Mitos e ideologia dos cabeças de planilha e a crise

Publicado no dia 5 de dezembro no jornal Valor Econômico, o artigo “De onde virá a recuperação”, de Gustavo Loyolla, permite uma boa análise de caso sobre como a subordinação à ideologia cria um viés que impede análises isentas sobre o momento.

Sabe-se que a recuperação da economia depende do apareciomento de um fator de demanda, dentre as seguintes alternativas:

1.Gastos públicos.

2.Gastos de famílias

3.Exportação.

Vamos ver como o Gustavo se comporta quando a realidade atropela suas crenças.

A divulgação do PIB do terceiro trimestre pelo IBGE confirmou o pessimismo quanto à velocidade e força da recuperação da atividade econômica. Os números mostram que, após sucessivos trimestres recessivos, o ponto de inflexão apenas ocorrerá no ano que vem e assim mesmo sem levar a uma robusta retomada. Vale recordar que a melhora da confiança de consumidores e empresários após a saída de Dilma sugeriu inicialmente que a recuperação pudesse ser mais rápida. Porém, parece que a herança maldita deixada pela gestão econômica anterior é muito mais pesada do que se imaginava inicialmente.

Qual a lógica? No momento em que Dilma caiu tinha-se à mão todos os indicadores macroeconômicos. Em cima deles, teriam que ser montadas as estratégias e apresentados os cenários. Como alegar surpresa com indicadores que eram fartamente conhecidos?

De todo modo, há ainda razoáveis chances de o PIB apresentar um comportamento positivo em 2017. A elevada capacidade ociosa na economia e a gradual redução da taxa básica de juros pelo Banco Central devem abrir espaço para alguma recuperação. Contudo, são vários os fatores que irão atrasá-la e limitá-la. Tais fatores são, a maioria deles, de natureza doméstica, tendo como pano de fundo uma situação política delicada e volátil.

Mais um erro de análise: supor que com a queda de Dilma acabaria a volatilidade política e econômica.

O principal limitador à recuperação cíclica da economia está na necessidade de ajuste forte das contas públicas que tiveram uma deterioração acelerada nos últimos anos da gestão Dilma Rousseff. A lambança do período Guido Mantega deixou a administração atual sem nenhuma opção para praticar políticas anticíclicas no curto prazo. Ao contrário, a nova equipe econômica está obrigada a reverter o déficit primário o mais rapidamente possível, sob pena de deixar a dívida pública numa trajetória insustentável que traria consequências ainda mais desastrosas para a economia.

O maior peso nas contas públicas são as taxas de juros praticadas pelo Banco Central. Não entram nas análises do Gustavo Loyolla, por impossibilidade ideológica.

Não obstante a gestão responsável das contas públicas ter inegáveis efeitos benéficos de longo prazo sobre o crescimento, a retomada da demanda agregada no curto prazo não pode depender da política fiscal, nem tampouco da expansão do crédito dos bancos públicos (notadamente o BNDES) que foram abusivamente utilizados na gestão Dilma e que agora necessitam eles também de ajustes importantes.

Se não pode depender da política fiscal nem do crédito dos bancos públicos, o que sobra? Anote esse ponto, para conferir mais abaixo.

Sendo assim, a recuperação deveria vir da demanda do setor privado.

Ótimo! Vamos ver como ocorrerá esse milagre, sem a alavanca dos gastos públicos.

Muito embora a melhora da confiança de consumidores e empresários favoreça o aumento do consumo e do investimento, esta é apenas uma condição necessária, mas não suficiente.

O ovo ou a galinha? A melhora da confiança dos empresários depende do aumento da confiança dos consumidores. O aumento da confiança dos consumidores depende de geração de emprego e renda, que o empresário não pode oferecer sem aumento do consumo. Como cortar esse círculo vicioso?

Na atual situação, a expansão da demanda do setor privado se encontra limitada principalmente pelo excesso de endividamento das pessoas físicas e jurídicas, no contexto de condições de crédito muito restritivas. Ademais, a reação do mercado de consumo doméstico encontra limites em um mercado de trabalho desaquecido, com emprego e salários reais ainda em declínio.

E? Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três…

A aceleração dos investimentos em infraestrutura, estimulados por melhoras no ambiente regulatório e novos leilões de concessões e privatização por parte dos governos federal e dos Estados poderia ser um vetor da retomada, porém, a concretização desses investimentos não se dará imediatamente, notadamente considerando a situação das empresas brasileiras do segmento e as dificuldades de financiamento fora do BNDES.

Viram? Lá em cima o Loyolla disse que não se pode contar com os bancos públicos. Aqui, diz que dificuldade maior para a recuperação das empresas de infraestrutura é a falta de financiamento fora do BNDES. Sobra o quê?

Por outro lado, a demanda externa, que teoricamente também poderia ser um caminho de recuperação do PIB, encontra restrições seja no próprio baixo grau de abertura da economia brasileira, seja na atual fraqueza dos principais mercados internacionais.

Passa ao largo da palavrinha mágica: câmbio. Como pretende reativar o setor externo sem ganho de escala interno (por conta da recessao interna), pela fraqueza da economia mundial e sem câmbio? Como é tabu, o raciocínio dele deixa essa parte em branco.

Os condicionantes mencionados deixam a política monetária como um dos poucos pontos de esperança em 2017, já que o BC poderia acelerar a derrubada da taxa básica de juros, tendo em vista a queda das expectativas inflacionárias que já se aproximam da meta de 4,5% para o ano que vem. Contudo, sem desprezar a importância da correta calibragem da política monetária pelo BC, as taxas reais de juros ainda remanescerão elevadas ao fim do ciclo de queda da taxa Selic, em torno dos 5% ao ano, considerando as projeções de mercado, caso não se queira se arriscar a uma recidiva da inflação.

Segundo ele,  caminho seria a redução dos juros, mas não pode haver redução dos juros.

Com isso, as condições do crédito devem melhorar um pouco nos próximos meses, mas não a ponto de levar o crescimento para patamar acima de 1% em 2017.

No âmbito da política, é bom lembrar que uma das principais fontes do otimismo inicial dos agentes econômicos com relação à gestão de Michel Temer estava na potencial capacidade de articulação de seu governo com o Congresso Nacional para a aprovação das medidas de ajuste e das reformas necessárias à retomada do crescimento econômico sustentável. Os sucessivos desgastes sofridos com crises como a que afastou Geddel, a ameaça das delações no âmbito da “Lava-Jato” e a crise entre o Legislativo e o Judiciário passaram agora a serem vistos por muitos analistas como uma ameaça à continuidade das reformas em 2017.

Fantástico! E todos esses ingredientes estavam à mesa por ocasião da queda da Dilma. Porque não foram considerados nas analises da época? Para não atrapalhar o impeachment.

Nessas circunstâncias, embora registrando que o governo não perdeu até agora nenhuma votação importante da pauta econômica no Congresso, tendo obtido até maiorias folgadas nas votações da PEC de limitação dos gastos, continua sendo de fundamental relevância para um cenário mais positivo nos próximos meses a continuidade da aprovação das medidas de ajuste, inclusive e principalmente a reforma da previdência social.

Ou seja, descartou TODOS os fatores de demanda possíveis. E diz que o que irá resolver a recessão será amarrar ainda mais as despesas públicas. Isto é matéria de fé, não conclusão científica.

Gustavo Loyola, doutor em economia pela EPGE/FGV, foi presidente do Banco Central e é sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, em São Paulo. Escreve mensalmente às segundas-feiras. [email protected]

 

Luis Nassif

25 Comentários

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  1. Ideologia não enche bolso. É

    Ideologia não enche bolso. É claro que seu Gustavo deve ganhar muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito dinheiro com os juros pornográficos do mercado financeiro. É até compreensível = quero manter o que me beneficie – mesmo que isso custe  13 milhões de desempregados [ afetando, por baixo, mais de 40 milhões de pessoas, ou seja, quase uma Argentina ], a desagregação social vista a olho nu no Rio e até uma guerra civil… Afinal, se tudo estourar, o país quebrar e não puder pagar os juros do seu Gustavo, o seu Gustavo pode pegar avião pra New York e ser vizinho de seu Meirelles e depois ganhar um tutu pra consultorias a peso de ouro. Eles estão sempre do lado dos quem ganham-ganham. Eu, estou dos que perdem ou se fodem. 

  2. Bom,
    um desses figuras (não

    Bom,

    um desses figuras (não merecem o respeito do trabalhador para serem nominados) afirmou que o desemprego deveria crescer e os juros levarem uma pancada para cima, depois disso ainda esperam algo que preste dessa turma?

  3. Solução

    Como todos idólatras das ideologias econômicas da Universidade de Chicago, o senhor Gustavo Loyolla conclui que a recessão é a única solução… E os pobres que se lasquem!

    Um abraço.

    1. A Universidade de Chicago

      A Universidade de Chicago após a crise de 2008 mudou sua visão de economia mas esqueceram de avisar os antigos alunos.

      Contudo, Loyola não estudou em Chicago, é economista pela Universidade de Brasilia e com mestrado na FGV.

      1. Pero no mucho

        Ainda existe um muro entre os “economistas de agua doce” e os “economistas deágua salgada”.

        Chicago continua ao lado do grande lago Michigam

        Aguardo ansiosamente os “anos Trump” para ver como a academia americana vai responder e explicar o que esta para acontecer.

         

      2. Êpa!

        Êpa André, eu me referi a doutrina econômica que o atual governo e seus apoiadores, Gustavo Loyola entre eles, ser oriunda daquelas plagas e não onde o dito cujo se formou… Certo?

        Quanto a mudanças de pensamento por lá, vou me informar melhor… Sempre fui um cara aplicado…

        Um abraço.

  4. Consultoria

    Como é que um empresário ou investidor de peso pode querer se valer de um parecer/análise furadíssimo como esse? Parabéns Nassif, desmascarou mais uma montanha de falácia e hipocrisia dos chamados “cabeças de planilha”.

    1. “Como é que um empresário ou

      “Como é que um empresário ou investidor de peso pode querer se valer de um parecer/análise furadíssimo como esse?”:

      A direita em geral, no mundo todo, “escreve” items como esse sem abrir um unico livro, sem estudar assunto nenhum, sem sequer usar um google ou wiki que seja.  Por ser analfabeta.

    2. Depende de quanto se paga…

      O referido cabeça de planilha cobra beeeeeeeemmmmm caro de empresários ou investidores de peso que querem ter informação confiável.

      Para publicar em jornal ele não cobra nada, mas ganha “divulgação”, logo a qualidade da informação é proporcional ao pagamento. You get what you paid for, pal!

      Um amigo meu que trabalhou mais de 20 anos no mercado de capitais costumava dizer duas coisas:

      1) Se noticiário econômico de jornal fosse preciso/confiável, ninguém gastaria horrores com consultores financeiros, nem se arriscaria a ir para o xilindró (em países sérios, claro) comprando/vendendo inside information. Bastaria comprar o jornal e tomar decisões;

      2) Se você pagar bem você recebe mais do que informação confiável e/ou privilegiada, consegue até que ex-ministro da fazenda dono de consultoria defenda seus interesses, por mais absurdos/conflitantes que sejam com a economia real ou com a teoria econômica, em rede nacional…

      1. de acordo!

        Voce escreveu o que eu penso!

        É tudo negocios.

        Os consultores vedem suas palestras, os diretores das empresas vão ouvi-los e fazer o network!

        Network nestes tempos bicudos é importante!

        Vai ver que a matriz resolve fechar a filial por aqui!

        Há muito tempo que deixei de acreditar em Loyolas, Meireles, Mailsons…

        Negocios , somete negocios!

  5. Facebook, ontem

    Comentário que fiz ontem comparando os dois textos:

    “Em contraposição ao bestialógico fiscalista de Gustavo Loyolla, ontem, no mesmo espaço “Opinião”, do “Valor Econômico”, hoje, Luiz Belluzzo e Gabriel Galípolo, põem tudo no lugar em “As possibilidades econômicas de 2017″. Embora assinante, não me permitem reproduzi-lo para vocês. Espero que as boas cabeças da economia, como Laura Carvalho e Bresser-Pereira, tenham lido”.

    1. Por *Luiz Belluzzo e Gabriel

      Por *Luiz Belluzzo e Gabriel Galípolo*
      Marcos Santos/USP Imagens
      <http://www.valor.com.br/wp-content/uploads/imagecache/media_library_560/fotoweb/07122011msantoseconomia006_5_19_1766_1154.jpg&gt;

      Em fevereiro de 2013, o Boletim Focus, que reúne as projeções dos
      “principais economistas do mercado”, previa crescimento do PIB de quase
      4% ao ano para 2014, 2015 e 2016. Após o crescimento de 0,5% em 2014, a
      economia do país caminha para o segundo ano consecutivo de retração de
      quase 4%.

      O desempenho pífio de 2014 instigou o “consenso” em torno das políticas
      econômicas que deveriam ser adotadas tempestivamente. Depois de conceder
      isenções fiscais para grandes grupos econômicos – a turma do pato – a
      política econômica brasileira deu um choque de tarifas, dobrou a taxa de
      juros e perpetrou um ajuste fiscal que concentrou cortes em
      investimentos públicos.

      O mergulho depressivo iniciado entre o crepúsculo de 2014 e a aurora de
      2015 pode ser apresentado como um exemplo do fenômeno que as teorias da
      complexidade chamam de “realimentação positiva” ou, no popular, “quanto
      mais cai, mais afunda”.

      *Pedidos de ‘paciência’, em meio a celebrações pela queda do salário
      real, se chocam com a realidade da vida*

      A interação entre o choque de tarifas, a subida da taxa de juro, a
      desvalorização do real e o corte dos investimentos públicos determinaram
      a elevação da inflação em simultâneo à contração do nível de atividade e
      daí à restrição do crédito. O encolhimento do circuito de formação da
      renda levou inexoravelmente à derrocada da arrecadação pública.

      A combinação entre choques negativos de oferta e seus efeitos sobre a
      renda agregada da economia suscitou um processo de “realimentação
      positiva” decorrente das reações de autoproteção das empresas, bancos e
      consumidores, estes ameaçados pelo desemprego.

      As fábricas se encharcam de capacidade ociosa. Endividadas em reais e em
      moeda estrangeira, as empresas são constrangidas a ajustar seus balanços
      diante das perspectivas de queda da demanda e do salto do serviço da
      dívida. Para cada uma delas era racional dispensar trabalhadores,
      funcionários, assim como, diante da sobra de capacidade, procrastinar
      investimentos que geram demanda e empregos em outras empresas. Para cada
      banco individualmente era recomendável subir o custo do crédito e
      racionar a oferta de novos empréstimos.

      Os consumidores, bem, os consumidores reduzem os gastos. Uns estão
      desempregados e outros com medo do desemprego. Assim, o comércio capota,
      não vende e reduz as encomendas aos fornecedores que acumulam estoques e
      cortam ainda mais a produção. As demissões disparam. A arrecadação
      mingua, sugada pelo redemoinho da atividade econômica em declínio. Isso
      enquanto a dívida pública cresce sob o impacto dos juros reais e engorda
      ainda mais os cabedais do rentismo caboclo.

      As decisões “racionais” do ponto de vista microeconômico, prestam
      homenagem às falácias de composição que infestam os modelos
      macroeconômicos: o que parece bom para o ‘agente individual’, seja ele
      empresa, banco ou consumidor, é danoso para o conjunto da economia.

      Comparando o terceiro trimestre de 2013 e 2016, a Formação Bruta de
      Capital Fixo sofreu uma queda de 28%, o consumo das famílias de 7% e o
      PIB de 7,8%. Pelos dados da Pnad Contínua, a taxa de desocupação que
      estava em 6,5% no último trimestre de 2014 alcançou 11,8% no trimestre
      encerrado em setembro de 2016, com 12 milhões de pessoas desempregadas.
      Esse é o pior resultado da série histórica.

      Confrontando o trimestre de agosto a outubro de 2016 com igual trimestre
      de 2015, os dados do IBGE apontam uma elevação de 3 milhões de pessoas
      desocupadas na força de trabalho, um acréscimo de 32,7%. A massa de
      rendimento real habitualmente recebida pelas pessoas ocupadas em todos
      os trabalhos mostrou redução de 3,2%.

      De janeiro a setembro, a quantidade de pedidos de recuperação judicial
      cresceu 62% frente ao mesmo período de 2015, fruto do longo castigo
      imposto aos fluxos de caixa das empresas pela queda na demanda e
      restrições ao crédito. Nos primeiros nove meses do ano foram feitos
      1.405 pedidos de falências no país. O número representa um aumento de 6%
      em relação ao mesmo período de 2015.

      Pedidos de “paciência” ou “controle da ansiedade”, em meio a celebrações
      de economistas pela queda do salário real, se chocam com a realidade da
      vida das pessoas de carne e osso, e denunciam a dissonância da narrativa
      da retomada da confiança com os movimentos da economia concreta. A
      retração de 0,8% do PIB no terceiro trimestre de 2016 foi a sétima de
      uma sequência iniciada no primeiro trimestre de 2015. A confiança do
      empresário é a demanda, a do trabalhador seu emprego. Ao redor do globo,
      governos buscam dinamizar suas economias com baixas taxas de juros;
      parcerias com a iniciativa privada na coordenação e promoção de
      investimentos em inovações, buscando protagonismo na nova revolução
      industrial; e programas maiores e de longa duração na melhoria da
      infraestrutura pública, que, nas palavras da The Economist, “dariam às
      empresas privadas uma maior confiança sobre a demanda futura e tornariam
      mais provável uma recuperação sustentada”.

      A mídia brasileira espargiu a convicção da rápida recuperação do
      crescimento econômico, pois a confiança havia sido restabelecida e o
      hiato do produto ampliado. A crise purgaria rapidamente os excessos
      decorrentes do “estímulo artificial”. Navegando nas águas de Hayek,
      proclamavam que a queda no consumo traria como contrapartida o
      consequente aumento da poupança automaticamente revertida em
      investimento, sinalizando um futuro próspero. Nessa lógica, assim como
      na dinâmica da administração do orçamento familiar, os recursos que se
      destinam ao investimento vêm da parcela da renda que foi poupada, pela
      abstinência do consumo.

      Keynes protagonizou o antagonismo às teorias de Hayek, mas como aponta
      Robert Skidelsky, foi um dos companheiros de Hayek quem apresentou um
      dos retratos mais mordazes a sua teoria. Segundo Lionel Robbins,
      independente da validade da explicação de Hayek para as origens da
      crise, a “cura” proposta era inapropriada como negar cobertores e
      estimulante para um bêbado que havia caído em uma lagoa gelada, baseado
      na concepção que o seu problema originalmente decorria de um
      superaquecimento.

      *Luiz Gonzaga Belluzzo é professor titular do Instituto de Economia da
      Unicamp. Em 2001 foi incluído entre os 100 maiores economistas
      heterodoxos do século XX no Biographical Dictionary of Dissenting
      Economists. *

      *Gabriel Galípolo é professor do Departamento de Economia da PUC/SP*

  6. cabeças de planilha

    Em se tratando de impostos vejam que existem pelo menos 3 impostos e ou contribuições com praticamente a mesma finalidade , são elas: PIS, COFINS e CSLL . São tributos ou mal administrados ou tem ma intenção na sua finalidade. Uma das poucas utilização que conheço é para seguro desemprego e o proprio recebimento do pis pelos trabalhadores, condição que considero gerador de caixa para o governo, que mesmo sem conhecer as entradas sao maiores que as saidas. pergunta para onde vai o superavit gerado. fica uma dica porque nao usar para cobrir deficit da previdencia? tambem porque nao reunir tudo num so imposto com a redução da taxa?

  7. Fez picadinho da tese fajuta do Loyola,como GM fez c sérgio moro

    Tenho em casa um exemplar do livro “Cabeças de Planilha”, em que Luís Nassif desconstrói, ponto por ponto, toda a tese da equipe do Plano Real. Neste artigo Nassif faz o mesmo, desconstruindo, esfarelando completamente a falsa e frágil argumentação de Gustavo Loyola.

    Lendo este artigo e o livro que citei fca fácil entender por que o PIG/PPV fechou os espaços para Luís Nassif.

  8. Eu veria de outra forma…

     

    … mais para confissão de ignorância e pasmo quanto aos porquês da situação das coisas na Economia logo no primeiro bloco analisado. Aparenta dizer “…apesar de termos feito tudo certinho, como mandam as melhores literaturas (*), ela está pior do que quando a recebemos.”

    A divulgação do PIB do terceiro trimestre pelo IBGE confirmou o pessimismo quanto à velocidade e força da recuperação da atividade econômica. Os números mostram que, após sucessivos trimestres recessivos, o ponto de inflexão apenas ocorrerá no ano que vem e assim mesmo sem levar a uma robusta retomada. Vale recordar que a melhora da confiança de consumidores e empresários após a saída de Dilma sugeriu inicialmente que a recuperação pudesse ser mais rápida. Porém, parece que a herança maldita deixada pela gestão econômica anterior é muito mais pesada do que se imaginava inicialmente.

    Apesar de ter os fatos em mãos tanto experimentando-se esse aperto (agora com o Usurpador e antes com Dilma/Levy) bem como com uma política anticíclica (Lula/Crise 2008) os resultados foram bem evidentes para poder-se raciocinar sobre isso – e estes dois só mencionando as experimentações nacionais; haveria muitos outros exemplos no Exterior.

    O escritor do Livro de Hebreus reforça a colocação do Nassif, quando diz que não é Política Econômica, é uma questão de fé mesmo: “…Fé é a firme convicção das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem…” (!)

    A única saída possível deste estado de coisas é substituir os tais crentes dessa mística teoria econômica. Essa argumentação vinda de um Doutorado em Economia pela FGV por si só merece um estudo acadêmico, abrangendo Economia e Psicologia/Psiquiatria.

    (*) Esta pérola que diz eu li em um livro, foi extraído de um texto de dirigentes do BC, sobre o mesmo assunto.Eu

  9. Cabeça de plalnilia e bico de

    Cabeça de plalnilia e bico de tucano. Essa cambada estava restrita a escrever no Valor e da rentrevista pra a Miriam na GloboNews. Agora dão as cartas, fudeu

  10. A lógica dessa turma é a seguinte: austeridade é como fé,

     quando dá errado é por que a fé não foi suficiente. Claro, fé com arrocho nos outros. Se a realidade insiste em mostrar o óbvio, a turma começa a manipular a própria realidade e daí qualquer flutuação passa a ser sinal de “forte retomada” e de que “estamos no caminho certo” como escreveu o PSDB ontem. Ou seja, as desculpas se ajustam, mas o objetivo não muda: a transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos. Essa política é insustentável a médio prazo, mas o que eles querem é o roubo imediato. Depois eles se mudam para miami e o brasil que se exploda, cadê o Levy para curtir os efeitos de seu ajuste? Portanto, os objetivos da turma que se apropriou da caneta estão sim sendo muito bem alcançados Dê uma olhada no mercado de produtos de luxo e provavelmente  eles indicam aumento nas vendas. Foi assim também na crise europeia, até os argumentos vagabundos usados lá são os mesmos agora repetidos aqui.

  11. caro Nassif, creio que o

    caro Nassif, creio que o Gustavo Loyola não tenha defendido maior amarramento das despesas, e sim o contrário, quando por exemplo ele defende a PEC 55. Outro ponto, câmbio é um preço dado, infelizente o governo não tem controle sobre esse preço. O cambio é resultado do desenvolvimento economico/industrial de um país, e é influenciado inclusive por fatores culturais/sociológicos (imagine um trabalhador brasileiro aceitar não ter previdência social, o que é aceito pelo trabalhador chinês). A poupança brasileira teria que crescer muito para que haja essa desvalorização. Acredite. Forte abraço.

  12. SUN TZU ja dizia …

    ´´Lembra te que defendes nao interesses pessoais, mas do teu país. Tuas virtudes e teus vicios,tuas qualidades e teus defeitos influem igualmente no animo daqueles que representas. Teus menores erros tem sempre nefastas consequencias, e os grandes sao irreparaveis e funestos. É dificil sustentar um governo que terás levado a beira da ruína. Depois de destruí lo é impossivel reergue lo. Tampouco se ressucitam os mortos ! “

  13. Essas análises devem ser diárias! Esses textos são uma praga!

    Esses textos idiotas de economia inundam todos os meios de comunicação e redes sociais. É necessário fazer um desmonte nesse tipo de pensamento raso.

    Faltou citar 3 coisas:

    -FATORES SOCIAIS FAZEM PARTE DA ECONOMIA. Economia não é uma ciência exata, é uma ciência humana… onde estão o desemprego e a pobreza nessas análises? 

    -PAUTAS BOMBA DURANTE O GOVERNO DILMA. Esses detalhes não podem ser varridos para debaixo do tapete. A tal “herança maldita” é uma teoria que querem impor no Brasil, diferente da “herança maldita de FHC” que apareceu naturalmente

    -RESERVAS INTERNACIONAIS. Os economistas atualmente não cansam de repetir que o país está “quebrado”, sem nunca citar as reservas.

     

    Nas redes sociais até mesmo alguns usuários sem conhecimento nenhum de economia e nem mesmo de história recente estão arriscando a escrever textos com análises economicas. Eles juntam jargões retirados de textos de Rodrigo Constantino, temperados com o anti-petismo do momento… um toque de alarmismo e conspiracionista de Olavo de Carvalho… e “estouram o cano da asneira”. Tal explosão ainda é sucedida com comentários da meia dúzia de amiguinhos reacionários que também não sabem nem o que é inflação, selic ou endividamento público.

    Mas não podemos culpa-los… a culpa é da imprensa que transformou análise economica em politicagem e propaganda.

  14. Tão certo quanto todo saber o

    Tão certo quanto todo saber o pode, o não ser humano deve preceder-se no originar-se, da sua forma fundamental de poder ser.

    Portanto, a primeira fundamentação para o crescimento da economia surge no lugar da obscuridadade anterior, ou seja; o dinheiro se capta pelo aumento do crédito (dessa razão de ser) que se elevam à estabilização da procura e demanda, por produtos e consumo, quanto a forma de valores do desenvolvimento da economia (moeda física, transferência digital, conteúdos coletivos do trabalho produtivo).

    Veja quando se pede uma prova disto: onde está o dinheiro bloqueado e qual a taxa de juros se faz semelhante uma repetição alienada no gasto das famílias, no gasto público e, ou em complemento externo; nas exportações?

    O Banco Central é a obscuridade anterior do dinheiro (o não ser humano) e o principal travo da economia.

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