Caixa registra lucro líquido recorde de R$ 12,5 bilhões em 2017

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Divulgação
 
Jornal GGN – A Caixa Econômica Federal anunciou um lucro líquido em 2017 de R$ 12,5 bilhões. Este é o maior lucro obtido pela Caixa em toda a sua história. Com relação ao ano anterior, houve acréscimo de 202,6%. A Caixa tinha R$ 2,2 trilhões em ativos administrados em dezembro, avançando 1,9% em 12 meses, e com ativos próprios naordem de R$ 1,3 trilhão. O anúncio dos resultados foi feito nesta terça-feira, dia 27.
 
A carteira de crédito obteve um saldo de R$ 706,3 bilhões em dezembro, com participação de mercado de 22,4%. A carteira imobiliária alcançou R$ 431,7 bilhões, um aumento de 6,3% em 12 meses, mantendo o banco na liderança do setor, com 69% de participação. Saneamento e infraestrutura tiveram operações totalizando R$ 82,7 bilhões.

 
No ano que passou, a Caixa recebeu cerca de 158,4 milhões de benefícios sociais num total de R$ 28,7 bilhões. O Bolsa Família pagou R$ 27,8 bilhões. Nos programas voltados ao trabalhador, a Caixa realizou 292,3 milhões de pagamentos, totalizando R$ 313,7 bilhões, como Seguro-Desemprgo, Abono Salarial e PIS. No quesito aposentadorias e pensões do INSS, a Caixa realizou 71,7 milhões de pagamentos, num total de R$ 94,7 bilhões.
 
Esses números dão a real importância da Caixa para o país e amplifica a necessidade de enfrentamento contra a política do governo que visa seu enfraquecimento. O presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), Jair Pedro Ferreira, diz que os dados reforçam a certeza de que a Caixa tem que continuar forte e fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “O lucro é importante, sobretudo neste momento de ataques às empresas públicas. O resultado positivo aliado ao papel social rebatem o discurso da ineficiência que tentam colar”, afirma Jair.
 
O presidente da Fenae diz que o governo Temer ataca a Caixa e os empregados constantemente, aproximando cada vez mais o banco de uma lógica de mercado, o que prejudica a sociedade e os trabalhadores. “Tanto que em sua estratégia só fala em governança, eficiência e rentabilidade, não falando nada de função social. Barramos a transformação da Caixa em S/A no ano passado, mas precisamos intensificar a luta”, acrescenta Jair Ferreira.
 
A diferença de quase R$ 4 bilhões entre o lucro líquido e o recorrente da Caixa, que foi de R$ 8,6 bilhões, veio de uma reversão de provisões atuariais, ainda não explicado pela instituição. Mas, para a Fenae, pode ter base nos acontecimentos recentes de imposição do teto de gastos com o Saúde Caixa.
 
“No início do ano, a direção da Caixa fez uma alteração no estatuto que incluiu, sem qualquer negociação com os representantes dos trabalhadores, um limite no custeio do plano de saúde de 6,5% das folhas de pagamento e proventos. O modelo até então vigente do Saúde Caixa, no qual o banco era responsável por 70% do custo assistencial, foi resultado de muita luta dos empregados. Nossa mobilização será essencial para reverter as mudanças”, diz Jair Ferreira.
 
Pessoal
 
Além da Saúde Caixa, 2017 trouxe uma grave redução no quadro de pessoal. Se, em dezembro, eram 87.654 empregados, houve uma redução de mais de 7 mil em relação a 2016 e de quase 14 mil nos últimos três anos. A redução se calça em planos de aposentadoria e demissão voluntária. Agora, a queda continua, em razão do Plano de Desligamento de Empregados (PDE).
 
“A Caixa tem condições de contratar mais trabalhadores e se manter como banco 100% público, cada vez mais forte, voltado para o desenvolvimento do nosso país. Apesar disso, a direção da empresa se mantém intransigente em retomar as contratações, o que tem piorado as condições de trabalho em todas as unidades”, avalia Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretor da Fenae.
 
Pagamento da PLR
 
No tocante à parcela da Participação nos Lucros e Resultados, devido aos funcionários, o banco não divulgou quando vai creditar a segunda parcela. O presidente da Fenae inofrma que o pagamento da PLR deve ocorrer até 31 de março, conforma garante o ACT 2016/2018. “Por isso, mais uma vez, reforçamos a importância de termos assinado esse acordo de dois anos. Se não fosse ele, a tentativa de retirar nossos direitos seria muito mais intensa”, observa Jair Ferreira.
 
A PLR da Caixa ´baseia-se na regra básica da Fenaban, prevista na Convenção Coletiva de Trabalho 2016/2018 dos bancários, correspondente a 90% do salário mais R$ 2.183,53, limitado a R$ 11.713,59; parcela adicional, que representa 2,2% do lucro líquido dividido pelo número total de empregados em partes iguais, até o limite individual de R$ 4.367,07; e a PLR Social, equivalente a 4% do lucro líquido, distribuídos linearmente para todos os trabalhadores. A primeira parcela, correspondente a 60% do total a ser recebido, foi creditada no dia 20 de novembro do ano passado.
 
https://www.youtube.com/watch?v=w8Yfn5jMdW4&feature=youtu.be
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. O resultado contábil

    O resultado contábil apresentado pela Caixa foi uma jogada do Meirelles para dar conta das obrigações do Acordo da Basiléia (de aporte de 20 bilhões em 2018/2019), sem as quais não haverá privatização possível. Ou alguém acha que algum banco iria comprar a Caixa com tais obrigações a serem cumpridas em prazo tão curto? O governo recuou da transformação da Caixa em S.A. pela mesma razão, não haveria quem comprasse as ações.

    Os empregados da Caixa estão vivendo em um mundo da lua, acharam primeiro que o recuo do governo na transformação da Caixa em S.A. era por causa deles e agora acham o máximo esse resultado de 2017 pois seus PLRs são majorados.

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