Não adianta diminuir número de ministérios, avisa Mercadante

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, criticou a proposta de diminuir o número de ministérios do governo Dilma Rousseff. Para ele, esta não é uma solução, pois não “resolve o problema fiscal do país”. Mercadante entende que a redução do número de pastas não é o suficiente, pois que o governo precisa continuar com suas atividades e o que resolveria a questão econômica é o “contingenciamento de recursos”.

“Vamos supor que a gente acabe com o Ministério da Cultura, todas as atividades vão ter de continuar, todo o apoio ao teatro, a estrutura operativa permanecerá, mesmo que seja dentro do MEC (pasta que já foi integrada ao Ministério da Cultura). O que você realmente corta? O cargo de ministro e algumas funções associadas, isso não resolve o problema fiscal do País”, criticou Mercadante conforme matéria do Estadão.

“O que resolve o problema fiscal do País é o contingenciamento de recursos. Por isso a questão do ajuste fiscal não se resolve pelo número de ministérios, porque as funções continuarão existindo. Questão do ajuste fiscal não se resolve pelo número de ministérios. É gastar menos, eleger prioridades e ter rigor nas despesas”, declarou ele ao jornal.

Ele também falou sobre o encontro de governadores do Nordeste realizado no Palácio do Planalto e ressaltou que só se atenderá demandas da região se medidas de ajuste fiscal forem aprovadas. “Avançamos na possibilidade de financiamentos, mas as definições mais importantes vão depender decisão final do Congresso Nacional sobre o ajuste”, disse ele.

Ele ainda declarou que a proposta de mudar indexador das dívidas dos EStados e municípios não entrou na pauta do encontro. Segundo Mercadante, o problema atinge a todo o país, e não somente São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo ele, a presidente agradeceu a carta de apoio dos governadores pela democracia.

Afirmou ainda que a presidente se co mprometeu a aprofundar as discussões sobre os pontos apresentados pelos governadores. Por outro lado, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) garantiu que cada governador vai se reunir com deputados e senadores de seus estados para defender a aprovação das medidas de ajuste fiscal. Depois disso cada um irá se reunir com o ministro do Planejamento Nelson Barbosa para apresentar suas necessidades.

Segundo Mercadante, os governadores cobraram acesso a novos financiamentos de organismos internacionais e continuidade dos investimentos em programas como o PAC e o Minha Casa Minha Vida. Os representantes dos estados defenderam a taxação de grandes fortunas como forma de financiar a saúde e pediram a implementação do Sistema Único de Segurança, que colocaria, juntas, as Forças Armadas e as polícias federal, militar e civil nos estados em torno de uma política única, além de ações para combater e minimizar os efeitos da seca, como a continuidade das obras de transposição do Rio São Francisco.

Mercadante disse ainda que as principais linhas de financiamento do governo para indústria, agricultura e imóveis serão mantidas, mas os subsídios vão diminuir. “O governo está reduzindo o subsídio e o impacto do Tesouro nessas linhas. Isso faz parte do equilíbrio das contas públicas.”

Com informações do Estadão.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Corte do número de ministérios, não é um problema!

    O governo não precisava se esgastar defendendo o número de ministérios, o que ele poderia fazer é exigir que a oposição nomeasse os ministérios a serem cortados!

  2. Mercadante está sobrecarregado de assuntos

    O ajuste fiscal junto ao déficit em conta corrente, agregado aos juros exorbitantes da dívida, tiram a serenidade de qualquer cristão.

    Mais ainda, a derrota do seu candidato a presidência da câmara, candidato do Estado Profundo, com financiamento infinito para ele e sua bancada, o pegou no contrapé, vencer o peso do governo não é pouca coisa, a vitória do Cunha ainda não foi, na minha opinião, devidamente analisada no seu impacto e consequências. Mas uma idéia do poder de fogo do Cunha é o temor reverencial do Temer por ele.

    O ajuste no número de ministérios é um assunto complexo, até esotérico mesmo, não é conversa de botequim, pedir ao Ministro Mercadante um posicionamente sereno, equilibrado e abalizado sobre isto agora me parece pedir demais. A câmara não está propondo a reforma para valer, está espezinhando o executivo, criticando-o de forma indireta pela má governaça do Brasil até aqui.

    Mas não se enganem, um Brasil com 14 ministérios , montados com 72 secretarias e tendo um comando efetivo no seu centro é um instrumento inigualável para a Nação e o Povo conseguirem objetivos que hoje parecem impossíveis.

    Sempre é bom lembrar.

    “Um pensamento, concentrado em qualquer direção, se persistênte, pode fazer coisas que parecem impossíveis.”

     

  3. Da série o Brasil Não Precisa
    Da série o Brasil Não Precisa de Oposição:
    Alemanha 17
    reino Unido 18
    Estados Unidos 15
    Gabão 40

    Brasil 39

    O que o Mercadante sabe de dirigir um secos e molhados para palpitar sobre estrutura de ministérios?
    O Perda Total (PT) é tragicômico…

  4. Diminuir o estado é política neoliberal…

    Estamos entrando num novo ciclo de política neoliberal????

    Tá parecendo a Argentina…

    O problema do Brasil é fiscal. A fiscalização e arrecadação de impostos é insuficiente.

    O povo brasileiro está endividado! O governo tem que baixar os juros do crédito pessoal, simples assim.

    1. Impostos

      A carga tributária brasileira alcança mais de 1/3 do PIB do país, e são insuficientes? Veja por outro ângulo: a atual arrecadação é suficiente, mas a corrupção e o mal uso dos recursos aprofunda a crise fiscal. As evidências apontam para isto.

  5. Tal como uma vaca na horta,

    Mercadante diz “Avançamos na possibilidade de financiamentos, mas as definições mais importantes vão depender da decisão final do Congresso Nacional sobre o ajuste”.  Isto soa como chantagem e é  a pior coisa a ser feita neste momento.  Primeiro porque este governo não está em condições de chantagear ninguém, segundo porque o ambiente político já está muito carregado de chantagens contra o governo.  Será que eles não aprendem mesmo que o díálogo franco, sereno, humilde e sem chantagem tem que ser criado para  desembrulhar a m. que está feita?  Parar com esta guerrinha  suicida e se dar conta que este Congresso, para o bem e para o mal, foi eleito pelo povo. E tem mais, queiram ou não , Eduardo Cunha e Renan  Calheiros são os legítimos presidentes das casas do Congresso.  

  6. Corte para todos menos para o

    Corte para todos menos para o governo. Para que tanto Ministérios? Tem que enxugar sim. Sabe o que diminui Mercadante: estrutura(energia, telefone, viagens, motoristas e diversas mordomias que os menistros tem – se seguissem o exemplo do ex-presidente do Uruguai e andassem de Fusca, mas nao é o caso). Aliás Congresso e Minist’ros poderiam dispensar carros oficiais e andarem no proprio carro. Ou eles nao podem comprar um?

    Enquanto a populacao tem que andar espremida nos poucos Metros que a roubalheira permitiu construir e nos onibus que em capitais com temperatura mais de 40 graus  não lhes oferecem ar refrigerado, pois pobre tem que sofrer, o minimo que os poders publicos tinham que fazer é diminuir suas mordomias.

     

     

  7. Especificamente sobre a

    Especificamente sobre a questão do corte de ministérios – e não sobre as propostas de ajustes, das quais discordo – acho que o governo perde a oportunidade de desmascarar essa tese. Foi o candidato Aécio Neves que defendeu essa tese dizendo que iria dar o exemplo para o Brasil. Pura demagogia, como fez em Minas e no final acabou aumentando o número de cargos comissionados e gerando mais despesas para o tesouro. Mas, na propaganda, cortou o número de secretarias. Demagogia que a mídia comprada e aliada ajudava a reforçar. Dilma poderia simplesmente mostrar qual a economia que seria feita com o corte de 20 ministérios – os titulares e seus assessores diretos, etc. Isso talvez custe para o país algo como 50 milhões de reais por ano. Ou quem sabe o dobro. É muito pouco em face da necessidade de economizar bilhões de reais e isso poderia piorar e muito a qualidade dos serviços públicos. O correto seria taxar as grandes fortunas e combater a sonegação de impostos. Somente isso resultaria em dezenas de bilhões de reais, não precisando atacar os direitos dos de baixo – caso do seguro desemprego e pensões.

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