Com Temer, empresariado sonha com medidas impopulares

Jornal GGN – Com a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, empresários cogitam as mudanças na área econômica caso Michel Temer assuma o poder. Na visão do empresariado, para retomar o crescimento econômico, é preciso acabar com a obrigatoriedade dos gastos fixos em saúde e educação, fazer reformas da Previdência e das leis trabalhistas e até mesmo recriar a CPMF.

Especialistas, como o ex-ministro Mailson da Nóbrega, acredita que algumas reformas vistas como neessárias enfrentarão resistências entre os próprios aliados de Temer, como é  caso da CPMF, criticada pela Fiesp de Paulo Skaf. Já a flexibilização das leis trabalhistas poderia enfrentar a oposição da Força Sindical, do deputado Paulo Pereira (SD-SP).

Da Folha

Reformas impopulares são sonho de empresários para governo Temer

aprovação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara aliviou o empresariado, que não vê saída para a crise com a presidente no poder. A dúvida agora é se o vice Michel Temer, que poderá assumir o cargo, será mesmo capaz de levar adiante as mudanças para a retomada da economia.

Os empresários acham que o novo governo terá de acabar com a obrigatoriedade dos gastos fixos em saúde e educação, fazer reformas da Previdência e das leis trabalhistas, e talvez seja preciso recriar a CPMF.

Eles esperam que, em no máximo seis meses, o novo governo apresente suas propostas, mas já sabem que haverá uma distância entre o sonho e a realidade.

“O DNA do PMDB não é liberal. Duvido que o programa econômico de Temer reflita o DNA do partido”, diz o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. “A maioria [do partido] tenderá a ser contra parte ou a totalidade do programa.”

As reformas vistas como necessárias envolvem medidas impopulares, que precisam ser aprovadas no Congresso. E boa parte delas enfrenta resistência entre os próprios aliados de Temer.

Um exemplo disso está nas providências para consertar as contas públicas. A presidente Dilma tentou recriar a CPMF para recuperar arrecadação de impostos, mas não teve apoio do Congresso.

Um dos opositores mais ferrenhos da iniciativa foi o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afilhado político de Temer. Essa é uma das bandeiras dos empresários.

“Não adianta aumentar impostos, é preciso cortar despesas, fazer ajustes fiscais e uma reforma previdenciária”, diz José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.

Só que, para o economista Mansueto Almeida, será difícil que Temer escape da elevação de impostos. “É preciso um aumento permanente de receita que faça frente a um aumento permanente de despesas, que só neste ano aumentará R$ 96 bilhões.”

O setor produtivo quer a flexibilização da legislação trabalhista e a reforma da Previdência. Mas sabe que há resistência a estes temas mesmo entre os partidos que apoiaram o impeachment, como a Força Sindical, liderada pelo deputado Paulo Pereira (SD-SP). Entre os petistas tampouco teria apoio.

LOTEAMENTO

Até a formação do novo ministério está sob a observação dos empresários que apoiaram o impeachment.

Os representantes do agronegócio, por exemplo, já avisaram emissários de Temer que, para continuar apoiando, não querem que o Ministério da Agricultura seja usado em troca de apoio político.

Na Fazenda, o nome preferido é o do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Respeitado pelo mercado, ele traria o PSDB para o novo governo. Fraga seria ministro caso Aécio Neves tivesse vencido as eleições de 2014.

Mas Henrique Meirelles, que presidiu o BC no governo Lula, tem a seu favor o trânsito político no Congresso. Em 2002, Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB. Hoje está no PMDB.

“A capacidade de atrair nomes com credibilidade para a equipe econômica será fundamental”, diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. “O Joaquim Levy tinha credibilidade, mas não teve apoio do governo.”

 

Redação

6 Comentários

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  1. Nassif,voce esta meio

    Nassif,voce esta meio desatualizado.Dizer que o paulo pereira seria contra perdas de direitos dos trabalhadores? Ora bolas,é justamente o partido dele,lançou o projeto de terceirização,não é?

     

  2. Vou resumir a agenda dos
    Vou resumir a agenda dos empresários do seu país: Eles querem uma China sul americana. Se preparem para trabalhar nas mesmas condições do operário médio chinês.

    1. O operário chinês está historicamente melhorando as condições…

      O operário chinês está historicamente melhorando as condições de trabalho, tanto que algumas empresas chinesas estão deslocalizando suas indústrias para outros países, pois a mão de obra esta começando a ficar “cara”.

      O que eles estão querendo é ir na direção contrária da valorização da mão de obra.

  3. PQP! Nem deixaram o processo

    PQP! Nem deixaram o processo terminar e já estão apresentando a fatura! Mas esta conta tem dono: os milhões de midiotas que foram as ruas e empuraram os nobres deputados a votar a favor da continuidade do processo de impeachment. Agora esses mesmos imbecis vão soltar as desculpas de sempre:

    1. Vão dizer que qualquer coisa é melhor ao PT;

    2. Vão dizer que não sabiam;

    3. Vão espernear dizendo que foram feitos de idiotas;

    4. Vão dizer que não queriam nem Dilma, nem Temer;

    5. Vão dizer que o PT arruinou a economia do país;

    Eles serão os responsáveis pelo que vier e mais ninguém. Eles tem que ser os culpados por acreditarem na Globo, FSP, OESP, Veja, Movimento Vem pra Rua, Brasil Livre e quejandos. Eles tem que ser culpados por desprezarem os livros de história e acreditarem nas besteiras que essa gente escreve e fala.

    Melhor vai ser ver a cara dessa gente depois que o Cunha escapar da punição e a Lava Jato for encerrada. Quando a ficha cair e se tocarem do que fizeram você não vai achar UM que admita ter ido pras ruas pedindo o afastamento da Dilma.  Vi esse filme com o Collor em 90. Num dia ele teve 40 milhões de votos. Depois do confisco de 15/03/90 esses eleitores sumiram miraculosamente… Nunca mais achei um. E são os mesmos de sempre fazendo a mesmo papel de idiotas.

  4. “”Já a flexibilização das

    “”Já a flexibilização das leis trabalhistas poderia enfrentar a oposição da Força Sindical, do deputado Paulo Pereira (SD-SP)”. Acho que queriam dizer CUT, pois a Força Sindical é o mais pelego dos sindicatos ou sindicato “Cabo Anselmo”, infiltrado para fazer oposição a CUT com apoio do empresariado figindo que está preocupado com os direitos do trabalhadores. É o sindicato que adoraria flexibilizar os direitos trabalhistas.

  5. O empresariado brasileiro está indo na contramão da história.

    A brincadeira nada divertida de deslocalização de indústrias para conseguir salários mais baratos e produzir a baixo custo, não é mais o chuchu das elites do primeiro mundo. As eleições norte-americanas em que os dois candidatos em ascenso tanto a esquerda (Bernie Sanders) como da direita (Donald Trump) estão com uma pauta de FECHAMENTO DA ECONOMIA NORTE AMERICANA.

    Por mais surpreendente que possa parecer, Trump não é criticado pelo partido republicano pelo seu lado anedótico e com suas intervenções absurdas, mas sim porque ele propõe ao fim de vários tratados de comércio internacional e com a sobretaxação dos produtos chineses. Isto é escondido tanto pela direita brasileira quanto pela esquerda.

    Por outro lado Sanders também critica estes tratados internacionais de comércio e não está disposto a manter as negociações sobre novos (e provavelmente denunciará alguns tratados de livre comércio).

    A partir deste protecionalismo norte-americano, provavelmente a Europa vá seguir a mesma linha, ou seja, a concepção do empresariado brasileiro vai chegar mais ou menos com vinte anos de atraso (isto não é de se surpreender!).

    A única saída da continuidade é a Senhora Clinton, que ainda pode por mais uns dois anos manter esta linha, porém após isto também passará para impor um protecionismo nas relações de comércio.

    Logo, o que posso dizer é que qualquer ação que só surtiria efeito em dois ou três anos quando chegar lá encontrará portas fechadas.

    Não temos que raciocinar com o presente, mas sim com o futuro.

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