Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora

Dilma não tem habilidade para governabilidade

Por Juliano Santos

Ref. ao post Aguardando o Senhor Crise

Discordo da parte que fala de inabilidade na política econômica e de partidos que fazem ‘o jogo raso do presidencialismo de coalizão”. A Dilma enfrenta essa crise política exatamente porque rejeita e/ou não consegue fazer essa política, que é a única que temos no momento para se manter a governabilidade.

Falta à Dilma, a habilidade de fazer “o jogo” da governabilidade, enquanto lidera uma reforma política que vá eliminando aos poucos os vícios do sistema, da Real Poltik.

O Brasil não se dá bem com rupturas bruscas, ou com enfrentamentos frontais. Os presidentes bem sucedidos, ou que pelo menos levaram seus mandatos até o fim, foram os conciliadores, como o Jucelino, o Itamar, o Lula, por exemplo, inclusive o FHC. Até podemos considerar que Getulio sacrificou sua vida em nome da conciliação. Adiou por uma década o inevitável confronto direta x esquerda que a Guerra Fria espalhou pelo mundo.

Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora. O que ela tem dificuldade por ter sua formação polítca no confronto direto e armado, inclusive. Se ela conseguir, leva o governo em condições razoaveis, para que em 2018, as forças antogônicas disputem o poder em 2018, com ou sem estadista do porte daqueles. Não creio que seja tão díficil, sabendo-se que a situação só está assim porque a presidenta cometeu erros inacreditáveis um atrás do outro. Erros políticos, esses muito mais graves que os econômicos

 

Redação

17 Comentários

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  1. É a mesma coisa que ficar

    É a mesma coisa que ficar discutindo o sexo dos anjos.

    No mundo real oque acontece é que Dilma (ou qualquer presidente) é refem de um SISTEMA POLITICO corrupto.
    Vão existir aqueles que como Lula tem mais traquejo para lidar com isso e os que como Dilma tem menos.

    É de uma perversidade sem tamanho, um Presidente da Republica ser julgado com base nisso, mas é oque acontece.

    Enquanto não houver uma reforma política e judicial o Brasil vai ficar nesse vai-não-vai.
    E infelizmente não existe a MENOR vontade política em mudar esse quadro.

    Dilma é honesta, boa gestora e bem intencionada. Tem lá seus defeitos, como o de não dar o braço a torcer.
    Mas ter “apenas” essas qualidades (qualidades essas cada vez mais raras de se encontrar em uma pessoa) acabam a tornando uma vítima do sistema politico viciado.   

  2. Ponto!
    Eh um mal para o Brasil agora.
    Pode haver uma volta e perde as conquistas. Ate chegar a uma crise ou guerra civil.
    Ponto um vazio na presidencia!
    Boa, honesta, etc nao valem, habilidade e coragem politica valem para avancar sobre uma crise. Ai conhecemos o poder, o lider, fazendo a diferenca.

  3. Coitada da Dilma, tem que ser

    Coitada da Dilma, tem que ser multifacetada.

    Tem que saber falar.

    Tem que se comunicar melhor

    Deixar de ser mandona

    Tem que inaugurar mais obras.

    Tem que ser mais paciente, principalmente com o Aécio e FHC.

    Tem que ir no Faustão

    Tem que ser mais petista

    Tem que fazer a lei dos médios no grito, doa a quem doer.

    Tem que ir mais no programa da Ana Maria fritar mais ovo.

    Tem que parar de mandar os seus interlocutores para pqp.

    Tem que parar de fazer beicinho

    Segundo a Cristiano Lobo, a Dilma tem que arrumar um marido para ter com quem se preocupar, e parar de encher o saco dos outros.

    Tem que ser igual ao Lula.

    Tem que se reinventar.

    Só que as pessoas não percebem, que por detrás da presidenta, tem um ser humano, com seus medos, fraquezas, inseguranças, dúvidas, incertezas, ansiedades, pavor, tremor…

    A Dima é o que é, e não vai mudar, até porque ela ja passou da idade.

    Aceitemos ou não a Dilma como ela é, pois a presidenta  está limitada pelo seu ser.

    Quem não concorda peça o seu impeachement, no dia 15 terás uma grande oportunidade.

    E dúvido que qualquer um de nós faria melhor ou diferente do que ela vem fazendo, levando-se em consideração a conjuntura atual.

    Incluo na lista o dono do blog.

    Falar que um jogador perdeu um gol cara à cara é fácil, quero ver entrar lá e fazer o gol nas mesmas circunstância.

     

    1. Presidencia do Brasil não é da Sagrada Ordem de Jesus!

      Entrou na chuva e não quer se molhar! Porque entrou?  Deixasse o Lula voltar!

      1. E quem falou que ela não quer

        E quem falou que ela não quer se molhar ?

        Desde a sua reeleição ele vive dentro de um temporal, com chuvas torrenciais de mais de 200milimetros diários.

        Só de água daria para encher o cantareira uma dez vezes.

  4. Ela está fazendo o que não sabe…

    Dilma não é política, então porque querer fazer política. Não tem o jogo de cintura nem é cobra criada como o presidente Lula.

    Ela deve ir para o pau. Chutar o pau da barraca.

    O problema do Brasil é que não consegue absorver/captar a arrecadação de quem históricamente nunca pagou impostos. Tributa somente quem já é tributado.

    1. Tributação

      O mais injusto é que o assalariado é o que mais paga. Veja os balanços dos principais bancos. Lucros absurdos e imorais, são os que pagam menos impostos proporcionalmente.

  5. Perfeito

    Perfeito, Juliano, concordo com você.

    Também vejo dessa forma, de que a Dilma foi forjada no confronto, e não faz o jogo porque não tolera o sistema atual da governabilidade.

    Nesse sentido, ela está pagando por ter uma visão ideal dos processos, ao invés de ter a paciência de construir paulatinamente as possibilidades de mudança desses processos. 

  6. Dilma foi eleita. O poder
    Dilma foi eleita. O poder dela deriva da “soberania popular” (art. 1o. Da CF/88). Governabilidade é uma invenção daqueles que querem coagir a Presidente ou extorquir algo dela. Dilma não precisa contemporizar e sim descer o sarrafo administrativo e financeiro nas costas dos rebeldes. Quem não apoiar o governo tem que ficar a pão e água e não ser tratado a pão de ló. Pau neles Dilma…. sem dó.

  7. Discordo dessa leitura do

    Discordo dessa leitura do Juliano.

    Vejo uma tendência crescente de colocarmos a culpa de tudo que aconteceu nos últimos 4 anos e do momento atual nas costas da suposta “falta de habilidade política” de Dilma.

    Penso que essa é uma leitura equivocada, sustentada pelo senso comum: fácil de fazer e completamente errada.

    Dilma está refém de um sistema em que não se pode separar o político e o econômico. Muita gente esquece que o Estado não é independente do mundo econômico. A escolha do PT foi tentar viver dentro da realpolitik: não houve um único movimento, seja dentro da sociedade política ou na tão importante sociedade civil, para construir uma alternativa a isso em 12 anos. Lula também não o fez.

    A realpolitik é uma consequência direta de um modelo econômico. Ignorar isso é esquecer como funcionam as campanhas, o financiamento e mesmo o dia-a-dia, a luta por uma hegemonia, um modo de pensar. A imprensa oposicionista que o diga, ela faz essa luta pelo conservadorismo todos os dias com suas mentiras e manipulações. O jogo é esse e não o enfrentamos.

    De novo: foi uma escolha. Equivocada, pois sustentada numa crença de que poderíamos “negociar” e manter essa lógica de “governabilidade” por muitos anos. Achamos que poderíamos “domar o leão”, como tantos outros reformistas tentaram ao longo da História. Era impossível. Erramos de novo. Vejamos daqui pra frente se aprendemos algo.

    O problema, em suma, é que a lógica da realpolitik trabalha em uma espiral CRESCENTE. Ou seja, ela não é e nunca será estável. O lado progressista, ao aceitar as regras desse jogo (de cartas marcadas), terá sempre, SEMPRE que oferecer mais no ano seguinte do que ofereceu no ano anterior.

    É esse reconhecimento que muitos parecem não fazer: o problema é de fundo e vem crescendo desde 2003, pois o lado conservador foi se fortalecendo em TODOS os campos. Só que agora ele está aparecendo na superfície. Não é um gelo solto: é um iceberg que se formou nesse vácuo deixado pelo PT ao não fazer reforma política, reforma tributária, reforma urbana, reforma agrária ou regulação da mídia, e por ignorar a luta na sociedade civil, nas estruturas civis, onde se formam os consensos.

    “Ah, mas a correlação de forças não era/é favorável para essas reformas!”. Ouvimos isso durante DOZE ANOS. Quando se diz que Dilma deve aceitar o atual modelo de governabilidade “enquanto lidera uma reforma política que vá eliminando aos poucos os vícios do sistema, da Real Poltik”, a pergunta óbvia fica sendo: por que então NADA, NADA foi feito para eliminar esses vícios nos últimos 12 anos, mesmo em situações muito mais favoráveis de aprovação popular?

    Repito: foi uma escolha, uma ilusão de que esse tipo de sistema seria sustentável. Como tantos outros reformistas acreditaram ao longo da História.

    Dilma, para quem a conhece de verdade, tem muita, mas muita habilidade política. Ela negociou diretamente com prefeitos, deputados, governadores centenas de obras do PAC desde 2007, dentre inúmeros outros programas na Casa Civil. O que mudou (para pior, sempre) foram as condições para negociação nessa lógica do atual sistema econômico E político. E vão continuar piorando, pois a ganância desse sistema não tem fim.

    Não caiam nessa leitura “fácil” de “é culpa da Dilma”: vai apenas gerar um bode expiatório extremamente injusto. O problema é sistêmico, Lula também estaria enfrentando esse mesmo esgotamento, essa mesma exigência por mais e mais concessões à direita. E sim, estamos numa situação muito mais difícil para mudar agora, pois durante 12 anos a força se acumulou somente do outro lado. Esvaziamos as lutas na sociedade civil e na esquerda em nome do mantra da governabilidade. Erro gravíssimo.

    E até agora não vi autocrítica e mudança de rumos. Pelo contrário: optamos pelo fiscalismo ortodoxo e aceitamos uma briga no campo da “boçalidade do mal”, conforme excelente texto da Eliane Brum publicado aqui no blog.

    Uma pena.

  8. Bom post, mas Dilma não se reinventa, nem sabe conciliar

     

    Juliano Santos,

    Acompanho seus comentários com os quais concordo a maioria das vezes.

    Fiz uma crítica ligeira ao post “Aguardando o Senhor Crise” de terça-feira, 03/03/2015 às 06:00, de autoria de Luis Nassif e onde havia o seu comentário que originou neste post “Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora” de terça-feira, 03/03/2015 às 15:34, aqui no blog de Luis Nassif. Não li lá o seu comentário, enviado terça-feira, 03/03/2015 às 10:44. E o meu comentário, enviado terça-feira, 03/03/2015 às 21:45, foi apenas crítico ao endeusamento que Luis Nassif faz do combate à inflação e à expectativa que ele nutre pelo processo de conciliação nacional. Como eu costumo dizer é preciso muito maestria para que qualquer campanha de conciliação nacional não sirva apenas para esconder os erros do passado muito deles que precisavam ser criminalizados. Ou então, o que é tão pior, é preciso muita maestria para o processo de conciliação nacional não seja conduzido pela mão de ferro do fascismo em direção ao mesmo. Maestria de rara ocorrência, pois salvo no após Guerra não creio que se possa mencionar algum país democrático onde algo parecido tenha ocorrido.

    Como eu disse não li o seu comentário. Se tivesse lido e se tivesse tempo provavelmente não o comentaria, pois normalmente não comento quando concordo com a análise com uma ou outra questiúncula da qual eu discorde. No caso deste post “Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora”, considerei um pouco fora do que você disse o subtítulo utilizado junto a fotografia da presidenta Dilma Rousseff em que se diz “Dilma não tem habilidade para governabilidade”. O que você disse foi que ela não tem a “habildade de fazer “o jogo” da governabilidade, enquanto lidera uma reforma política que vá eliminando aos poucos os vícios do sistema”. Quer dizer ela não teria a habilidade para fazer as duas coisas ao mesmo tempo e, além disso, você faz uma distinção entre governabilidade e “jogo” da governabilidade para o qual ela não tem habilidade.

    Eu considero que um problema do seu comentário neste aspecto da governabilidade diz respeito a um equívoco que existe na concepção ideológica de Luis Nassif. Se é para manter a audiência ou se é intrínseco ao pensamento de Luis Nassif, penso que ele idealiza a política e dai parte para afirmações como “o jogo raso do presidencialismo de coalizão”. Na democracia representativa envolvida na luta da composição de interesses conflitantes realizada por representantes dos interesses e não pelos interessados diretamente, o jogo do presidencialismo de coalização não é raso, mas sim elevado. Só políticos com muita habilidade que sabem como ceder, o que ceder, quando ceder para obter os ganhos que ele pretende assegurar aos seus representados é que participam do jogo do presidencialismo de coalização. Então tanto o jogo como os políticos participantes desse jogo são supreendentemente capazes para a realização de um processo que exige habilidade e muita experiência.

    Entre os democratas só chama de jogo raso do presidencialismo de coalizão quem não aceita o processo de composição de interesses conflitantes realizada por representantes dos interesses e não pelos interessados diretamente. Os críticos do jogo do presidencialismo de coalização realizado dentro da lei são de dois tipos. O crente da democracia direta e o crente do idealismo.

    Assim, entre os críticos do jogo do presidencialismo de coalizão, há os defensores da democracia direta que não perceberam que mesmo que todos pudéssemos votar a todo momento toda vez que houvesse uma decisão, esta decisão por ser pontual e seria uma decisão inferior à decisão tomada no parlamento.

    No parlamento a decisão é alcançada no desenrolar de um processo em que há os acordos, os conchavos, as barganhas, os toma-lá-dá-cá, os é dando que se recebe, ou seja, há o fisiologismo, essência da democracia representativa, e que protege os grupos minoritários da exclusão que a democracia direta produz. A esquerda que quer o avanço da democracia não deveria aceitar a democracia direta, porque esta é autoritária e ditatorial.

    Eu a aceito, na escolha do presidente da República, o uso do voto direto porque o poder de um presidente da República é limitado no tempo e ele tem de estar em interação com os outros poderes. E sou contra a eleição em dois turnos porque considero que o mecanismo dos dois turnos é uma forma de evitar que forças minoritárias alcancem o poder de chefe de executivo. Além do que já mencionei, a razão principal para aceitar a escolha via votação direta de um presidente da República que tenha amplos poderes, reside no fato de que a eleição direta do presidente da República apesar de ter este viés defeituoso da manifestação direta, isto é, não permite os acertos, os acordos, as barganhas entre as partes interessadas, ela é um momento máximo de manifestação de igualdade, que é o principal valor da democracia.

    Um governo de todos, isto é, escolhido por todos, iguala cada um com o outro. Assim ao possibilitar que desiguais tenham um momento de igualdade independentemente do interesse que cada um representa, dos bens que cada um possui ou do conhecimento que cada um adquiriu, a democracia concede a cada um poder tão grande que torna a democracia ainda superior. Por existir a correspondência de a cada eleitor um voto e todos são eleitorres todos se igualam e por isso eu defendo a eleição direta de presidente da República. Não fosse por isso eu preferiria o parlamentarismo, por ser o sistema de governo em que o fisiologismo é mais presente, uma vez que todo o poder é conferido ao parlamento local próprio para as composições fisiológicas.

    E os outros críticos são os idealistas. Acreditam que a democracia representativa possa funcionar sem fisiologismo. São os platonistas (Toda vez que eu escrevo esta palavra ela vira plantonista e a mensagem perde o sentido). Pensam na República de Platão e querem que ela exista. A República de Platão é o atraso, o retrocesso. Não só porque ela não é funcional, mas principalmente porque sendo pontual ela não permite a composição.

    Enfim, o grande defeito da presidenta Dilma Rousseff é pensar como o Luis Nassif e considerar o jogo do presidencialismo de coalizão como um jogo raso. Luis Nassif e a presidenta Dilma Rousseff são idealista.

    Eu também queria fazer uma crítica ao título deste seu post “Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora” de terça-feira, 03/03/2015 às 15:34. Impressionante como Luis Nassif capitou o seu recado e aproveitou o próprio texto seu para intitular o post. Esquecendo a crítica a que eu me referir que fizera junto ao post de Luis Nassif e que consistia em criticar a defesa que ele faz ao espírito de conciliação que, em meu entendimento, não é propriamente ajustado ao funcionamento da democracia, e fazendo a ressalva de que você talvez tenha um pouco de razão, tenho duas discordâncias em relação ao título em que diz sobre duas necessidades que a presidenta Dilma Rousseff teria que atender. Não creio que agora na altura da vida, a presidenta Dilma Rousseff tenha capacidade de se reinventar. E não creio que ela tenha uma veia conciliadora.

    De todo modo, nos últimos meses a presidenta Dilma Rousseff deu declarações de uma superioridade tamanha que a menos que tenha sido fruto da sorte revelam uma processo de conhecimento sobre a realidade brasileira de rara perspicácia. Sem esquecer a própria escolha de Joaquim Levy, alguém que trabalhou para o PMDB do Rio de Janeiro e alguém que a direita via com bons olhos, ser nomeado para enfrentar o PMDB (principalmente do Rio de Janeiro) e propor maldades que recaem sobre a direita, revela alta dose de sabedoria. Salvo a questão do seguro desemprego, a maioria das alterações que estão sendo propostas recaem sobre o empresariado. E a questão do casamento com diferença de idade diz mais respeito a salários elevados onde esta prática é mais frequente e são pessoas que ainda que vote na esquerda tem mentalidade de direita. Também considerei bem a contento o pito de imediato no Nelson Barbosa. As duas declarações para as quais eu chamo atenção são a primeira dita ainda em 2014 quando a Marta Suplicy apresentou a Carta Renúncia. A matéria saiu aqui no post “Dilma diz que já sabia da demissão de Marta, e defendeu crítica à economia” de quarta-feira, 12/11/2014 às 11:20, e pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-diz-que-ja-sabia-da-demissao-de-marta-e-defendeu-critica-a-economia

    A reação da presidenta Dilma Rousseff expressa no próprio título do post levou à seguinte afirmação de JC. Pompeu que tem sido relativamente crítico do PT:

    “de hora em hora o lulopetismo melhora…”

    E o segundo momento foi agora no pito ao ministro Joaquim Levy. Em um comentário que eu pretendo transcrever aqui e que eu enviei para você lá junto ao post “Os desafios da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 01/12/2014 às 05:47, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, há uma passagem em que eu falo sobre o endeusamento que a direita faz sobre Joaquim Levy lembrando da formação dele em Chicago. Endeusamento que alguns economistas gostam de relativizar como fez o Paul Krugman no post “Larry Kudlow and the Failure of the Chicago School” de segunda-feira, 02/03/2015 às 09:31 am e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2015/03/02/larry-kudlow-and-the-failure-of-the-chicago-school/?_r=0

    Enfim, é isto: não se pode esperar muito de Joaquim Levy, mas creio que ele dará conta do recado. E a presidenta Dilma Rousseff saberá dizer a cada momento das declarações de Joaquim Levy que revelam bem onde ele fez as pós-graduações dele que se trata apenas de declarações infeliz. Aliás de um modo indireto o SLeo, em comentário enviado segunda-feira, 02/03/2015 às 09:21, apoiou a declaração da presidenta Dilma Rousseff ao criticar o Aldo Fornazieri pelo artigo dele transformado no post “O ajuste fiscal e a esquizofrenia esquerdista, por Aldo Fornazieri” de segunda-feira, 02/03/2015 às 21:07, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-ajuste-fiscal-e-a-esquizofrenia-esquerdista-por-aldo-fornazieri

    Vou encaminhar aqui para este post “Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora” de terça-feira, 03/03/2015 às 15:34, como um comentário separado deste o comentário que enviei segunda-feira, 01/12/2014 às 19:29, para você junto ao post “Os desafios da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 01/12/2014 às 05:47, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/os-desafios-da-politica-economica-de-dilma

    O meu comentário foi enviado para um comentário seu enviado segunda-feira, 01/12/2014 às 10:14. Talvez ele ficasse melhor se colocado junto ao seu comentário quando estava lá no post “Aguardando o Senhor Crise” de terça-feira, 03/03/2015 às 06:00.

    Há outro comentário meu para você que talvez tenha um comentário de Marco Antonio Castello Branco e que com certa frequência eu tenho transcrito aqui no blog de Luis Nassif. Se eu achar o meu comentário para você fazendo referência para o comentário de Marco Antonio Castello Branco eu o transcrevo. Se não o achar eu transcreverei apenas o comentário de Marco Antonio Castello Branco que é mais fácil para eu achar.

    E resumindo considero que a presidenta Dilma Rousseff não tem realmente a capacidade política da articulação porque considera que o jogo político da governabilidade é raso. Ao mesmo tempo há que considerar que ela foi escolhida exatamente por esse defeito. E de certo modo, se for feita uma análise bem circunstanciada de toda a realidade brasileira e mundial e como a presidenta Dilma Rousseff administrou o pais no período vai-se chegar a conclusão que ela foi eminentemente técnica atuando do modo mais racional possível.

    Transcrevo a seguir um parágrafo do post “Nada será como antes” de terça-feira, 28/12/2010, lá no blog de Marco Aurélio Nogueira “Possibilidades da política” e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://marcoanogueira.blogspot.com.br/2010/12/nada-sera-como-antes.html

    Diz lá então o Marco Aurélio Nogueira:

    “Mas nada é tão simples como parece. Todo governante constrói sua biografia e a lógica da política o impele a buscar luz autônoma. Uma hipótese realista sugere que haverá um suave descolamento entre Lula e Dilma. Disso talvez nasça um governo mais ponderado e equilibrado, capaz de substituir a presença de um líder carismático e intuitivo pela determinação e pelo rigor técnico que são indispensáveis para que se possa construir uma sociedade mais igualitária”.

    É bom que se ressalte que o parágrafo tinha uma intenção de ser mais crítico a Lula do que elogioso à, então eleita presidenta, candidata Dilma Rousseff. No entanto, em minha avaliação ele foi bem profético em relação ao governo da presidenta Dilma Rousseff. É claro que sair de um governo de menos racionalidade para um com mais racionalidade tendo os dois a mesma ideologia não dá para representar uma diferença tão grande. Ainda assim, a presidenta Dilma Rousseff realizou muitas medidas para correções de rumo que talvez a maestria da realização tenha passado despercebidas. É só ver o dólar que Lula trouxe de mais de 3 em janeiro de 2003 para 1,7 em janeiro de 2011, em oito anos, enquanto a presidenta teve que fazer o caminho inverso levando o dólar de 1,7 para 2,7 em quadro anos.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 04/03/2015

  9. O defeito de Dilma é a qualidade dela: ela é técnica

     

    Juliano Santos,

    Com o título de “Inflação entre 5,5% e 6,5% foi a grande obra do governo Dilma”, o comentário que eu enviei segunda-feira, 01/12/2014 às 19:29, para você lá no post “Os desafios da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 01/12/2014 às 05:47, e que, em comentário anterior, eu informei que haveria de transcrever é o seguinte:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Juliano Santos (segunda-feira, 01/12/2014 às 11:14),

    Penso que Luis Nassif deu uma esfriada na cabeça e fez um post mais consequente. Na semana passada havia uns seis posts entre os dez que compõem a relação “As mais lidas da semana” que diziam respeito ao impeachment de Dilma Rousseff articulado pelo ministro Gilmar Ferreira Mendes e o Ministro José Antonio Dias Toffoli. Parecia que o blog do Luis Nassif estava sendo pautado pelo Lobão (O músico).

    Lendo seu comentário eu voltei ao texto de Luis Nassif para ver onde fora que ele se referiu aos “auxiliares “não muito competentes”” da presidenta Dilma Rousseff. A minha curiosidade decorreu de não ter lembrado de ter lido aqueles rompantes críticos de Luis Nassif em relação a equipe do governo de Dilma Rousseff e que repousam apenas na autoridade dele. Você, entretanto, está certo. É, havia algo parecido ao que você disse na frase de Luis Nassif que transcrevo a seguir:

    “No primeiro governo, Dilma tentou trazer a Selic para níveis civilizados. Mas não contava com operadores de fôlego para a empreitada”.

    É uma crítica que repousa na autoridade, mas é um pouco mais leve que o que ele disse praticamente durante todo o governo de Dilma Rousseff em especial em relação a Guido Mantega e Arno Augustin. Além disso, eu havia acabado de ler o post “As boas e más notícias sobre os novos Ministros” de sábado, 22/11/2014 às 08:58, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, e havia lido o comentário muito bom que ele enviou sábado, 22/11/2014 às 11:08, para junto do seu comentário enviado sábado, 22/11/2014 às 11:01. O endereço do post “As boas e más notícias sobre os novos Ministros” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-boas-e-mas-noticias-sobre-os-novos-ministros

    E pela qualidade e quantidade de informação pertinente aqui reproduzo a seguir os dois comentários, o seu e o dele. Reproduzo primeiro o seu comentário:

    “Uma curiosidade sobre algo que você disse “en passant” (é assim que se escreve?), meu caro Nassif. Ela analisou o golpe planejado em quatro mãos pela nova dupla do Supremo, o Tofolli e o Gilmar? E qual foi a conclusão?

    Outra dúvida minha é sobre se você já parou para pensar que esse estilo Dilma, centralizadora, não pode ter a ver também com o fato do PT estar muito mal de quadros? Tiraram os melhores de circulação, e agora o único que parece ser um político de mão cheia é o Jaques Wagner. Mas me parece que pode vir um conflito de egos com o Mercadante por aí. Tomara que não.”

    E agora a resposta dele que não demorou 7 minutos para ser escrita e, mesmo desconsiderando o tempo exíguo, foi muito bem escrita. Disse então lá Luis Nassif:

    “Juliano

    vou escrever sobre isso.

    O problema é que Dilma não fez carreira política. É no transcurso da carreira que vai conhecendo quadros (do partido ou não), formando lealdades, ganhando confiança.

    Ela caiu de paraquedas, não quis meramente continuar Lula e teve que confiar nas suas lealdades – quadros que ela conheceu no Rio Grande do Sul, ou que teve conhecimento superficial no governo. E daí que nascem os Arnos, Gleises, Paulos Bernardos, Marias dos Rosários.

    Se tivesse conhecimento de causa, além do PT ela teria o país para selecionar quadros.”

    Muito bom o que o Luis Nassif disse e bastante coerente com o que ele pensa. De certo modo, Luis Nassif não aceita a condição de mediocridade do ser humano. Assim, ele quer em um ministério figurões de imensa grandeza. Como a vivência de Dilma Rousseff mais próxima dos poderosos se circunscreveu aos oito anos de ministra de Lula ela realmente não conseguiria atender este desiderato de Luis Nassif. E tudo ficou mais fácil para as críticas dele frutificarem pela falta de resultado da equipe econômica.

    No momento atual, vejo que a melhor situação para analisar a escolha de Dilma Rousseff é a minha. Fui, ao contrário da maioria da esquerda, um admirador de Antonio Palocci e da equipe econômica dele. E sou ao contrário da maioria aqui no blog de Luis Nassif um admirador de Guido Mantega. A crítica que eu fazia a Guido Mantega dizia respeito apenas a desoneração fiscal, porque eu sou sempre a favor do aumento da carga tributária. Era, entretanto, uma crítica que eu mesmo estabelecia restrições porque eu entendia que o Guido Mantega tinha muito mais competência para análise dos dados econômicos e muito mais informação sobre a economia do que eu e, portanto, teria condições de mais bem avaliar as desonerações que ele propunha.

    Agora, o que permanece nebuloso é a análise que se faz do período de Guido Mantega sem elaborar previamente uma avaliação bem precisa da razão para o PIB ter caído no terceiro trimestre de 2013. Sem que se saiba o que levou o PIB a cair após um período que indicava relançamento da economia com aumento na Formação Bruta de Capital Fixo, as análises são claudicantes e revelam desconhecimento econômico do analista ou desconsideração para com aqueles a quem vai ser repassada a informação (O leitor ou ouvinte ou telespectador), ou em respeito a analistas de boa qualidade se poderia dizer que a análise revela um assoberbamento de tarefas que impede um estudo mais pormenorizado.

    Agora o desiderato de Luis Nassif sobre inflação e juros precisaria ser mais bem esclarecido. Ele precisa dizer qual é a inflação ideal (No sentido prático e não no sentido de idealização) e qual é o juro real que ele queria que o governo estabelecesse como meta. Eu, por exemplo, considero que a inflação deve ficar entre o interesse político de se reeleger ou de eleger um candidato do governo e nesse sentido deve ser inferior a 6% e o interesse do país e nesse sentido deve ser superior a 6%. Por isso eu tenho dito que no futuro se dirá que nunca houve uma equipe econômica como a liderada por Guido Mantega. Administrar a inflação entre 5,5% e 6,5% foi o maior feito desta equipe econômica e que provavelmente nunca mais será igualado.

    Bem, aproveito para fazer referência aqui ao post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” de domingo, 30/11/2014 às 14:29, publicado aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Ion de Andrade e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-vitoria-da-politizacao-da-sociedade-e-o-proximo-governo

    No entendimento de Ion de Andrade somente um conjunto claro de medidas capazes de aproximar a sociedade brasileira do modelo de sociedade mais justo e democrático poderá dar legitimidade ao governo de esquerda. Este conjunto de medidas que ele chamou de Iniciativa Estratégica deve focar a questão do desenvolvimento local para assegurar a continuidade e aprofundamento do processo emancipatório da cidadania que vem ocorrendo nos últimos anos e consistiria em trazer a presença do Estado para além das áreas como a escola, a creche, a unidade de saúde e a delegacia de política. E para ilustrar a idéia que ele faz sobre o desenvolvimento local ele relaciona uma série de equipamentos que faltam em uma comunidade tais como:

    “Praças desportivas de primeira grandeza, piscinas públicas, bibliotecas, teatros, escolas de música, centros de convivência, praças, alamedas ou vias pedestres urbanizadas e iluminadas, associações de moradores bem instaladas, museus, espaços para festas e apresentações e até mesmo Casas de Idosos dignas ou centros de velório”.

    A Anarquista Lúcida em comentário enviado domingo, 30/11/2014 às 18:43, fez uma crítica ponderada ao texto de Ion Andrade, mencionando que há ainda etapas anteriores de desenvolvimento ou de melhorias a serem alcançadas, principalmente para uma grande camada de brasileiros, dentro daquilo que para outros tantos de brasileiros já foi alcançados no que diz respeito ao transporte, à saúde (incluindo esgotamento sanitário e água tratada) e à educação.

    Eu também fiz um comentário e o enviei segunda-feira, 01/12/2014 às 01:50, para o Ion de Andrade tratando de uma questão que não fora referida na definição que ele fizera do que ele chamou de Iniciativa Estratégica. Na minha avaliação um componente importante da Iniciativa Estratégica seria a disseminação do conhecimento.

    É imprescindível para [mais bem entender] o funcionamento da democracia que os cidadãos tenham mais conhecimento do funcionamento da máquina pública, do funcionamento do capitalismo, do funcionamento da democracia representativa. Então, repassar a informação correta sobre esses temas seria uma tarefa prévia, concomitante e posterior tanto ao conjunto de medidas que ele chamou de Iniciativa Estratégica como as medidas que segundo a Anarquista Lúcida para um grande contingente de cidadãos ainda seriam prioritárias.

    Só que em minha avaliação esse processo de disseminação do conhecimento é um processo lento e que engloba muitos aprendizados. Por isso que eu disse acima que é um processo prévio, concomitante e posterior ao conjunto de medidas propostas por Ion de Andrade. E é um processo que levará décadas.

    Para esclarecer a que eu refiro como conhecimento que precisa ser disseminado para todo cidadão, eu mencionei a crítica que eu faço a uma série de lemas que o PSDB adotou desde a sua criação como mensagens propagandistas. São várias, mas eu gosto de resumir as quatro seguintes: dizer-se um partido pela ética na política, dizer-se um partido contra o fisiologismo, dizer que a inflação é o mais injusto dos impostos porque atinge os mais pobres e dizer que governo bom o povo põe e governo ruim o povo tira. Para mim um cidadão com conhecimento é aquele capaz de perceber que todos esses lemas são falsos. Fazer a disseminação desse conhecimento é uma tarefa para se iniciar hoje, mas que levará décadas para a sua conclusão.

    Fiz esta digressão para chamar atenção para duas questões de certo modo relacionadas com este post “Os desafios da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 01/12/2014 às 06:47, com texto de Luis Nassif e com o post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” com o texto de Ion de Andrade. A primeira questão diz respeito ao conhecimento sobre a frase “a inflação é o mais injusto dos impostos porque atinge os mais pobres” que para mim teria que ser criticada com a esquerda defendendo a tese de que:

    “É preciso que o cidadão entenda que ficar a favor da inflação que atinge a todos e contra ao desemprego que atinge a uns poucos é uma postura de esquerda porque é uma postura que é feita pela ótica da solidariedade e não pela ótica do individualismo”.

    Então o fato da inflação atingir a todos faz o indivíduo reagir com mais vigor contra a inflação do que reage contra o desemprego, porque o desemprego atinge apenas o outro. É preciso então criar na sociedade uma cultura de solidariedade que leve o indivíduo a aceitar uma inflação maior desde é claro que assim se tenha um índice de desemprego menor.

    Este assunto me chamou mais atenção quando eu vi hoje a revista Veja que trazia como capa Joaquim Levy e o seguinte título “DILMA 2.0 – CAIU A FICHA! – A presidente põe na Fazenda Joaquim Levy, especialista em gastos públicos, cujo descontrole é a raiz dos males que impedem o crescimento do Brasil”.

    Lá dentro, no início da página 58 há a seguinte preciosidade:

    “Dilma 1.0 semeou inflação e colheu juros, justamente a acusação que ela passou a campanha presidencial inteira fazendo aos tucanos. Para o PT foi ainda mais cruel. O partido semeou Unicamp e colheu Chicago. Por Unicamp entenda-se a seita instalada na escola de economia de famosa Universidade de Capinas, em São Paulo. Chicago refere-se à universidade americana recordista mundial de ganhadores do Prêmio Novel de Economia, com 28 agraciados. Resumindo, o Brasil teve quatro anos de avestruz, enterrando a cabeça na terra para não enxergar os efeitos de desrespeitar certas leis econômicas. O resultado foi crescimento econômico quase nulo, inflação, aumento de miséria, perda da credibilidade e desarranjo do sistema de preços definidos pelo mercado – com as perversas consequências que isso acarreta e que são conhecidas pela humanidade desde a primeira tentativa registrada pela história no Código de Hamurabi, 3 700 anos atrás”.

    E no início da página 60, a revista Veja redobrou-se de arroubos de furor pedagógico com mais ensinamentos econômicos. Diz então lá a revista:

    “Joaquim Levy formou-se em engenharia naval, fez mestrado em economia e doutorou-se na Universidade de Chicago, aquela que teve 28 professores agraciados com o Nobel de Economia e onde, resumindo, se aprende que governos não produzem riqueza e que seus méritos estão em criar condições favoráveis para que os agentes econômicos gerem a riqueza. Ensina-se em Chicago também que sempre que os governos gastam mais do que arrecadam eles pressionam a inflação, o mais cruel dos tributos, pois atinge mais fortemente os mais pobres”.

    Quando eu falo em disseminar o conhecimento eu imagino a possibilidade de qualquer um do povo possa ler uma página dessa e cair na gargalhada ao perceber que se trata apenas de uma peça de humor.

    E a outra questão que eu queria trazer aqui diz respeito a outros entendimentos além dos quatro lemas de campanha do PSDB e que eu considero que precisariam ser mais bem estudados para que a sociedade tenha uma melhor compreensão deles. Não dá para estabelecer um número fechado sobre isso. A cada dia vê-se consolidado aquele lugar comum que se acha pleno de bom senso, mas que é uma verdadeira contrafação.

    Um tema assim seria o da corrupção e sobre o qual eu comentei junto ao post “Nunca se roubou tão pouco, por Ricardo Semler” de sexta-feira, 21/11/2014 às 11:51, aqui no blog de Luis Nassif com a reprodução, por sugestão de Pedro Penido dos Anjos do artigo de Ricardo Semler “Nunca se roubou tão pouco” publicado no jornal Folha de S. Paulo. O post “Nunca se roubou tão pouco, por Ricardo Semler” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/nunca-se-roubou-tao-pouco-por-ricardo-semler

    E em meu comentário para Pedro Penido dos Anjos enviado sexta-feira, 21/11/2014 às 14:20, eu observei o quanto a sociedade desconhece a respeito da corrupção. Há ainda uma ideia deturpada de que a corrupção envolve percentuais muito alto dos gastos públicos. E mesmo os que sabem que é diminuta a corrupção em um país como o Brasil em que já se tem assentado instituições fortes de combate à corrupção, avaliam como sendo drásticos os efeitos econômicos da corrupção. Em meu entendimento não só a corrupção representa percentual inferior a 1% como ela causa menos mal a economia do que se imagina. Um viaduto que cai pela incompetência técnica é muito mais nocivo à economia do que um viaduto com indícios de superfaturamento. Vai demorar muito tempo até que esse entendimento que é antigo seja repassado para toda a sociedade.

    E além de corrupção há outras idéias que perduram como válidas para uma sociedade, mas que não contêm nenhum significado que pudesse servir a uma avaliação objetiva. É o caso, por exemplo, quando se acusa um governante de incompetente. E o Luis Nassif faz acusações assim com frequência. Além da autoridade do nome, qual o critério objetivo que Luis Nassif pode alegar que utilizou para fazer uma acusação assim. Uma sociedade plenamente instruída a esse respeito, levará a que também seja tomada como apenas afirmação de humor a acusação de incompetente para um governante.

    Outro exemplo de afirmações subjetivas que passam como prova definitiva e que também é de uso frequente por Luis Nassif é a de criticar governantes com perfil centralizador. Que teórico de renome estabelece que um governante deve ser descentralizador ou centralizador. Tudo depende das circunstâncias. Não se pode pedir para Aécio Neves que seja um gerente centralizador. Nem há como pedir a presidenta Dilma Rousseff que descentralize a gestão dela”.

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    Até em razão do título que dei ao comentário que acabei de transcrever, talvez fosse mais adequado o deixar junto a seu comentário lá no post “Aguardando o Senhor Crise” de terça-feira, 03/03/2015 às 06:00, antes, portanto, que o seu comentário fosse transformado neste post “Dilma precisa se reinventar e encontrar sua veia conciliadora”. Em comentário meu lá no post “Aguardando o Senhor Crise”, eu havia salientado para o quanto eu considerava equivocada os elogios que Luis Nassif fazia à redução da inflação pelos planos econômicos. De todo modo, acho que ele é pertinente aqui.

    Bem, encontrei outros comentários meus destinados a você, mas nenhum que trouxesse uma transcrição ou referência ao comentário de Marco Antonio Castello Branco que eu penso que completa bem a idéia da falta de habilidade da presidenta Dilma Rousseff em exercer o processo fisiológico da política. Farei a transcrição em meu próximo comentário aqui para você.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 04/03/2015

  10. Dilma é racional, lógica e técnica, mas não é política

     

    Juliano Santos,

    Tenho transcrito com certa frequência o comentário que vou transcrever a seguir. Penso mesmo que ele deveria ser transformado em post tal é a qualidade do comentário e tal ele é pertinente na discussão sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff.

    O comentário foi feito por Marco Antonio Castello Branco que até então fora um ilustre desconhecido para mim. Ele enviou o comentário quinta-feira 26/06/2014 às 02:45, para junto do post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 17:47, dez dias depois, portanto, que o post fora originalmente publicado.

    A primeira vez que eu comentei o comentário de Marco Antonio Castello Branco foi junto ao post “Pequeno manual de como discutir política nas redes sociais” de quinta-feira, 26/06/2014 às 12:51, e lá o transcrevi e deixei também um elogio e uma pequena crítica.

    O endereço do post “Para entender o desgaste do governo Dilma” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

    E o endereço do post “Pequeno manual de como discutir política nas redes sociais” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/pequeno-manual-de-como-discutir-politica-nas-redes-sociais

    Bem, p comentário de Marco Antonio Castello Branco é o que se segue:

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    “Penso que a origem primeira das dificuldades do governo da Presidente Dilma reside na ideologia que ela abraçou e que propaga a supremacia da racionalidade técnica sobre a política como instrumento de construção de um projeto coletivo. Em torno dessa ideologia construiu-se a crença ingênua de que um dia a administração das coisas poderá substituir o governo dos homens.

    Isso contribui para que mesmo num país jovem como o Brasil, no qual o exercício da representatividade democrática ainda se encontra na adolescência, surjam sinais de esgotamento da democracia representativa e de tentativas de democracia direta. Dilma sanciona o desencanto dos brasileiros com a política ao demonstrar seu desprezo pelos políticos. Não está a seu alcance fazer o novo ordenamento legal das instituições políticas e o sistema eleitoral. Mas nada impede a Presidente de se cercar de deputados, senadores e homens de partido que melhor representam a prática da política no nosso país. Eles existem tanto na base do governo como na oposição. Ao não reconhecê-los e ao desprezá-los Dilma se alinha e sanciona o jogo maniqueista e moralizante da mídia, que, afinal, fará dela e de seu governo sua derradeira vítima.

    São provavelmente sintomas desse fenômeno de crise da representatividade, a celebridade mediática alcançada pelos desvios de conduta de parlamentares, e os debates entre a moral e a política que não cessam de surgir na opinião pública, o que, vale aqui salientar, não é nenhum privilégio da sociedade brasileira.

    Faço aqui recurso ao pensador francês Julien Freund, cujas decepções íntimas causadas pela realidade da prática política o levaram a estudar o que é a essência da política, ou seja, a descobrir o que se esconde atrás do véu hipócrita de certas concepções moralizantes. Não se tratava para ele de subtrair a política do julgamento moral, nem de isolar esses dois conceitos um do outro, mas simplesmente de reconhecer que eles não são idênticos, pois a moral e a política não visam os mesmos objetivos.

    Apesar de ser desejável que o homem político seja também um homem de bem, ele pode também não o ser, pois tem a seu encargo a comunidade política, independentemente da sua qualidade moral. Julien Freund chama a atenção de que reside na identificação da moral com a política uma das fontes primárias da intolerância, do despotismo, das ditaduras, e dos tribunais populares.

    Apesar de estar consciente que não existe uma política moral, mas que se pode construir uma moral política, Julien Freund nos recomenda apelar para a vigilância e para a lucidez. Uma lucidez que sabe que ela não será jamais capaz de eliminar a morte, a violência, a maldade e a corrupção dos homens; uma vigilância que conclama a construir muralhas sólidas, um regime de governo e um conjunto de leis que evitem os exageros.

    Dilma parece ter assumido no íntimo de suas convicções o julgamento moral da política e por isso despreza todos políticos. Tem faltado a ela a lucidez de que governar os homens é mais valioso do que gerenciar planos, programas e obras”.

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    Não pense como eu pensei à época até pelo sobrenome vinculado a família muito próxima de Tancredo Neves que tratava de alguém do PSDB, fazendo a crítica correta, mas enfraquecedora da presidenta Dilma Rousseff. Só mais tarde ele apareceu fazendo parte da equipe de transição do governador eleito do PT Fernando Pimentel e atualmente preside a Codemig empresa do Estado de Minas Gerais.

    Não li ainda um crítica de melhor qualidade à presidenta Dilma Rousseff e com um estilo precioso. Admirei mais ainda quando soube que ele é engenheiro que como o Joaquim Levy não costumam ter nem o estilo primoroso nem o profundo conteúdo presentes no comentário.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 04/03/2015

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