“Batom na cueca”, diz Dilma sobre Sergio Moro virar ministro após prisão de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Em Buenos Aires nesta segunda (19), participando do 1º Fórum Mundial de Pensamento Crítico (CLACSO2018), a ex-presidente Dilma Rousseff comentou a decisão de Sergio Moro em virar ministro de Jair Bolsonaro após condenar e executar a prisão de Lula. “A gente pode escolher entre duas metáforas: ou o rei, no caso o juiz, está nu, ou, como dizemos no Brasil, tem ‘batom na cueca'”, comentou a petista.

“Essas duas hipóteses, que significa uma coisa só, evidenciam o caráter de lawfare que existe no Brasil. Se utiliza do biombo da Justiça para condenar, perseguir, interditar”, explicou.

A presidente deposta afirmou que a “radizalização” desse das leis poderá levar à prisão as lideranças sociais mais importantes do País e vai “servir até contra quem divergir” do próximo governo. “Por isso a necessidade de uma frente democrática. Tem que juntar todos, quem vai combater o autoritarismo, as perdas de direito e a alienação da soberania nacional.”

Dilma comentou que com Bolsonaro o “Brasil entrou numa rota muito trágica. Corremos o risco de sair da democracia e do estado de exceção [que se instaurou depois do golpe do impeachment], que já corrói a democracia, para entrarmos numa variante neoliberal e neofascista.” Na visão da petista, o “impeachment foi feito para reenquadrar o Brasil no neoliberalismo, do qual os últimos governos latino americanos haviam se afastado.”

A presidente deposta afirmou ainda que uma nova forma de fazer política ficou provada com a eleição de Bolsonaro. Muito menos dependente de estrutura partidária e recursos financeiros, mas ligada às redes sociais.

Respondendo a uma das perguntas sobre a influência de ouros países nos fatos que culminaram na vitória de Bolsonaro, Dilma comentou que não tem dúvida de que os interesses estrangeiros tiveram peso nos principais eventos, desde sua queda do poder.

Mesmo no pleito eleitoral, há indícios de que parte da estrutura de fake news montada nas redes sociais teve participação de agentes estrangeiros. “(…) mas a dimensão [dessa influência] precisa ser levantada pela história, porque uma coisa precisa ser dita aqui: a elite brasileira, que muitos chamam de elite do atraso, é competente para dar golpe por si mesmo”, por ideologia e falta de preocupação com o povo.

Ao final, Dilma disse que precisava falar de “algo gravíssimo”: “Em todos os nossos países da América Latima temos de nos preocupar com o papel da Justiça. No Brasil, a Justiça tutelou a democracia e, através da Lava Jato, fez a justiça do inimigo com a desculpa de combater a corrupção.”
 
“A grande maioria dos corruptos está solta. Quem está preso é Lula, contra quem não há provas, mas delações absolutamente frágeis”, apontou Dilma.
 
A presidente afirmou que será preciso ao PT fazer alianças pontuais, mas amplas, para combater “todas as formas neofascistas”, para “persuadir a Justiça a barrar todas as características do neofascismo [no governo Bolsonaro]”, principalmente “o uso da violência contra aqueles que eles consideram seus inimigos, e não adversários, políticos.”
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. “Batom na cueca”, disse Dilma

    “Batom na cueca”, disse Dilma sobre Sergio Moro virar Ministro da (in)Justiça de J. Discordo. Nesse caso a marca do batom usado na bunda pelo ex-político da J ficou marcada indelevelmente nas bolas murchas do Sieg Heil Führer tupiniquim.

  2. Não que eu discorde da Dilma,

    Não que eu discorde da Dilma, mas a reportagem da “Dilmaluca” da Isto é, assinada pela Débora Bertgamasco, aquilo ali, foi literalmente, um batom na cueca do seu ex-ministro da Justiça e até hoje “Homem de confiança”, Zé da Justiça. E dilma não falou nada e ainda confia nesse traste

    Agora outro “Batom na cueca” foi a indicação do Levy para presidente do BNDES do Bolsonaro.

    Dilma cercada de tantos traíras não parece ser conivente ??? SErá que não é ela quem está sendo pega ???

  3. Não que eu discorde da Dilma,

    Não que eu discorde da Dilma, mas a reportagem da “Dilmaluca” da Isto é, assinada pela Débora Bertgamasco, aquilo ali, foi literalmente, um batom na cueca do seu ex-ministro da Justiça e até hoje “Homem de confiança”, Zé da Justiça. E dilma não falou nada e ainda confia nesse traste

    Agora outro “Batom na cueca” foi a indicação do Levy para presidente do BNDES do Bolsonaro.

    Dilma cercada de tantos traíras não parece ser conivente ??? SErá que não é ela quem está sendo pega ???

  4. Vamos contar a historia real

    Se fosse elencar as razões pelas quais derrubaram a presidenta Dilma, teriamos muito a dizer desde que ela mexeu nas taxas de juros e o Itau deixou bem claro seu odio (porque descontentamento é outra coisa), depois as Comissões da Verdade, a busca pela verdade sobre a morte de João Goulart e o enterro digno que Dilma lhe conceceu enqunto ex-presidente e o fator principal foi ela ter colocado Graça Foster na Petrobras para acabar com a corrupção na estatal. Esse é o começo de seu fim. Por isso que ouvir dos inocentes uteis, retardados mentais e os manipuladores de opinião que o PT é um bando de ladrão não da mais.  A gente precisa escrever essa historia como ela se passou. 

  5. Ah, Dilma, quisera eu

    Ah, Dilma, quisera eu defendê-la sem restrições, mas não dá. Desculpe galera do GGN, mas já disse uma vez e repito. A Dima foi o maior acerto ético do Lula e seu maior erro político. Travada, sem carisma e excessivamente protocolar. Quando se reelegeu, graça ao Lula, achou que governaria por osmose. Acreditou nas instiruições, tanto que elegiou-as em frente o Obama em New York, colocaou um sem noção no ministério da justiça e naquele momento aquele sentimento que que tudo iria desembocar na prisão do Lula me veio sem que eu controlasse. Infelizmente a minha premuniçao se concretizou.  E não quero desanimar a galera da esquerda, mas estou pensando que o cinismo vai continuar mandando na república do golpe e da hipocrisia e, como já vimos num post anterior, vão pedir a união dos poderes com a mídia e esta com o capitão e em cima da llambança do golpe e da destruição do pais, vão colocar uma lama podre e mentir ao povo, que é absolutamnte mentível, que tudo está uma maravilha. Pra quem colocou o bolsonaro na presidência, isto não nda difícil.E porque isto aconteceu? Poque houve uma sujeira total na república e uma presidenta não percebeu o que estava contecendo , entregando sem resistêcia um projeto de país e o seu maior líder a uma matilha de golpistas safados.

  6. Acho que a ex-presidente
    Acho que a ex-presidente derrapou nas palavras ao falar que poderia até fazer aliança até com o diabo para combater Bolsanaro,e aí algumas mídias editam a fala e a coisa fica feia ,acaba ficando na defensiva depois ,pra explicar esse tipo de alianças.

  7. Por suposta ameaça, Moro quer tudo o que tem e não tem direito

    Numa entrevista ao Fantástico, o $érgio Moro disse:

     “O que a Constituição proíbe é que um juiz assuma um cargo Executivo. Eu não estou assumindo (ainda) nenhum cargo. Eu tenho recebido por conta dessas políticas que nós queremos implementar em Brasília diversas ameaças. Vamos supor que, daqui a alguns dias, eu peça uma exoneração. Daqui a alguns dias, acontece alguma coisa comigo, um atentado. EU, TUDO BEM, MORRO, FAZ PARTE DA PROFISSÃO. Não gostaria, evidentemente. Mas minha família fica desamparada. Fica sem qualquer pensão.”

    Por sentir-se ameaçado de morte, o $érgio Moro quer não apenas tudo o que tem mas também tudo o que não tem direito. Enquanto el Matador não vem ou se ele não vier, o $érgio Moro vai abofelando indevidamente recursos públicos.

    Ave, Bolsonarus, moriturus $érgio Moro te salutat

     

    Então a Constituição só proíbe o $érgio Moro de exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério?

    Ora, bolas, o Inciso III, do parágrafo único, do art. 95 da CF também veda aos juízes a dedicação à atividade político-partidária.

    Se tivéssemos jornalistas de verdade, alguém poria $érgio Moro numa saia justa quanto ao disposto no art. 95, parágrafo único, III, da CF. Mas como não temos, ao $érgio Moro é permitido dedicar-se à atividade político-partidária de toga, só não pode acumular cargos no executivo e no judiciário.

     

    Se o $érgio Moro for derrotado, a sua derrota decorrerá de sua virtude ou da sua fraqueza?

    Sei lá, pero, diria Brecht:

    “É necessária coragem para se dizer a verdade a nosso próprio respeito, sobre os vencidos que somos. Muitos perseguidos perdem a faculdade de reconhecer as suas culpas. A perseguição parece-lhes uma monstruosa injustiça. Os perseguidores são maus, dado que perseguem, e eles, os perseguidos, são perseguidos por causa da sua virtude. Mas essa virtude foi esmagada, vencida, reduzida à impotência. Bem fraca virtude ela era! Má, inconsistente e pouco segura virtude, pois não é admissível aceitar a fraqueza da virtude como se aceita a humidade da chuva. É necessária coragem para dizer que os bons não foram vencidos por causa da sua virtude, mas antes por causa da sua fraqueza. A verdade deve ser mostrada na sua luta com a mentira e nunca apresentada como algo de sublime, de ambíguo e de geral; este estilo de falar dela convém justamente à mentira. Quando se afirma que alguém disse a verdade é porque houve outros, vários, muitos ou um só, que disseram outra coisa, mentiras ou generalidades, mas aquele disse a verdade, falou em algo de prático, concreto, impossível de negar, disse a única coisa que era preciso dizer.

    Não se carece de muita coragem para deplorar em termos gerais a corrupção do mundo e para falar num tom ameaçador, nos sítios onde a coisa ainda é permitida, da desforra do Espírito. Muitos simulam a bravura como se os CANHÕES estivessem APONTADOS SOBRE ELES; a verdade é que apenas SERVEM DE MIRA DE BINÓCULOS DE TEATRO. Os seus gritos atiram algumas vagas e generalizadas reivindicações, à face dum mundo onde as pessoas inofensivas são estimadas. Reclamam em termos gerais uma justiça para a qual nada contribuem, APELAM PELA LIBERDADE DE RECEBER A SUA PARTE DUM ESPÓLIO QUE SEMPRE TÊM PARTILHADO COM ELES. Para esses, a verdade tem de soar bem. Se nela só há aridez, números e factos, se para a encontrar forem precisos estudos e muito esforço, então essa verdade não é para eles, não possui a seus olhos nada de exaltante. Da verdade, só lhes interessa o comportamento exterior que permite clamar por ela. A sua grande desgraça é não possuírem a mínima noção dela”.

     

    Vai te empanturrar de chumbinho, Camundogo de Curitiba nojento.

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