Junho com sabor de agosto, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Junho com sabor de agosto, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Esta semana não foi muito boa para a direita brasileira. Lula não desistiu das eleições e continua sendo o candidato preferido da população brasileira. FHC finalmente naufragou no propinoduto da Odebrecht e nem mesmo os jornalistas tucanos conseguem defende-lo. Geraldo Alckmin enfrenta oposição dentro do seu partido e se viu obrigado a tocar tiros com Jair Bolsonaro para ver se conquista os pobres de direita.

O clã Marinho, donos do bastião da hipocrisia televisiva que derrubou Dilma Rousseff, foi apanhado nas teias do escândalo da FIFA. Eles sabem que no exterior não poderão contar com um fiel Gilmar Mendes para conceder HC para eles com supressão de instância. O formado da eleição está cada vez mais sendo definido pelo debate em torno da defesa ou não do monopólio do petróleo e da Petrobras.

Jair Bolsonaro quer ser o candidato da extrema direita, mas não pode defender propostas nacionalistas em relação ao petróleo e a Petrobras. Isso certamente dividirá o eleitorado dele. Geraldo Alckmin disputa eleitores com Bolsonaro porque sabe que não conseguirá avançar no campo eleitoral de Lula. A prisão do ex-presidente petista se tornou um problema internacional para a desgastada cúpula do Judiciário brasileiro.

Acuados pelo desespero, o clã Marinho só tem duas opções: se jogar nos braços do capitão terrorista que defende propostas que contradizem o liberalismo dos costumes defendido pela Rede Globo; ou implorar de joelhos pelo perdão de Lula. A terceira opção (fugir do Brasil) deixou de existir. Assim que eles pisarem nos EUA ou na Europa os irmãos Marinho correm o risco de ser presos e de passar uma longa temporada na prisão.

Em breve o juiz encarregado pela Lava Jato se tornará uma vítima colateral do escândalo da FIFA. Sérgio Moro construiu sua imagem ao lado dos irmãos Marinho e com ajuda da Rede Globo. Agora ele será obrigado a afastar dos parceiros criminosos de Joseph Sepp Blatter e perderá seu precioso escudo.

Com a credibilidade em declínio, Sérgio Moro não poderá se segurar na opinião publicada quando começar a sofrer as consequências dos abusos que cometeu para poder meter Lula na prisão. Vale a pena lembrar alguns deles https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/vidas-paralelas-sergio-moro-e-cabo-bruno. Num dia Moro estava no céu, ao lado de um rei europeu. No outro ele se viu sozinho diante do imponderável e a caminho do inferno que fez por merecer.

A roda do mundo girou. Ela fez de conta que esmagou Lula para poder esmagar Sérgio Moro e os barões da mídia que se serviram dele para derrubar Dilma Rousseff, prender Lula e tentar destruir o PT. Ironia, ironia… Deus trabalha torto por linhas retas, exceto quanto trabalha reto por linhas tortuosas. Nós finalmente entramos num mês de junho com sabor de agosto.

Sem mexer um só musculo, Lula já governa a eleição e se tornou capaz de desenhar um cenário pós-eleitoral de salvação nacional. Mas para que a nação seja salva (estou me referindo aqui aos adversários do golpe de 2016 e aos arquitetos da patifaria que levou um velho corrupto, carrancudo e cretino à presidência da república), os interesses petrolíferos dos estrangeiros no Brasil terão que ser desafiados por todos aqueles que quiserem frequentar a nova Corte e entrar na fila para beijar a mão do novo rei do Brasil.

Tenho sido um defensor de Lula e já decidi que votarei nele. Mas assim que ele for novamente entronizado provavelmente mudarei de lado. Serei obrigado a fazer oposição ao novo reinado petista. Suponho que isso é inevitável. Lula é tolerante, maleável e incapaz de se vingar ferozmente daqueles maltratam a população brasileira e fizeram nosso país ser esculachado até pelos turcos (alguns deles se opuseram a um golpe de estado naquele país dizendo que a Turquia não é o Brasil).

Assim que assumir a presidência, Lula vai tentar perdoar todos os inimigos dele no MPF, no Judiciário, no meio empresarial e jornalístico em troca da redefinição dos parâmetros de exploração do petróleo. Não sou capaz de perdoar ninguém. Portanto, assim que Lula começar a querer apagar a fogueira serei obrigado a começar a jogar mais gasolina nela. Cada qual deve cumprir seu papel. O meu é bem mais modesto que o de Lula.   

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

4 Comentários

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  1. Penso da mesma forma que o

    Penso da mesma forma que o Fábio. Lula até conquistar a presidência. Também desconfio que Lula tentaria uma conciliação, nesse momento eu passaria a ser oposição. Foi por conciliar demais e acreditar nos “homens de bens” que o golpe de estado aconteceu. Não existe perdão para os golpistas, isso equivale à anistia aos militares. Prisão para os golpitas, togados, fardados ou de colarinho branco.  O julgamento dos marinho deve ser televisionado para o mundo inteiro.

  2. Sinceramente, eu também não

    Sinceramente, eu também não quero que o Lula perdoe ninguém. Foram muitas injustiças contra nós de esquerda. 

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