Mendonça diz que governo não recua em PEC dos Gastos e MP do Ensino Médio

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Mesmo diante da ocupação de 364 escolas e 170 universidades em todo o país em protesto contra a PEC 55 (antiga 241), contra a MP da Reforma do Ensino Médio e contra a Escola Sem Partido, o ministro da Educação Mendonça Filho disse que o governo não vai recuar das propostas.
 
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro disse que a PEC que impõe teto aos gastos públicos, congelando os investimentos por 20 anos, é importante para reequilibrar as contas públicas. Afrontando as manifestações em todo o país, Mendonça disse que há “muita desinformação”.
 
“Ela veio para reequilibrar o Orçamento público, devolver a capacidade de investimento ao Estado brasileiro, fazer com que o Brasil volte a crescer gerando empregos e aumentando a capacidade de investimento em educação e saúde”, afirmou.
 
Da Agência Brasil
 
Por Marcelo Brandão
 
O ministro da Educação, Mendonça Filho, defendeu o posicionamento do governo nas questões da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos e da medida provisória (MP) que reforma o ensino médio no país. As duas pautas são as principais críticas dos estudantes que ocupam escolas em diversos estados e que motivaram as ocupações, mas o ministro não deu sinais de um possível recuo nessas questões.

Em entrevista concedida hoje (4) ao programa A Voz do Brasil, Mendonça Filho disse, em relação à PEC dos Gastos Públicos, que será estipulado um teto global, e não específico para cada área. Segundo o ministro, a medida será importante para reequilibrar as contas públicas e retomar o crescimento – assim como explicou, em outras ocasiões, o presidente Michel Temer.

“Há muita desinformação, na sua esmagadora maioria, com relação à PEC. Ela veio para reequilibrar o Orçamento público, devolver a capacidade de investimento ao Estado brasileiro, fazer com que o Brasil volte a crescer gerando empregos e aumentando a capacidade de investimento em educação e saúde”.

Mudanças no ensino médio

Após sua participação em A Voz do Brasil, o ministro conversou com a Agência Brasil e defendeu as mudanças propostas pelo governo ao ensino médio. “Acho que a gente precisa debater o conteúdo da proposta que altera o ensino médio. Tenho certeza que a esmagadora maioria dos alunos brasileiros que estudam no ensino médio aprova as mudanças”.

Entidades ligadas à educação dizem que o debate da proposta fica prejudicado pela imposição de uma medida provisória. O ministro minimizou a questão. Ele disse que a lógica entre MP e projeto de lei (PL) é a mesma. Segundo ele, apesar de só a MP ter vigência imediata, ambas “podem ser alteradas parcialmente, totalmente ou rejeitadas pelo Congresso”.

Mendonça Filho completou dizendo que não se preocupa com o formato da medida no Congresso, e sim com o debate da matéria. “Espero que, dentro da autonomia do parlamento, eles possam compor a apreciação da matéria da melhor maneira possível. Para mim pouco importa o caminho, se um [MP] ou outro [PL]. O mais relevante é o objetivo central, que são as mudanças no ensino médio brasileiro”.

O ministro citou uma pesquisa, a ser divulgada pelo ministério na próxima semana, que apresenta uma aprovação de 70% dos estudantes às reformas propostas pelo governo. Segundo ele, as manifestações contra essas medidas, sobretudo nas universidades, trazem um componente de “mobilização política” que prejudicam o debate.

“A discussão existe porque se obedece uma lógica partidária e ideológica. Peço que as pessoas mantenham suas convicções políticas e filiações partidárias, mas não transformem o ambiente universitário em um ambiente de domínio político de algumas forças que querem imaginar que a grande maioria da população tem que pensar igual ao que eles pensam”.

* colaborou Mariana Tokarnia

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Recuar da PEC 241?
    Impensável

    Recuar da PEC 241?

    Impensável na atual conjuntura. Seria como desistir de um dos objetivos principais de toda mudança (golpe): garantir a qq custo a transferência de recursos públicos para o setor financeiro, tanto que os homens do ramo estão no comando da economia.

    E quanto à MP do ensino médio, os lobos do mercado da educação não investiram no golpeachment por amor ao país: querem a sua fatia no butim e estão trabalhando intensamente nessa reforma (v. link a seguir).

     

    http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/11/conheca-os-bilionarios-convidados-para-reformar-a-educacao-brasileira-5101.html

  2. A luta de classes é o motor da história

    Se a classe operária não impedir a aprovação da PEC que limita os gastos públicos, a elite sanguessuga desse país vai engatar a marcha ré.

    Esperamos que a manifestação das Centrais Sindicais faça o governo recuar. Se a manifestação for fraca, adeus, Brasil, até o século passado.

  3. Nem na ditadura militar,no

    Nem na ditadura militar,no seu apogeu com a edicao do AI 5,o Brasil foi tao avacalhado,desmoralidado e humilhado,como na nomeacao desse sujeito Mendonca Filho,para o Ministerio da Educacao e Cultura,no primeiro momento.Tosco,burro,analfabeto,ignorante,cretino e salafrario.Se o seu partido o DEM,tivesse optado por Ronaldo Caiado,pelo menos a populacao equina estaria melhor servida.Esse,nem isso.

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