Eleição na Câmara é 1º passo para “interromper” controle de Cunha, diz Dilma

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) disse, na manhã desta quarta (13), que a eleição de um novo presidente para a Câmara dos Deputados é o primeiro passo para “interromper” o controle de Eduardo Cunha (PMDB) sobre a Casa. Dilma disse que espera que o vencedor seja alguém com boa índole e que não tenha votado a favor do seu processo de impeachment. 

O prazo para registro de candidaturas se encerrou há pouco, e 17 deputados estão no páreo. Os favoritos são Rogério Rosso (PSD) – a aposta de Cunha para adiar ao máximo seu processo de cassação no plenário -, Rodrigo Maia (DEM) e Marcelo Castro (PMDB) – este conta com apoio do PT.

Do Brasil 247

A presidente eleita Dilma Rousseff disse nesta manhã esperar que a influência exercida pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre os deputados chegue ao fim com a eleição de um novo presidente para a Casa, na tarde desta quarta-feira 13.

“Temos de interromper este processo (de controle de Cunha sobre os deputados). O primeiro passo é o que hoje estamos vendo na Câmara, com grande quantidade de candidaturas”, disse Dilma em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais. A eleição à presidência da Câmara encerrou as inscrições com 17 candidatos.

No início da semana parlamentares petistas trabalhavam para que o partido apoiasse a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), apesar de ele ter sido um dos líderes do processo de impeachment e contar com o apoio do PSDB. No momento, porém, o PT voltou seu apoio à candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PB), que foi ministro da Saúde no governo Dilma e votou contra o impeachment. Já o “Centrão”, bloco formado em grande parte por aliados de Cunha, apoia a candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF).

“Para um eventual segundo turno, espero que vença o candidato que tenha mais idoneidade e espero também que seja alguém que não tenha votado pelo impeachment”, destacou Dilma. Na entrevista, ela voltou a dizer que é vítima de uma injustiça e afirmou acreditar que poderá reverter a decisão no Senado sobre o impeachment. “Eu só serei carta fora do baralho em 1º de janeiro de 2019, quando termina o meu mandato”, afirmou.

A presidente voltou a criticar a política econômica do presidente interino, Michel Temer. “Algumas das medidas deste governo interino são mera continuidade do que estávamos fazendo. Outras, no entanto, ferem os direitos coletivos e individuais. É absurdo pensar que os ajustes necessários para recompor o equilíbrio fiscal atinjam um dos setores que são o coração de toda a sociedade, que é a educação”, observou.

Ela disse que, caso retorne ao poder, não promoverá perseguições ao ex-aliado. “Mas quando eu voltar à Presidência, eu não tenho vontade de vingança pessoal nem de retaliação. Eu simplesmente não pretendo encontrá-lo (referindo-se a Temer), porque não teria o que dialogar, o que trocar”, assegurou.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Dilma ainda não conhece o PMDB.

    Alguns do PMDB votaram contra o impeachment. Dá para confiar neles?

    E se isto fora combinado antes (já sabendo que o impeachment não dependia destes votos) para que o PMDB tenha sempre um plano B caso as coisas fiquem desfavoráveis num futuro.

    Tem sempre pelo menos um do PMDB em cada posição política. Neste jogo eles cercam for todos os lados.

    Agora, se for necessário, Marcelo Castro “muda” de lado e trabalha contra Dilma.

    Se este cara, assim como o Requião, é contra tudo isto, deveriam mudar de partido.

    Desculpem o meu pessimismo.

     

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