Dilma: “Da tortura emerge a convicção de que o direito humano básico é a democracia”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Em passagem pela Espanha nesta semana, a ex-presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista ao programa LaTuerka, ocasião em que falou sobre como o regime militar impulsionou toda uma geração a buscar um caminho para a redemocratização a partir das experiências com tortura institucionalizada e morte.

Dilma relembrou a época de resistência por meio da arte, de guerrilha, de prisão e de tortura e disse que, ali, ela e seus companheiros tiveram de reavaliar a estratégia para levar o País a um regime político justo, onde a “tortura fosse inadmissível”, em que uma democracia pudesse prosperar sem que vidas fossem sacrificadas. “Da tortura emerge a convicção de que o direito humano básico é a democracia”, pontuou.

“Esse tema da tortura e da democracia é muito atual”, disse Dilma, ao citar que vivemos um regime de tortura com a finalidade de combater inimidos políticos. Ela citou os Estados Unidos como nação que ainda autoriza a tortura como método de investigação. “A nossa democracia ocidental como nós a conhecemos está sendo ameaçada pelo avanço do Estado de exceção”, avaliou.

Afastada pelo impeachment, Dilma falou também sobre os governos do PT e suas conquistas sociais e sobre o contexto político e econômico que levou à sua queda. Ela disse que a política fiscal de seu governo foi criminalizada apenas para se criar uma justificativa plausível para o “golpe” iniciado pelo PSDB, que não aceitou a quarta derrota consecutiva nas urnas.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Excelente entrevista da Presidenta Dilma

    Ela foi didatica e conseguiu explicar muito bem a historia politica brasileira. Parabéns ao Pablo Iglesias que entrevista como poucos, com vontade de ouvir o que o interlocutor tem a dizer.

  2. Guerrilheiros nunca quiseram democracia “burguesa”

    Os grupos guerrilheiros jamais exigiram em seus manifestos o retorno do ex-presidente Goulart ou a restauração da constituição de 1946, mesmo porque consideravam o regime pré-1964 uma democracia “burguesa” que não era o que eles almejavam. O que tinham em mente era a instauração de um regime revolucionário estilo cubano, aquela democracia de partido único. Só se conformaram com as regras da desprezada democracia burguesa quando da campanha das diretas-já.

    Se Dilma afirma que é da tortura emerge a convicção que o direito humano básico é a democracia, temos que concluir que guerrilheiro só vira democrata depois de apanhar muito.

    1. guerrilheiros…..

      Pedro: e não censuraram seu comentário? As coisas estão melhorando. Depois de mais de meio século, nossa elite esquerdopata tupiniquim não aceita esta verdade que você escreveu. E se dizem democratas. Eleições obrigatórias. 3 Presidentes empossados pelo Congresso entre 5. E na semana passada escrevendo neste espaço que Jânio, eleito Presidente da República, queria dar o golpe para voltar, advinhe? Presidente da República. Onde você acha que este país vai com este nível de discussão em pleno 2017? abs. 

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