
Jornal GGN – Diante da pressão de partidos o abandonarem com a repercussão de suas contas na Suíça e a divulgação, pouco a pouco, do caminho do dinheiro em investigação, Eduardo Cunha escalou uma defesa de nome e influência para tentar quebrar os argumentos de que o recurso teria como origem o esquema de corrupção da Petrobras.
O líder da nova equipe que trabalha para Cunha é o ex-procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza – o responsável pela denúncia da Ação Penal 470, o mensalão. Dois anos depois de receber as provas colhidas pela CPI dos Correios, em 2005, Souza enviou ao Supremo Tribunal Federal a denúncia contra 40 pessoas, entre elas o ex-ministro José Dirceu.
Um ex-membro da Suprema Corte também foi carregado pelo presidente da Câmara. Cunha convidou José Francisco Rezek, que em 1979 chegou a ser subprocurador-geral da República e, em 1983, nomeado ministro do STF. Presidiu o TSE entre 1989 e 1990, quando interrompeu a carreira, a convite do então presidente Collor, para se tornar ministro das Relações Exteriores e, em seguida, voltar ao STF por nomeação do próprio ex-presidente, hoje senador.
A tarefa de Rezek é escrever um parecer sobre o funcionamento de “trusts”, que é a fusão e incorporação de várias empresas envolvidas em um mesmo setor de atividade. O deputado quer argumentar que, ao transferir os seus recursos a essas empresas, não seria necessário declarar à Receita Federal.
Com esse parecer, Antônio Fernando de Souza tentará convencer o Conselho de Ética da Câmara de que Eduardo Cunha não mentiu ao afirmar, durante a CPI da Petrobras, que não tinha contas no exterior, uma vez que as contas estavam registradas nos nomes dessas empresas que formam o trust e que, por sua vez, era controlado por ele.
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