Em ato contra falta d’água PM cerca manifestantes

Cerco da PM a manifestantes marca ato contra falta d’água em SP

Por Ivan Longo 

Do Spresso SP

Cerca de 200 pessoas marcharam pela avenida Paulista e pela região central da cidade pedindo a punição do governador Geraldo Alckmin e dos responsáveis pela crise hídrica que vive o estado. Dois manifestantes, ao tentarem furar um cordão policial desproporcional realizado no Masp, foram detidos por “desacato”

Quem passasse pelo vão livre do Masp, na avenida Paulista, por volta das 17h desta quarta-feira (11), não imaginaria o que viria a acontecer poucos minutos depois. Cerca de 70 manifestantes confeccionavam cartazes e faixas para o 3º Ato sem Água, convocado pelo coletivo Lute pela Água, mas mais parecia uma manifestação de policiais. Com um contingente que representava mais que o dobro de ativistas, os PMs ocuparam todo o vão livre o prédio e, pouco tempo depois, um cerco estava formado.

Choque isolou todas as entradas do Masp e “prendeu” manifestantes. (Foto: Mídia Ninja)

Quem estava lá dentro não conseguia entender o que acontecia. Em uma ação completamente desproporcional, a Polícia Militar fechou todas as entradas do prédio e proibiu que qualquer pessoa, incluindo jornalistas e transeuntes que não estavam na manifestação, deixasse o local. “Isso é um absurdo”; “Vocês não pensam”, disseram aos policiais as senhoras que não entendiam o motivo pelo qual estavam proibidas de sair do museu no qual estavam a passeio.

Em posição de ataque, a tropa de choque montou um cordão nas entradas do museu formando o chamado “Caldeirão de Hamburgo”, tática conhecida da polícia alemã para encurralar manifestantes. Desarmados e sem apresentar qualquer tipo de perigo, os poucos militantes que estavam presentes passaram mais de uma hora na iminência de serem atacados por bombas ou balas de borracha diante da constante ameaça dos policiais. Desesperadas, algumas pessoas resolveram deixar o local pelo único lugar em que não havia PMs cercando: o lago artificial na lateral do prédio.

Homem deixa o Masp pelo único local que não estava isolado pela PM. (Foto: Ivan Longo)

“Isso é ilegal. A polícia só pode impedir alguém de ir e vir quando essa ou essas pessoas estão detidas. Nesse caso, elas não oferecem qualquer tipo de risco e não estão detidas, no entanto, ninguém sai e ninguém entra: nem manifestante, nem advogado, nem imprensa. É uma ação ilegal”, disse o advogado ativista Luís Guilherme Ferreira, que também passou mais de uma hora sem poder deixar o local.

Para o Major Xavier, que comandava a operação, no entanto, a medida era necessária. “Estou aqui até agora esperando algum representante da manifestação me falar qual vai ser o trajeto para a gente poder isolar a rua. Estamos numa região que tem mais de 8 hospitais e eu não posso deixar sair sem saber para onde vai”, afirmou.

Policiais impedem pessoas de entrar ou sair do cerco. (Foto:Mídia Ninja)

Dois manifestantes, ao tentarem furar o cordão policial, foram detidos por “desacato” e encaminhados ao 78º DP.

A passeata que quase não aconteceu 

O ato em si, que estava marcado para às 17h, só conseguiu sair mesmo por volta das 19h, depois de definido um trajeto com a PM que passaria pela rua da Consolação até chegar na praça Roosevelt.

Convocada pelo coletivo Lute pela Água, que se diz apartidário e defende a estatização da Sabesp, a passeata chegou a reunir, quando entrou na Paulista cerca de 200 pessoas. Membros do coletivo Território Livre e do Juntos!, do PSOL, ajudaram a fazer corpo ao ato.

Parafraseando o Movimento Passe Livre, a canção “Vem para a rua, vem: é pela água” soou na maior parte do trajeto, que passou pelo prédio da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, na rua Bela Cintra, no reservatório da Sabesp da rua da Consolação e pelo Parque Augusta. Nos três locais foram realizados jograis, que reivindicavam, principalmente, três demandas: punição da atual gestão estadual e da Sabesp, distribuição igualitária da água e restrição dos recursos hídricos para o agronegócio e a indústria.

Foto: Mídia Ninja

Sempre com mais policiais que manifestantes, o ato não poupou por um segundo o governador Geraldo Alckmin, que foi o principal alvo do ataques. “O Metrô ele roubou e a água secou. Mas se o povo se unir o Geraldo vai cair, vai cair, vai cair”, cantavam os ativistas.

O ato terminou, conforme previsto, na praça Roosevelt, por volta das 21h30, e não houve registro de confrontos.

Foto de capa: Mídia Ninja 

Redação

20 Comentários

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  1. “e não houve registro de

    “e não houve registro de confrontos”:

    Que bom saber que a falta de agua chegou aa PM de Sao Paulo tambem!  Vou ali soltar um foguete, volto ja…

  2. É assim que a polícia deve

    É assim que a polícia deve agir, não dar chance aos manifestantes, impor o medo pelas armas e pelo número de policiais.  segundo o AA.

    1. Nao senhor!  O Andre nao

      Nao senhor!  O Andre nao disse nada sobre o assunto ainda, e a PM vai descobrir seu papel secular de empregada domestica de governos de direita a qualquer minuto agora…

      Que pena que pra isso acontecer eles tiveram que ver suas familias sem agua pra tomar banho nem pra dar descarga em varios estados do pais, ne?

      Tambem acho.

  3. Quando há quebra-quebra a

    Quando há quebra-quebra a culpa é da polícia que não age preventivamente.

    Quando a polícia age preventivamente a culpa é da polícia que não deveria ter agido preventivamente.

    Além do mais, a polícia foi tão efeciente que só descobriram a tal passeata hoje,

    Ridículo…

     

     

     

      1. Estou enganado ou o ato

        Estou enganado ou o ato terminou na Praça Roosevelt, conforme combinado?

        Os manifestantes não queriam revelar o trajeto, depois de revelado, tudo tranqulilo.

        Bla’blá blá…

    1. A polícia defende o Alckmin, não o povo.

      A polícia está lá pra ninguém falar mal do Alckmin. Isto está muito claro. Agora, se o protesto fosse pra falar mal do PT e de Dilma, os manifestantes teriam toda a liberdade do mundo.

  4. E SE FOSSE PELO IMPEACHMENT DA PRESIDENTE?

    E SE FOSSE PELO IMPEACHMENT DA PRESIDENTE? Se fosse, estaria tudo livre e a polícia somente assistiria, inclusive as manifestações em prol de novo GOLPE MILITAR, que maculam o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

     

  5. As imagens dizem tudo

    Mesmo sem disparar uma bala de borracha, uma cacetetada, uma bomba de gás, spray de pimenta e toda a parafernália repressiva, mesmo sem isso, a simples atitude ameaçadora da polícia, mostrada pelas imagens, já é uma agressão. Parecem imagens de um estado de exceção.

  6. Pois é… mas quando chegam
    Pois é… mas quando chegam em casa cansados de espancar paulistas os PMs também amargam a falta de água, ficam sem tomar banho, escutam as lamentações de suas esposas que deixaram de lavar louça e roupa, que não puderam dar banho nos pequenos, que tem que comprar galões de agua mineral cada vez mais caros e difíceis de encontrar. Se um PM pirar e meter uma bala em Geraldo Alckmin ninguém deve ficar surpreso.

  7. Policia para quem precisa.

    Cerceamento da liberdade de manifestação? Tá tendo. Da liberdade de ir e vir tá tendo também.

    Se protesto contra o prefeito a polícia já desce a borracha, contra o governador então…

    Paarece até brincadeira uma atuação tão idiota assim por parte da PM.

  8. A responsabiidade do alkimim

    O pig leva nas costas hoje quase uma dezena de mentiras grossas e que si tivermos boa vontade derrubaremos de público todas.

    a grande culpa do alkimim no caso da agua. o pig se baseia nas providências de minas hoje e esquece aue no ano passado a situação era muito pior do que minas hoje e ele negou o racionamento. Culpa maior só do próprio pig que escondeu dos seus bobos leitores;

    O esquecimento do hsbc;

    As denúncias sobre o fhc na petrobrás, que foi quem realmente deu o chute inicial e inclusive liberou para o paulo roberto a lei de licitações;

    O eduardo cunha, levantado porque achavam que seria contra a Dilma;

    O memorandum interno liberando o nome dos protegidos;

    O helicóptero dos quainhentos quilos de coca que sumiram; coca e helicóptero viraram fumaça;

    A denuncia do youssef ou do baiano, não sei, que teria entregue dinheiro em minas, e para o anasstasia;

    Uma empresa mineira de energia que pagou R$ 4.500.000,00 AO YUSSEF e “esqueceram;

    Os records da petrobrás e novas descobertas, escondidas pelo pig;

    A forçada colocação do dirceu no caso petrobrás, aí sim acreditando no yussef; a crise do governo psdbista do paraná, (ou seria república do paraná)?.

    Acho que os blogs pderiam batalhar no descaramento deste pig bandido. Eles dão muita “bandeira”.

     

    Nota: pig: partido da imprensa golpista, domina 100% dos jornais brasileiros, desinformante, aquele que lutou pela ditadura, contra a diretas já, tentou burlar todas as eleições, elegeu o collor (viu, ste), burlou urnas na consultec no rio, protegeu os torturadores, protege os bandidos do seu lado, desinforma, esconde nóticias, só dá um lado da notícia, falseia fatos, chantageia, destroi a política incluindo os partidos que defende a unhas, faz propaganda contra o país no exterior, trabalha para destruir a petrobrás, pertecente aos maiores bilionários do país.

     

     

  9. Se metade dos governistas de

    Se metade dos governistas de São Paulo que icam enchendo o saco de movimento por transporte gratuito chamar manifestação sbre a falta de água tivessem comparecido a esse ato, não haveria PM suficiente para cercar.

    Mas como esses são só cabo eleotorais de sofá, só foram 200 pessoas mesmo, provavelmente 200 que vão nos atos contra aumento do transporte também.

    1. Parece que jogaram a toalha fí,

       ou foram embora, SP é desses cornos mansos aí que só são valentes quando tem PT no meio,  teus aguerridos amigos do passe livre ? tão muito preocupados  hein ?

      Mas calma vou falar mal do PT

       a TV Brasil é uma comédia, acabou de passar uma reportagem ridícula sobre a “crise a água” que o governador poderia muito bem ligar pra agradecer a emissora.

       

    2. Por isso que cobram do MPL:

      Para que façam por eles manifestações contra a falta d’água, contra isto, contra aquilo e aquilo outro. Trata-se de um bando de velhos, alguns já em fase de decrepitude, que não têm mais pernas pra passeatas; correr de polícia, então, nem pensar. Esse pessoal prefere terceirizar manifestação, cobrar dos movimentos enraizados na juventude que façam no lugar deles. Eles vão gastar as poucas energias que têm, em encher e carregar baldes d’água, não terão mais fôlego para protestos e passeatas. Vão assistí-las pela televisão, se a Globo não passar, vão protestar, na rede, é claro.

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