No Sergipe, candidato derrotado do PSL sofre ameaças por apoiar PT

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Eduardo Cassini foi candidato ao governo do estado de Sergipe pelo PSL. Não conseguiu passar no crivo do primeiro turno e, como filho da terra, hipotecou seu apoio ao candidato Belivaldo Chagas, do PSD, e a Fernando Haddad, do PT. Fez isso por considerar que as propostas dos dois candidatos tinham convergências com suas propostas e ideais para o país. E se pronunciou sobre isso.

Nesse momento, ao fazer seu pronunciamento, o ódio emergiu. Ele e sua família foram ameaçados, ofendidos, xingados. Em meio ao caos, Cassini recebeu apoio do PT e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia. E ele frisa que, mesmo em campos ideológicos opostos, o PT o acolheu e o respeitou.

Leia a nota pública de Cassini sobre os acontecimentos em Sergipe.

Nota Pública

Eu me chamo Eduardo Cassini, tenho 48 anos, sou empresário, pai, cidadão brasileiro. Fui candidato ao governo do estado de Sergipe nas eleições de 2018, obtendo 32.326 votos. Candidatei-me ao cargo de governador visando construir um projeto democrático, dar novos ares à política local e combater os oligarcas de nosso estado. Após o processo eleitoral no primeiro turno e com a ida de dois outros candidatos ao governo para o segundo turno, passei a analisar os projetos de governo deles, como também os projetos de governo dos candidatos à presidência da república e constatei que o meu projeto para o Brasil encontrava mais similitudes com os do candidato Belivaldo Chagas para o governo e do candidato Fernando Haddad para a presidência.

Após o meu pronunciamento em favor desses dois candidatos, mesmo sendo histórico crítico ao PT e seus governos, passei a receber ofensas, xingamentos, ódio, culminando com diversas ameaças contra mim e contra minha família. Em meio a difíceis momentos, recebi apoio do Partido dos Trabalhadores e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, que me acompanharam até a delegacia a fim e prestar um boletim de ocorrência contra os que estavam ameaçando a minha integridade física e da minha família, buscando solucionar tais fatos pelas vias legais que se impõem num Estado Democrático de Direito. Mesmo estando em lados ideológicos opostos, fui acolhido e respeitado, o que me fez rememorar que jamais sofri nenhum tipo de agressão enquanto candidato ao governo por parte deles.

Afirmo que sou fiel aos meus valores e a tudo que expus durante a minha campanha, aos meus projetos e à minha história. Se decidi apoiar os candidatos apoiados pelo PT é em razão da compreensão de que o projeto atual deles não conflitava com o meu projeto de Brasil, mesmo havendo discordância em alguns pontos. Entretanto, vi que numa democracia essas discordâncias são debatidas, compreendidas e resolvidas de forma política, não em forma de violência.

Essa é a minha última manifestação durante o processo eleitoral pois me sinto acuado e intimidado, temo pela minha vida e pela vida dos meus. Peço aos que acreditaram em mim e me viram como um homem sério, honesto, digno, que entendam minhas razões e que não semeiem o ódio, pois ele pode nos destruir.

Eduardo Cassini

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. O facismo já ganhou

    Quando você teme apresentar seu lado,

    Quando você teme vestir uma camisa de uma cor,

    Quando você teme colocar um adesivo no seu carro,

    O facismo já ganhou.

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