Jornal GGN – O senador Roberto Rocha (PSDB-MA), corregedor do Senado Federal, vai solicitar a ajuda da Polícia Federal na investigação de possível fraude na eleição da Mesa Diretora, realizada no início do mês. A votação contou com 82 votos e o número de senadores votantes, 81.
‘Sobre o trabalho da corregedoria, na investigação da fraude do dia da eleição, atualizamos as informações e decidimos pedir a Polícia Federal que apoiasse a Polícia Federal Legislativa na perícia das imagens de todos os 81 senadores, disse o corregedor.
Rocha informou que a comissão conversou com o ministro Sérgio Moro, para que ele acompanhasse os trabalhos e não permitisse exploração política. ‘Não queremos espetacularização do caso’, disse o senador corregedor.
O caso ocorreu durante a apuração de votos na eleição do Senado, no último dia 2. Foi constatado que havia 82 votos na urna, um voto a mais que o número total de senadores. Além disso, duas cédulas estavam fora dos envelopes. A votação foi anulada e Davi Acolumbre foi eleito em segundo pleito.
Alguns dias depois, o presidente do Senado pediu que o corregedor da Casa apurasse possível fraude na eleição da Mesa Diretora.
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Que país é esse, hein, Renato Russo?
“Que País é Este?
(Affonso Romano de Sant’Anna)
Uma coisa é um país,
outra, um ajuntamento.
Uma coisa é um país,
outra, um regimento.
Uma coisa é um país,
outra, o confinamento.
Mas já soube datas, guerras, estátuas
usei caderno “Avante”
– e desfilei de tênis para o ditador.
Vinha de um “berço esplêndido” para um “futuro radioso”
e éramos maiores em tudo
– discursando rios e pretensão.
Uma coisa é um país,
outra, um fingimento.
Uma coisa é um país,
outra, um monumento.
Uma coisa é um país,
outra, o aviltamento.
(…)
Há 500 anos caçamos índios e operários,
há 500 anos queimamos árvores e hereges,
há 500 anos estupramos livros e mulheres,
há 500 anos sugamos negras e aluguéis.
Há 500 anos dizemos:
que o futuro a Deus pertence,
que Deus nasceu na Bahia,
que São Jorge é que é guerreiro,
que do amanhã ninguém sabe,
que conosco ninguém pode,
que quem não pode sacode.
Há 500 anos somos pretos de alma branca,
não somos nada violentos,
quem espera sempre alcança
e quem não chora não mama
ou quem tem padrinho vivo
não morre nunca pagão.
Há 500 anos propalamos:
este é o país do futuro,
antes tarde do que nunca,
mais vale quem Deus ajuda
e a Europa ainda se curva.
Há 500 anos
somos raposas verdes
colhendo uvas com os olhos,
semeamos promessa e vento
com tempestades na boca,
sonhamos a paz da Suécia
com suíças militares,
vendemos siris na estrada
e papagaios em Haia,
senzalamos casas-grandes
e sobradamos mocambos,
bebemos cachaça e brahma
joaquim silvério e derrama,
a polícia nos dispersa
e o futebol nos conclama,
cantamos salve-rainhas
e salve-se quem puder,
pois Jesus Cristo nos mata
num carnaval de mulatas…”