Cunha escala acusador do mensalão e ex-ministro de Collor para sua defesa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Diante da pressão de partidos o abandonarem com a repercussão de suas contas na Suíça e a divulgação, pouco a pouco, do caminho do dinheiro em investigação, Eduardo Cunha escalou uma defesa de nome e influência para tentar quebrar os argumentos de que o recurso teria como origem o esquema de corrupção da Petrobras. 
 
O líder da nova equipe que trabalha para Cunha é o ex-procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza – o responsável pela denúncia da Ação Penal 470, o mensalão. Dois anos depois de receber as provas colhidas pela CPI dos Correios, em 2005, Souza enviou ao Supremo Tribunal Federal a denúncia contra 40 pessoas, entre elas o ex-ministro José Dirceu.
 
Um ex-membro da Suprema Corte também foi carregado pelo presidente da Câmara. Cunha convidou José Francisco Rezek, que em 1979 chegou a ser subprocurador-geral da República e, em 1983, nomeado ministro do STF. Presidiu o TSE entre 1989 e 1990, quando interrompeu a carreira, a convite do então presidente Collor, para se tornar ministro das Relações Exteriores e, em seguida, voltar ao STF por nomeação do próprio ex-presidente, hoje senador.
 
A tarefa de Rezek é escrever um parecer sobre o funcionamento de “trusts”, que é a fusão e incorporação de várias empresas envolvidas em um mesmo setor de atividade. O deputado quer argumentar que, ao transferir os seus recursos a essas empresas, não seria necessário declarar à Receita Federal. 
 
Com esse parecer, Antônio Fernando de Souza tentará convencer o Conselho de Ética da Câmara de que Eduardo Cunha não mentiu ao afirmar, durante a CPI da Petrobras, que não tinha contas no exterior, uma vez que as contas estavam registradas nos nomes dessas empresas que formam o trust e que, por sua vez, era controlado por ele. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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  1. O dinheiro sujo do Cunha

    O dinheiro sujo do Cunha ficará limpinho nas mãos dos advogados que ele contratou. Espero que eles cobrem 30% do total que ele tungou dos cofres públicos e privados. Ha, ha, ha… 

  2. Natal inesperado para o Rezek

    Papai Noel baixou em novembro no terreiro do Rezek. No mínimo uns R$ 2 milhões adiantados, of course, e mais R$ 3 milhões a título de “taxa de sucesso”. Por aí, no mínimo, defesas de bandidos costumam ser exorbitantes mesmo. 

    1. É outro.

      O “Engavetador-Geral da República” era o Geraldo Brindeiro, indicado pelo Fernando Henrique. Esse agora é o Antonio Fernando de Sousa.  

  3. Pelo que li, este sr. Antonio

    Pelo que li, este sr. Antonio Fernando de Souza, já tinha conhecimento e engavetado acusações contra Cunha em 2006, pois era o PGR da época, agora ele é seu defensor, se de fato for isso, este ministerio público é uma grande esculhambação.

  4. …. não é de agora…

    … que o ex procurador geral da República trabalha pro Cunha, ….  todo mundo lembra que os processos contra o danado foram devidamente engavetados durante os anos em que esteve na procuradoria….

  5. Então é assim?

    Então é assim?

    O catão da ética, da moralidade, aquele que acusou tudo e todos na PIADA AP 470, o sr. Antônio Fernando de Souza, vai “defender o honesto” Cunha?

    O que tá faltando no Brasil de verdade é mesmo caráter !!!

     

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