Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
[email protected]

O ambiente para o crescimento, por André Araújo

O ambiente para o crescimento, por André Araújo

Uma negociação política fundamental para um ciclo de recuperação da economia será um acordo entre os Poderes da República, para criar um clima de normalidade nos céus do Brasil.

A continuidade de expedições punitivas por parte da cruzada de combate à corrupção, impede um clima de otimismo necessário para estimular novos negócios na área de concessões e novos investimentos em infraestrutura, que dependem de interface do setor privado com o Poder Executivo, agências reguladoras e estatais.

Quem tem interlocução com fundos e corporações estrangeiros fica impressionado com a baixa da imagem do Brasil como País emergente. Estamos caminhando para níveis de países africanos pela excessiva exposição mundial das mazelas reais do Brasil, mas que Países mais inteligentes não colocam no varal do mundo para todos se espantarem.

É da boa civilização ser prudente com nossas falhas e não nos incriminarmos aos olhos dos outros que também são pecadores mas nem por isso se dedicam à autoflagelação.

Em um ambiente de caça às bruxas há um natural receio de agentes públicos em assinar editais e concessões porque todos esses atos têm um campo cinzento que pode dar lugar à investigações. Na dúvida, o agente do Estado pode preferir não arriscar e se travam os negócios, ao mesmo tempo em que o investidor, também na dúvida, prefere ir para outro País.

Nos ciclos emblemáticos de crescimento dos governos JK e do Governo Militar havia um clima psicológico positivo que induzia ao investimento, tudo parecia dar certo no Brasil e esse clima é o ambiente positivo essencial para as pessoas se arriscarem.

Um clima de inquéritos e prisões estampados como manchetes de jornais e capas de revistas todo dia cria um campo minado de altos riscos empresariais e políticos, o que afasta o espírito de aventura de muitos empreendedores, ninguém quer estar perto de problemas.

Nos Estados Unidos o controle de desvios empresariais se dá de forma discreta e corriqueira sem jamais se colocar em risco as empresas e os demais ativos do País, assim foram casos mais conhecidos como os da Lockheed e da Halliburton, onde houveram sérias investigações sem que por nenhum momento as empresas e seus negócios fossem colocados em risco, ambas as empresas continuam sólidas e em crescimento, suas ações são das mais valiosas nas bolsas.

Outro Pais emblemático na criação de ambiente de negócios é o México, cuja economia moderna vem da presidência Miguel Aleman (1946-1952), que tornou o país destino turístico de enorme importância. Aleman foi o homem que abriu o México para o turismo, criando as condições de infraestrutura para essa fonte de renda, tanto que depois que deixou a Presidência do Mexico, que exerceu em nome do PRI, Aleman tornou-se por 20 anos o presidente do Conselho Nacional de Turismo mexicano, tal seu trabalho e prestígio nesse setor.

Miguel Aleman também inaugurou o sistema de íntima colaboração entre o Estado mexicano e o empresariado, modelo que até hoje garante a economia mexicana. Aleman também é considerado o pai da industrialização mexicana, hoje o México é um grande País industrial.

No entanto Miguel Aleman é também sinônimo de corrupção no México. Sua fama de ladrão ficou colada à sua biografia até hoje e projeta sua sombra sobre quase todos os presidentes mexicanos que saem bilionários do poder e vão viver no exterior, como uma espécie de “pacto” de governabilidade, ficando no País atrapalhariam o sucessor.

A carga fiscal no México é pouco mais da metade da nossa, uma economia em pleno crescimento apesar de ter um solo pobre e com pouca água. O México tem um excelente ambiente de negócios com viés pro-empresarial, algo que o Brasil não tem por tradição histórica. Desde Arthur Bernardes empresários são vistos com desconfiança, há um viés cultural e ideológico que vê o empresário como inimigo do povo.

A cruzada anticorrupção só fez aumentar esse viés, tornando o empresário mais mal visto do que já era e esse clima vai prejudicar a saída da recessão. Qualquer apoio a empresários será visto como cumplicidade ou cheiro de propina no ar.

Já contei aqui a história da inauguração de um pequeno laboratório de testes da Metal Leve, empresa brasileira de auto peças,  no Estado da Carolina do Sul na década de 70, que criou 50 empregos naquele Estado. Quando os diretores da empresa viajaram para lá afim de inaugurar o laboratório,  o Governador foi esperá-los no aeroporto, com tratamento VIP, afinal eles estavam criando 50 empregos e isso os fazia heróis. Essa é a mentalidade.

Aqui no Brasil foi inaugurada uma fábrica de vidros, o maior investimento japonês nos últimos 30 anos, convidaram autoridades federais, não só não veio ninguém como não deram qualquer resposta ao convite e quem veio inaugurar foi o presidente mundial do grupo, que é um dos maiores do mundo no setor e além disso é vice-presidente da Confederação das Indústrias do Japão. Não recebeu sequer um telefonema de alguém do governo federal dando as boas vidas ao País, uma prova cabal da histórica visão anti-empresarial do poder político brasileiro, que vê o empresário apenas como eventual fonte de financiamento para sua campanha da próxima eleição. 

O caminho das concessões é um dos instrumentos para a saída da recessão, mas é um programa que demanda intensa negociação com o Governo em todas as etapas. Ora, como caminhar nesse roteiro se o Governo inteiro está sob permanente suspeita? A criminalização dos negócios e  dos investimentos públicos afastará muitos investidores e, pior ainda, elimina do jogo grande número de parceiros nacionais que são indispensáveis para fundos estrangeiros que não são operacionais, apenas aplicadores financeiros.

O investimento público direto em saneamento, moradias, recuperação de prédios públicos é fundamental para criação rápida de empregos que puxarão a demanda para sair da recessão. A demanda puxadora não nasce por geração espontânea,  é preciso investimento público antecedente, tem que funcionar como locomotiva a ação do Estado. Essas tarefas necessitam liderança operacional para fazer os projetos saírem do papel, colocar um projeto de pé é muito mais que engenharia, é coordenação,  capacidade de organizar turmas, equipes, funções, canteiros.

Grande parte desses líderes foi neutralizada pela Lava Jato mas ainda há um resíduo que pode ser mobilizado havendo clima. Sem esses líderes nenhum programa de crescimento deslancha, há o risco real do Brasil cair em um ciclo secular de decadência econômica de perfil argentino onde só sobrarão empregos públicos e bicos para biscateiros. Há cada vez mais gente em funções improdutivas no Estado, estamos criando camadas infinitas de caros funcionários públicos cujo pagamento depende da economia produtiva, aquela mesmo que eles combatem como missão de vida. Não se sairá da recessão sem uma grande liderança política que abra espaço para o espirito empreendedor natural no Brasil,  hoje escondido nas cavernas.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

39 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. ok ok ok. Nada do que vc

    ok ok ok. Nada do que vc escreveu é errado, mas é uma meia verdade. E como já nos mostrou Goebbels, muitas vezes é pior que uma mentira.

    E a mea culpa dos empresários? Afinal, temos industriais mesmo no Brasil ou são todos rentistas? Que compromisso com a nação brasileira tem o dito ‘industrial’ que investe os excedentes em renda fixa (pra nao falar em paraíso fiscal) e vai morar em Miami? Olha a Fiesp por exemplo, tem o governo razão (ou não) para desconfiar da turminha do Skaf?

    SE existissem industriais mesmo no Brasil estariam lutando por um câmbio competitivo e redução da taxa de juros. Mas não, lutam para destruir as garantias trabalhistas.

    1. O empresariado do seu país é

      O empresariado do seu país é escravocrata, poucos são empresários de verdade. Vocês ainda estão com a escravidão profundamente enraizada em toda a sua sociedade, vocês têm desprezo pela atividade produtiva, pelo trabalho manual. Para a sua “elite” digno e “correto” é viver de rendas e de heranças, vocês olham com nojo para quem vêm das massas trabalhadoras (olhe o ódio contra Lula, apesar dele ser o melhor presidente que vocês já tiveram).

      Vocês têm mais 400 anos pela frente para se tornarem um país maduro.

      1. Somebody,
        como vc é de fora,

        Somebody,

        como vc é de fora, talvez não passeie pelas ruas, shoppings, vielas, bairros da cidade, e veja a quantidade de empresários que, juntamente com sua equipe e pagando todos os direitos trabalhistas, estão dando um duro danado para manter sua loja, oficina, negócio, enfim, aberto. isso que vc fala é de uma generalização que ofende mais de 90% da classe empresarial brasileira, que emprega, paga ICMS, ISS, IPI, II, IE, submete-se a dumping, e o escambau, para poder seguir vivendo. O país não é só feito por grande empresas; o país tá repleto de micro, pequenas e médias empresas, que estão ávidas por crescimento, por demanda, por um clima de paz para que possam cuidar de suas “lujinhas”, manter seus empregados e auferiem seus merecidos lucros. Creio que é a essa situação e a esse público – que é majoritário  no país – que o AA se dirige. Vc, pelo visto, se conhece nosso país, é de uma maneira profundamente caricaturizada.

        1. Eu reafirmo o que eu escrevi,

          Eu reafirmo o que eu escrevi, vocês não têm empresários (com honrosas exceções, os indivíduos que eu mencionei poder contar nos dedos).

          Você está vendo, como todo mundo, a visão micro do país enquanto eu estou descrevendo a situação macro. A herança escravocrata do seu país está enraizada na sua sociedade de uma forma tão completa que prejudica mesmo aonde você não acredita que possa estar prejudicando (pois você está olhando o micro, não o macro).

          Dando apenas um exemplo de vários possíveis, o seu empresário médio paga vários encargos de fato, porquê se ele não precisasse pagar nenhum desses encargos ele exploraria o trabalhador até o fim (escravagismo, não ver o outro como um igual).

          Ele paga uma confusão de impostos porquê o governo brasileiro, todos os governos brasileiros, sempre foi composto por “aristocratas” que não se preocupam com o peso dos impostos e muito menos com a confusão causada por tantos impostos diferentes (escravagismo, o “senhor” não liga para o que acontece com quem trabalha enquanto o dinheiro estiver fluindo para os cofres).

          E mais fatal, ele não consegue ver os empregados (novamente, há honrosas exceções mas elas são exceções) como iguais, o empresário brasileiro médio vê os empregados como pouco mais do que escravos e os estes empregados vêem os seus empregadores como “senhores de engenho” que devem ser obedecidos à risca (escravagismo, achar normal que o outro lhe deva obediência incontestada por ser “socialmente inferior”). Vocês têm uma relação patrão/empregado que é bastante similar à escravidão e isso envenena qualquer empresa.

          E fechando o exemplo, ele é facilmente passado para trás pelos concorrentes (como eu) por não ter o menor tino comercial. Que tipo de empresário compra produtos na China para revender pelo triplo do que comprou no Brasil e depois ainda têm a cara de pau de reclamar para o governo brasileiro quando os consumidores brasileiros ignoram o empresário e importam por conta própria o produto diretamente da China? Que valor o empresário brasileiro está agregando no produto?

  2. Os frequentes e destacados

    Os frequentes e destacados textos deste Andre Araujo, neste blog, não perdem nenhuma oportunidade de destacar as maravilhosas qualidades da ditadura militar.

    Como, nos dias atuais, perdeu-se a capacidade critica, qualquer um diz qualquer absurdo e fica por isso mesmo.

    No presente post ele tenta mostrar, e com razão, que um clima de paz politica favorece o desenvolvimento de um pais.

    Porem, como prova, ele cita os tempos tranquilos da era Juscelino e do “Governo Militar”.

    Se hoje acusam, perseguem, prendem para delatar, num festival de desrespeito as normas juridicas, nos tempos da ditadura a falta de tranquilidade era total.

    Naquela epoca, fechava-se, simplesmente, o Congresso, cassavam direitos politicos indiscriminadamente, prendiam qualquer um, assassinavam, sumiam com os corpos, torturavam, extinguiam partidos politicos.

    E o Andre Araujo achava que eram tempos de calma e segurança.

    Este senhor estaria melhor num blog de humor. 

    1. Absolutamente nada a ver. O

      Absolutamente nada a ver. O periodo de governo militar EXISTIU e está na Historia, não se está aqui emitindo juizo de valor e sim constantando que nesse periodo o Brasil teve as maiores taxas de crescimento do Sexulo XX, é um fato.

      O tema deste artigo é a retomada do crescimento, não se registra aqui veridictos ideologicos.

      1. Ou o senhor Andre Araujo é

        Ou o senhor Andre Araujo é muito ingenuo e não entende sobre o que escreve, ou acredita que todos nos somos assim.

        Que “o periodo de governo militar EXISTIU”, ele nem precisava  ressaltar. E como existiu, basta contar o numero de cadaveres, torturados, cassados politicos, congresso fechado, atos institucionais, grandes empresas nacionais destruidas.

        Mesmo assim ele, esquecendo que isso tudo ocorreu,  afirma que “um clima de inquéritos e prisões estampados como manchetes de jornais e capas de revistas todo dia cria um campo minado de altos riscos empresariais e políticos”.

        A ditadura militar teve um curto periodo de grande taxa de crescimento, é verdade.

        Ele so deixa de dizer sobre as consequencias ao pais da dinheirama, injetada no pais, naquele periodo, pelos paises ricos, para fortalecer a ditadura, que os interessava.

        Depois veio a conta.

        Tivemos que entregar nosso patrimonio para paga-la.

        So não levaram o Cristo Redentor, porque era muito pesado para transporta-lo.

        Conta outra, Andre.

  3. No período JK e no da

    No período JK e no da ditadura, havia um projeto de pais. O governo Temer nem sabe o que significa isso. A turma que ele la instalou ( gente como Moreira ) vai levar o que puder no saque ao estado  e depois que venha o dilúvio – enquanto, claro, eles estão já na arca. Aliás, hoje, qual político brasileiro tem um projeto de país claro, compreensível pra população? Ninguém. 

     

     

  4. objetivo do golpe
    Não foi para melhorar o ambiente de negócios que se aplicou um golpe de estado. Foi para blindar pilantras que se destinariam à cadeia caso não incendiassem o país, na lógica do “antes eles do que nós”.

  5. André Araújo, o povo

    André Araújo, o povo brasileiro vê o empresário com desconfiança por uma razão simples: O que vocês conhecem por “empresário” é na verdade um escravocrata com a mentalidade presa na idade média, eu posso contar nos dedos das mãos os seus empresários que são mesmo empresários.

    1. O Brasil tem dezenas de

      O Brasil tem dezenas de milhares de empresarios, com 10, 100 ou 500 empregados, como é que funcionaria a economia sem empresarios? O  pais pode sobreviver só com funcionarios publicos?

      1. Tenho a impressão que a

        Tenho a impressão que a grande maioria dos esquerdistas, meio que inconscientemente, tem uma mentalidade feudal… eles gostariam que todos fossem servidores públicos (servos), prestadando vassalagem a um único susserano (o Estado, personificado numa figura forte – Lula, Putin, Chaves, Fidel…),  o qual se cercaria de uma nobreza que lhe baba o ovo (aqueles encastelados no aparelho partidário)… Empreendordorismo é um palavrão, porque cria sres autônomos, independentes, donos de seu próprio nariz, que não prestam essa vassalagem nem para o Estado, nem para um sindicato.  Assumir responsabilidades? Na-na-ni-na-não! O lance é  imputar culpas sempre a terceiros e desejar sempre que alguém mais forte (o pai, o Estado) segure suas barras… Hummm… tem um quê meio neurótico nisso aí…

        1. Impressão totalmente errada.
          Impressão totalmente errada.

          Há tantos esquerdistas que querem o Estado total quanto direitistas que não querem Estado NENHUM, mas essa última é uma loucura tida como “boa”.

          Se você conseguir sair do seu binarismo, verá que grande parte da esquerda não quer é ESCRAVISMO. Você mesmo talvez seja um bom exemplo – a maior rubrica do orçamento federal é com JUROS, cerca de 300 vezes o Bolsa-Família. Pois bem, quantas vezes você já criticou o BF? Quantas vezes vc já se deu ao trabalho para pensar no porquê dos juros como são? Não vale matraquear a Globo News é dizer que é o que você pensa.

          1. Penso demais acerca desse

            Penso demais acerca desse assunto. Os juros são o que são porque:

            1) Neles estão embutidos a inflação, o que nos dá uns juros reais (selic) em torno de 5% a.a.

            2) Temos tantas falhas estruturais que quando a Dilma quis que eles baixassem só à base do gogó, desarrumou toda a economia…

            3) O estado barsileiro é o que mais precisa desse $$$ que entra no tesouro quando os títulos que são oferecidos à sociedade;

            4) Não temos poupança interna suficiente aos nossos investimentos, daí há a necessidade de tornar o Brasil atrante ao capital estrangeiro;

            5) Para que não houvesse esse ambiente atraente a esse capital e fizéssemos nossos investimentos às custas de nossa poupança haveria a necssidade de pouparmos;

            6) Para que tudo isso aconteça, há a necessidade de serem feitos ajustes de natureza fiscal dificílimos de serem implementados.

            Dizer que os juros são os que são  apenas porque os rentistas assim o querem é que é de um primarismo atroz…

            E me diga onde há esse ESCRAVISMO que não é combatido pelas estruturas de Estado? Quem entra, como patrão, em litígio com o Estado por conta de direitos trabalhistas sabe perfeitamente qual vai ser o final da lide…

             

          2. Olá, adolpho.

            A maior carga sobre a taxa de juros brasileira está em dois motivos:

            1. NFSP, necessidade de financiamento do setor público. Causada pelo déficit fiscal, que em 2015 foi de R$ 613 bilhões, o que tem relação com o ítem 3) do seu comentário. Mas o problema é que o déficit é causado justamente pelas despesas com os juros. Analisando os números do resultado fiscal de 2015, nota-se que do déficit de R$ 613 bilhões, R$ 502 bilhões foram gerados pela despesa originada com os juros elevados. Assim, basta colocar a Selic abaixo da faixa de déficit fiscal e a NFSP desaparece.

            2. Saldo em conta corrente. Como os déficits em conta corrente são muito elevados, o país precisa atrair US$ para fechar o balanço de pagamentos. Mas os aplicadores estrangeiros precisam de algum incentivo para aplicar em massa na economia brasileira, e esse incentivo são os juros elevados. Quanto maior o déficit em conta corrente, maior a necessidade de trazer US$ do exterior e quanto maior essa necessidade, mais elevada deve ser a taxa de juros para remunerar esse capital. Quando o governo baixou a taxa de juros ele eliminaria o 1º problema, mas paralelamente havia um déficit em conta corrente em torno de US$ 60 bilhões que não poderia ser remunerado à uma taxa muito baixa. Assim, imediatamente houve a necessidade de elevação. O que mostra a falta de planejamento do governo anterior.

      2. Você não entendeu o que eu

        Você não entendeu o que eu escrevi. Em nenhum lugar eu escrevi que “não deveriam ter empresários”, o que eu escrevi é que os empresários que vocês têm são incompetentes. O problema do Brasil não é a falta de empresários, é a falta de empresários competentes que não carreguem a herança escravocrata do país.

        É como tirar doce de criança passar para trás o empresariado do seu país, porquê eles ainda pensam como algum tipo de “nobreza feudal servida por escravos”, esperando benesses do estado como se fossem obrigações deste útimo e tratando os empregados como “coisas” (o que é um meio garantido de acabar com qualquer negócio sério).

    2. O padrão não muda

      <rant>

      Este país segue uma colonia,  colonizada por brasileiros, sucessores dos portugueses. Só mudou a metrópole mas a cabeça continua a mesma, de séculos atrás. Explora-se a colonia no que puder e manda-se “o quinto” pra fora. Entra governo, sai governo, entra golpe, sai golpe, o padrão nao muda.

      </rant>

       

  6. Aplaudir uma explosão nuclear!

    Penso que ainda não se deram conta da barbaridade que está sendo feita no Brasil!

    Achei que a saida da presidenta cessaria a loucura. Ledo engano. O objetivo é destruir nossas principais empresas o que, dia a dia, fica mais claro, independente do locatário do planalto!

    Não existe uma liderança nacional com peito para tentar, ao menos, dar um tempo no que vem ocorrendo!

    Recentemente apareceram lá fora (e aqui dentro) denuncias de outras multinacionais brasileiras ‘corruptas’, Embraer e Taurus são exemplos!

    Os que hoje aplaudem cegamente o combate a corrupção (que deve ocorrer sempre) sem levar em conta a destruição que ocorrerá em nossa economia não tem a mínima ideia do seu futuro imediato e dos seus filhos!

    AA disse tudo acima, restara uma casta estatal brilhando a ouro, vivendo do que restar dos impostos. O resto tentará virar consultor senior de uma piramide ‘Marketing Multi Nivel’ Americana qualquer até falir e ter que ir vender ‘gadgets’ chineses num dos camelodromos brasileiros!

    Agradeçam principalmente a genial institucionalização do dedurismo, a falta de comando do executivo (que parece continuar), a cobertura descarada e louca de uma imprensa que não se sabe de que lado está (ou sabe) e ao bando de burros que aplaude a explosão dessa bomba nuclear!

  7. O grande problema é que esse

    O grande problema é que esse ciclo político que estamos vivenciando não visa a melhorar as condições de empreender no Brasil. Aliás, juízes e procuradores, nesse momento, não estão muito preocupados com a saúde financeira das empreiteiras e os seus funcionários, sistematicamente demitidos de suas funções. Há um clima de caça às bruxas porque o objetivo ulterior desse movimento político é inviabilizar a eleição de lideranças populares no longo prazo. Para isso, é necessário, na cabeça desses cidadãos, criar um ambiente de terra arrasada, para debitar essa conta nas costas do PT e partidos congêneres. Todo esquerdismo será castigado. Só acho que o grande problema é ter como referência de crescimento governos autoritários. Precisamos conciliar desenvolvimento e democracia.

    1. o grande….

      O grande problema é que aceitamos ser o mercado para refugos e sobras da indústria mundial. Um país sem exigências minimas. É assim na politica, é assim na educação, seria diferente como consumidor? Tínhamos, até ontem, uma visão política estúpida de anti-capitalismo. E em boa parte da sociedade ainda temos. Geralmente produzida por aqueles abastados que se esbaldam com os beneficios do capital financiados por verbas e salários estatais. Um mercado fantástico de mateias primas e consumidores. Precisamos de investimentos estrangeiros para que? Se temos todas matérias para fabricação, por exemplo,  de um automóvel. Da construção, aos combustíveis ao consumidor. Para que precisamos pagar mais que o dobro de valores de fora do país? E remédios? Como uma população extremamente pobre paga preços 100, 200, 1000% maiores que no restante dos países? Para que investimentos estrangeiros para uma ferrovia até o Pacífico, se a produção agrícola nacional, subsidiaria esta construção, tendo todos os benefícios desta obra para si e para as populações brasileiras e de países vizinhos, com tamanho desenvolvimento? “Gigante com cérebro de passarinho”. É desta patologia que precisamos nos curar.  

      1. E a culpa disso tudo é da

        E a culpa disso tudo é da esquerda? Quem impôs o desenvolvimentismo associado como modelo ideal de crescimento foi Juscelino Kubistchek. Sou varguista, meu camarada.

  8. Empresariado

    O que me espanta, André Araújo, é que aparenta que o próprio empresariado brasileiro, influenciado pela mídia com uma campanha messiânica contra o PT, aquiesceu com o início do desmonte da economia para derrubar o governo, só não esperava o efeito bola de neve que ocorreu e está se tornando terra arrasada. Você que conhece os meandros do empresariado poderia nos elucidar essa questão.

    1. Penso que os empresários

      Penso que os empresários brasileiros não estão nem aí para a desgraça do país. Se estivessem não teriam embarcado nesta aventura que está destruindo o país. Acho sinceramente que o Brasil não tem mais jeito.

      Mas, enquanto tiverem a selic eles, os empresários, não estão nem aí.

      Tem outro problema. O empresário brasileiro tem a mania de aumentar preços quando a demanda cai. Tenta recuperar na unidade o que perde na quantidade.

      Por isto, apesar da crise de demanda, a inflação não cai.

      1. Boa resposta.

        “Mas, enquanto tiverem a selic eles, os empresários, não estão nem aí.”

        Juros é o anti-capitalismo.

        O Brasil viver nesta crise tendo uma demanda reprimida gigantesca é estar na época medieval.

         

  9. Sabe AA.
    Perdi a vontade de

    Sabe AA.

    Perdi a vontade de comentar aqui no blog do Nassif. Aqui o clima está pesado, só falam de golpe, do fim da democracia, de conspiraçòes, e nada de construtivo da parte do dono do Blog, só de você que se salva algo ultimamente.

    Existe um clima do nós contra eles, e vejo que no eles estão os empresários, do micro aos grandes, excluídos os mega empresários donos de empreiteiras e amigos do Lula que são da turma do bem, e isso até sair as delações deles.

    Portanto te convido a abrir seu próprio Blog, num local sem censura, um lugar onde se possa discutir um Brasil para o futuro.

    Te desejo muita sorte.

     

    1. Fácil você falar: não foi o
      Fácil você falar: não foi o seu voto que transformaram em papel higiênico.

      Se é por falta de adeus, até logo.

        1. Houve fineza no trato
          Toda
          Houve fineza no trato
          Toda ética é contexto. Se o contexto for mt adverso, deixar de pronunciar palavrões já é civilizado. E é cômodo e conveniente ser elegante em muitos momentos. Há rudeza na fineza e fineza na rudeza. Vc não demonstrou ter suficiente consciência do que representa um golpe. Talvez por ser brasileiro. E neste particular não vai crítica pessoal, mas sociológica.

  10. A história coloca os governos

    A história coloca os governos JK e Geisel, mas tambem podemos colocar o 2º mandato do Presidente Lula, nesse ambiente positivo  aos investimentos.

    O que fizeram com o Brasil nos ultimos 5 anos é coisa de maluco. Juntou altos funcionários públicos querendo aparecer, o PIG e um governo federal muito fraco , deu nisso.

  11. Caro André,
    Por favor,

    Caro André,

    Por favor, corrija-me se eu estiver errado.

    Você propõe uma reconciliação entre os atores públicos, nos três poderes, à esquerda e à direita, sinalizando ao povo que a tolerância é um ativo para os negócios.

    Diversas teorias de marketing, inovação e investimento colocam a estabilidade insittucional como o marco zero para os investimentos.

    Saudações,

    M.

  12. O empresario brasileiro, na

    O empresario brasileiro, na média, é aquele sujeito que tem um carro caro, uma casa num condomínio fechado, muito dinheiro em aplicaçoes financeiras , mas que deixa sua empresa a desejar. Não investe nos funcionários, em maquinas. Se lixa pra qualidade dos seus produtos, Tive a oportunidade de trabalhar numa grande empresa no Japão e o diretor executivo da empresa vestia uniforme e fazia ginástica laboral com a peãozada.  Falta ao empresário, não o conhecimento e nem a capacitação. Falta sim cidadania. 

     

     

  13. O empresario brasileiro, na

    O empresario brasileiro, na média, é aquele sujeito que tem um carro caro, uma casa num condomínio fechado, muito dinheiro em aplicaçoes financeiras , mas que deixa sua empresa a desejar. Não investe nos funcionários, em maquinas. Se lixa pra qualidade dos seus produtos, Tive a oportunidade de trabalhar numa grande empresa no Japão e o diretor executivo da empresa vestia uniforme e fazia ginástica laboral com a peãozada.  Falta ao empresário, não o conhecimento e nem a capacitação. Falta sim cidadania. 

     

     

    1. Comportamentos como o dos

      Comportamentos como o dos empresários japoneses não faz sentido no Brasil. Da classe média para cima, todos têm “síndrome de nobreza.”

    2. Fiii…

      O Governo paga 14% de juros pra nego não fazer nada. Se o empresário for dono de banco ou agência de crédito aí ganha duas vezes mais.

      No Brasil a indústria serve para lavagem de dinheiro, na maioria das vezes. Setor agropecuário idem…

  14. Muito do que você diz tem razão

    Nesse forum onde todos os articulistas se limitam a repetir feito catatônicos a cantilena golpe – golpe – golpe – como se importasse alguma coisa agora dizer se foi golpe ou não, o André Araújo é uma solitária exceção. Não que eu concorde com tudo o que ele diz, mas ele ao menos tem linhas próprias de raciocínio.

    Muito do que ele disse nesse artigo está correto – a aversão cultural do brasileiro à figura do empresário e a devoção ao Estado, surtindo como inevitável consequência a multiplicação de funcionários públicos cujo custo termina por esmagar os cidadãos e empresas privados que pagam impostos, quebrando o país e o próprio Estado. Penso que na verdade essa síndrome se deve a uma atração atávica dos brasileiros pelos tempos pré-capitalistas anteriores à abertura dos portos, quando não havia livre empresa nem livre concorrência, e toda atividade comercial só era possível mediante licença (alvará) do rei, que concedia monopólios a seus protegidos. Isso explica a facilidade com que um governo de esquerda se alia tão facilmente aos setores mais arcaicos do espectro político brasileiro: é nada mais que o casamento perfeito entre o pré-capitalismo de nossas elites aptrimonialistas com o anti-capitalismo do PT, conduzindo ao objetivo comum de ambas as partes de se acomodarem em um Estado inchado, perdulário e corrupto (desnecessário lembrar que essas elites patrimonialistas depois traíram o PT, como na fábula do sapo e do escorpião).

    Mas o AA parece obcecado pela ideia de que para haver crescimento da economia, tem que haver corrupção. É claro que corrupção sempre existe, mas afirmar que ela é uma circusnstância favorável ao ambiente de negócios é uma sandice. É para isso que foi criado o informal Índice de Corrupção Percebida, que avisa as empresas quando a possibilidade delas serem achacadas e perderem dinheiro com a corrupção. O mau ambiente de negócios brasileiro não é culpa da Lava Jato, mas do já citado atavismo brasileiro em prol do Estado e contra o empresário.

  15. Creio, caro somebody, que vc

    Creio, caro somebody, que vc está misturando macro com micro, empresário com político, importação com exportação, tino comercial com submissão ao amboente regulatório. E, pior, dar alcance moral a uma ação imposta, que é o pagamento de imposto.  Até onde eu sei, paga imposto quem é obrigado. SE, em qualquer lugar desse mundo fosse possível a qualquer atividade seguir adiante sem pagar imposto, todos assim o fariam. Assim, pagar imposto não tem nada de moral; tem apenas de obrigação  e não é isso que vai fazer de alguém um mal ou um bom empresário. A corroborar esse fato, existem milhares de empresário, muitíssimos bem sucedidos, com tino comercial, com senso de oportunidade, com bagagem cultural, etc, etc, que passaram a sediar suas empresas em ambientes cuja regulação trabalhista é bem mais frágil justamente para poderem aumentar seus ganhos. Assim, a primeira lei para que reconheçamos um empresário como tal  é a busca pela maximização dos seus lucros. Parece-me, meu caro, que de empresário vc não tem nada. Mas tem tudo de um bom esquerdista, que quer moldar o mundo à sua escala própria  de valores e não procurar entendê-lo com toda a sua complexidade, a qual é derivada da complexidade da natureza humana. 

  16. Fundos externos

      Temer e equipe é o que temos hoje, não importa se felizmente ou infelizmente, esta é a realidade posta e deve-se trabalhar com ela, goste-se ou não, frear as falências, recuperações, o desemprego, é muito mais importante do que ficar discutindo o golpismo, a Dilma, o PT , pois ideologia não paga conta e choramingar derrota não serve de nada.

       A Lava jato e o ativismo juridico estão matando nossas empresas, o crédito sumiu, evaporou, os provisionamentos bancarios para devedores duvidosos estão imensos, titulos que eram AA foram para C em meses, todo mundo que vê o mercado futuramente sabe que em 2017, quando estourarem os papéis de nossas ex-grandes empresas lançados no exterior, o tesouro ou irá garanti-los, os pagando ou renovando com spread maior, ou estas empresas vão quebrar.

        Mesmo com a cantilena, ridicula, de Temer e Moreira, sobre as concessões e privatizações, a nova formatação delas, novas legislações, e mesmo a piada de que só após a concertação juridica ( TCU, MPs, Agencias reguladoras) os editais serão lançados, ninguem acredita ou bota a minima fé, um simples dado de realidade é obice para isto : qualquer procuradorzinho ou juizinho de 1a instancia, não irá concordar com uma baixa em seu protagonismo – e os possiveis investidores externos sabem disto.

         Qualquer empresario, os que sobraram, em sua maioria médios e pequenos, não querem se arriscar a negócios com qualquer governo, aliás nem bancos/fundos internos e externos os apoiariam, pois dá medo de negociar hoje com um minstro de Temer, e amanhã ele enrolar-se e vc. ir junto, mesmo que não tenha nada a ver com a suposta maracutaia, seu nome e de sua empresa vão para a boca dos vestaizinhos, e até vc. provar que não tem nada a ver com o rolo, vc. gastou uma fortuna em advogado, ficou mal visto na sociedade – carimbaram corrupto em vc. e na empresa.

          Quem pode investir no Brazil : A “rapa” do mercado, o pessoal sem medo dos “abutres” e de hedge, os de alto risco que amam bagunças institucionalizadas, que derrubam preços de ativos, tipo “bacia das almas”, ou jogadas de “prejuizo”, e se garantem nas pontas, afinal 8 a 10% em US$, sem fazer nada, só na arbitragem x tx de juros é mamaõ com açucar, quem não quer ?  e caso a “jogada” de certo, ainda leva uma empresa, que recuperada, poderá ser vendida, inteira ou em partes

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador