Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Como JK conseguiu se proteger da cruzada moralista, por André Araújo

Como JK conseguiu se proteger da cruzada moralista

por André Araújo

Juscelino Kubtscheck foi a seu tempo um político extremamente hábil, popular e com um sólido projeto de País. Mas os moralistas de então, congregados na UDN carioca,  viam corrupção em tudo o que Jk fazia. Evidentemente JK não era santo, era um político que fazia política no modelo secular brasileiro.

JK sofreu cerrada campanha dos moralistas da UDN chefiados por Carlos Lacerda. A UDN era então o partido dos “honestos e limpos”. No seguimento da História muitos dos “udenistas” construíram sólidas fortunas sem sair da política. Eram udenistas José Sarney, Aluísio Alves, Tenório Cavalcanti, Antonio Carlos Magalhães.  Já desde daquela época, passados mais de 60 anos, ficou na minha memória que o udenista-moralista era o hipócrita de Nelson Rodrigues, cara de beato e alma de pirata. Mas a classe média era, como hoje, fascinada pelos mitos.

O embrião do grupo Globo, na época o jornal e a rádio, já atuava na linha de frente do moralismo de vitrine, bandeira que está impregnada na ideologia do sistema até hoje.

JK conseguiu governar cinco anos de um grande governo porque fez uma aliança fundamental para os grandes políticos que construíram a nação desde o Império. A aliança com as forças armadas  JK teve no General Henrique Lott, seu guardião. Lott, antes da posse de JK, derrubou um Presidente que fazia parte do grupo udenista-moralista (apesar de ser do PSD) e que indicava que iria impedir a posse de JK. Seguiu na aliança com o Exército por todo seu Governo. Sem essa proteção JK teria sido derrubado pela UDN e seus aliados sob a bandeira da cruzada contra a corrupção, da qual viam JK como chefe nacional, especialmente por causa da construção de Brasília.

Ironicamente, o grupo social mais beneficiado pelas 30 metas do Governo Juscelino foi a classe média, que o combatia inebriada pela pregação anti-corrupção da UDN. A indústria automobilística e seu arco de fornecedores, a indústria petroquímica e a expansão industrial generalizada criaram bons empregos para toda a classe média, além da grande massa de trabalho oferecida aos operários que vinham do Nordeste.

Em momentos de grave crise política, a aliança com o Exercito é fundamental, faz parte de nossa História. Getúlio só governou 15 anos porque tinha o apoio do Exército, que já não tinha no governo democrático de 1950. Jose Sarney governou todo seu mandato sob a proteção do Exército na pessoa do Ministro Leônidas Pires Gonçalves, seu fiador militar.

FHC tinha aliança óbvia com as Forças Armadas, embora a escondesse. Seu DNA é militar, teve dois tios Ministros da Guerra, o pai General e o avô Marechal do Império.

O Governo Lula não tinha aliança com o Exército que, ao contrário, tudo fez para afastá-lo do poder com as Comissões da Verdade, tomadas como pura agressão pelas Forças Armadas.

No vácuo da ausência do manto protetor dos militares, avançam as corporações sem voto para dominar o Executivo e o Legislativo, hoje ambos carentes de guarda pretoriana.

Em todas as crises políticas, desde o Segundo Império, as Forças Armadas foram consultadas e ajudaram na solução ou, numa plataforma mais alta, se tornaram a solução das crises.

Na Primeira República os militares estavam no centro da política. No governo provisório de 1930 deram posse a Getúlio, garantiram seu governo e sem o apoio militar não existiria o Estado Novo do qual foram fiadores. Em 1945, depuseram Getúlio e o seu líder máximo, o Marechal Eurico Dutra, foi o Presidente eleito em 1946. Na crise seguinte, de 1964, as Forças Armadas se tornaram a solução sem intermediários, inaugurando um longo período de 21 anos.

Sem esse ator histórico, as crises políticas atuais não têm arbitragem do poder armado, afastado do centro das decisões. Na sua ausência atua um outro sub-poder armado em outra dimensão, a Polícia, hoje atrelada ao partido das corporações jurídicas, que tem a capacidade de prender qualquer chefe dos poderes eleitos. Coragem e audácia não faltam.

E se isso acontecer, quem defenderá o Estado Democrático?

Em algum ponto da crise, se esta evoluir para um beco sem saída, será preciso chamar as Forças Armadas para o centro das discussões. Não será a primeira vez. O Exército, desde a Batalha de Guararapes, é uma das colunas que fundaram a Nação. As novas gerações não têm essa memória, mas o tempo não apaga a História.

 

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

37 Comentários

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  1. Discordo em parte.
    O governo

    Discordo em parte.

    O governo Lula e Dilma foram o que mais investiram nas FA desde o fim do regime militar.

    No governo FHC o exercito chegou a diminuir o número de novos alistados por falta de… COMIDA.

    A comissão da verdade era uma dívida histórica que qualquer país minimamente civilizado teria que fazer.

    Nós achávamos que éramos.

  2. As Forças Armadas foram muito bem servidas nos governos Lula e D

    As Forças Armadas foram muito bem servidas nos governos Lula e Dilma, 

    https://luizmuller.com/2014/05/21/comparando-os-investimentos-em-defesa-nacional-durante-os-governos-do-psdb-e-pt/

    O problema do Brasil é este permanente descontinuidade..seja pelas mãos de militares ou civis, o Brasil é o pais da descontinuidade,..na oposição a direita bate nas teclas do republicanismo e do “mar de lama” e, quando assume, geralmente por golpe de Estado já que não tem voto, é isso a que estamos assistindo…

    O apartamento de JK, a mal agradecida ou ignorante classe média e a permanente descontinuidade

    O pseudo-moralismo udenista arrumou um apartamento para JK

    http://www.viomundo.com.br/politica/mario-magalhaes-tratado-como-ladrao-jk-foi-acusado-de-ser-dono-um-triplex-rj-em-nome-de-amigo.html

    Aqueles que melhoraram de vida com Lula e Dilma, cospem no prato que comeram: ignorância, medo que os de baixo tomem seu lugar, não percepção da engenharia social tipo midias, luta de clases, etc?

    http://www.escoladegoverno.org.br/artigos/209-nova-classe-media

    Os brasileiros sofremos com a constante descontinuidade: nem CF permanente temos, pois a mesma pode ser alterada num piscar de olhos e por um Congresso sob suspeita, apesar de redigida e promulgada por uma Constituinte soberana

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/A-longa-tradicao-de-golpes-brancos-no-Brasil/4/36086

  3. Ainda sobre os investimentos nas Forças Armadas na Era Lula-Dilm

    Quanto a relação de Lula com ou outro general eu não saberia analisar e, se é isso, é uma pena que tenha quetenha que  ser assim, até mesmo porque, quanto a investimento e melhoria das condições de trabalho e salários, mudou da água pro vinho a partir da eleição de Lula.,…

    Mais dados sobre os investimentos nas Forças Armadas na Era Lula-Dilma

    http://www.ocafezinho.com/2014/05/29/forcas-armadas-acordem-seu-maior-inimigo-e-a-direita-entreguista-e-neoliberal/

    Ad mesmas melhoras se estenderam à PF

    http://marceloauler.com.br/policia-federal-ontem-e-hoje-de-fhc-a-dilma-rousseff/

     

     

    1. as…

      JK foi mais uma jabuticaba brasileira. Mais uma saída à mineira para um país de uma única elite, a elite que parasita o orçamento público,  acusando “outros”, “fantasmas”, “a direita” de fazê-lo. Torrou o dinheiro do país financiando a entrada com os “quatro pés” dos interesses internacionais dentro do nosso país. Obrigado pela escravização. Ganhamos Brasilia.  Agora o “CACHORRO CORRENDO ATRAS DO RABO” volta com o mesmo discurso de 1964. Imagina 1964, com “Che” na nossa fronteira. com Cuba se firmando, com a URSS para financiar e armar e com todos estes “honestos” de hoje, cheios de suas razões e argumentos ditatoriais? Com toda esta crise que se repete a cada 30 anos, o absurdo, a aberração mundial, não ouvimos de ´peudo-democratas”, o mínimo de argumentos democráticos, de eleições livres e facultativas, mecanismos de controle pela sociedade, referendos, plebiscitos, imnplementação de transparência em todos os níveis de governo. Nossa elites nunca foram democráticas. Nossa única elite é representada pelas duas faces da mesma moeda. Seria como exemplificar com FHC perseguido pelo governo militar por seus familiares militares, todos de alta patente. Ou com os “Suassuna”. De um lado Ariano Suassuna, de esquerda, intelectual, condenando a Casa Grande onde elel nasceu e morou a vida toda. A mesma casa, da mesma família de Ney Suassuna, senador dos “coronéis”, seu primo. O Brasil está esperando sua “revolução entre familiares” há 500 anos.  Até quando mais tanta balela? O cachorro irá correr atrás do rabo até mais quando?

  4. André, seria JK o  único

    André, seria JK o  único presidente CIVIL ELEITO DEMOCRATICAMENTE que teve um projeto de país (que, ao meu ver, foi o de convencer o brasileiro de que o país poderia ser uma economia industrial e não ficar preso a ser um país exportador de alimento) e que conseguiu implementá-lo? (Aliás, imagino JK espumando de raiva vendo a política econômica brasileira que destroi sem dó a indústria do país) Ou seja, revela a mixórdia de uma república que em mais de 120 anos, só produziu UM presidente desse nível?

    Acho que o maior pecado de JK foi construir Brasília. Será que não teria sido muito melhor ele ter investido o dinheiro para construí-la num projeto de saneamento pleno – coisa que, vergonhasamente, não temos até hoje?

     

     

    1. Tambem acho que a construção

      Tambem acho que a construção de Brasilia foi um erro, mas está feito. Teria sido muito mais logico recuperar o Rio, uma capital que já estava pronta. Voce quer coisa mais absurda do que a Cidade Administrativa em Belo Horizonte, um monstrengo longe do centro de BH, para abrigar burocratas a um custo altissimo?

      Sou a favor de recuperar os centros antigos da cidades, algo que parece que os brasileiros tem ojeriza, preferem

      ir cada vez mais longe com construções novas, feias e ruins. É alguma coisa que está na psiqué dos brasileiros.

  5. Os militares

    A primeira intervenção vitoriosa dos militares na política brasileira foi o GOLPE de 15 de novembro de 1889. Abriu as portas para que as oligarquias regionais reocupassem os espaços políticos perdidos durante o período das regências. Esta fina flor do lodo e da imundície ocupa até hoje o centro das decisões.

    Em 1930 e logo após, em 1932, o Brasil viu o confronto entre estes grupos estaduais. Para a sorte do Brasil o gaúcho venceu, embora membro da oligarquia, Getúlio Vargas, pensava e agia muito além dos seus interesses paroquiais e financeiros.

    A derrubada de Vargas, feita em nome da democracia, teve maior repercussão econômica que política. Com ele seria muito difícil impor ao Brasil a queima das reservas cambiais acumuladas durante o período de guerra com a importação de quinquilharias. A brutal desvalorização do Cruzeiro e a consequente sagria via importações, nos anos de 1946 e 1947 os US$ 708 milhões (da época) evaporaram. Este valor equivale a mais de 5% do total dispendido pelo plano Marshall para a reconstrução da Europa ocidental. Pela segunda vez os militares foram predominantes para o retrocesso do país, na primeira vez, golpe militar da república, institucional, nessa econômica.

    O golpe de 1964 e a ditadura militar posterior falam por si mesmos. Pelo menos a ala vitoriosa nos subterrâneos da caserna foi a nacionalista, que mesmo se lixando para as questões sociais, possuia um projeto para o país.

    Por questões jurídicas (lei anterior que defina a figura típica criminal, irretroabilidade da lei penal, etc.) considero que a lei da anistia deve permanecer em vigor, porém, comissões que apurem os tenebrosos fatos do período são necessárias. Hoje vemos na direita hidrófoba a consagração de um figura nefasta, o coronel Carlos Alberto Repugnante Pústula, como herói. Não faltando elementos que repetiriam os seus crimes como se fossem necessários para salvarem o Brasil da ameaça vermelha…

    A necessidade de tutela militar, defendida pelo André, é um desserviço à nação. Serve apenas para enfraquecer qualquer projeto real de mudança, tendo em vista que o tutor não obedece ao tutelado.

     

    1. É que, não raro, aos acurados

      É que, não raro, aos acurados André Historiador e  André Analista, sobrepõe-se o pragmatismo do André Empresário.

    2. Meu caro Rebolla, a questão

      Meu caro Rebolla, a questão da dilapidação das reservas no Governo Dutra não pode ser tão simplificada. Não foram só “quinquilharias” importadas que queimaram as reservas. No periodo o Governo comprou as ferrovias inglesas como a S.Paulo Railway, a Leopoldina Railway, a Great Western e todas as demais a preços de liquidação usando parte dessas reservas. Havia tambem enormes carencias em equipamentos porque a guerra impediu a importação de tudo entre 1939 e 1946, mesmo após a cessação das hostilidades a destruição da industria europeia e o periodo de reconversão da industria americana impediram a chegada de equipamentos para repor a deterioração de material no Brasil.

      Lembro-me perfeitamente desse periodo, meu pai vivia da importação de caminhões e entre 1947 e 1950 essa atividade teve seu periodo de ouro, tudo que chegava  era vendido em horas, a demanda era enorme porque os caminhões antigos quase não andavam mais após a secura da guerra, não só de veiculos como tambem de peças.

      Eu ainda criança ia ao porto de Santos com meu pai ver a descarga dos caminhões (em pallets CKD), era uma festa.

      As reservas acumuladas no periodo da guerra existiram exatamente porque não se podia importar nada, não foram reservas “virtuosas”, foram circunstanciais, finda a guerra rebrotaram as necessidades represadas.

    1. Meu caro, descrevo um quadro

      Meu caro, descrevo um quadro historico. O Brasil é produto de tres instituições, a Coroa de Portugal, a Igreja Catolica e o Exercito. Isso é Historia. O Brasil não começou ontem. Tem 500 anos, o Exercito teve papel central na manutenção da integridade nacional, o Brasil poderia ter se espatifado em 10 paises, como ocorreu na America Espanhola.

      Há soldados no ultimo rincão da Amazonia, no meio da selva, unica presença brasileira lá, em Tabatinga, divisa com a Colombia. Os militares são os PATRIOTAS que faltam no resto do Brasil e que seguram este Pais complicado.

      Nossas instituições civis são frageis, mas as instituições militares NÃO são frageis. As Forças Armadas são insituições SOLIDAS com um comando hierarquico estruturado do topo à base, as instituições civis nem chegam perto.

      Me foi dito por um general americano alto posto, na America Latina só existem tres Exercitos de primeira linha,

      Brasil, Chile e Colombia, o Exercito brasileiro é respeitadissimo pelo Pentagono, companheiro de batalha nos campos da Europa, com Escolas de Oficiais do mais alto padrão, as escola são a regua pela qual se medem os Exercitos.

      Poucos brasileiros sabem que o Exercito brasileiro é o que mais participou desde a criação da ONU de Missões de Paz no exterior, nenhum outro participou tanto, hoje temos nove missões internacionais e a maior missão da ONU de todas os tempos, a do Congo, com 27 mil homensm é comandada por um oficial brasileiro, o General Santos Cruz.

      Quanto tudo desmoronar o Brasil só terá as Forças Armadas para segurar as pontas, como já aconteceu.

  6. Dos que são a favor da volta

    Dos que são a favor da volta dos mlitares, e não são poucos, ouço dizer que os militares terminaram como entraram no poder, porque não roubaram. Isto é uma coisa que poderia ser esclarecida em outro post., porque durante a ditadura eu li na Última Hora que Roberto Campos, Delfim Neto, e outros – lembro-me bem desses dois – mantinham contas extraordinárias na Suíça. Os citados eram pessoas da confiança dos generais, mas civis. Quem garante que entre os militares poderosos não houve muita corrupção? 

     

    1. Participei dos ultimos anos

      Participei dos ultimos anos de vida de Roberto Campos e o visitava todo mês no seu apartamento no Arpoador em uma rua trnsversal à praia, predio antigo sem elevador, nenhum luxo, apenas bons quadros, vida modesta, carro antigo, tão antigo como o motorista. Delfim tem escritorio numa casa no Pacaembu, há decadas, tudo muito simples e antigo, mora no mesmo lugar, tem o mesmo sitio há 50 anos, com todo poder que tiveram  uma vida de classe media. O resto são lendas.

  7. Só o fato dos grandes

    Só o fato dos grandes magnatas deste país manter contas no exterior, em paraísos fiscais… Que nunca são investigadas… Já denotam o fato de que eles são falsos moralistas… Ou que possuem uma moral duvidosa… Imaginem o mundo na mão do capital de alguns poucos conglomerados internacionais… De alguns poucos acionistas deste planeta. Este seria o objetivo de uma única moeda global e de um governo único e centralizado. Centralizar a riqueza nas mãos de poucos. Se estes caras estivessem com vontade de ajudar o planeta. Se preocupariam em ajudar a todos os países de forma centralizada. A organização das nações unidas poderia ser uma ferramenta para isso. Mas o que vemos é este organismo junto com o fundo monetário internacional, aplicarem políticas para destruir as nações e lhe tomarem os recursos naturais e econômicos. Destruir a indústria local, privatizar recursos e serviços essenciais para a população. Depois eles vêem com este discurso contra o comunismo através de seus meios de comunicação. Como é que um povo iria sobreviver naquela ilha chamada de cuba sem um regime comunista? Ela se tornaria como o Haiti e os outros países da região. Os únicos países que cresceram exponencialmente como Japão e Coréia do Sul, cresceram com apoio americano depois de venderem suas almas para o dinheiro. Hoje, estão com o seu sitema político abarrotado de corruptos que lucram com os impostos de seus povos. Os americanos sempre têm uma segunda intenção; pois na verdade, a máquina americana não pertence ao povo daquela região, pertence a magnatas que a utilizam para ampliar seu poder no mundo. O estado americano é o estado mais corrupto e perverso de nossa atualidade. E isto não é um discurso de um hipócrita enfraquecido pela colocanização de sua região por povos de uma outra região do planeta que teme ir à luta e destruir o inimigo que lhe corroe o estomago. Isto é um discurso da população de todo um planeta, dominada pela político de um estado terrorista comandado por gananciosos inexcrupulosos e egoistas que nã oestão nem aí para a vida humana. Esta não é uma luta de alguns poucos, esta deveria ser a luta de todos os povos, de todas as regiões do planeta. Inclusive daquele povo acomodado na região conhecida pelo nome deste estado terrorista. Pois o próprio povo desta região sofre com este estado terrorista, embora se sinta protegida por ele de forma ilusória e aproveite dos louros temporário que uma moeda já fora de lastro lhe fornece. Quando a economia deste estado for por água abaixo, o povo desta região sentirá a fria que estão metidos e serão capazes de matarem para manterem esta qualidade de vida que eles usufurem… Lembro até hoje a história de um brasileiro que foi para esta região do planeta conhecida como estados unidos para servir o exército local… Se apaixonou pela região, pelo povo e pelo exército local… Passou a defender a bandeira com unhas e dentes… Preteriando até a bandeira de sua região de origem… Era capaz de esmagar ossos em nome desta bandeira e em nome da qualidade de vida nesta região do planeta… Destruiria a quem quer que fosse ou a quem quer que lhe mandassem destruir… Tornou-se uma máquina de matar em nome de uma identidade falsa, em um país falso e com um povo falso… Tudo construido por filmes… Histórias… Músicas… Seduzido que estava seria capaz de derrotar o mundo ou quem quer que ameaçasse a qualidade de vida do povo daquela região fictícia que conhecia através de livros, história, músicas e filmes… E esta é a história de uma ex-pessoa… De uma ex-região do planeta e de um ex-população do planeta…

  8. Artigo Excelente, Magistral

    Como sempre, seus artigos continuam Excelentes, caro Araújo.

    A grande ojeriza que o PT pegou da caserna militar, foi o que lhe possibilitou a queda. O PT não soube entender que as Forças Armadas não são más nem boas, mas com certeza, são determinantes para impedir a queda de governos ou permitir.

    As Forças Armadas não são más nem boas, porque depende das pessoas que estiverem no comando militar. Castelo Branco foi um presidente que apoiou torturas, golpe de Estado, mas o Marechal Lott foi um presidente que impediu golpes de Estado. Então não é o Exército que é bom ou ruim, mas depende do General em questão, é só escolher Generais confiáveis para firmar um pacto.

    —————

    Os militares apoiaram Getúlio e mantiveram-no no poder por 15 anos, e apoiaram JK, foram militares pro povo. Entre os militares que lutaram contra o povo posso citar os que derrubaram dom Pedro II, pois ele era abolicionista; cito também os militares de 64, embora mesmo sendo anti povo eles tinham mais patriotismo do que os golpistas de hoje, uma vez que desenvolveram o PIB do país em até 11 % ao ano, em alguns anos do regime. E em 64 não quebraram tantas empresas como fazem hoje.

    ———-

    Lula e Dilma não conseguiram honrar os militares, o que seria fundamental. Dar armamentos e verbas para eles, não significa grande coisa, o principal foi a humilhação das comissões da Verdade, que não deram em nada, e criaram um uma animosidade e um clima ruim entre o governo petista e as Forças Armadas. Aí, logicamente, quando Dilma precisou dos militares, ela não pode contar com eles.

    Podia ter enterrado e esquecido os casos das torturas que já terminaram  há décadas, mas não, o orgulho  e a teimosia de Dilma falaram mais alto. Quis criar um fosso entre ela e os militares, maior do que já existia, e depois quando foi deposta, os militares não mexeram um dedo para impedir. 

    O infantilismo pueril petista não pode entender, que não se peita militares armados, porque se precisa deles para se manter no poder e evitar golpes. Isto é Maquiavel meu caro.

     

    As vezes é preciso engolir  o orgulho, para não ser apeado do poder.

     

     

    ————

    ” Os principais fundamentos que os Estados têm, tanto os novos como os velhos ou os mistos,
    são as boas leis e as boas armas. “

    ” Deve, pois, um Governante não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer
    outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a
    única arte que compete a quem comanda. E é ela de tanta virtude, que não só mantém
    aqueles que nasceram príncipes, como também muitas vezes faz os homens de condição
    privada subirem àquele posto; ao contrário, vê-se que, quando os príncipes pensam mais
    nas delicadezas do que nas armas, perdem o seu Estado. A primeira causa que te faz
    perder o governo é negligenciar dessa arte, enquanto que a razão que te permite conquistá-lo
    é o ser professo da mesma. “

    ” Realmente, entre um príncipe armado e um desarmado, não existe proporção
    alguma, e não é razoável que quem esteja armado obedeça com gosto ao que seja
    desprovido de armas, nem que o desarmado se sinta seguro entre servidores armados, eis
    que, existindo desdém de parte de um e suspeita do lado do outro, não é possível ajam bem,
    estando juntos. Ainda, um príncipe que não entende de tropas, além dos outros prejuízos
    referidos, sofre aquele de não poder ser estimado pelos seus soldados e nem poder neles
    confiar. “

    ” Concluo, pois, que, sem ter armas próprias, nenhum
    Governo está seguro; ao contrário, fica ele totalmente sujeito à sorte, não havendo virtude
    que o defenda na adversidade.”

     

    Maquiavel

     

     

  9. USA’s rules

    Desculpe a obviedade, mas já sabemos que a moda americana para golpes na America Latina agora é jurídica .

    Tudo reflete a personalidade do povo, e somos alienados, mentalmente alienados, não prestamos atenção em nada, não lembramos de nada, e tudo colabora para isso, especialmente a Globo e suas demais seguidoras , SBT, Band, Record, Folha, Veja, etc.

    Podemos negar que o que esta nos representando no congresso é o retrato fiel do nosso povo? Logo o que esperar da força armadas.

    Eu me sinto envergonhada e desmotivada e francamente espero que as FA, fiquem onde estão, é só o que falta, pois se houvesse mesmo o que chamam de inteligência militar, ele teriam interferido a favor da democracia no dia 17 de abril dando sustentação para Dilma, mas como esperar isso de uma FA brasileira que deve se mais misógina ainda que nosso povo, nossa mídia e nossos políticos. 

  10. “Ironicamente, o grupo social

    “Ironicamente, o grupo social mais beneficiado pelas 30 metas do Governo Juscelino foi a classe média, que o combatia inebriada pela pregação anti-corrupção da UDN.”

    Esse trecho devia ser emoldurado e colocado no lar de todo coxinha do país.

  11. Discordo de quem achou que o

    Discordo de quem achou que o A.A. defende intervenção militar ou algo assim.

    Percebo no texto simples constatação, através de fatos históricos, de que somos uma sociedade não democrática (e consequentemente injusta, claro) e dependente do apoio e da avalização política das forças armadas. 

    Entretando, custo a entender o atual raciocínio dos principais comandantes das F. A..

    Onde se situa a “missão” de defender nossa soberania e a constituição na atual conjuntura política de entreguismo e atropelamento dos direitos, alguns deles pétreos?

    Alguns comentaristas abaixo lembraram que o período neoliberal foi de quase sucateamento das F. A., com direito a retirada de status ministerial, congelamento de vencimentos e verbas (lembre-se até o constrangedor fato de termos militares “liberados” para comer em casa por falta dinheiro), tentativa de entrega da base de Alcântara (e seu suspeito incidente), paralisação de programa nuclear e de renovação de frota, prisão do Vice -Almirante, entrega acintosa do pré-sal. Como será que eles analisam tudo isto?

    A comissão da verdade pode ter sido constrangedora para os militares mais antigos, mas evitável? Talvez. Mas com certeza seria uma “limpeza para baixo do tapete” que mais cedo ou mais tarde teria de ser registrada em nossa história, pelo menos.

    O silêncio das “altas patentes” não faz sentido. Pelo menos na minha modesta visão…

  12. A criação do Ministério da

    A criação do Ministério da Defesa ,pôs fim  a teratológica distribuição de poder ,mantendo três ministros militares compondo o  gabinete executivo. Claro que os militares não gostaram,mas  adaptaram-se aparentemente.Politicamente , constituíram um despachante de luxo para seus pleitos, pensões de filhas  solteiras,mantidas e acrescidas a das filhas casadas.Mordomia imoral,mas tudo bem. Contudo, os governos do PT, restituíram a dignidade  funcional das FFAA,modernizando-lhe  equipamentos,  Marinha, cuidando do pré-sal;aeronáutica com seus caças  suecos  e  a tão sonhada  independência tecnológica e o exército  com renovação de armamento tático,inclusive aéreo. A situação  do  almirante Othon, e suas responsabilidades como cientista,ignoradas pela Marinha ,Moro,Janot é estranhável.A sentença tão absurda  quanto a acusação, deveria ser objeto de  indagação ou curiosidade,pública,parlamentar  ou corporativa. Afinal, Moro, não questionou o direito legitimo de Lula processar um   delegado   da policia federal ,por injúria e difamação,abandonando , temporariamente ,sua condição de magistrado e  assumindo a de  advogado ?

     

     

  13. Comentario dos comentarios:

    Comentario dos comentarios: minhas analises neste assunto e nos demais são baseadas no quadro da REALPOLITIK,

    no conceito bismarqueano, do que é mais efieciente para a projeção de poder do Estado como categoria ultima.

    O apoio do Governo do PT ao reequipamento das Forças é ato de natureza institucional em beneficio do proprio Estado.

    O que aqui registro é a falta de aliança POLITICA entre Governo e Forças Armadas.

    O apoio dos Governos do PT à Comissões da Verdade e de Anistia, a primeira vista pelos militares como um agressão

    e a segunda como deboche, foram anistiados mais de 20 mil alegados perseguidos pelo regime militar, estando ainda na fila outra dezena de milhar, numeros vistos pelos militares como irreais e construidos à custa da reputação das F.A.

    O ato de irrealismo politico dos Governos do PT foi o de alienar a aliança possivel com as F.A. para resgatar assuntos findos há decadas, cuja revivescencia nada criou a não ser enorme animosidade das Forlças, a troca do nada politico.

    No fim ganhou-se o que com Comissões da verdade?  Nada, a não ser satisfações pessoais mas aqui se trata de questões de Estado e não de justiça, o terreno onde se põe a questão de Poder é o terreno da politica como categoria.

     

    1. Caro André

      Por conta da “necessidade” de não se esquecer o passado, aqui em BH está se construindo um museu – infindável – com o bonito nome Memorial da Anistia Política no Brasil. E eu me perguntado se esse dinheiro, energia, tempo e pessoal não poderiam ser melhor empregados.

  14. “Em algum ponto da crise…”

    Está aí, na porta, o deadline é janeiro, dali não passa. O que vai disparar o processo é a absoluta falta de horizonte para solução da crise. Quem teve a pachorra de assistir a palestra de 2 horas do gal. Etchegoyen, feita em junho de 2015, no Sul, pode observar que ele não foi para o GSI para ser espectador, mas exercer o protagonismo, se e quando for necessário. O País não pode continuar batendo de um lado para outro, qual máquina de pinball (os mais novos talvez não saibam). 

  15. Se Dilma tivesse apoio dos militares não cairia

    Concordo com você André, um projeto progressitas de longo prazo precisa se aliar às forças armadas. E digo mais, elas toleraram o PT porque, apesar das comissões da verdade, Lula apoiou o programa nuclear, de satélites, aviões e submarino nuclear que eles queriam.

    Se algum progressista quiser o poder deve propor a volta de todos estes programas e principalmente dar um jeito de fazer Moro, Janot e os procuradores de curitiba respoderem por traição. Garanto que os militares estão loucos para pegá-los. Se Dilma tivesse um bom serviço de inteligência e impedisse a entrega de segredos nacionais aos EUA e a prisão do almirante Othon, ela estaria até hoje no poder.

    O nacionalismo une militares e progressitas, apesar das diferenças ideológicas.

  16. Comentário ao comentário dos comentários

    O André, na minha modesta e leiga opinião, é um bom memorialista. Quando escreve sobre situações, personalidades ou símbolos culturais e mercadológicos da sua infância e juventude, vistos a partir do topo da pirâmide social, tem charme. A sua fascinação pelos rapapés e salamaleques, e também o deslumbramento pelo glamour de uma era, na qual todos deveriam desempenhar os seus papeis previamente estabelecidos pela estratificação social, é uma fresta que deixa entrever um mundo desaparecido. Sei que muitos hoje ainda desejam retornar àquele momento, mesmo sabendo que foi mera ilusão.

    Toda esta introdução foi para dizer que realpolitik deve ser aplicada para situações que envolvam poderes antagônicos, o que não é o caso das forças armadas no Estado de Direito. É uma repartição pública subordinada ao escolhido pelos eleitores. Uma grande falha dos governos que se seguiram, após o fim da ditudura militar, foi não extirparem o ranço positivista que ainda contamina muitos oficiais. Exército, marinha e aeronáutica não são reservas morais da Pátria, muito menos os destinados à sua salvação. Possuem um papel constitucional e a ele devem se ater. Nada mais que uma carreira profissional. Considerâ-los como uma instituição à parte, que merece uma especial deferência é sinal de fraqueza da democracia.

    1. Rebolla

      Sinto muito, mas hoje você chupou limão com giló. Está azedo e amargo. Há quem goste. E acreditando que também tenha as suas facinações e deslumbramentos ( julga-se imune), seriam melhores que as do André?

  17. Muito bom.

    “O Governo Lula não tinha aliança com o Exército que, ao contrário, tudo fez para afastá-lo do poder com as Comissões da Verdade, tomadas como pura agressão pelas Forças Armadas.”

     

    Você descreve indiretamente neste texto o motivo do golpe de 2016. Foi justamente esta tentativa de identificar e punir os militares do golpe de 64.

    Eles se apavoraram e articularam a tomada do poder com os grupos que já vinham tentando isso nos últimos 13 anos. 

    Tanto que não tem governo agora, o pais esta a deriva, entregue as forças estrangeiras que não podem deixar passar esta oportunidade.

    Muito bom.

     

  18. AA nada esperemos do
    AA nada esperemos do exército,o ministro da guerra deu declarações eu um
    site hj q me deixou estupefato,taxou de malucos os q cobram os militares por
    uma posição mais firme,elogiou Temer (pasmem) e finalizou demonstrando
    mais preocupação com os debates em torno dos soldos e previdência militares!
    Obs: Não sou de indicar sites,mas entrem lá no UOL e vejam a bizarrice!!

  19. Artigo do André Araújo: muito bom, com ressalvas

    Imagino que um golpe de estado de qualquer forma não possa prescindir da força, em algum instante. Seja ele militar (golpe militar) ou de outra natureza. No caso atual, concordo com o articulista que a polícia (federal, PM e adjacências) está fazendo o papel do braço da força. Não é poder militar mas reprime e constange.

    Mas não concordo que tenha faltado aos governos petistas um apoio mais claro e explícito de algum (ou alguns) agente do poder militar. Isso até poderia resultar em pior desfecho. Acho que o que faltou foi ter agido com o devido tempo sobre as forças de diversas naturezas que estavam fortalecendo suas musculaturas, de forma nada republicana. Refiro-me ao Ministério Público, aos interesses da geopolítica internacioanal, à Mídia e à oposição.

    Ser republicano em um ambiente de hienas é ingenuidade, imbecilidade e burrice.

  20. A eterna transição por cima

    Somos condenados mesmo, não tem jeito, todos os países decentes acertaram suas contas com o passado, menos nós. Devemos relevar 21 anos de estupro da Constituição, o pau de arara, a vala comum, os aviões em que levavam os presos políticos, em alto mar abriam a janela, daí o milico perguntava: “Sabe voar? Não? Então vai aprender”(ouvi isso por acaso no bar Ellas, rua Almirante Gonçalves, 29, Copacabana (em frente ao Bip Bip), dez/2013, uma roda de militares velhinhos da reserva, às gargalhadas). O certo seria, para sanar essa terrível falha que foram as Comissões da Verdade (que não deram em nada), todos nós dirirgirmos um pedido formal de desculpas aos militares que ocuparam o governo e o Poder por 21 anos. 

  21. Planos de contingência

         Apesar de hj. em entrevista o Gen. Villas Boas ter declarado quando inquirido sobre o posicionamento do Exército, e respondeu com menção explicita ao art. 142 da CF/88,  classificando os que solicitam uma maior participação das FFAA frente a “crise politica” atual, como malucos, ainda respondendo como as FFAA estão “vacinadas” quanto a seu envolvimento com a politica, tanto as da “ativa” como os da “reserva” ( sempre os mais exaltados ), ele foi “politico” “diplomatico”, seguiu as orientações do EMCFFAA, mas :

          Com certeza planos de contingência estão sendo elaborados, estudados dinamicamente, caso sejam necessários visando resguardar a ordem publica ( o art. 142 permite ) com atuação pontual das FFAA, o maior temor delas é em relação a quebra de hierarquia, seguida da queda de comando, das Forças Estaduais ( as PMs/ Policiais Civis ) de Estados que não cumpram com suas obrigações ( soldos e subsidios ) com estas tropas, e estas entrem em estado de greve ou mesmo insurrecional, algo possivel de ocorrer no RJ, RS, PE , MG e GO – pessoas armadas sem comida em casa, humilhadas, são um tremendo problema ( coloquei isto em um texto dia 09/12 com o titulo “Planejamento”, http://www.jornalggn.com.br/comment/1027843#comment-1027843 ).

            E é fato :As FFAA não possuem efetivo para tais operações caso simultaneas, teriam que negociar.

            Outro problema, menos grave  (ainda), mas estudado e alvo de planificação primaria, apenas em monitoramento ( basicamente das famigeradas redes sociais e blogs ), trata-se da possibilidade da queda do Poder “nas ruas”, um excesso de manifestações generalizadas, que insulfladas e coordenadas por varios espectros politicos, que combinadas com um acuamento do Estado central ( governo federal ), descontrole dos Estados ( uma greve de PMs por exemplo ), leve a uma situação de anarquia, algo que poderia conduzir as FFAA, mesmo que não desejem, a operar como uma espécie de arbitro da situação, o que seria algo extremamente grave para a democracia, mesmo sendo esta que ai está.

             

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