sexta, 29 de março de 2024

Crise leva Temer a tentar antecipar votação do impeachment

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O senador Romero Jucá e o presidente interino Michel Temer no Congresso – Foto: Lula Marques/Ag PT

O senador Romero Jucá e o presidente interino Michel Temer no Congresso - Foto: Lula Marques/Agência PT

Planalto teme que novas delações ampliem a instabilidade política e provoquem a reversão de votos no Senado

Após a crise deflagrada pela divulgação das gravações feitas pelo ex-senador Sérgio Machado com José Sarney, Romero Jucá e Renan Calheiros, os aliados do presidente Michel Temer querem acelerar a votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Os governistas conseguiram 55 votos no Senado na votação da admissibilidade do processo de afastamento e acreditam que hoje ainda têm os 54 votos necessários para depor Dilma. Mas eles temem que o crescente desgaste do governo Temer, o crescimento da resistência popular contra o impeachment e os desdobramentos da Operação Lava Jato possam provocar a reversão de alguns votos.

Até agora ninguém sabe que políticos serão atingidos pelas novas delações. As gravações divulgadas indicam que tanto os integrantes da cúpula do PMDB como os expoentes do PSDB temem ser incriminados pelos acusadores. A necessidade de interromper a Lava Jato é frequentemente citada como uma das principais razões que levaram à aprovação do impeachment da presidenta Dilma.

Na última quarta-feira (25), o relator da Comissão do Impeachment sugeriu um cronograma que prevê que Dilma entregue sua defesa prévia em 1º de junho. Este prazo está previsto na Lei do Impeachment. Em seguida, o relator sugere que sejam dadas duas semanas para a fase em que são ouvidas testemunhas, apresentados documentos e realizadas perícias. Em 20 de junho, o senador do PSDB sugeriu que a comissão interrogue a presidenta Dilma.

Depois disso, seriam concedidas duas semanas para que os autores do processo de impeachment, Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., apresentem as alegações finais. A defesa de Dilma teria então de levar suas alegações.  A votação do impeachment no plenário do Senado, nessa proposta, seria concluída em 2 de agosto.

O governo deseja antecipar as votações para que elas não coincidam com o início da campanha eleitoral dos candidatos a prefeito, que começará no dia 16 de agosto. Nesse período o Congresso Nacional tende a se esvaziar, e os parlamentares que disputam cargos no Executivo se tornam muito vulneráreis aos ataques dos adversários.

As eleições municipais, porém, já começam a surgir no horizonte como uma dificuldade adicional para a aprovação de qualquer medida impopular. Embora os governistas afirmem que dispõem do apoio de mais de 400 deputados, não foi isso o que viu nas últimas votações na Câmara. Nelas o Planalto não conseguiu atingir a marca de 308 votos necessários à aprovação de emendas constitucionais. E a nova meta fiscal só acabou passando em votação simbólica.   

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

23 Comentários

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  1. burrada

    Temer começa a se dar conta da “burrada” em que se meteu. O apoio da cambada começa a derreter. O que mais se vê é coxinha calado, andando pelos cantos.  Nenhum panelaço nem “fora diuma e leve o petê junto” se vê mais, Já há alguns começando a pensar que foram enganados. A maioria ainda tenta se convencer das matérias que leu no PIG. Repetem como um mantra que com Dilma não dava, que ela não tinha condições. Só que agora carregam uma pulguinha atrás da orelha.

    Passaram a desconfiar que entregaram a chave da porta da frente para um bando de ladrões. Mais uma ou duas semanas a desconfiança se transformará em certeza. 

    A vida da Marcela vai se transformar num inferno. Logo agora que estava tudo tão bom! Esse marido só faz lambança, foi cutucar a onça e agora, ora veja. Como ela justificará o staff de 52 serviçais que ela usa?  

    ( http://www.vermelho.org.br/noticia/281207-1&nbsp😉 

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  2. Hybris

       Temer orgulha-se de ser literato, porém comete equívocos, os quais podem  remeter  ao conceito primordial em literatura: o erro dos orgulhosos, que não vislumbram que possam errar, ou seja, erram por imprevidência e arrogância. Os gregos denominavam de hybris o sentimento, que acomete àqueles incautos e arrogantes, de imaginar-se melhores e imunes a erros. 

  3. Hybris

       Temer orgulha-se de ser literato, porém comete equívocos, os quais podem  remeter  ao conceito primordial em literatura: o erro dos orgulhosos, que não vislumbram que possam errar, ou seja, erram por imprevidência e arrogância. Os gregos denominavam de hybris o sentimento, que acomete àqueles incautos e arrogantes, de imaginar-se melhores e imunes a erros. 

  4. Nos sites da direita

    Nos sites da direita observa-se claramente a volta atrás da galera dos verde amarelos fifa. Aos poucos, com alguma dificuldade, pois amestrados, têm dificuldade em pensar por si só, estão percebendo que se meteram numa roubada. O que vai resultar disso, sabe-se lá, mas estão acordando. Antes tarde do que nunca! 

  5. Ao adotar a jurisprudência de

    Ao adotar a jurisprudência de seus similares de Honduras e Paraguai, nosso apequenado stf perdeu o direito de fazer pomposas citações de juristas alemães, que podem até ficar ofendidos, e passar a citar juristas das outras duas republiquetas que deram um ralo verniz de legalidade a um golpe anticonstitucional.

  6. Prazos do Impeachment

    Apenas par esclarecer, governo, para o autor da matéria, é esse desgoverno ilegítimo do cara-de-peixe, é essa organização criminosa temerada nas sombras que usurpou o poder. Tanto que logo no início do artigo se fala nos 55 votos que os “governistas” obtiveram no Senado.

    Precisamos não ser otimistas demais, não devemos confiar em que o plenário do Senado só votará o impeachment em 2 de agosto. É claro que os golpistas tentarão reduzir esse prazo, está na cara que perdem apoio dia a dia. 

    Ninguém duvide de que os golpistas apresentarão suas alegações finais assim que começarem os 10 dias do seu prazo. Só com isso, a votação final do impeachmento viria para a última semana de julho. O negócio é não deixar, vamos obstruir obstinadamente essa inquisição, vamos requerer perícia técnica em tudo, inclusive nas gravações de áudio e perícia contábil em tudo o que disser respeito a números. Enquanto isso, o povo se mobiliza e esse desgoverno de ladrões, entreguista e anti-povo cai de podre. 

  7. Sei não !
    Assim como a Dilma

    Sei não !

    Assim como a Dilma foi traída por alguns políticos que disseram que votariam contra o impeachment, acho que agora com o Temer o castigo pode vir a cavalo.

    Nada como um dia após o outro.

    Se ele está preocupado é porque já chegou aos seus ouvidos que tem gente que quer pular fora do barco dos golpistas.

    A Dilma não deve ceder e esticar o prazo até o limite permitido. Tem que desgastar a imagem desse safado, trairá e golpista.

  8. O “presidente” interino e seu

    O “presidente” interino e seu “governo” provisório não serão atirados na lata de lixo da história do Brasil e até do mundo. A sujeira foi tanta que eles serão atirados numa lata de lixo exclusiva para eles. O resto do lixo não pode ser misturado com resíduos tóxicos…

  9. Há resistência de grupos como

    Há resistência de grupos como os movimentos sociais que apoiam o governo afastando.

    Há até agora não feito uma pesquisa sobre a popularidade do governo Temer.

    Tanto o PMDB e o PT tem políticos envestigados 

  10. “Se gritar ‘pega ladrão’ não

    “Se gritar ‘pega ladrão’ não fica um, meu irmão” — Zeca Pagodinho

     

    Nassif: um dos fortes motivos para essa “acesseleração” é que a Lei Orçamentária tem de ser votada até o dia 31 de agosto, prazo final que teria o interinO dO jaburU para apresentar os cortes e acréscimos que lhes foram entregues pelo pessoal do “impeachment”. Dizem, já recebeu do Itau a ordem de reduzir para 65% do salário mínimo o novo valor das aposentadorias e pensões. Inclusive, uma minuta de PEC para REVOGAR todo artigo 7º (caput e incisos) da Constituição atual, especialmente onde dispõe “ninguém pode ganhar menos que um salário mínimo”. Também, a criação do “Bolsa Caviar” e o “Meu Palácio, Minha Vida”, programas exigidos pelos integrantes da grande mídia. Os economistas estão desconfiados que no plano do “rombo do orçamento” foram embutidos os empréstimos (a fundo perdido) para a Rede Globo e o Grupo Abril, que estão carentes. Por isto o Anastasi (assento agudo no “í”) anda desesperado para antecipar as etapas do impedimento. Com toda razão Zeca Pagodinho… 

  11. [8h04 27/05/2016] José Carlos
    [8h04 27/05/2016] José Carlos Lima: http://www.tijolaco.com.br/blog/o-imperio-contra-ataca-ordem-e-destruir-renan-o-ultimo-freio-cunha-e-temer/
    [8p0 27/05/2016] José Carlos Lima: O JOGO DO APARATO MIDIÁTICO-PENAL

    Assistindo ao JN nesta noite, tive a impressao de que a midia finalmente deixou de ser imparcial…SQN

    CUNHA E TEMER BLINDADOS

    O Machado nao se encontrou com Temer nem com Cunha?

    Claro que se encontrou e grampeou-os, pois o objetivo de Machado com os grampos era produzir esse rol de provas para ter sua delaçao fosse aceita pelo STF

    Por que até agora não vazou nada de um provavel encontro entre eles e Machado…

    Com certeza o Teori tem gravaçao deles mas o vazamento é feito conforme o jogo que está sendo jogado pelas forças ocultas que estão por trás dessa trama.

    Segundo analistas os vazamentos na midia tem como objetivo detonar Renan e seu grupo.

    A ordem seria proteger Temer e Cunha.

    “Não importa que estejam podres, desde que obedeçam.”

    1. Arriba, Dilma!

      Alexis: considerando que o IBOP sofre (ou tem) domínio da Globo, este percentual deve passar de 40%. De 50% ouvi dizer há pouco, mais é uma fonte que já declarou simpatia a Presidenta (que está de repouso) e, portanto, tem comigo um crédito relativo, alto, mas relativo.. 

    2. Qual a data dessa pesquisa?

      Se essa pesquisa tiver sido feita antes do vazamento dos áudios do Jucá, Renan, e Sarney — como parece ter sido, as duas anteriores foram feitas entre dia 15 e 20 do mês — é bem possível que a confiança já seja maior. Afinal, os áudios deixam claro que a Dilma caiu porque não aceitava segurar a Lava-Jato.

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