeiro informação, nunca um modelo.
    Como uma provocação pergunto: por que três poderes, harmônicos e independentes, se efetivamente os temos cinco com capacidade e real interferência nos demais?
    É claro que aqueles que se locupletam com a situação vigente estarão em oposição à Reforma. E, como de costume, a ignorância e a má fé de outros lhes farão eco. Mas a absoluta, quase a totalidade da Nação estará a favor desta indispensável Reforma do Estado para a construção do Brasil Soberano e Justo.
    Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado.

  4. Novos Tempos…
    Excelente programa. Prof. Aldo estava muito bem: claro, didático, perfeito para o veículo. Renato e um panorama preocupante para o que precisamos em termos de engajamento, mostrando que há muito a se fazer pela formação da cidadania. E Teresa espetando. Muito bom.

    Nassif, com a “troca de governo”, como fica a situação do Programa?  Vão nos privar de tua participação? Teresa,  Paulo, etc.  O novo governo vai ocupar esses espaços?

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