Kátia Abreu diz que Dilma precisa aprender a conviver com o Congresso independente

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (15), a ministra da Agricultura Kátia Abreu endossou o coro do PMDB sobre as dificuldades de diálogo e disputa de espaço com o PT. A titular ainda aproveitou para cutucar o governo Dilma Rousseff, afirmando que está na hora do Planalto aprender a conviver com um Congresso não “subserviente”. A referência foi à eleição do correligionário Eduardo Cunha para a presidência da Casa.

“Não querer ser subserviente é saudável. O momento é importante para o Congresso. E também é natural que o governo reaja. Quem é que quer perder poder? Mas o governo vai ter de aprender a conviver com essa independência do Congresso e com um diálogo mais natural”, disse a ministra. Ela ainda afirmou que Cunha é um deputado “responsável” e que isso fica evidente em suas declarações à imprensa.

Kátia Abreu também vê legitimidade nas reclamações do PMDB em relação a reforma ministerial de Dilma, neste início de novo mandato. Para ela, o PMDB não foi devidamente contemplado, ficando apenas como Ministério da Agricultura como pasta de “boa notabilidade” perante a população.

“(…) para os políticos, é óbvio que os ministérios mais visíveis são mais interessantes. Por exemplo: Cidades. Não há nada com maior visibilidade. Saúde, Educação, Integração têm presença política, estão no meio da população. E não estão com o PMDB.”

Kátia Abreu ainda afirmou que o PT é um aliado com “divergências internas”. “O PMDB tem reclamações do PT, e com razão, porque nos Estados tem tido pouca compreensão do PT. E o PMDB tem apoiado o PT, como apoiou o ex-presidente Lula e apoia a presidente Dilma Rousseff com muita lealdade”, disse.

Ela evitou responder, no entanto, se acha que a aliança entre PT e PMDB deve perdurar por mais tempo. Desde a eleição passada, o PMDB adotou como discurso institucional a indicação de um nome próprio para presidente da República em 2018. Para alguns, Eduardo Cunha fará de tudo para ser esse candidato, mesmo que tenha que isolar lideranças como o presidente nacional do partido, Michel Temer.

Para a ministra, não há “necessidade” de Temer “se afastar”. “Ele tem um bom diálogo com a presidente. Não sei se tirar o Michel Temer agora seria bom para o partido.”

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

33 Comentários

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  1. Senhores, Katia Abreu tem um

    Senhores, Katia Abreu tem um grande mérito: a cada momento, explicita, cada vez mais, o erro de Dilma ao chama-la para o ministério.

  2. Eu sempre imaginei. . .

    Eu sempre imaginei que o PMDB teria um candidato próprio a presidente da república em 2018 e com apoio do PT,  mas se esse candidato for o deputado Eduardo Cunha é capaz de até os petistas votarem no candidato do PSDB.

  3. Mais um erro de Dilma

    Dilma nomeou Katia Abreu sem consultar o seu vice, interlocutor do PMDB junto ao Governo Federal, se tivesse feito isso teria fortalecido Michel Temer, mas sua teimosia em querer decidir tudo sozinha a fez escolher a ruralista.  E agora tem que escutar que “o governo tem que se acostumar a engolir os sapos da Câmara”, e de sobra irritou o MST, de quem depende de apoio popular nas ruas. A presidente tem errado demais e parece que suas falhas nesse segundo mandato tendem a aumentar. 

    1. Ora, caro questionador …

      Do Brasil e dos brasileiros.

      Os que estão fora do Congresso e suas relações, evidentemente.

      Funciona assim, ó:

      O Legislativo é sempre esta festa particular deles (e de seus patrocinadores)

      O Judiciário garante a festa (participando e garantindo, é claro)

      O Executivo, as vezes tem gente que entra na festa, as vezes não.

      Em 515 anos, tivemos aí uns 30 dos que não.

      Geralmente são expulsos, por tentar estragar a festa.

      Dirá vc: “Ma-mas o Brasil é mais que isso! Tem, por ex. o povo!”

      Bem, o povo assiste…

    1. Ela não esqueceu,acredito que

      Ela não esqueceu,acredito que ela seja mais leal a Dilma do que muitos Petistas do seu círculo intímo,pois muitas vezes dar uma opinião sensata e divergente,não significa ser do contra,muito pelo contrário.

  4. Como alguém já disse:

    Como alguém já disse: lamentável mesmo foi que a eleição de Cunha ocorreu depois de Dilma já ter cedido o que podia e não podia para a direita/mercado na composição dos ministérios e na condução da política econômica. Se não tivesse cedido, teria agora ao seu lado Ministros de esquerda e o povo nas ruas disposto a defendê-la e apoia-la. 

    Mesmo assim, tenho um recado pro PMDB:

    impítiman é meuzovo!

     

  5. o pmdb é isso mesmo: um monte

    o pmdb é isso mesmo: um monte de frações, monte de

    divisões de líderes de si mesmos ou de poucos, nos estados.

    por isso, dá a sensação de que a culpa é da dilma e não dessa divisão gigantesca do pmdb…

    e querem lançar candidato em 2.018….

    mais fácil mais uma vez para o pt….

    pois como esses nomes com frações de poderes estaduais,

    sem um nome nacional com carisma e força política, perderá em 2.018.

    talvez cunha queira se apresentar como vice…

    do lula…mas ele esquece que qualquer partido que queira vencer a eleição

    terá de ter um vice com força nacional…e ele não tem…

  6. O que Dilma precisa aprender é a …

    Selecionar e formar times.

    Vencedores, que joguem por música.

    Sem jogadore(a)s como essa aí

    Senão nem precisa de adversários!

    Perde até no treino…

  7. Independência sim, canalhice não

    Tudo estaria dentro da normalidade democrática, não fosse o PMDB um partido de ´negócios´, a serviço do que há de pior em nosso país. Essa sede de ministérios está longe de ter motivações nobres, muito pelo contrário todos sabem para o que é.

  8. Alguém sabe com anda o

    Alguém sabe com anda o movimento pró impeachment da Dilma que seria realizado hoje, dia 15, organizado pela oposição em várias capitais do país ?

    Acho que o movimento ” IMPTIMAM É MEUZOVO” teve mais sucesso

  9. Será que entendi direito

    Será que entendi direito ou….

    A Abreu chamou nossa presidenta de DITADORA?

    Sim, porque só ditadores precisam aprender a conviver com congresso independente.

    Poxa, votei livremente numa ditadora que escolheu alguem para um minisrio que expressa suas ideias livrente.

     

    Santo excesso de democracia, fosse eu ja tinha mandado a Abreu pra pqq.

  10. A Dilma traiu o

    A Dilma traiu o Requiao…poderia te-lo fortalecido com sua indicação ou nomes proxímos ao ex-governador…o PT não pensa, so olha para suas vaidades e interesses

  11. Katia, a comadre!

    Este ser, Katia Abreu, tal qual um câncer maligno que foi diagnosticado, tem que ser extirpado pelo método mais conveniente, sem perda de tempo, antes que se espalhe, se infiltre e seja tarde demais, esperar que algo tão maligno vá regenerar ou mudar sua natureza maligna, é mesmo que cometer um suicídio. Quanto mais tempo demorar esta decisão, maiores serão as sequelas. Infelizmente, acredito, há outros seres tão ou mais malignos, que nem deveriam fazer parte deste corpo e por este motivo, devem ser imediatamente extirpados.

  12. Projeto de nação ou de poder?

    “Mas o governo vai ter de aprender a conviver com essa independência do Congresso”

    É uma declaração muito pouco esclarecedora para o povo brasileiro, como alguns colegas do blog aqui levantam.

    Por que dar Ministérios a congressistas?

    Congresso independente de quem?

    O pior é que a maior parte dos congressistas pensa assim mesmo: existe mandato popular para o executivo, de um projeto de nação (a ser discutido em disputada concorrência) e, na paralela, existiria um projeto pessoal de poder, referendado pelo mesmo “povo”, para que alguns congressistas façam carreira independente na política nacional. “Vota no PT (ou no PSDB) para governar e cobrem deles as promessas (o ônus), mas solta outro votinho aqui para mim, na mesma urna, do lado da minha “fotinho”, para o meu uso pessoal (pior que está não fica, como diz o Tiririca)”.

    A reforma política deveria estabelecer que as eleições fossem estabelecidas entre projetos de nação, submetidos integralmente a voto popular, com lista fechada de congressistas de uma ou de outra opção política.

    Brasil, lamentavelmente, separa claramente (e a Katia Abreu assim o diz) o mandato para governar e o mandato individual. O executivo recebe um pacote de responsabilidades e o congressista um cheque em branco.

  13. Legislativo independente com

    Legislativo independente com rabo totalmente preso nos que financiaram a campanha dos deputados e senadores eleitos.

    Legislativo independente com chantagem e ameaças ao Executivo por nomeações para ministérios e outros órgãos.

    Legislativo que dá uma banana para os interesses dos seus eleitores e tenta aprovar uma reforma política contrária ás decisões do STF.

     

  14. Um afago…

    (e dos grandes… um ministério crucial) em Kátia Abreu, uma ruralista e histórica defensora do latifúndio canalha; uma paulada na calada da noite atendendo aos peidos da Globo pra cima da Graça Foster, uma ex-catadora de lixo que tornou-se grande por merecimento e competência que agora, não mais que adequadamente, saiu das manchetes do “maior escândalo de roubos e que começou em 2003”.

    Não Dilma Vana Roussef Linhares, não foi pra isso que eu e outros milhões depositaram em ti as nossas esperanças de um Brasil soberano e justo.

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