do Brasil de Fato
Liberar FGTS não recupera economia e prejudica habitação, dizem especialistas
“É uma pequena injeção na economia”, disse o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao anunciar que o governo deve liberar saques de contas ativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para impulsionar o consumo. A medida é vista por especialistas como um paliativo ineficiente, com objetivo de mascarar a estagnação econômica do país.
O Brasil chegou ao sexto mês de governo Bolsonaro com 13 milhões de desempregados e 63,4% das famílias endividadas. Enquanto isso, as previsões para o PIB, mesmo as oficiais, despencam. Na semana passada, o Ministério da Economia reduziu a expectativa de crescimento em 2019 de 1,6% para 0,81%.
“Dada a conjuntura atual de elevado desemprego e endividamento que as famílias estão, os recursos que serão sacados vão ser destinados, em grande parte, para quitar dívidas e outra para consumo. Verificamos que, claro, haverá um impulso, uma melhora no consumo. Até porque a previsão é que um elevado montante seja liberado e isso vai ter um impacto para a economia, mas é um impacto localizado, pontual. Muito aquém do que precisamos para reativar a atividade econômica”, analisa o economista André Paiva, integrante do grupo de pesquisa em Desenvolvimento Econômico e Política Econômica da PUC-SP.
Paiva diz que a economia “está apenas andando de lado” e não acredita que a medida mudará esse quadro. Ele lembra que o então presidente Michel Temer fez o mesmo em 2017, com as contas inativas do FGTS, e pouco resolveu.
“Não foi suficiente para rearticular cadeias produtivas, fazer com que as empresas retomassem projetos de investimentos e que realmente tivessem uma retomada de nível de atividades consistentes”, diz.
Habitação e saneamento
Inicialmente, o governo informou que pretendia injetar até R$ 42 bilhões na economia, mas, no dia seguinte, refez os cálculos e declarou que a liberação deve se limitar a R$30 bilhões – o equivalente a 35% dos recursos do FGTS.
Para Maria Fernanda Coelho, ex-presidente da Caixa Econômica Federal no governo Lula, a medida é de “uma irresponsabilidade absoluta”, já que os recursos do FGTS são usados para promover o financiamento nas áreas da habitação, saneamento e infraestrutura.
“Não tem qualquer análise, não tem perspectiva que isso possa, no futuro, gerar emprego e renda para o trabalhador. E o Fundo de Garantia é isso, um fundo que busca dar uma garantia e estimular investimento para que ele possa ter um emprego”, afirma.
Ela lembra que o governo Bolsonaro extinguiu a faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida, voltada para a população que recebem até três salários mínimos, o que sinaliza um desmonte em relação às políticas de moradia.
“As pessoas resgatam os recursos para pagamento de dívidas e normalmente dívidas com os bancos. É uma medida que beneficia fundamentalmente as instituições financeiras, porque as pessoas têm dívidas no cheque especial, no cartão de crédito”, explica Maria Fernanda.
Ela completa: “Claro que, para o cidadão que paga sua dívida, é uma coisa muito importante. Ele está em uma situação normalmente com juros escorchantes, absurdos, principalmente se estiver com dívidas no cartão de crédito ou comércio. Porém, nada além disso. O governo não tomou nenhuma medida que possibilitasse qualquer tipo de investimento, geração de emprego ou expectativa positiva em relação a classe trabalhadora. Ao contrário: o que temos visto é a supressão de direitos de forma permanente”, critica a ex-presidente da Caixa.
Contradição
Além das críticas, o economista André Paiva vê uma contradição na medida.
Ao liberar o FGTS, o governo utilizará patrimônio dos próprios trabalhadores para impulsionar a economia. Porém, no pensamento defendido pelo governo Bolsonaro, o próprio mercado seria responsável pelo crescimento econômico.
“A partir do momento que existia o indicativo de aprovação da reforma da Previdência, de maior abertura comercial, uma política fiscal ultrarrestritiva, ele defende que as empresas iriam retomar o crescimento. Que ele retiraria a atuação do setor público para o mercado privado atuar, que o mercado impulsionaria a atividade econômica. No entanto, essa é a linha de pensamento adotada desde o Joaquim Levy e verificamos que a economia piorou significativamente”, afirma Paiva.
Edição: João Paulo Soares
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Liberar FGTS e deixar para um futuro pior, não abriu a guarda para bancos e empresas devedores do INSS, devia fazer também com os aposentados e dando um abono ao trabalhador, aposentados isenta do 50%dos empréstimos já bota a economia para funcionar e trabalhadores um abono de 20 ou 30% por um periofo
Nem vou sacar o meu. Vou deixar lá rendendo um montão de dinheiro.
Eu acho quê liberar FGTS não ajudará a economia do pais, se isso favorece a aguem não é ao trabalhador.
Cara é muito engraçado ver gente falando do FGTS como sendo uma coisa maravilhosa. Só existe essa praga porque na escola ninguém nunca deu uma aula de educação financeira e porque a legislação assume que o brasileiro é burro e descontrolado. Incapaz de separar parte do salario pea investir em algo que realmente vá ser benéfico. FGTS nem é investimento. Ao longo do tempo a pessoa perde dinheiro ao invés de ganhar. Tem que liberar e extinguir essa praga. Bem como a multa de 40% o cara vai trabalhar em uma empresa fica 4 meses pra conseguir estabilidade depois começa a fazer corpo mole pra ser demitido e “ganhar os direitos”. Quem nunca presenciou isso? Já tive muitos colegas que fizeram isso. Enquanto isso não dava pra colocar no lugar alguém que realmente quisesse trabalhar no lugar porque o pilantra que fez de tudo pra conseguir o emprego quando ve que na lei tem uma brecha pra não ser demitido começa a fazer corpo mole e sempre sobra pra alguém fazer. Porque se a empresa vai mal. Quem se ferra além do corpo mole São todos os outros funcionários. De faxineiro a porteiro, entregador, auxiliar de produção, almoxarifado, vendedor, , encarregado, diretor, patrão, terceirizados. Toda uma cadeia virtuosa que começa a ruir na atitude de alguns indivíduos que amparados por uma lei idiota se acham no direito de atrasar a própria vida e a vida dos outros porque se sujeitam a estar contra a própria vontade em um lugar só pra tirar dos outros uma oportunidade e um salario que poderia beneficiar a quem quer trabalhar de verdade.
Lei idiota ou idiota sem lei?
Vá saber a origem do FGTS e que garantias ao trabalhador ele substituiu quando foi criado.
Pelo teor da sua opinião percebe-se que você nunca trabalhou.
Se nunca trabalhou pelo menos estude, menino!
Qual virtude tem a medida? É dinheiro da própria conta do trabalhador, que sai de um fundo financiador de desenvolvimento, para alimentar o fundo especulativo, uma das principais causas dos problemas sociais que afligem o trabalho. O neoliberalismo não salva nem a si.
O governo paga juros exorbitantes pela sobra de caixa do bancos, porque o fgts não recebe a mesma remuneração?
O dinheiro do pobre trabalhador tem menos valor, que o dinheiro dos bilionários banqueiros?