Despolitização: Fé é mais importante que educação e maioria não sabe quem é o vice

Pesquisas Datafolha mostram o nível de despolitização do brasileiro. Fica muito difícil querer que a turma entenda a atual conjuntura, por Jackson da Viola

Foto: Reprodução
Do leitor Jackson da Viola

Juntando o resultado das pesquisas, vemos claramente o nível de (des)politização da maioria de nossos cidadãos. Fica muito difícil querer que a turma entenda a atual conjuntura e o projeto “Brasil neo-colônia” da elite endinheirada (mais ”irmãos do norte”). Faltou muita “educação política” de base, explicar desde a mais “tenra idade” o que é Republica, Democracia e Cidadania, como funcionam o sistema político, os Poderes e a representatividade.

Fé religiosa é mais importante que educação para mudar de vida, diz brasileiro em pesquisa. Levantamento feito por Oxfam e Datafolha (leia aqui) mostra visões diversas sobre como reduzir desigualdade no país.

Um trecho:
Quanto às prioridades que levariam a uma melhora de vida, os entrevistados tiveram de elencar em ordem de importância oito aspectos pré-definidos. Aquele que recebe o maior contingente de prioridades é a “fé religiosa”, com 28%, seguido por “estudar” (21%) e “ter acesso à saúde” (19%). Em último, aparece “cultura e lazer”, com 2%.

E seis de cada 10 brasileiros não sabem quem é o vice de Bolsonaro (aqui).

Se Mourão fosse um vice “apagado/discreto” a pesquisa não seria tão reveladora, mas no caso do atual vice que está “estampado” nas mídias “dia sim e outro também” é bastante “sintomático” a (des)politização do nosso povo.

Redação

2 Comentários

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  1. Tenho falado sobre essa despolitização e da falta de cultura do brasileiro. Uma e outra são importantes para que o Pais não seja apenas um peão nas mãos dos poderosos, mas uma verdadeira nação. E o que temos hoje na condução da Educação brasileira não poderia ser mais catastrofico.

  2. Prezada Maria Luiza
    Não sei qual é o grau de politização do povo brasileiro, e este é um julgamento que depende do nível idealizado. Mas no momento estou desinformado. Pois politizado ou não, com certeza o povo brasileiro é o mais mal informado. Nossa concessões públicas de radio televisão e nossa imprensa escrita e agora “internética” constituem, sem dúvida, a principal arma de desinformação e de concentração de poder. A informação é a palavra chave , pois a visão política de mundo depende dela. A imprensa e a mídia criaram um fosso invisível, onde a realidade do outro lado, mal pode ser vista.
    Mas temo que não posso utilizar esta generalização onde toda a culpa recai sempre sobre a tal ” população brasileira”. Esta população desinformada e com pouco acesso ao conhecimento, paga o pato por esta casta que detém conhecimentos e informação . Não se pode acusar de falta de cultura, um Ministro como Barroso, ou Weber, e todos os outros. Mas o que é que isto significa ? (Nada) .

    Como compreender tantas pessoas com tantos diplomas seguindo um mentecapto como Olavo de Carvalho que também tem muitos diplomas e muita “cultura”. Não se pode falar que Guedes e Moro não tenham tido e acesso a educação, no entanto pode-se notar que são ignorantes sociais. No caso de Guedes é grave, pois se estudou economia, devia saber vinculá-la a uma realidade. Guedes pensa que planilha é a realidade, e que desemprego é apenas um índice que pode desaparecer se intervir no IBGE. No caso de Moro, depois do conge, fico em dúvidas quanto a sua cultura, mas com certeza, conhecimento para ele é essencialmente uma arma de poder .
    Não se pode chamar o príncipe da Academia FHC de ignorante nem desinformado. Mas foi ele e todo os doutos de seu partido que deram apoio a esta destruição total que ora voga no país.
    Não foi por falta de educação ou cultura da população que o nazismo proliferou, em toda a Europa nos anos 40 do século passado, e volta a proliferar. E não se pode dizer que não havia movimentos politizados naquela Alemanha.
    Portanto acho que temos que compreender melhor qual é de fato o nosso problema.
    Continuamos sendo um país com uma cultura e arte e música porém…. Eu defendo ardentemente a educação e a ciência, mas todos devem ter consciência que o conhecimento é o objeto de desejo. E grupos tem-se apropriado deste conhecimento para impor seus interesses. O conhecimento é um campo de luta, pois fica evidente que quem se apropria do conhecimento o tem utilizado como arma de destruição em massa.
    Bolsonaro teve acesso ao conhecimento e sabe do poder contido nele. Mas incapaz de dominar o conhecimento, nutre um ódio intestino e quer destruí-lo. Bolsonaro e os seus são mestres em estimular os mais baixos instintos, e agora Bolsonaro tenta mobilizar aqueles cujos sentimentos estão marcados pela exclusão e obstáculos de acesso. Daí o MEC ser uma de suas prioridades, não como educação, mas como arma para destruir toda possibilidade de conhecimento.

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