
Jornal GGN – Em mais uma polêmica declaração do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), durante uma palestra, em Brasília, nesta quarta-feira (13), o general disse que “o que uns chamam de ditadura militar” foi, para ele, um “governo de presidentes militares”. E que esse governo “autoritário” só durou “praticamente 10 anos”, porque “o resto” foi “sem instrumentos de exceção”.
O vice Antônio Hamilton Mourão mencionou os 10 anos porque foi o período de vigência do AI-5 (Ato Institucional nº 5) no Brasil. E ignorando que o período da ditadura do regime militar no país durou de 1964 a 1985, um total de 21 anos, não admitiu que nem no período considerado mais duro do golpe, durante o governo de Costa e Silva, o AI-5, poderia ser nomeado por ele como “ditadura”.
Apenas o momento “autoritário” do “governo de presidentes militares”.
O AI-5, decretado em dezembro de 1968, vigorou até dezembro de 1978, e foi considerado “o ano que não acabou”, produzindo uma sequência de ações arbitrárias, como o poder de exceção a governantes para punir arbitrariamente qualquer pessoa considerada pelos ditadores como inimigo do regime. O Ato também autorizava o presidente da República a intervir em tudo, desde os direitos políticos de qualquer cidadão, o recesso do Congresso Nacional, os poderes de estados e municípios, etc.
Mas para o vice-presidente de Jair Bolsonaro, ao narrar à plateia de Brasília como ele entende que foi a história brasileira, após “cair o governo do presidente João Goulart”, entramos “naquele período em que uns chamam de ditadura militar. E eu prefiro chamar de governo de presidentes militares. Governo autoritário, autoritário sim”, disse.
“Exerceu isso por meio do AI 5 durante praticamente 10 anos. O resto deste período foi sem instrumentos de exceção”, continuou.
Ao seguir na defesa da ditadura militar no Brasil, Mourão disse ainda que o fim da ditadura foi “a única mudança de regime de nosso país feita de forma ordeira e normal”. “Gostaria que as senhoras e senhores notassem que foi a única mudança de regime de nosso país feita de forma ordeira e normal. Todas as outras mudanças foram por meio de ruptura não democrática”, acrescentou. “Então, foi um regime que se autoextinguiu, o regime dos generais, digamos assim.”
A palestra foi realizada pela revista “Voto” e, além da participação do general, contou com a presença do Ministro da Cidadania, Osmar Terra, e do deputado eleito Kim Kataguiri, além de empresários.
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Lamentável.
A ditadura militar se originou após o golpe de estado de 1964 e produziu hediondos atentados contra os direitos humanos, tais como: sequestros, torturas e assassinatos. A mancha sangrenta que os militares da época causaram a instituição das forças armadas, jamais será apagada e esquecida. Quanto mais os militares negarem os fatos e acontecimentos históricos, que são e estão amplamente documentados e provados, em arquivos dos principais jornais, revistas, televisões, documentários e livros de todo o mundo, mais vai doer e menos a sério serão levados. Queiram ou não, a época da imposição já acabou e tentar ressuscitar o período em que a formação de opinião era mais imposta e ardilosamente influenciada, do que conquistada, não será perdoada pela população que está mais informada e mais atenta vacinada contra qualquer um(a) que tentar subestimar a sua inteligência.
Nassif: você pode até não gostar. Mas o vice do triunvirato da República de CruzAlta diz a verdade. O autoritarismo da DitaMole (conceito Folha) só durou 10 anos. Matou, enforcou, mutilou, estuprou, explodiu bomba e os cambaudebico. Os outros 10 foi procurando uma saida onde ficassem impunem. Conseguiram, até aperecer o SapoBarbudo pra desalojar os amigos dos VerdeSaúvas. Então iniciaram outra jornada, até 2016. Agora, embalados pela DemocraciaFardada vão arrumar o País, segundo os princípios da caserna, sempre com o beneplácito dos donos do Quintal. E com a ampla participação da Milicia do Tanque, vão arrumar as coisas. Têm até Messias, nessa cruzada de fé, moral e cívismo.