Funcionários denunciam desmantelamento do BNDES: de banco de fomento a banco do mercado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Circula no BNDES um e-mail assinado pela Associação dos Funcionários do banco de fomento que denuncia o “desmantelamento” da instituição a partir de decisões nada democráticas que serão adotadas pela diretoria empossada a partir da ascensão de Michel Temer (PMDB) ao poder.

A nota trata de alteração pretendida na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), definida como o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES, que tratá “impactos significativos sobre o Banco e sobre o investimento em capital fixo no Brasil”.

“A mudança basicamente consiste em que a TJLP flutuará como uma taxa de juros de mercado, mais especificamente a taxa de juros de títulos do governo federal de longo prazo (NTN-B de cinco anos). A proposta está em estado adiantado de elaboração, uma vez que há informações de que um projeto de lei está para ser encaminhado ao Congresso Nacional.”

Liliana Lavoratti, editora do jornal DCI, ouviu um especialista para artigo publicado na terça (24) sobre a possibilidade de a mudança tornar a TJLP cerca de 30% mais cara.

“As mudanças, em estudo, visam reduzir a disparidade existente hoje entre a taxa básica de juros da economia em geral, a Selic, em 13%, e a TJLP, cobrada nos empréstimos do BNDES às empresas, atualmente em 7,5% ao ano. A diferença entre as duas taxas é o subsídio arcado pelo Tesouro Nacional – ou seja, pelos contribuintes – em metade (R$ 1,5 trilhão) do total de R$ 3 trilhões de crédito na economia, segundo dados de novembro. A ideia é que a TJLP deixe de ser fixada de maneira discricionária, como é hoje”, explicou.

Segundo Lavoratti, o governo Temer tem dito que a mudança é necessária porque a TJLP “não ajuda a combater a inflação” e, além disso, representa “forte subsídio atual, o que impacta na dívida pública”.

Na visão dos funcionários do BNDES, “a pergunta que todos devemos fazer é para onde está apontando uma Diretoria que reduz deliberadamente o funding de longo prazo do BNDES, e agora propõe uma TJLP de mercado? Além da possível elevação da taxa de juros de longo prazo, bem como do aumento de sua instabilidade, talvez a mais grave consequência da medida seja a mudança do papel que até hoje se atribuiu à TJLP.”

“A TJLP tem sido tratada como a taxa que deveria incentivar ou induzir o setor privado em direções consideradas meritórias pelo governo (…). Note-se que essa é a interpretação prevalecente, não apenas numa abordagem desenvolvimentista, ligada à tradição do BNDES, ou mesmo prevalecente na administração do professor Luciano Coutinho, mas também é a visão que está implícita na Política Operacional (PO) recém lançada, com toda pompa e coordenação midiática! Pois é, contraditoriamente, a nova TJLP vai de encontro ao papel da TJLP presente na nova PO”, diz a nota.

A Associação demonstra preocupação com a falta de transparência e com o rumo que as mudanças do BNDES pode tornar. E defende que qualquer decisão que faça a instituição passar de banco de fomento a um banco que opera muito próximo do que rege o mercado financeiro seja tomada “democraticamente”, com o aval dos eleitores brasileiros, pois o BNDES é uma “conquista histórica do povo”.

“Que se discuta em eleições futuras o que se espera do BNDES, até mesmo a necessidade de sua existência, mas não podemos aceitar que se esvazie uma instituição dessa importância para o Brasil com campanhas de mídia.”

Leia, abaixo, a nota na íntegra:

Colegas Benedenses,

Vivemos um dos momentos mais graves da história do Banco. Pedimos a atenção e reflexão de todos.

A imprensa vem noticiando há duas semanas que uma mudança na metodologia de cálculo da TJLP está em curso. Trata-se de uma mudança profunda na precificação do crédito do BNDES, com impactos significativos sobre o Banco e sobre o investimento em capital fixo no Brasil. A mudança basicamente consiste em que a TJLP flutuará como uma taxa de juros de mercado, mais especificamente a taxa de juros de títulos do governo federal de “longo prazo” (NTN-B de cinco anos). A proposta está em estado adiantado de elaboração, uma vez que há informações de que um projeto de lei está para ser encaminhado ao Congresso Nacional.

Onde essas mudanças vêm sendo planejadas? Dentro do próprio BNDES, por um pequeno grupo ligado à Diretoria. Parece que há alguns meses trabalham no tema. Depois que a imprensa publicou o que está acontecendo, a Diretoria resolveu, no final da semana passada, comunicar aos superintendentes a mudança em curso.

A Diretoria da AFBNDES possui algumas posições sobre o tema e gostaríamos de compartilhá-las com os funcionários do Banco. Essas posições dizem respeito a três questões: sobre transparência na relação entre Diretoria do Banco e quadro funcional; questões preliminares sobre a natureza da proposta de precificação da TJLP; e sobre a natureza da luta em defesa do BNDES.

Em primeiro lugar, não podemos aceitar que um projeto de lei dessa importância seja encaminhado para Brasília sem a devida discussão com a Casa. Isso é um desrespeito completo ao quadro funcional. Não adianta mencionar retoricamente, em encontros sociais internos, que se preza a capacitação técnica dos funcionários do BNDES e, ao mesmo tempo, redefinir a forma de atuação da instituição sem nenhum debate interno. Pelo que podemos julgar, não fosse a imprensa, talvez nem os superintendentes estivessem a par da mudança de curso à vista.

Em segundo lugar, é fundamental que os funcionários do BNDES avaliem a proposta de uma perspectiva ampliada, buscando captar o sentido mais profundo das mudanças em curso. Nesse sentido, é preciso olhar a proposta de nova TJLP à luz das demais propostas que a atual Diretoria encaminhou e está encaminhando para entender como devemos reagir a elas. A pergunta que todos devemos fazer é para onde está apontando uma Diretoria que reduz deliberadamente o funding de longo prazo do BNDES, e agora propõe uma TJLP de mercado? Além da possível elevação da taxa de juros de longo prazo, bem como do aumento de sua instabilidade, talvez a mais grave consequência da medida seja a mudança do papel que até hoje se atribuiu à TJLP.

A TJLP tem sido tratada como a taxa que deveria incentivar ou induzir o setor privado em direções consideradas meritórias pelo governo (onde, por exemplo, para citar um clichê que a atual direção costuma fazer uso, como se fosse uma orientação mais concreta do que realmente é: “os benefícios sociais são maiores que os privados”). Note-se que essa é a interpretação prevalecente, não apenas numa abordagem desenvolvimentista, ligada à tradição do BNDES, ou mesmo prevalecente na administração do professor Luciano Coutinho, mas também é a visão que está implícita na Política Operacional (PO) recém lançada, com toda pompa e coordenação midiática! Pois é, contraditoriamente, a nova TJLP vai de encontro ao papel da TJLP presente na nova PO.

Historicamente, é fundamental que todos tenham conhecimento disso, a mudança de precificação do crédito do BNDES na direção de uma taxa de mercado faz parte do que já foi chamado de “Proposta Arida”. O economista e ex-presidente do BNDES Pérsio Arida, num texto para discussão da Casa das Garças de 2005, sugeriu um conjunto de reformas para os chamados mecanismos compulsórios de poupança, em referência à forma como operam BNDES e a Caixa Econômica (o texto é facilmente acessado na internet, “Mecanismos Compulsórios e mercado de capitais: proposta de política econômica”. Desde então o ex-presidente tem se empenhado numa cruzada anti BNDES e Caixa Econômica, que pode ser acompanhada em vários vídeos no Youtube). Além da precificação por taxas de mercado, a proposta prevê também mudanças na gestão do FAT. Ao invés de confiar na administração dos recursos dos fundos pelo BNDES, Arida sugere “leilões em que instituições financeiras privadas competiriam pela aplicação dos recursos do FAT ou do FGTS em setores ou atividades pré-selecionados. Essas modificações atenuariam os efeitos do monopólio exercido pela CEF e pelo BNDES e reduziriam o escopo de pressão dos grupos de interesse”. Não pode haver dúvida quanto à visão de mundo ao qual a proposta da nova TJLP está vinculada. Não podemos discutir a proposta de mudança de precificação desligada da direção para a qual ela aponta. Do nosso ponto de vista, ontem anteciparam o pagamento de um funding precioso para o banco; hoje estamos propondo a precificação do crédito a mercado; amanhã estaremos possivelmente sendo mais uma vez surpreendidos com a notícia da organização dos leilões mencionados na citação acima.

Nossa terceira consideração diz respeito à legitimidade da luta em defesa do Banco. O BNDES é uma conquista histórica do povo brasileiro. Se democraticamente for compreendido que a instituição deve sair de cena para deixar o setor financeiro privado assumir as funções de promoção de política de desenvolvimento e política industrial, temos que aceitar, isso é parte do jogo democrático. Vimos nos EUA um debate eleitoral que opôs visões diferentes sobre uma instituição afim, como é o Exim Bank. Que se discuta em eleições futuras o que se espera do BNDES, até mesmo a necessidade de sua existência, mas não podemos aceitar que se esvazie uma instituição dessa importância para o Brasil com campanhas de mídia. Não temos medo do debate democrático nacional. Temos convicção que nenhum candidato a presidente ganhará eleição prometendo desmantelar o BNDES como indutor do desenvolvimento nacional. Que se estabeleça o debate sobre o BNDES, que a proposta Arida seja apresentada, de forma transparente, num debate democrático.

Finalmente, caros e caras colegas, nosso diagnóstico é que o momento é gravíssimo. Ao mesmo tempo, não é hora para abatimentos, para desesperança. Podemos muito se estivermos unidos. Sabemos também que não somos os senhores da verdade, longe disso, vemos nosso papel de forma modesta. Queremos apenas o debate, internamente e na sociedade brasileira. Na discussão sobre a devolução antecipada dos 100 bi, vimos como o debate pode transformar o que aparentemente são grandes justificativas técnicas em discutíveis estratégias de imagem e adesão a valores culturais autoritários.

Enquanto isso, acompanhamos como os tradicionais centros do saber econômico (universidades americanas e europeias, FMI, Banco Mundial etc.) estão questionando a validade de diversas premissas teóricas consideradas até a crise de 2008 como canônicas, inclusive a relação entre juros e inflação (vide recente artigo de André Lara Rezende). Temos observado como o debate internacional sobre as necessidades de investimento em infraestrutura, no mundo desenvolvido e emergente, está levando à formação de um consenso sobre a importância do papel dos bancos de desenvolvimento para o financiamento de longo prazo (e a recuperação das economias em crise).

Nesse intuito, a Diretoria da AFBNDES conclama todos os funcionários do BNDES a refletir sobre os rumos do BNDES e sobre as consequências do desmantelamento da instituição para o desenvolvimento brasileiro. Estamos abertos para o debate e para o contraditório. Precisamos reunir forças e nos articular com amplos setores da sociedade civil para que essa discussão tenha na Casa o seu centro referencial, mas que extrapole as fronteiras internas e se transforme, de forma democrática, em um amplo debate nacional. E, principalmente, conclamamos os funcionários a que manifestem aos seus superiores o entendimento de que não estão de acordo com o envio de uma proposta de projeto de lei sem a prévia discussão na Casa. Contamos com vocês.

A Diretoria da AFBNDES

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. Sem chão!

    Ouvi notícia ontem num rádio em que falou que o PT liberou as bancadas da câmera e senado para eleição de seus presidentes!

    Conversei, participei da passeatas sob sol e chuva, paramos o trânsito, fui xingado de petralha, discuti com colegas de serviço, marquei posição dentro e fora de minha casa.

    Soltaram foguetes próximo a minha casa quando Dilma foi retirada…

    Como vou olhar na cara de todo mundo vendo o PT participando na mesa na presidência do Rodrigo Maia?

    A luta é para que lado?

     

    1. Qual seria opção

      Prezado Marco Antonio,

       

      Penso igual a vc, mas fica tambem uma duvida. Deveria o PT com a 3ª maior bancada ficar fora da mesa?

      Deixar essa turma fazer o que quer somente para se manter “puro” como o PSOL.

      Virou-se a pagina do impeachment que infelizmente perderam, agora talvez a melhor solução é lutar para que o estrago não seja tão grande como ja tem sido e ocupar um lugar na mesa poderia ser a forma mais correta de lutar. Ou seria uma desculpa para obter cargos?

       Foi com esse mesmo argumento que se juntaram ao PMDB de Michel Temer dizendo que sem o PMDB não conseguiriam governar e se deram mal.

      Nesse xadrez fico em duvida para criticar e tambem inseguro para dizer que devem ser contra e acabou.

      Repetindo a sua pergunta, “A luta é para que lado?” . Tambem gostaria de saber.

      Mas apoiar Rodrigo Maia é dose para leão.

      Luciano Heringer

      1. So acredito em uma coisa….

        Por muitos anos so tinham acesso ao BNDES empresas de medio e grande porte, dificilmente um pequeno empresario conseguiria um emprestimo para fluxo de caixa ou compra de mercadorias, com taxas de juros muito baixas e com prazos que podem chegar a 48 meses, so consegui depois do governo Lula, isso ajudou e impulsionou muitos negocios por ai, alem disso os produtos tinham que ser fabricados no Brasil, somente alguns produtos estrangeiros eram liberados e normalmente nao tinham contrapartida nacional. Nao sou capaz de tecer comentarios historicos sobre o Banco, sei que como muitas das empresas estatais e dos bancos estatais foi por muito tempo usado somente para beneficio de poucos, dito isso, tenho certeza de que nesse momento aonde todas as conquistas realizadas neste pais nos ultimos anos estao sendo destruidas pelos usurpadores, o PT jamais poderia se juntar a esse grupo, independente das consequencias politicas dentro da camara e do senado, pra mim eles perderam muito entrando nesse jogo depois de serem eleitos a primeira vez, seja la a desculpa que se de pra isso, agora deveriam estar lutando por todas essas conquistas realizadas e nao pela propria sobrevivencia pardidaria, deveriam estar lutando pra mudar alguma coisa, fazer diferente, correm um grande risco de realmente se tornarem mais um. Eu sei o lado que vou continuar lutando, vou continuar defendendo uma sociedade mais justa, igualitaria, um pais menos estupido e colonial, vou continuar defendendo ideias humanistas e serei sempre contra esse neoliberalismo entreguista. Se for com eles ok, sem eles ok tambem,nao muda nada pra mim, se precisar ficar na chuva fico de novo, porque nao fiu la pelo PT, fui pelo meu pais

  2. Lembro de saber desde pequeno

    Lembro de saber desde pequeno que havia um TROÇO chamado “vantagem comparativa” entre as Nações.

    Cresci e percebi que o TROÇO era real; China, EUA, Países àrabes, Japão, Coréia, India, Isrtael e até União EUropéia a utilizavam.

    O BRASIL, por um bom tempo, governado por desnvolvimentistas e patriotas (não importa se na ditadura e/ou democracia) também viu vantagem nestas tais “vantagens”

    Assim, um dia soubemos explorar muito bem nossas riquezas minerais, nossa diversidade étnico-cultural e religiosa,  nosso mercado interno vasto, nossa imensidão territorial, a vantagem em termos um dia uma certa VALE dum Rio Doce como o mel, uma Petrobrás, um sistema Telebrás e Eletrobrás quando no país e no mundo NÂO havia quem por aqui resolvesse se arriscar, ..soubemos até criar uma série de empresários Nacionais dinamicos e pujantes nas mais variadas áreas da economia (indo da industria, passando pelo comércio, agricultura até chegarmos aos serviços), enfim

    Aí, aí sei que num certo tempo, surgido como um ABORTO ACADÊMICO, apareceram poetinhas engomadinhos, “que acharam por ACHAR que achavam” que as tais vantagens comparativas, junto com a história (vê se pode), tinha sucumbido a uma nova era, sem Nação e sem fronteiras.

    IDIOTAS, imaturos, arrogantes, míopes, teóricos, entreguistas, manipuladores, privateiros e EMBUSTEIROS estes liberais libertinos que acham que podem enganar a todo mundo por todo o tempo.

    Eis aí até um Trump que não nos deixa esmorecer

  3. Conquista do povo?
    O BNDES

    Conquista do povo?

    O BNDES foi criado nos anos 50 a partir de estudos do então CMBEU (comissão mista brasil estados unidos), e Getúlio que pela primeira vez, foi eleito e não tomou o poder encampou a ideia de que o estado precisava desenvolver o país, ainda agricola eminemtemente e sem industrias de peso e de preferencia com capital estrangeiro. O BNDES nasceu dai.

    O BNDES tinha por objetivo, criar a rede industrial e estrutural do pais, tanto foi assim que seu projeto foi a rede de ferrovias, depois estradas.

    Nos anos 90 o BNDES foi usado para financiar as privatizações, e a razão dada foi a mesma, ao fazer isso, o BNDES apoiava o crescimento do país, etc.

    Nos anos 2000 em diante, o BNDES financiou os grandes grupos economicos. A idéia do governo era ter um gigante privada nas telecomunicações como tinha na eletricidade e no petróeo (pra quem não sabe, estatais com ações em bolsa aqui e lá fora) e a tele, no caso a Oi com ações em mãos do bndes-par, fundos de pensão, etc.

    Agora se vê que o BNDES enfiou dinheiro grosso a juros subsidiado e pago pelo povo através de impostos, em grupos privados que não precisavam do bndes para seus negócios, já que possuem musculatura para ir aos bancos comerciais. O que se viu foi um desvio de função ao usar o BNDES nos negócios dos amigos do rei.

    A tal carta fala em democracia. Qual instrumento democrático foi utilizado pelos governos anteriores para demonstrar porque era correto o bndes enfiar dinheiro na oi, nas empreiteiras, no porto em cuba, em ponte na venezuela?

    Tornar os juros do bndes mais onerosos não afeta o micro empresário, mas os grandes, que perdem a mamata do dinheiro barato. E diminui a diferença que tem de ser coberta com impostos e isso sim, me parece, seja de fato, o interesse real do povo e sua verdadeira conquista a ser atingida, que é o uso correto e eficaz dos impostos.

     

    1. conquista da sociedade sim

      conquista da sociedade sim sr

      Emprego, urbanização, escola, saúde, desenvolvimento, expectativa de vida  …salário, renda  ..ou isso ou estávamos agricolas, extrativistas

      A coisa tem que ser vista num conjunto ..verdade é que ter um BNDES não é luxo, mas sim necessidade

      Um custo INDIRETO que o país paga por tentar ser estratégico  ..um custo geopolítico

      O país não possui moeda forte  ..ao contrário, pelo modelo, se acumulamos dos outros (tipo hoje) NOSSOS RISCOS aumentam pelo critério de analise da divida bruta  ..tremenda PEGADINHA

      Riscos altos  ..protecionismo dos fortes ..escala MUNDIAL dos países concorrentes  ..obstáculos não faltam pra nossas empresas se quiserem nascer, se manter e crescer

      Todas as Nações, mesmo que baseadas em nacionalismo primitivo, possuem instrumentos de amalgama desenvolvimentista

      Ademais, dois errados não fazem um certo, e não é pq este instrumento vez ou outra foi usado indevidamente (e ves ou outa encarece sua manutenção) que o seu conceito deve ser desmerecido e tudo o que já se conseguiu dsconstruído

      ..ou isso, ou fica esperando sentado Agencias internacionais te proverem do necessário.

    2. troll demente e fanático

      O BNDES investiu pesado na indústria de papel e celulose, sem este dinheiro nada teria acontecido. Os grupos familiares nacionais a dominar este setor sempre foram dependentes deste banco para financiar investimentos a demandar vultosas inversões e com resultados positivos para emprego e exportações.

      Entre as falácias daqueles dois neurônios a declamar plin plin, porto em Cuba e outra amenidades, sem numero$$$$$$s o discurso é para troll ninar.

  4. Desmancha Brasil. O lema do

    Desmancha Brasil. O lema do governo dos coxinhas neo-liberais “dépassée” (ultrapassados) à brasileira, da “déclassé” (ralé de Hannah Arendt), da pequena burguesia ululante enriquecida (ou que assim pensa ser), de base especulativa, financista, rentista, jurista…

  5. País sem governo, sem patriotismo.

    Afinal, quem manda aqui ? Quem permite que nossas instituições sejam detonadas, nossas riquezas vendidas e nossos bancos desfigurados. Isto p/não falar dos serviços de assistência Social tão arduamente conseguidos.

    É uma ditadura pessedebista/pmdbista onde tudo, ou é aprovado pelos nossos legisladores, ou simplesmente um Zé Serra qualquer,  senador do psdb paulista, SE TORNOU O DONO DO BRASIL ? , juntamente com o Moro e o Janot, simplesmente decidem e pronto. Falar a verdade até preferiria a Militar, pois pelo menos, parece que  defendem o país .(?)

    Esta mistura de Tucano c/ Corvos não fará nada bem a nós, pobres brasileiros !

    E a Globo só entrevista o Gilmar, outro sabichãoe mandão do STF

  6. Vamos mais devagar com o andor

    Falar sobre o BNDES sem conhecimento do papel do Banco tem sido pauta de Mirians e Sardenbergs por anos a fio. Foram eles, em especial, e a grande imprensa, de modo geral, quem criaram o mito do banco de benesses às grandes empresas e de financiamentos ideológicos para investimentos em países bolivarianos e africanos.

    Eu já cansei de rebater esses argumentos com informação. Em primeiro lugar, investimentos em grandes projetos de infraestrutura e na indústria de base implicam, necessariamente, em altos volumes de financiamentos em poucos projetos. É inevitável se há investimentos significativos nesses setores com o BNDES sendo a principal, senão a única, fonte de recursos. Em segundo lugar, historicamente e sempre o banco teve e tem um número imenso de operações com valor médio menor lincadas a projetos de investimento de micro, pequenas e médias empresas em programas e linhas de crédito dirigidas a esse público, sem esquecermos do Cartão BNDES. As operações Finame, financiamento à produção e venda de bens de capital, são importantíssimo sustentáculo para a indústria nacional de máquinas e equipamentos.

    No que se refere ao financiamento à exportação de bens e serviços, incluindo projetos e obras de engenharia, há que se ressaltar que é o equivalente nacional ao que fazem os Eximbanks e similares em todos os países industrializados desde os USA, Japão, Coréia, Índia, etc. É importante para equalizaras condições de oferta feita por empresas concorrentes de outros países. É uma ferramenta de competitividade para exportar e gerar receita, tributos, emprego e renda no Brasil. Não é um “desvio de conduta”.

    A TJLP (que dependendo do perfil do beneficiário ou do projeto poder ser substituída por cesta de moedas) compõe, juntamente com a remuneração do BNDES e a remuneração do agente financeiro da operação, o custo total do credito. Este custo se diferencia entre setores, programas, linhas de crédito e porte da empresa. Considerando o custo de oportunidade, sem dúvida embute subsídio. Porém, é imprescindível para trazer o custo financeiro dos investimentos a patamares que os viabilizem. Se substituída por uma taxa equivalente a um título do Tesouro, irá afetar drasticamente esse custo, alterar o playback dos investimentos e as taxas de retorno o que, por seu turno, diminuirá a atratividade e irá desestimular a formação de capital fixo. Afetará as empresas, com destaque para as indústrias de bens de capital que, como mencionado, depende das operações Finame, mas, também, terá efeito no desempenho do Banco, diminuindo sua relevância como instituição de desenvolvimento econômico.

    Agora, vamos ao andor. Não me surpreende, mas a nota é eivada do mais puro corporativismo. Como sempre, nas manifestações do corporativismo, ao defender seus próprios interesses, clama-se pela defesa de algo maior, o Banco, o processo desenvolvimentista, etc. Pura balela. Não tenham dúvida, estão cuidando da autopreservação. O BNDES é um antro de coxinhas corporativos. Tecnicamente bem preparados, muito bem formados (subsidiados pelo Banco) e competentes. Acredito, por aquilo que conheço, que o Banco reúne uma das mais bem preparadas equipes técnicas do mundo, em termos de políticas de crédito de longo prazo. Mas que são coxinhas, são. São o suprassumo dos coxinhas, o Coxinha DOC (denominação de origem controlada). Desprezam os governos populares, são “homens de mercado”, esquecem, ou melhor dizendo, não reconhecem o papel do governo que incentivou investimentos, apoiou e capitalizou Banco, incrementou sua internacionalização e, como resultado, sua importância no cenário econômico nacional. De R$ 33 bilhões de financiamentos, em 2003, primeiro ano do governo Lula, alcançou R$ 190 bilhões, em 2013, que, de fato, foi o último ano do governo Dilma. Par-a-passo valorizou seus funcionários, investindo pesadamente em formação, capacitação, treinamento e, consequentemente, em salários e benefícios. Ser funcionário do BNDES é estar com o burro atado na sombra e o futuro garantido (ao menos até agora).  Enquanto a imprensa usava de informações falseadas e distorcidas sobre a atuação do Banco para atacar os governos de Lula e Dilma eu não vi nenhuma manifestação em defesa do Banco partir da Associação ou de funcionários do Banco. Não quer dizer que não tenham havido, mas eu não vi e acredito que não houve.

    Do outro lado da moeda há os empresários. Combateram Lula e Dilma à exaustão, participaram e incentivaram o golpe. Agora, estão recebendo a fatura do “pato”. Esse será o exemplar de anas platyrhynchos domesticus, mais caro da história e irão pagar sem bufar.

    O trágico e merecera mais estudo é ver como as pessoas agem contra seus próprios interesses. O corpo técnico do BNDES se posiciona como a última bolacha do pacote, sou “banqueiro”. Bancos de desenvolvimento não são, nunca foram e nunca serão bancos na acepção da palavra. São instituições públicas destinadas a implementar políticas públicas. Se não há política de desenvolvimento, não há banco de desenvolvimento, simples. Logo, o melhor corpo técnico do País em fomento ao desenvolvimento econômico é formado por um bando de cretinos com mestrado e doutorado que não conhece sua própria condição e fragilidade de posição. Será que nunca pensaram que em um governo “de mercado” eles iam estar entre os primeiros a dançar? Parece que não.

    E o que falar dos empresários, dos executivos das empresas nacionais não vinculadas às grandes corporações, aos global-players e totalmente dependentes da oferta de crédito local para investir e do mercado interno para vender seus produtos? Assumirem o discurso do setor financeiro e das empresas transnacionais como se tivessem objetivos convergentes não é a suprema burrice?

    Seguindo provérbio chinês, “podemos escolher o que semear, mas seremos obrigados a colher aquilo que plantamos”. Embora, lamentando pelo BNDES e implicando em enorme dose de masoquismo, não consigo deixar de bradar: BEM FEITO!

     

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