Mais de 1.300 na Unicamp assinam manifesto contra golpe

Articulação de hoje se assemelha a arquitetura feita no golpe de 1964
 
 
Jornal GGN – Mais de 1.300 ligados à Universidade Estadual de Campinas, entre professores, funcionários e estudantes, aderem ao manifesto ‘Unicamp Contra o Golpe’. No texto, membros e ex-membros da instituição repudiam a tentativa de golpe contra “direitos civis, políticos e sociais”, comparando a articulação do atual processo de impeachment as articulações feitas pouco antes do golpe de 1964. 
 
MANIFESTO: CONTRA O GOLPE, EM DEFESA DA LEGALIDADE DEMOCRÁTICA!
 
Docentes, funcionários e estudantes da Universidade Estadual de Campinas vêm manifestar seu mais veemente repúdio à tentativa de golpe contra as instituições republicanas e os direitos civis, políticos e sociais, tão duramente conquistados pelos brasileiros e consagrados pela Constituição de 1988.
 
Violações das liberdades democráticas se acumulam, materializadas nas detenções arbitrárias, invasão policial a sindicatos ou repressão de manifestações pacíficas, culminando na condução coercitiva do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para prestar depoimento à Polícia Federal e na divulgação de interceptação telefônica que atingiu a Presidência da República, em atropelo às normas e aos ritos jurídicos estabelecidos, como demonstraram juristas e instituições dos mais variados matizes políticos. Em ameaça mais grave ao Estado democrático de Direito, estas ações são empreendidas por operadores do Direito, a quem, precisamente, incumbe zelar pelo cumprimento da Carta Magna.
 
Tais sucessivas e flagrantes ilegalidades vêm ocorrendo sob o frágil verniz do combate à corrupção, sob os auspícios da mídia corporativa, que expressa o projeto político da elite brasileira. A corrupção deve ser duramente combatida, mas dentro das regras institucionais, e essa luta não pode, sob hipótese alguma, ser seletiva. No entanto, é de forma absolutamente seletiva que o apelo fácil do combate à corrupção tem instrumentalizado a tentativa de criminalização de um único campo político brasileiro e contribuído, decisivamente, para a crise social e econômica do país.
 
Assim arquitetaram o golpe de 1954. Foram artífices do golpe de 1964. E, agora, preparam o terreno para mais um golpe de Estado no qual, além da derrubada de um governo legitimamente eleito com 54 milhões de votos, têm como pontos programáticos o fim dos direitos sociais e das garantias constitucionais dos cidadãos, a revogação da Consolidação das Leis do Trabalho, a privatização da universidade pública e a entrega da exploração do petróleo às corporações multinacionais.
 
Nesta hora grave, quando o futuro do país está em jogo, docentes, funcionários e estudantes da Unicamp somam-se ao crescendo de vozes que, no país, toma posição clara contra a ruptura institucional, em nome da defesa intransigente do Estado Democrático de Direito.
 
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Redação

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