Ministro da Educação continua no cargo, diz Bolsonaro

Pelo Twitter, Ricardo Vélez Rodríguez diz que pasta está "100%" alinhada com o Planalto e que estão focados "na real mudança da educação no país"

Jornal GGN – O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, continua no cargo, disse Jair Bolsonaro nesta terça-feira (12), segundo informações da Folha de S.Paulo. O presidente afirmou ainda que os problemas no MEC estão resolvidos.

A pasta se tornou mais um centro de desgaste do governo quando, no dia 25 de janeiro, enviou uma mensagem às escolas pedindo que crianças fossem filmadas enquanto cantavam o hino nacional e, ainda, que fosse lida uma carta do ministro Ricardo Vélez Rodríguez terminada com o slogan de campanha de Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.”

Após a repercussão negativa, até mesmo entre nacionalistas, o MEC voltou atrás. A proposta do hino nacional e da mensagem preocupou a ala pragmática do governo Bolsonaro, formada sobretudo pelos militares. Para eles grupos ligados ao escritor Olavo de Carvalho foram os responsáveis pela ideia.

Após a crise do hino nacional, o ministro decidiu afastar um total de seis funcionários do Ministério da Educação, entre eles dois ex-alunos de Olavo de Carvalho, além do coronel Ricardo Wagner Roquetti – esse último teve a demissão exigida pelo próprio Bolsonaro.

O conflito no MEC, que resultou nas exonerações, expôs a tensão entre dois núcleos do governo Bolsonaro: os ideológicos e os mais pragmáticos. No final de semana, Olavo de Carvalho, que além de Vélez emplacou o chanceler Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores, negou que tenha sido ideia de um grupo ligado a ele a mensagem pedindo às escolas a gravação de crianças cantando o hino nacional.

Por outro lado e segundo a Folha de S.Paulo, ex-alunos do ministro Vélez Rodríguez que ocupam três das seis secretarias do MEC propuseram a reorganização das equipes, preocupados com a imagem do ex-ministro perante a opinião pública.

A facção ideológica que gira em torno de Olavo de Carvalho é composta também pelos filhos do presidente o deputado Eduardo e o vereador Carlos. Esse último, responsável pela estratégia de uso das redes sociais do pai. Carlos também foi central no desgaste envolvendo o então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno.

O vereador chamou o ex-presidente do PSL de mentiroso. A mensagem foi compartilhada em seguida pelo pai. E, após cinco dias de embate entre grupos do governo que queriam manter Bebianno no cargo e a ala ideológica do governo, finalmente Bebianno foi exonerado.

A ala pragmática é composta pelos mais técnicos e militares do governo. Eles tentam convencer Bolsonaro que é necessário isolar o grupo de Olavo de Carvalho argumentando que o desgaste com questões ideológicas têm prejudicado a agenda positiva do Planalto, como a reforma da Previdência. Nesta segunda-feira (12), aproveitando a temática da “Lava Jato da Educação”, Vélez disse que a pasta está “100%” alinhada com o Planalto.

Redação

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