Ministro minimiza custo de subsídio a conta de luz de igrejas: ‘quase insignificante’

Bento Albuquerque, titular de Minas e Energia, calcula que benefício para templos religiosos custaria R$ 30 milhões

Jair Bolsonaro é ungido por Edir Macedo em culto realizado em setembro de 2019
São Paulo – O governo Bolsonaro estuda a concessão de subsídio para a conta de luz de templos religiosos. A proposta está em estudo nas áreas técnicas do Ministério da Economia e também no de Minas e Energia.

De acordo com a ideia, templos religiosos de grande porte, que pagam tarifas maiores nos horários de maior consumo do dia a exemplo de estabelecimentos como shopping centers, passariam a pagar tarifas iguais às do resto do dia.

Os benefícios seriam custeados por outros consumidores por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Trata-se de um fundo setorial responsável por bancar diversas políticas públicas do setor como universalização do serviço de energia elétrica, serviço público de água, esgoto e saneamento, geração e consumo de energia de fonte incentivadas, entre outras. Pra 2020, o montante previsto para o fundo é de R$ 21,9 bilhões.

“Analisamos isso no âmbito do Ministério de Minas e Energia para verificar o quanto isso poderia impactar na CDE e verificou-se que, em termos de valores, são valores quase que insignificantes. Valor da ordem anual de 30 milhões de reais, numa conta de 22 bilhões, praticamente mínimo”, disse o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, em entrevista à Agência Reuters.

Albuquerque justificou a medida dizendo que está é uma demanda antiga de segmentos religiosos. “O pleito é de todos os templos, de todos os segmentos religiosos… 92% da população brasileira, de acordo com as pesquisas, o último censo, tem alguma prática religiosa. E o governo é sensível a isso, que vai atender à maioria total da população”, afirmou.

Embora possa subsidiar diferentes religiões, o fato de a proposta de Bolsonaro ter como alvo igrejas de grande porte acaba beneficiando em especial denominações evangélicas da linha pentecostal. Na cidade de São Paulo, por exemplo, dos dez maiores templos em área construída, seis são de denominações pentecostais.

Redação

9 Comentários

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  1. A questão não é econômica e sim jurídica.
    O Estado não pode financiar atividades religiosas (art. 19, I, da CF/88). Todos os cidadãos tem direito a liberdade de consciência (art. 5°, VI, da CF/88) e ninguém pode ser obrigado a virar evanjegue ou a subsidiar cultos evanjegues. Ao violar o direito dos não evanjegues de não subsidiar cultos evanjegues o presidente viola frontalmente uma garantia constitucional. Isso o expõe a um pedido de Impeachment (art. 85, III, da CF/88). Isso para não falar num outro problema. O vagabundo Jair Bolsonaro está estimulando a violência religiosa e política entre não evanjegues e evanjegues. Isso atenta contra um princípio fundamental do nosso sistema constitucional: o da coexistência pacífica entre grupos sociais distintos que não podem e não devem ser hierarquizados por um governante.

  2. O bento ministro poderia custear os alugueres e as demais despesas dos templos também, não?
    Assim, manteríamos diretamente as três principais castas privilegiadas da nossa sociedade:
    príncipes, sacerdotes, guerreiros, e os demais garantidores do poder, como os legisladores e banqueiros.

  3. Primeira cascata: “TODAS as religioes”. Sabidamente o foco sao as seitas evangélicas comandadas pelos apoiadores do bozo, a saber; macedo, malacheia, o tal “apostolo” valdemiro (que vendia (ou vende) pedaço de gravata e chapeu), o tal r.r soares.
     Segunda cascata (na realidade uma “distorcida” no direcionamento da grana). Afirma o ministro que o gasto de 30Mi é ‘quase insignificante’. Pode ser para ele, o ministro, mas isso não é o mais importante. O que merece destaque é que este aporte só vai engordar ainda mais os lucros infames daqueles donos das seitas evangélicas listados acima.
    Por fim (aí de meu interesse), e aqueles como eu que não segue religião; nos será dado algum desconto na conta de luz? E vale destacar que não somos poucos.

    1. Aê, Carlos Elísio,
      sem fé, sem desconto.
      Afinal, alguém vai ter que financiar essa bagaça.
      Veja você o poder da oração:
      o crente de cadeira, aquele pobrinho da congregação já tem a conta de luz subsidiada, só faltava o “senhor” abençoar o templo. As orações subiram e as contas desceram.
      Não é uma bênção?

  4. Assim o Bozo consolida sua base de apoio: Deputados e senadores evangélicos que entendem que o dinheiro público está à disposição da propagação e difusão dessa engambelação religiosa.
    “Cristãos” que fazem sinal de arminha e são a favor da extinção das religiões de matriz africana.
    Tá na hora de acabar com isso! O Estado é laico!!

  5. Se comparada com a quase insignificância do subsídio às contas de luz das igrejas, a minha conta de luz é muitíssimo mais insignificante. Assim, por este critério, eles deveriam , a fortiori, subsidiar a minha conta de luz.

    É pegar ou largar.

    Eu não tenho condicionador de ar, só um ventilador.

    Esses tribufus querem fazer caridade com o chapéu dos contribuintes

  6. Canalhas, querem ajudar aos já estribuchados de dinheiros Edires, Malafalhas, Waldomiros, etc… para aumentar seus já gordos bilhoes ? E , claro, para garantirem os votos dos evanjélicos e cristãos, porque todas as outras, de matrizes africanas, umbandistas judeus, budistas não tem alto pico de gastos em horarios nobres de grande publico, e talvez não se beneficem em nada. Já não pagam impostos, e já que arrecadam muuuuito,tem que pagar muito. Temos que colocar essa gente ´praforadopoder , pois se arrogam de moralistas da corrupção e olha aí . Estado laico !

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