Gestão Alckmin não gasta nada com moradores em área de risco

Jornal GG – O governo Alckmin não gastou nem um centavo nos últimos cinco anos com o objetivo de reassentar moradores de áreas de risco e favelas. A previsão para o período era que R$ 65 milhões fossem destinados a esse objetivo.

Da Folha de S. Paulo

Gestão Alckmin tem ‘gasto zero’ em ação para morador em área de risco

Por André Monteiro e Rodrigo Russo

Governador concede entrevista em Mairiporã, Grande SP, onde 4 pessoas morreram por causa da chuva

Dos R$ 65 milhões previstos para reassentamento de moradores de áreas de risco e favelas nos últimos cinco anos, nem um centavo foi gasto pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

É o que mostra levantamento feito pela Folha a partir de dados oficiais da execução orçamentária, nesse período, para despesas do governo com prevenção e resposta a problemas como os experimentados pela região metropolitana de São Paulo nesta sexta-feira (11).

A reportagem comparou os valores inicialmente previstos pelo Orçamento do Estado de 2011 a 2015 com aquilo que foi efetivamente desembolsado para tais atividades em cada um dos anos.

Em janeiro de 2011, quando tragédia similar à desta semana afetou a mesma região, o governador Alckmin visitou Franco da Rocha e prometeu construir 300 moradias. Nada foi entregue na cidade até hoje –e, com o desastre atual, a fila para habitação deve crescer ainda mais.

Na rubrica orçamentária “provisão de moradias”, que tinha previsão inicial de R$ 215 milhões, R$ 30 milhões foram desembolsados, o que representa 14% do total orçado para os cinco anos que separam as tragédias.

Naquela mesma visita a Franco da Rocha em 2011, Alckmin fez outra promessa. “Todo verão a gente sabe que vai chover e aí precisa ter reservação dessa água, porque infelizmente as várzeas foram ocupadas. Aqui há a previsão de construção de quatro piscinões”, afirmou o tucano.

Somente em dezembro do ano passado, no entanto, o governo do Estado autorizou o início da licitação para construir o primeiro desses equipamentos, o piscinão do ribeirão Água Vermelha, que terá capacidade de 201 mil metros cúbicos.

O desempenho em todo o Estado nas ações do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) relativas a drenagem e combate a enchentes também está distante das estimativas iniciais do órgão. O governo previa investimentos de R$ 2,6 bilhões para o período, mas gastou somente R$ 1,5 bilhão, o que corresponde a 57% do total.

No quesito “avaliação e mapeamento de áreas de risco”, que aparece no Orçamento de 2013 sob responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, apenas 12% foram cumpridos: dos R$ 13,3 milhões dedicados ao assunto, R$ 1,5 milhão foi gasto.

DEFESA CIVIL

O item de melhor desempenho entre aqueles analisados pela reportagem são os gastos com as ações da Defesa Civil no Estado. O órgão, que atua tanto na prevenção quanto na resposta aos desastres naturais, coordenando ações dos órgãos públicos e comandando a integração com comunidades afetadas por tragédias para minimizar seus impactos, gastou 84% do que seu orçamento previa: R$ 76,6 milhões dos R$ 91,6 milhões estimados para o período entre os anos de 2011 e 2015.

Devido à crise econômica, que também reduziu repasses federais, o Estado tem implementado ações de austeridade e contingenciado verbas de diversas áreas.

OUTRO LADO

A reportagem enviou questionamentos ao governo paulista e às secretarias envolvidas nas ações de prevenção e resposta a desastres analisadas pelo levantamento. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente afirmou em nota que, por meio do Instituto Geológico, “executa algumas ações e serviços em conjunto com a Defesa Civil para as questões de áreas de riscos, sendo que para tanto despende cerca de R$ 400 mil a R$ 500 mil por ano”.

governo Alckmin disse que os recursos aplicados no mapeamento de área de risco não vêm apenas da Secretaria do Meio Ambiente e que só a Defesa Civil gastou mais de R$ 4,2 milhões para essa finalidade entre 2012 e 2015.

O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) afirmou que iniciará a construção de um novo piscinão em Franco da Rocha no segundo semestre deste ano –e que aguarda liberação de outra área pela prefeitura do município para construir um segundo equipamento.

A Secretaria da Habitação respondeu em nota que tem “empenhado esforços na construção de moradias para as famílias de menor poder aquisitivo, priorizando aquelas famílias que ganham até seis salários mínimos”.

A pasta afirmou ainda que, somando-se todos os programas habitacionais sob seu comando, gastou R$ 5,4 bilhões no período de 2011 a 2015, 86% do montante previsto nos Orçamentos.

Redação

7 Comentários

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  1. a questão fundamenrtal aí é a

    a questão fundamenrtal aí é a política repressora, desumana

    dos tucanos, seca, estéril, sem fraternidade.

    parece que tudo em que eles os tucanos tocam vira sequidão

    e caos, desesperanças…

    nenhum sinal de humanidade, de solidariedade, é pau pra todo canto,

    insensibilidade política,

    o projeto tucano é  só o da concentração de renda e privatização,

    estado mínimo para os pobres,

    estado maximos pra os que já são privilegiados……

  2. Não sobrou dinheiro.Fazer o

    Não sobrou dinheiro.Fazer o quê? Queriam que cortasse os gastos com a as aeronaves  a disposição dos passeios da madame pelos ares de Sào Paulo?

  3.  
    O Picole de Xuxú tem razão,

     

    O Picole de Xuxú tem razão, os recursos públicos numa governança de CHOQUE DE GESTÃO, o governo não deve pegar o dinheiro dos que pagaram impostos altíssimos, para ser aplicados em projetos, obras, ou ações públicas de qualquer natureza, que não produza boas margens de lucro para remunerar bem os investidores. Afinal, nosso país escolheu o capitalismo, onde o mercado é o bambambam que produz e dá resultados para arrumar emprego, saúde, educação, moradia, e outras coisas.  Tudo igualzinho como é no primeiro mundo.

    Quando acusam o governo tucano de roubar até a merenda dos estudantes. Em parte, não deixa de ser verdade. O que os malidiscentes não percebem, é que os que se apropriam desse dinheiro público, só tem um caminho, ou seja, aplicar em nosvos empreendimentos geradores de trabalho pros vagabundos que quiserem mudar de vida e crescer. para atender o povo mais rico e endinheirado este foi o caminho para concentrar mais a riqueza nas mãos de poucos que sabem investir bem, dai, ficam mais ricos. O que querem mais os pobres? Sem os ricos, onde os pobres vão arrumar trabalho? Casa própria pra pobre isso é extravagância de governo populista. Não pode dar certo. Não é um bom negócio pros investidores imobiliários que geram empregos, as margens não são atraentes. Temos tantos abrigos públicos…arruma umas barracas de madeirite e faz uma “cumunidade” gente! Deixa o Alckmin trabalhar pelo progresso de São Paulo em paz.

    Orlando

  4. Tá resolvido

    O Alckmin vai decretar segredo de 5000 anos nos dados de gastos em áreas de risco. E hoje mesmo os militantes e apoiadores tucanos vão iniciar mais uma rodada de elogios à “excelência de gestão” do PSDB…

    Pronto, e segue a procissão, que nesse caso o MP de São Paulo não vai fazer nadica de nada…

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