“Convocar Forças Armadas é apagar fogo com gasolina”, dizem centrais

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Griban Mendes

Da RBA

As centrais sindicais UGT, CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CSB divulgaram hoje (25) uma nota conjunta em que se colocam dispostas a atuar como “mediadoras na busca de um acordo que solucione o caos social” decorrente da greve dos caminhoneiros e do anúncio do presidente Michel Temer de usar forças federais para desbloquear as estradas.

“A proposta do governo de convocar as Forças Armadas como instrumento de repressão é querer apagar fogo com gasolina”, dizem as entidades. A solução “só acirra o conflito e dificulta uma solução equilibrada”, acrescenta a nota. Um acordo deve, segundo elas, levar em conta a justa reivindicação dos trabalhadores e as necessidades do país. O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, conversou o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, sobre o teor da nota. Até o final da tarde, as centrais não receberam resposta sobre a proposta de mediação.

O movimento que bloqueia as estradas e já provoca grave desabastecimento de combustíveis continua porque as propostas não contemplaram a pauta de reivindicação dos caminhoneiros. Segundo a TecBan, empresa que administra caixas 24 horas, os caixas eletrônicos podem ficar desbastecidos se faltar combustível para os carros-fortes. Nota da Confederação Nacional de Saúde (CNS) informa que em alguns hospitais faltam produtos e insumos vitais para a manutenção dos serviços e segurança dos pacientes.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, é inaceitável que o governo recorra à violência, ameaçando utilizar o Exército para reprimir um movimento que tem reivindicações justas e que dialoga com a população. “Essa situação só chegou a esse ponto por conta da incompetência do governo em negociar seriamente com os manifestantes quando enviaram a pauta de reivindicações.”

Para ele, a solução do impasse deve ser alcançada pacificamente. “O governo deve sentar à mesa e negociar com seriedade, respeitando todos os representantes dos movimentos.”

Em nota, a CUT reforçou o apoio aos caminhoneiros e exige que o governo mude a política de preços da Petrobras que acompanha as cotações internacionais do barril de petróleo e do dólar.

“A CUT apoia a paralisação nacional dos caminhoneiros, que estão realizando um movimento legítimo e justo pela redução dos preços do óleo diesel, e exige que o governo mude sua política de preços dos combustíveis que tem provocado aumentos abusivos também no gás de cozinha e na gasolina”, diz a nota.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Ênfase no foco principal

    O movimento saiu das mãos dos empresários e ficou nas mãos do povo. Agora todo cuidado é pouco com as “bolinhas de papel” que a rede Globo transforma em tijolo (episódio do Serra que nunca mais devia sair da nossa memória). Quando há uma base grevista dispersa a melhor solução é a ênfase no foco do movimento, qual é a política irresponsável de preços da Petrobrás, que não leva em conta o interesse do povo, mas apenas dos acionistas. O Governo tenta mostrar culpa do PT, da corrupção e do ICMS dos Estados, sem reconhecer que o que mudou com Temer foi exatamente a política ultraliberal de preços. Esse é o foco, e vale inclusive para o botijão de gás.

  2. Chofer-soldado perto da boléia x Nota Fiscal :

    O cara vai lá com o fuzil e vai tomar a direção do caminhão peara entregá-lo ao dono da carga – isso parece ser o objetivo da intervenção militar, não é?

    Pois bem, e onde o chofer-soldado vai saber o destino  da carga? Hein, hein, hein ? Ora, na ou nas Notas Fiscais, claro !

    E o que os caminhoneiros poderiam fazer: simplesmente esconder as notas fiscais em questão.

    Onde ? Na  própria cintura, ou jogá-las no mato, ou um motoqueiro contratado pelo dono da carga passar e recolher. as ditas.

    Daí, para onde então o chofer-soldado vai levar a carga ? Vai jogar fora, piorando a situação mais ainda ?  Vai levar o caminhão para o quartel e esperar o dono da carga aparaecer e ainda multá-lo pelo sumiço da nota fiscal ?  E tem quartel grande o suficiente para abrigar os caminhões ?  Ou com isso os veículos militares terão que “dormir” na rua.

    Sem falar em 500 mil caminhões parados contra um efetivo de uns 200 mil soldados. Cada soldado teria que levar dois ou mais caminhões. E eles, vão voltar a pé, para pegar o segundo caminhão ?

    Ou seja, o planalto anda emanando amadorismo total e completo criando mais caos ainda. Ele pode acabar saindo de cena por causa de nota fiscal !!!

    Em 1978 na Grécia, os coronéis ditadores resolveram invadir o Chipre. O Exército turco, quase que imediatamente também invadiu o Chipre. E os tais coronéis só tiveram uma saída: mandaram um avião buscar um político exilado em Paris (Karamanlis) e pediram para ele assumir o governo grego. Provavelmente ele deve ter exigido destes coronéis que se dirigissem à prisão, o acabaram por ter que fazer. E pegaram prisão perpétua.

    Então aqui um possível cenário para breve: O STF puxa um processo parado, que anule o impeachment da Dilma, devolve a faixa para ela, ela tira o Lula de Curitiba, e ele, numa conversinha com os caminhoneiros, os manda rodar.

    Ou seja, uma possível repetição do aconteceu na Grécia.

     

    1. achei muito interessante a

      achei muito interessante a sua abordagem, também acho que não vai acontecer essa intervenção militar como faz parecer o governo temer..

      .. mas não acredito que o desfecho será o que vc sugere..

      .. acho que ficaremos reféns do movimento, que é fascista, e terá controle sobre ter ou não caos nas grandes cidades, inclusive com apoio do próprio povo..

      .. e eles vão receber um agradão para melar as eleições..

      Falo mais sobre isso aqui: https://jornalggn.com.br/blog/jruiz/irmao-caminhoneiro

      Veja esse vídeo:

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=XcB5JpsJseQ%5D

      1. Fascista?

        Se todo mundo que vem com esta coversa fiada de carga tributária puder ser considerado fascista estamos ferrados. Na verdade o que voce chama de fascista é esta turma de analfabetos sociais e políticos que o PT msmo produziu ao pensar apenas em turbinar o capitalismo sem fazer polítitica de base, como na Venezuela foi feito. Temos que correr atra´s do prejuizo e trbalhar com o que temos, esta tirma de ignorantes, e não ficar tachando todos de fascistas.

  3. vivi para ver isso!

    Parece que as centrais estão de acordo como o genral girão monetiro que no Twitter está pregando a desobediencia do exército a ordem de desobstruir as estradas.

    Em certas hora é melhor não falar nada….

  4. NEGOCIAÇÃO SEM ARBITRARIEDADES

    Sem dúvida, a solução adequada para a grave crise decorrente da absurda escalada dos preços dos combustíveis deve, necessariamente, ser construída através de negociação que contemple as legítimas demandas dos caminhoneiros.

    Todavia, tanto a negociação quanto a solução da crise em tela precisam preservar, de forma plena e ampla, os direitos da sociedade e da população brasileira.

    É fato que a atitude do governo temerário ao utilizar as forças armadas para promover a desobstrução das rodovias é inadequada, visto que o bloqueio das estradas, e o grave quadro de desabastecimento que avança de forma alarmante, constituem matéria que é da competência do poder judiciário, e a garantia operacional da implementação de decisões da justiça federal e dos tribunais superiores é função da Polícia Federal.

    Além disso, resta evidenciado que o movimento encampado pelos caminhoneiros não é uma verdadeira greve, pois está associado aos interesses das empresas transportadoras. E há nítidas evidências de que o bloqueio das estradas acarreta danos graves e crescentes para toda a população, haja à vista o desabastecimento de itens essenciais.

    Nesta medida, a postura das centrais sindicais neste momento revela um equívoco elementar, em face da falta de crítica aos abusos ilegais do bloqueio de rodovias e do desabastecimento.

    É preciso exigir do governo e das instituições a solução adequada para a crise que hoje paralisa o país. E o caminho para isso passa por uma urgente decisão do STF que determine a intervenção da Polícia Federal, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, para restaurar a livre movimentação nas estradas e restaberlecer o abastecimento da população. Sem prejuízo do prosseguimento das negociações com vistas à reversão da escalada temerária dos preços, não apenas do diesel, mas também da gasolina, do gás de cozinha e do querosene de aviação.

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