Mesmo com suspensão, greve foi vitoriosa, dizem petroleiros

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Nathália Gregory

Jornal GGN – Mesmo com a suspensão da greve de 72 horas dos petroleiros, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) emitiu nota na quinta (31) avaliando que o ato cumpriu com seu objetivo inicial, que era chamar atenção da população para a crise dos combustíveis e sua valoração pela nova gestão da Petrobras. A greve foi suspensa após o Tribunal Superior do Trabalho impôr multas diárias de R$ 2 milhões aos petroleiros.

Da FUP

José Maria Rangel: “Greve é vitoriosa”

Em vídeo distribuído aos trabalhadores do Sistema Petrobrás, o coordenador da FUP, José Maria Rangel, parabeniza a categoria pela greve de advertência, ressaltando que o movimento cumpriu o seu papel de explicar à população os interesses que movem a gestão da companhia.

“Estamos saindo de uma greve que é, sim, extremamente vitoriosa. Conseguimos dialogar diretamente com a pauta da sociedade, que não aguenta mais pagar o preço abusivo que está sendo cobrado no litro da gasolina, do óleo diesel e também pelo botijão de gás”, afirmou, ressaltando o orgulho de “caminhar lado a lado com vocês (petroleiros) nessas batalhas que estamos fazendo em luta da democracia e também da defesa do patrimônio público”.

José Maria declarou que a greve revelou a péssima administração do presidente da Petrobrás, Pedro Parente, o principal responsável pela crise que assolou o país nas últimas semanas. “Nós desmascaramos Pedro Parente, um péssimo administrador, que causou o segundo apagão em nosso país e que está entregando a nossa empresa para o capital internacional”, revelou.

O coordenador da FUP também destacou o papel que o Tribunal Superior do Trabalho cumpriu ao declarar a ilegalidade da greve e impor multas abusivas de R$ 2 milhões a cada entidade sindical que descumprisse a sentença arbitrária, que levou os petroleiros a suspenderem a greve. “Deixamos claro qual é o lado da justiça do trabalho, que é ao lado do capital, ao lado da criminalização dos movimentos sociais”, declarou José Maria Rangel.

Quanto às ilações e ataques que a dita grande mídia vem fazendo à greve dos petroleiros, o coordenador da FUP ironizou: “Ninguém mais acredita nessa mídia golpista. Eles deram o golpe e levaram o país para essa crise que hoje assola o povo brasileiro”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Vitoriosa, coisa nenhuma.

    Vitoriosa, coisa nenhuma. Pensam que todos são touxas? Serviram de linha auxiliar do golpe, dando apoio aos caminhoneiros, estes tendo no comando quadros do PSDB, que de tudo fizeram para ter apoio popular, não conseguiram, tendo financiados faixas, bandeiras, transporte de militantes, inclusive para a beira das estradas.até panelaço (?) coordenado e sincronizado pela Globo. pelos do Golpe, cujo objetivo, no momento, é criar um motivo para impossibilitar as eleições de outubro, porque não tem candidato que possa ganhar, (vencer Lula) a não ser na eleição indireta, no Congresso, onde controla as duas casas. Os petroleiros têm muito mais problemas, e mais sérios do que o preço dos combustíveis, todos (exceto um grupo antigo, muitos na direção dos sindicatos), tendo descontos de 40% de seus salários líquidos para pagar por dezoito anos os desmandos da Petrobras ao longo dos anos na Fundação Petros, que criou e desde sempre administra, que Parente e sua turma (os Sindicatos?) estão impondo à categoria. Uma vergonha, isso sim. Nem contou da pauta de reivindicações, nem uma faixa. Entrar rosnando e mostrando os dentes e sair com o rabo entre as pernas, dizendo-se surpresos com a atuação da Justiça, que nessa fase ainda comando o golpe de 2016, não pode ser vitória.

       

  2. Vitória, coisa nenhuma.

    Vitória, coisa nenhuma. Serviram de linha auxiliar do golpe, dando apoio aos caminhoneiros, estes tendo no comando quadros do PSDB, que de tudo fizeram para ter apoio popular, não conseguiram, tendo financiados faixas, bandeiras, transporte de militantes, inclusive para a beira das estradas.até panelaço (?) coordenado e sincronizado pela Globo. pelos do Golpe, cujo objetivo, no momento, é criar um motivo para impossibilitar as eleições de outubro, porque não tem candidato que possa ganhar, (vencer Lula) a não ser na eleição indireta, no Congresso, onde controla as duas casas. Os petroleiros têm muito mais problemas, e mais sérios do que o preço dos combustíveis, todos (exceto um grupo antigo, muitos na direção dos sindicatos), tendo descontos de 40% de seus salários líquidos para pagar por dezoito anos os desmandos da Petrobras ao longo dos anos na Fundação Petros, que criou e desde sempre administra, que Parente e sua turma (os Sindicatos?) estão impondo à categoria. Uma vergonha, isso sim. Entrar rosnando e mostrando os dentes e sair com o rabo entre as pernas, dizendo-se surpresos com a atuação da Justiça, que nessa fase ainda comando o golpe de 2016, não pode ser vitória..

      

    1. Inflamável.

      O comentário acima é o exemplo acabado e burilado do que venho dizendo.

      O estágio de esquizofrenia política que grassa no meio petroleiro (que ora vai à esquerda, ora pende ao discurso diretista quando lhe dói o bolso, com na quetsão Petrus) é uma síntese do problema nacional.

      Só que muita gente imagina que aquilo ali é o oásis de gente consciente e equilibrada com pensamento progressista!

      Dizer que a direção da FUP esteve a serviço do golpe dentro do golpe não é apenas loucura, é um sintoma grave da confusão mental que tem assolado a esquerda TODA.

       

       

  3. Companheiro Zé Maria!

    Tem muita gente falando asneira sobre o fim da greve.

    Eu também fiquei chateado, claro, a sensação de derrota permanente é quase uma revelação religiosa!

    No entanto, só se surpreendeu com o resultado e o atual desfecho quem tinha uma expectativa errada sobre a realidade, baseada em um otimismo tolo acerca da conjuntura atual.

    Tem gente que escreveu essa semana toda sobre “porque os militares não deram o golpe” (o partisano Maestri), sem se dar conta de que o golpe militar-jurídico-parlamentar-midiático já está rodando desde 2006 (ou 2002, para os mais céticos). Eu acho que ele nem foi interrompido em 85, se considerarmos a Lei de Anistia e o arranjo ultra-conservador preparado na CRFB de 88.

    Mas, posso estar errado (e desejo estar errado).

    Tem muita gente que achou, abraçando o raciocínio anterior do Maestri, que o locaute dos brucutus da estrada nos levariam a uma inssurreição a ser disputada pelo “convencimento” dos caminhoneiros, e com a ligação direta com a greve dos petroleiros!

    Uau, que pena que Allende não chegou a essa incrível descoberta em 73, não?

    Vou repetir os pitacos que já mandei para outro texto que falava do fim da greve dos petroleiros:

    O companheiro Zé Maria pode ser considerado tudo, menos covarde.

    Seu senso de análise política é aguçado, e não à toa ele chegou onde está.

    A questão são várias, e vou pontuar algumas, baseadas em minha observação da categoria há 20 anos:

    – Hoje, a categoria petroleira é quase em sua maioria formada por terceirizados não-sindicalizados, que não aderem a nenhum movimento dessa natureza pela precariedade de seus vínculos. Principalmente nesse momento de influxo da atividade.

    Macaé, por exemplo, no RJ, tem algo em torno de 40 mil no exército de reserva de mão-de-obra, esperando para aviltar ainda mais as condições de exploração da força de trabalho!

    – Ontem passei em um das bases da empresa, e ali estavam os terceirizados em fluxo normal de trabalho;

    – Outra coisa, temos a ilusão de que a TODOS os petroleiros são partidários das teses progressistas na defesa do monopólio estatal de petróleo, não são, há uma enorme gama de conservadores e entreguistas trabalhando lá, portanto, aquilo não é um bunker monolítico da esquerda, ao contrário, e há clássicas divisões que acontece em qualquer empresa, ou seja, o pessoal da ponta, da produção e exploração (atividade-fim) tende a ser mais aguerrido, enquanto o enorme e “refrigerado” corpo burocrático (cevado às vantagens oriundas do trabalho pesado) é mais conservador;

    – Multas do TST não são simples para sindicatos, que têm os valores bloqueados diretamente no recebimento dos repasses das contribuições sindicais e no caso de empresa mista (semi-estatal), os bloqueios das contribuições voluntárias dos funcionários, já que não se pode receber dinheiro do governo (ou de empresa controlada por ele) com débito dessa natureza ou fiscal;

    – Creiam, no caso dos sindicatos de esquerda, esses bloqueios acontecem e inviabilizam tais organizações;

    – Os Sindpetro são uma estrutura enorme, da qual depedem muita gente, e mais, outros sindicatos menores, e até, pasmem o acampamento Lula Livre e outros movimentos sociais;

    – Multa para o Sindpetro se executa antes, ao contrário da palhaçada anunciada contra federações de empresários, que caem nos labirintos da cobranças judiciais!

     

    O que aconteceu com o Sindpetro é um sonoro tapa na cara dos que aqui, e em outros veículos progressistas, diziam que o locaute dos brucutus dos caminhões seriam o gatilho de um amplo movimento de massas, alimentado pela insatisfação popular com a política energética e com a gestão da Petrobrás.

    Tolice de alguns, ingenuidade de outros, e cinismo de outros tantos.

    O imaginário popular tende mais a manipulação escrota da mídia, e perambula entre querer preço barato de combustiveis, alguma soberania sobre as fontes energéticas, ao mesmo tempo que considera a empresa um paquiderme que emprega marajás do petróleo!

    Desistam, senhoras e senhores, nesse ciclo de transição do capitalismo para o pós-capitalismo, perdemos.

    É hora de juntar os cacos e se preparar para a nova etapa!

     

     

    1. Knockout
       

      Neanderthal,

      você tocou no ponto nevrálgico da questão e colocou em evidência  os resultados que a nova legislação trabalhista vem trazer às relações capital-trabalho.

      A expressão “perdeu play boy”aplicada   ao movimento dos petroleiros seria bem apropriada   e a compensação que o bandido teria deixado  para o assaltado seria o dinheiro da passagem.

      O dinheiro da passagem, a única vitória do movimento: a demissão do Parente.

      Seria ilusão, entretanto,  esperar que ele venha a ser substituido por alguém diferente.

      No mais, a desestruturação da companhia e o mortal enfraquecimento dos trabalhadores é inegável.

      Os pontos –  terceirização da atividade fim e o fim do imposto sindical –  mostraram a sua força nessa greve.

      Os petroleiros categoria, não pararam, somente os sindicalizados atuantes, pois que os terceirizados continuaram na frente de produção em nada alterando o status da companhia.

      Os que pararam, em vez e fazer piquetes, não sei por medo, permitiram que os terceirizados continuassem trabalhando.

      As multas aos sindicatos e às federações tornaram impraticáveis a continuidade da greve e já sinalizam o estrangulamento da categoria, demonstrando que com uma tacada só desmontaram todos os direitos tanto dos trabalhadores quanto de sua representatividade.

      A liberdade que o capital alcançou com essas medidas é de tal monta  que se os acionistas resolverem importar trabalhadores para atuarem  na companhia eles o farão, podendo dispor da produção como bem quiserem  e até se negar a vender combustível para abastecimento interno.

      Aliás, isso é uma prática comum, não?

      Café, soja, cana de açúcar, borracha, cacau.

      A nova legislação é mesmo, um assombro.

      Só falta atingir os autônomos, como se demonstrou na paralisação dos caminhoneiros.

      Mas eles vão arrumar um jeito

       

  4. Caro Nassif
    Não quero ser

    Caro Nassif

    Não quero ser chato, mas está havendo um exagero por parte deles.

    A direita fez uma greve fantástica, parou o Brasil já parado e lembrou ao Temer, suas responsabildades na distribuição do dinheiro pelo apoio ao golpe.

    As esquerda e movimentos sociais,está longe de fazer igual.

    A FUP, CUT etc etc entrou no final, não soubemos captar o momento. Sabemos que era o setor patronal, que tinha decretado o locaute, vacilamos, o povo apoiou, mas diretriz a foi de direita golpista.

    A direita elegeu a maior parte dos deputado para 2014, a direita  mobilizou classes médias e setores do povão,  a direita deu o golpe, agora, eles cumprem o compromisso do golpe. 

    Saudações

    1. Caro Avelino,

      E você quer que o companheiro Zé Maria vá a TV e a mídia dizer que a greve foi derrotada, que foi um péssimo passo e que sua categoria não consegue se mobilizar, mesmo estando ameaçada de sumir, ou melhor, de ter a natureza de seu vínculo mudada?

      É isso mesmo?

      Está claro para ele, e para nós (ao menos deveria) que o “teste” rodado mostrou que o ambiente não nos é favorável.

      Até porque, se a greve tivesse sido um estrondoso sucesso e deflagrado um onda de consciência cidadã e debates sobre geopolítica e política energética nacional, a gente estaria travando outro diálogo, ou fazendo o assalto ao “Palácio de Inverno”.

      Seu palpite é descolado de qualquer conhecimento sobre a categoria, e pior, sobre o momento que passamos.

      Se ao longo da História do Capitalismo, sempre remamos na contra-corrente, como contra-hegemônicos, agora a coisa está bem pior.

      A pauta não é nossa companheiro, no máximo a gente tem reagido (e mal).

      Lula tá preso, presinho da silva e as massas assistem faustão aos domingos depois do jogo na TV.

      Esse ambiente aqui de debates, embora importante, só atinge iniciados.

       

       

  5. Vou dar a dica para a

    Vou dar a dica para a esquerda confusa:

    – Se a causa for nacionalista, o povo não apoia.

    – Se a causa for progressista, o povo não apoia.

    – Se a causa for socialista, o povo não apoia.

    – Se o PT apoiar a causa, o povo não apoia.

    Por isso a greve de caminhoneiros recebeu apoio e greve dos petroleiros não. O povo não quer uma petrobras brasileira e soberana! O povo quer preço baixo no combustível e que se dane o país!

    Em suma: o povo brasileiro é uma nação conservadora e colonial. O quanto antes a esquerda entender essa situação, melhor para qualquer tentativa de mudar essa quadro.

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