Como o acaso revelou a fraude que lançou a Volks na pior crise de sua história

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Sugerido por Roberto São Paulo-SP 2015

Da BBC Brasil

A revelação de que a Volkswagen instalou um software em pelo menos 11 milhões de automóveis para enganar agências reguladoras e usuários sobre a emissão de gases poluentes de seus veículos a diesel colocou a empresa alemã na pior crise de sua história.

E a descoberta aconteceu por uma casualidade. O responsável por ela foi o ambientalista Peter Mock, diretor do grupo International Council for Clean Transportation (ICCT, na sigla em inglês).
O grupo tentava pôr em prática seu objetivo, que era mostrar que os controles de emissão de gases poluentes na Europa são bem menos exigentes que os dos Estados Unidos.

Mock queria provar que os mesmos modelos de automóvel de uma mesma marca emitiam menos gases poluentes nos Estados Unidos do que na Europa – tudo porque o controle das agências reguladoras em solo americano era mais rígido do que no continente europeu.

Mas ele não imaginava o que iria encontrar.

Método simples

No ano passado, uma equipe liderada por Mock se dispôs a estudar as emissões de poluentes de três modelos Volkswagen: o Jetta, o Passat e a BMW X5.

Por meio de um sistema portátil de medição de emissões de gases poluentes (PEMS), que pode ser colocado no porta-malas dos carros, eles fizeram o teste em parceria com a Universidade de Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos.

E foi esse sistema que revelou a fraude da Volkswagen. Ele analisa diretamente toda a fumaça que sai do escapamento em tempo real enquanto o carro anda pela estrada.

A equipe testou vários veículos com o medidor de gases, em viagens de até 2.100 km, de San Diego a Seattle.

Enquanto a BMW X5 passou no teste, o Jetta, fabricado em 2012, registrou emissões de óxido de nitrogênio 35 vezes maiores que o limite por lei, e o Passat, que era de 2013, registrou emissões 20 vezes acima do permitido.

“Esperávamos exatamente o contrário. Achávamos que os carros iriam passar no teste com as melhores taxas de emissões porque nos Estados Unidos há um controle rigoroso disso”, disse à imprensa dos EUA Drew Kodjak, diretor-executivo do ICCT.

Os resultados do estudo alertaram a as autoridades ambientais da Califórnia, que iniciaram sua própria investigação.

E quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) foi envolvida no caso, a Volkswagen acabou tendo que reconhecer que havia instalado deliberadamente um software em até 11 milhões de veículos a diesel, que era utilizado para enganar agências reguladoras e usuários quanto às emissões de gases poluentes.

Instalou-se assim aquela que provavelmente é a pior crise da história da Volkswagen, justamente quando a marca havia conquistado o posto de maior fabricante de automóveis a nível mundial.

Continue lendo aqui.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. Inspeção veicular

    Com certeza no Brasil a Volkswagen não fraudou as emissões, caso contrário a Inspeção Veicular de São Paulo teria detectado!!! KKKKKKKKK

  2. Cadê o Ministério Público Federal

    O Ministério Público Federal vai ficar caladinho, pianinho, ou vai pedir indenização por danos coletivos a essa multinacional, que prejudicou o meio ambiente do Brasil e enganou consumidores? Aliás, o MPF moveu alguma ação contra o HSBC, por ter prejudicado a economina nacional e violado nossa ordem jurídica, facilitando evasão de divisas e fraudes diversas? Ou o MPF fala grosso na Lava Jato, com empresas brasileiras, e fala fino com multinacionais e o setor financeiro? Eis o que a sociedade brasileira quer saber. Nassif, que tal um artigo sobre isso?

    1. Qual das n agências

      Qual das n agências governamentais já apurou a fraude da volks no Brasil ? Não basta ir na rabeira, tem que comprovar pra pegar os pulhas. Aí pode ser que depois de 20 anos alguém peça indenização. Por enquanto, é bom obsservar e aprender o norráu da indenização, porque o da roubalheira nossos capitalistas não precisam aprender com ninguém.

  3. Quer dizer que a “

    Quer dizer que a ” onestidade”, pessoas acima de qualquer suspeita, pessoas de conduta ilabada que se falava sobre os europeus era tudo papo furado.

    Volks, Fifa, infestado de ratos, corruptos, de olhos azuis.

    E nós aqui criticando o Serra, coitado.

  4. Certamente o Moro irá mandar

    Certamente o Moro irá mandar prender os líderes da volks no mundo. Com certeza, como ele diz, estas pessoas são petistas corruptos.

  5. ih deu problema no controle do esfincter!!

    produção excessiva de massa fecal!! e tem gente que acredita que o ‘mercado’ possa tomar conta de mundo!

    1. Por que ? Irão fechar a

      Por que ? Irão fechar a Odebrecht ? Ou todos nos locupletamos ou restaure-se a moralidade. O azar da Volks é que foi apanhada pelos maus, os americanos. E tudo por causa desses malditos ambientalistas enxeridos…

  6. O profissionalismo na fraude da Volkswagen.

    Devemos fazer uma reflexão comparativa entre a “Lava a Jato” e “Volkswagen”, a primeira comparação é que tanto de um lado como no outro temos um bando de ladrões com proposta de roubar o povo em geral, pois como os automóveis Volkswagen nos USA eram vendidos por preços maiores do que os outros e por não possuírem o que sustentava o preço majorado, a Volkswagen roubou de 11 milhões de pessoas que compraram os seus automóveis baseados numa propaganda mentirosa. Quanto à “Lava a Jato” não é necessário maiores apresentações.

    Após este ponto comum, a ladroagem, o resto não apresenta nada em comum.

    Primeiro, as empreiteiras brasileiras, os políticos brasileiros e as próprias contratantes dos serviços todas as pessoas com o mínimo de conhecimento sabe que há muitas décadas estamos sendo roubados pelo sistema de licitações a preços majorados, desvio de verbas para os políticos de todos os partidos e demais ilicitudes.

    Por outro lado a Volkswagen nas mesmas “muitas décadas” vendeu e foi comprada a imagem do produto tecnológico, eficiente e CONFIÁVEL pelo consumidor. Logo, enquanto o produto nacional cheirava mal e somente no Governo Dilma que foi possível começar a provar o que todos já sabiam, pois no lugar de acobertar ou mesmo apoiar ações de corruptos contra seus detratores, veja caso Paulo Francis no governo FHC, o produto alemão era cheiroso e confiável. Ou seja, de um lado tinha-se pública a desonestidade que não era combatida nos governos anteriores, do outro um véu de propaganda induzia o consumidor a acreditar no honestidade do produto.

    O segundo, e talvez a maior diferença, é no profissionalismo da fraude. Enquanto na “lava a jato” o pivô central de toda a crise está num doleiro, conhecidíssimo de todo sistema que investiga fraudes, que surpreendentemente eram extremamente lenientes com o mesmo, no outro lado temos a sofisticação do emprego de todo um setor de projeto e construção de um equipamento de promover a fraude.

    Enquanto na “lava a jato” o dinheiro passeava dentro dos circuitos conhecidos da corrupção, como bancos em paraísos fiscais, entrega de dinheiro em malas e mais uma dezenas de artifícios que até em novelas de TV são conhecidos, no caso da “Volkswagen” foi centenas de vezes mais sofisticados. Não foi uma propina passada por baixo dos panos para fiscais das agências reguladoras, algo que seria mais tradicional, foi sim o emprego de profissionais altamente qualificados que analisaram cuidadosamente como se processava o ensaio dos automóveis, após verificaram como sensores especiais que existem nos automóveis detectariam a diferença entre ensaios em bancada e o movimento do automóvel no tráfego normal e por último, do que foi divulgado, foram utilizados programadores dos sistemas de injeção de combustível que na verificação do tráfego normal modificavam a programação do sistema permitindo ao automóvel maior potência e maior poluição.

    Coloco claramente a frase “do que foi divulgado”, pois certamente na fábrica outras pessoas que trabalham no controle de qualidade e na melhoria dos equipamentos devem ter constatado a fraude. Ou seja, a fraude não deve ter ficado no conhecimento apenas dos quem a idealizaram, muitos dos engenheiros e técnicos da Volkswagen deviam saber da existência da mesma. Esta última afirmação provavelmente ficará escondida e meia dúzia de técnicos servirá como boi de piranha, isentado outros membros desta associação de malfeitores.

    Quanto à ousadia dos fraudadores nos parece que há uma proporcionalidade, para sistemas de controles frouxos, como Tribunais de Contas que não analisam as contas durante décadas, foi utilizado um sistema de corrupção frouxo e facilmente detectável quando se quer detectar. Por outro lado, para sistemas de controle mais sofisticados, foi elaborado uma fraude mais sofisticada.

    Agora qual a conclusão disto tudo? Que o alemão é tão corrupto como o brasileiro? Talvez! Que a corrupção existe em todos os países? Certamente! Mas a principal conclusão é que se há condições de burlar uma norma para se conseguir benefícios, não importa o controle, ela será burlada.

    A conclusão não deve ser técnica, mas sim empírica e pragmática, se há um benefício que coloca alguém dentro de um sistema que premia somente com o lucro, com possibilidade de fazer isto, quem fiscaliza deve partir do pressuposto que alguma fraude deve estar sendo feita! Passada a “lava a jato”, passado o caso Volkswagen, tanto os fiscais do dinheiro público no Brasil, como os fiscais de normas ambientais nos USA, devem ficar alerta que a fraude continuará, talvez aqui sem a concorrência de doleiros manjados e lá com mais tecnologia e maior sofisticação.

  7. A Volkswagen patrocinava a Seleção Brasileira na copa de 2014

    CBF fecha 11° patrocínio para seleção brasileira com marca suíça
    Companhia de relógios aparecerá em banners e placas de publicidade nos treinos até a Copa do Mundo de 2014

    Marcel Rizzo, iG São Paulo | 26/04/2011 17:50

    A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou nesta terça-feira o 11° patrocinador da Seleção Brasileira. A marca de relógios suíça Parmigiani terá sua marca exposta em banners e placas de publicidade em treinos do time até a Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. O valor do acordo será divulgado terça-feira, 3 de maio, quando o presidente Ricardo Teixeira e representantes da empresa darão entrevista – mas é de aproximadamente R$ 8 milhões por ano.

    A seleção já é patrocinada por Nike, Itaú, Vivo, Ambev, Volkswagen, Gillette, Extra, Seara, TAM e Nestlé. Em 2010, pelo balanço divulgado pela entidade na semana passada, os patrocinadores desembolsaram juntos R$ 193,5 milhões para a CBF por exposição em uniforme e treinamentos da Seleção Brasileira.

    Três patrocinadores aparecem no uniforme de treinamento (a Fifa veta parceiros em camisas de jogo): Vivo, Itaú e o Guaraná Antarctica. Os demais em banners (placa com as marcas que fica atrás dos jogadores durante as entrevistas) e nas placas estáticas ao redor do gramado. As empresas também podem associar suas marcas à seleção brasileira em promoções.

    Veja abaixo quanto cada um dos parceiros desembolsaram:

    URL:

    http://esporte.ig.com.br/futebol/cbf+fecha+11+patrocinio+para+selecao+brasileira+com+marca+suica/n1300100640979.html

  8. Pessoal do Blog, X5 não é

    Pessoal do Blog, X5 não é VW

    No ano passado, uma equipe liderada por Mock se dispôs a estudar as emissões de poluentes de três modelos Volkswagen: o Jetta, o Passat e a BMW X5.

    Independendte disso, fraude é cadeia e só espero ver os culpados presos, ou justiça é só pros latino-americanos?

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