De opositor a aliado, Maia muda tom com nomeação de ministro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Jornal GGN – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), suspendeu temporariamente o conflito direto com o presidente Michel Temer e voltou a atuar como um aliado, incentivando e articulando a Reforma da Previdência.
 
A mudança completa de postura ocorreu imediatamente após a nomeação de seu apadrinhado Alexandre Baldy (GO), no Ministério das Cidades. No mesmo dia em que Baldy teve seu nome divulgado no Diário Oficial da União (DOU) como o novo ministro, Maia passou a quebrar o discurso defensivo contra o mandatário.
 
Maia é um dos grandes interessados na aprovação da Reforma da Previdência, mas até agora mantinha duras críticas contra Temer e informava, inclusive, da dificuldade de aprovação das mudanças nas aposentadorias, diante da falta de apoio do mandatário no Congresso. 
 
Nesta mesma quarta-feira (22), quando Baldy passou a comandar a pasta em substituição ao deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), o deputado defendeu a necessidade de o governo dialogar mais com parlamentares antes de fixar uma data para colocar em votação a reforma da Previdência na Casa.
 
Em seu discurso, defendeu que a reforma previdenciária vai corrigir uma distorção nas contas públicas, que acaba, segundo ele, penalizando os mais pobres. “É o maior programa de transferência de renda do mundo. Os mais pobres financiam a Previdência dos mais ricos. Essa é a principal distorção do sistema e precisa ser resolvida”, declarou.
 
A manifestação é muito diferente da com que vinha fornecendo. Nesta quinta, Maia foi questionado se a indefinição das outras mudanças de comandos de Ministérios do governo Temer vai prejudicar e influenciar os debates e a articulação para a votação da reforma. 
 
Se até então, Rodrigo Maia havia afirmado que o Congresso esperava as mudanças ministeriais, agora, com seu apadrinhado na equipe executiva do governo, negou que possa interferir.
 
“Não vai influenciar. Nós vamos continuar trabalhando. Nós já tivemos outros problemas e conseguimos aprovar matérias importantes. O nosso papel é: se houver um problema, ele vai certamente, em algum momento, ou vai consolidar a posição atual ou vai fazer alguma mudança.”
 
O presidente da Câmara destacou, ainda, elogios inesperados ao mandatário peemedebista: “Mas isso aí é um problema do presidente Michel Temer. Ele tem toda experiência para dar uma solução para isso. O nosso papel é continuar com nossa agenda”, mudou de tom.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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