CFM homenageia Caiado por responsabilidade social, por Aracy Balbani

Postagem pública Ronaldo Caiado oficial 08/10/2013

Foto Sidney Lins Jr

Conselho Federal de Medicina homenageia Ronaldo Caiado por responsabilidade social

por Aracy Balbani

Na edição 263 do Jornal Medicina, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou os nomes de cinco médicos homenageados pela entidade por “relevantes contribuições ao País ao longo de suas trajetórias pessoais e profissionais”. Criadas em 2011, as comendas são um reconhecimento “ao desempenho ético e ao compromisso social” dos profissionais.

Na solenidade de entrega das honrarias em Brasília, em dezembro de 2016, o médico ortopedista e Senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) recebeu a Comenda Zilda Arns Neumann de Medicina e Responsabilidade Social. Segundo o CFM, Caiado mereceu a distinção por ser “autor da PEC 454/2009, que cria a Carreira de Estado de Médico” e da “emenda que beneficiou profissionais liberais, como médicos, incluindo-os na tabela de menor incidência de impostos do Supersimples (Lei Complementar no. 155/2016)”.

Contudo, no perfil oficial do Senador no Facebook, numa postagem datada de 08/10/2013, o homenageado afirmou: “Médicos, o CFM nos traiu e nos vendeu! Confira na TV Câmara!”. Naquela data, o parlamentar criticou duramente o acordo firmado entre o CFM e o Deputado Rogério Carvalho (PT-SE), relator da medida provisória que instituía o Programa Mais Médicos. O acordo versava sobre a concessão de registros profissionais provisórios aos médicos do Programa e as contrapartidas do Ministério da Saúde. A postagem do Senador rendeu 467 curtidas, 74 comentários e 38 compartilhamentos. Dentre os comentários, um internauta propôs: “Ronaldo Caiado para presidente do CFM!!!”

Decorridos três anos do contundente palavrório do Senador contra o CFM, intervalo durante o qual o ex-senador cassado e procurador de Justiça Demóstenes Torres acusou Caiado publicamente de ter recebido financiamento de campanha do contraventor Carlos Cachoeira, e foram divulgadas denúncias de suposto envolvimento da família de Caiado com a lista suja do trabalho escravo, Dr. Ronaldo Caiado foi incluído pelo CFM no grupo de expoentes éticos da Medicina brasileira, ao lado de nomes como Adib Jatene e Ivo Pitanguy.

Do Portal do CFM:

Cinco médicos recebem comendas do CFM por dedicação à Medicina e à sociedade

A homenagem ressalta o desempenho ético, a competência técnica e o compromisso de médicos com a sociedade e com a medicina.

Desde sua criação, 21 médicos já foram homenageados.Grandes nomes da Medicina serão homenageados com o recebimento de comendas outorgadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por relevantes contribuições ao País ao longo de suas trajetórias pessoais e profissionais. A solenidade ocorrerá na noite dessa terça-feira (6 de dezembro), em Brasília, no auditório do CFM.

As honrarias, criadas em 2011 pelo Plenário do CFM, ressaltam o desempenho ético e o compromisso social para com a Medicina por profissionais ou instituições no esforço de construção de uma sociedade mais justa e um mundo melhor. Desde sua criação, 21 médicos já foram homenageados, tendo como destaque os nomes de Adib Jatene e de Ivo Pitanguy, que receberam as honrarias de Saúde Pública, e Literatura e Artes, respectivamente.

Para o presidente do Conselho Federal, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, a entrega dessas distinções reconhece os valores e a dedicação dos escolhidos em prol da Medicina em cada uma de suas áreas de atuação. “Temos a honra de escolher nomes de extrema relevância na Medicina, uma vez que é a atribuição judicante dos conselhos de medicina zelar e trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina”, apontou.

Homenageados – Em 2016, o primeiro outorgado será o escritor Heitor Rosa, que receberá a comenda de Medicina, Literatura e Artes. Rosa é autor de diversas obras premiadas, como o “Show do Esqueleto”, principal manifestação cultural dos estudantes de Medicina da Universidade Federal do Goiás (UFG). Um dos livros publicados por ele, Memórias de um cirurgião-barbeiro, de 2006, teve o prefácio de Moacyr Scliar.

Reconhecido pelo CFM em Medicina e Humanidades Médicas, Mário Barreto Corrêa Lima se dedicou à causa pública e ao estímulo de uma formação médica que valorizasse a compreensão do ser humano e de todo seu contexto. Isso se refletiu na sua carreira literária, com a publicação de diversos livros, artigos e textos sobre Humanidades Médicas. Entre os livros sobre assunto estão Rumos da Assistência Médica e Prioridade para a Saúde, uma Longa e Árdua Luta.

O médico José da Silva Guedes será reconhecido pela comenda Medicina e Saúde Pública. Guedes se formou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 1961, tendo se especializado como médico sanitarista e concluído o doutorado em Saúde Pública. Sempre manifestou interesse pelo campo das moléstias infecciosas e pela Saúde Pública, o que o levou a trabalhar no Hospital Emílio Ribas em 1962, num momento em que o País era severamente atingido por epidemias de sarampo, meningite, caxumba e outras doenças.

No campo da Medicina e Ensino Médico, a comenda do CFM será entregue a Júlio Torres, professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde exerceu atividades por 32 anos. Já o senador Ronaldo Ramos Caiado será agraciado pela comenda Medicina e Responsabilidade Social por ter contribuído com lutas pela categoria no Congresso Nacional ao longo dos seus 25 anos de política, tendo como destaque a apresentação da PEC 454/2009, que cria a Carreira de Médico de Estado.

Saiba mais sobre os homenageados de 2016:

Heitor Rosa – Comenda Moacyr Scliar, de Medicina, Literatura e Artes

Heitor Rosa é autor de obras premiadas como o “Show do Esqueleto”, principal manifestação cultural dos estudantes de medicina da UFG. Entre os livros publicados por Heitor Rosa estão: Histórias agudas e crônicas: do apêndice ao avião (1996, crônicas); Os ossos do coronel Azambuja (1998, contos); O Enigma da Quinta Sinfonia (2000, contos); Memórias de um cirurgião-barbeiro (2006, romance com prefácio de Moacyr Scliar); Julgamento em Notre Dame (2009, romance); Histórias de Creusa (2009, crônicas) e a coletânea Originais Inéditos (2010).

Júlio Rufino Torres – Comenda Fernando Figueira de Medicina e Ensino Médico

Júlio Torres é professor emérito da Ufam, onde exerceu atividades por 32 anos. Nesse período, foi professor de Clínica Cirúrgica, chefe do Departamento de Medicina Especializada e diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Universitário Getúlio Vargas. É autor de quatro livros, entre deles Pegadas de Deus, obra que abordou a fé sob a ótica de homens que exercem a Medicina e defendem que sua prática ocorra subordinada a valores como justiça, solidariedade e respeito ao próximo.

José da Silva Guedes – Comenda Sérgio Arouca de Medicina e Saúde Pública

José da Silva Guedes se formou na Faculdade de Medicina da USP em 1961, tendo se especializado como médico sanitarista e concluído o doutorado em Saúde Pública. Sempre manifestou interesse pelo campo das moléstias infecciosas e pela Saúde Pública, o que o levou a trabalhar no Hospital Emílio Ribas em 1962, num momento em que o País era severamente atingido por epidemias de sarampo, meningite, caxumba e outras doenças.

Mário Barreto Corrêa Lima – Comenda Mário Rigatto de Medicina e Humanidades

Mário Barreto Corrêa Lima se dedicou à causa pública e ao estímulo de uma formação médica que valorizasse a compreensão do ser humano e de todo seu contexto. Isso se refletiu na sua carreira literária, com a publicação de diversos livros, artigos e textos sobre Humanidades Médicas. Entre os livros sobre assunto estão: Rumos da Assistência Médica e Prioridade para a Saúde, uma Longa e Árdua Luta.

Ronaldo Caiado – Comenda Zilda Arns Neumann, de Medicina e Responsabilidade Social

Ronaldo Ramos Caiado se formou em Medicina em 1974 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e atua como especialista e cirurgião da coluna há mais de três décadas. Fez residência médica no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro e Especialização no Serviço de Cirurgia Ortopédica e Traumatológica do Professor Roy Camille, Paris, França, em 1978. O atual líder do Democratas no Senado é autor da PEC 454/2009, que cria a Carreira de Médico de Estado. O primeiro cargo foi ocupado em 1991, quando eleito deputado federal por Goiás.

Redação

11 Comentários

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  1. Ótima oportunidade para

    Ótima oportunidade para exercer a medicina em tempo integral, saindo fora dessa vida de golpista. Só nos avisa em qual hospital vai trabalhar prá gente passar bem longe.

  2. Comenda Mediocridade

    Aquele cheiro de cafonice, de lambeção de saco e inutilidade.

    E o pior de tudo, e o corporativismo omisso.

    Se querem saber o que é um CFM, comece por um CRM de qualquer estado e vejam os casos de erro médico abarrotando as gavetas e as inocências (sic).

    Não por acaso, há alguns anos, já teve MP solicitando intervenção em CRM.

    Com o golpe, essas comendas inúteis se tornam mimos de grande valia.

  3. A todos os comentários anteriores. Por favor me respondam!

    O Senador Caiado, que voces conhecem há muito pouco tempo não foi sempre um político ético e de opiniões fortes e sinceras, ainda nos anos 80 ele foi o ortopedista que carinhosamente atendia meus primos seus conterrâneos de Goiás, assim como tratou e se dedicou inteiramente aos seus pacientes por muitos anos. 

    Eu acho muito interessante estevpensamento popular e senso comum dos brasileiros de achar que não existe gente séria neste país, talvez seja ignorância mas provavelmente é o reflexo da sua própria imagem. Mais interessante Ainda é essa quase certeza de que médico só pensa em dinheiro, de que a classe se protege, de onde eu concluo que o país seria bem melhor se nos não existíssemos.

    Ha médicos e médicos, assim como engenheiros, motoristas,  professores, mães e pais. Alguns se dedicam a causa, outros fazem tudo da maneira mais cômoda, daquele jeitinho que da para dar.

    Ser médico começa no primeiro dia de aula e acaba quando nossa vida acaba, lidar com a dor, com o sofrimento, com as expectativas alheias todos os dias, dentro e fora dos hospitais é uma tarefa que exige muita abdicação, muita doação , muito amor pelo outro, sem esperar nada senão ter tomado aliviado a angústia da incerteza.

    Estes comentários infundados e de tão pobre de conteúdo ferem não só o Senador Caiado, mas a todos os médicos éticos, porque acreditem ou não, nós existimos e algum de nós já fez parte das vidas de todos nós. Termino me sentindo honrada em ter um Senador como o Dr Caiado e mais honrada Ainda em entender que o seus comentários, que sempre nos entristecem, não mudam em nada nossa conduta ética com os próximos que virão.

    A propósito quem leu Kissinger, não fala tamanho absurdo, ou não entendeu; quem compara a trajetória também admirável do ex-presidente Obama, eu nem sei, acho que não tem nada para fazer e quer ter o nome na internet.

    Tenho pena de quem não teve a oportunidade de desenvolver seu senso crítico. Mas feliz porque existem pessoas sérias e que acreditam que é possível melhorar. E somos nós, pessoas que optam pelo correto, como o Senador Caiado, que ensinaremos às futuras gerações como é que se trabalha, sem ter que dar um jeitinho. 

     

     

     

  4. O próximo…

    A contar com a “ética” de quem premia corruptos que fazem uso de trabalho escravo, o próximo homenageado – com um prêmio póstumo, claro – será J. Mengele… ou talvez a equipe responsável por Tuskeegee.

    1. O senador é produtor rural
      O senador é produtor rural sim, pecuarista de tradição​ no estado de Goiás. Agora me fala, seu tapado, se você acredita nessa lorota que os adversários do R. Caiado semearam e espalharam deve acreditar também em papai Noel e saci Pererê, sua mula sem cabeça. Vai continuar votando nos seus candidatos corruptos dá esquerda. Olha a condição que deixaram nosso país.
      PS não esconde atrás desse kats 22 não
      Se identifica

      1. Conheço esse bosta de perto.
        Conheço esse bosta de perto. Sou da região dele. É um escravagista, bandido! Ladrao de terras.
        Enfim, um corpo a procura de um cérebro

  5. Oh, como os grandes são

    Oh, como os grandes são gentis uns com os outros! Distribuem-se comendas, medalhas e oportunidades e até fazem a caridade de olharem sorrindo para o vulgo desdentado, que freneticamente se abre todo.

    “Estava eu na multidão quando a rainha da Inglaterra olhou para mim, PARA MIM, e sorriu! Sou ou não sou especial?”

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