O corte da Capes em 2019: implosão científica, tecnológica e humanística nacional, por Eliseu Venturi

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O corte da Capes em 2019: implosão científica, tecnológica e humanística nacional

por Eliseu Raphael Venturi

“93. Do direito do mais fraco. — […] O ‘direito’ vai originalmente ‘até onde’ um ‘parece’ ao outro valioso, essencial, indispensável, invencível e assim por diante. Nisso o mais fraco também tem direitos, mas menores. Daí o famoso ‘unusquisque tantum iuris habet, quantum potentia vale’ [cada um tem tanta justiça quanto vale seu poder] (ou, mais precisamente: ‘quantum potentia valere creditur’ [quanto se acredita valer seu poder])”.

“575. Profissão. — Uma profissão é a espinha dorsal da vida”. (Friedrich Nietzsche²).

Correu como rastro de pólvora nas redes sociais a Nota do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, ao Ministro do MEC, de 01 de agosto de 2018³. O potencial de implosão na cultura brasileira, revelado pelo documento, é gigantesco, considerando o porte da Coordenação no fomento da pesquisa e da formação docente nacional.

No documento, amplamente divulgado, manifesta-se a CAPES sobre a elaboração da proposta orçamentária para 2019, uma vez que, pela perspectiva financeira atual, o incentivo público restará simplesmente inviabilizado. Palavra da própria Administração (“É a própria situação dentro da Capes que vê as coisas como insustentáveis”[4]).

Com isso, seriam suspensos os pagamentos, a partir de agosto de 2019, de 93 mil discentes e pesquisadores da pós-graduação, assim como de 105 mil bolsistas de outros programas, afetando-se 245.000 beneficiados dos programas de formação de profissionais da educação básica. Além disso, a cooperação internacional estaria simplesmente descontinuada.

Evidencia-se, assim, o drástico impacto da previsão no massacre de direitos fundamentais à cultura, à educação, ao desenvolvimento, à ciência, à tecnologia, à formação humanística em território nacional. Fosse caso isolado, seria apenas aberração jurídico-política.

Contudo, no contexto deletério em que aparece, o fato se trata apenas de desdobramento, decorrência quase natural de uma visão política mais do que obtusa: antidemocrática por excelência e ideológica por força da exceção que se outorga ante o ordenamento jurídico.

Não fosse Temeroso, seria assombroso: uma fatia imensa do Estado Social (veja-se: o Estado brasileiro, normativamente, é Estado Democrático e Social de Direito) é amputada e a integridade dos direitos humanos, pela via dos sociais, culturais e econômicos, completamente fraturada.

A Nota, ademais, inevitavelmente vem em péssimo momento, que vai desde um cenário nacional com rojões autoritários por todos os lados – e que vêem em minar o potencial de pensamento crítico uma oportunidade mais do que valorosa – até uma onda de problemas do próprio ente de fomento acerca das suas finalidades.

Um exemplo apto à indução.

O Edital n. 47/2017 da CAPES, respectivo às bolsas de Doutorado Sanduíche, já deu prenúncios da tragédia excludente anunciada. Circo de antijuridicidades sobre como a Administração Pública pode ser indiferente à principiologia constitucional, o processo do Edital evidenciou como desconsiderar interesses legítimos de seus próprios destinatários e como seguir na contramão das finalidades institucionais.

Com a inclusão repentina da exigência de níveis consideráveis de proficiência – pouquíssimo divulgados com antecedência razoável –, em Edital publicado fora do tempo costumeiro e rompendo uma longa tradição de não exigência, centenas de pesquisadores tiveram seus projetos de pesquisa internacional inviabilizados numa “via crucis” de indefinições ao longo de 2018.

Isto, vale frisar, a despeito de as instituições de destino (universidades estrangeiras e coorientadores) terem aceito estes mesmos pesquisadores com níveis de exigência muito inferiores aos impostos pela CAPES. Ou seja: o país desestimula uma qualificação que é sua finalidade, enquanto os estrangeiros motivam esta mesma finalidade; um contrassenso colossal.

Em audiência pública documentada [5], realizada em maio de 2018, diante da demanda dos pesquisadores, o Sr. Presidente assumiu compromissos de novos requisitos includente. Estes, depois, não foram nem devidamente formalizados nem tampouco implementados, a despeito da natureza de ato administrativo constitutivo de direitos subjetivos assentado no pronunciamento.

Os pesquisadores excluídos, assim, além de não ouvidos, viram ignorada a palavra publicamente empenhada. Tiveram de se sujeitar a situações tal como exigência de Declaração de aceite de proficiência – pasmem – obrigatoriamente emitida pelos Reitores das Universidades estrangeiras, o que, vencido o susto, foi motivo de piada internacional.

Além disso, os pesquisadores se viram na possibilidade única de viajar de modo condicionado, ou seja, ter de retornar antes do tempo previsto acaso não cumprissem os requisitos originários em três meses, restituindo a quantia recebida. Montante este que, a toda evidência, as bolsas de pesquisa sequer permitem, nos valores atuais, acumular.

Desistências foram, portanto, proliferadas em uma mistura de vergonha, subjugação, frustração, tempo, energia vital e investimentos perdidos, além da indignação calada, posto que os acadêmicos se viram sem meios de reivindicação, sem representatividade e sem paridade.

Ainda, viram-se os acadêmicos excluídos sem suporte de associações de representação, incluindo o Ministério Público Federal e demais instituições democráticas funcionalmente competentes para tanto, além de serem foco das ofensas de parte da sociedade civil, pronta para menosprezar a pesquisa, a educação e o pensamento.

Pois, um vácuo jurídico que, ademais, se levado ao Judiciário, poderia se subordinar a uma interpretação senão indiferente, possivelmente descomprometida com os direitos sociais em jogo – porque ativismo parece tendência apenas em processos políticos, quase nunca na promoção e proteção de direitos.

Durante todo o processo, ainda, um número relevante de demais pós-graduandos envolvidos no processo também não hesitaram em não exercitar qualquer solidariedade aos colegas excluídos.  Fosse por propugnar os critérios adequados e razoáveis, fosse por contemporizar as exigências. Bem faz parte da cultura do medo o apego a um direito conjugado com um silenciamento em torno de uma violação.

Repetiram-se discursos vazios da meritocracia, ofensas pessoais, desqualificações e falácias, e foram declamados vários matizes da melhor ideologia pós-neoliberal empreendedorista. Desconsideraram-se disparidades regionais, desigualdades de acesso, méritos acadêmicos individuais, produção e peculiaridades de cada área; sequer espírito coorporativo houve.

Agora, estes mesmos acadêmicos também se vêem em situação periclitante e, mais do que nunca, aguardam-se seus discursos meritocráticos retornarem com as soluções que costumam propor. Assim como se aguarda o discurso dos professores das instituições públicas e privadas, que apoiaram o Golpe de 2016 com pompa, circunstância e até cascas de linguajar juridicante.

Todavia, estes últimos professores acadêmicos (muitos dos quais não “só dão aula”), do alto de seu conforto, não terão maiores temores. Primeiro, porque já se beneficiaram no que podiam das instituições públicas e, segundo, porque teleguiados pelos desejos de privatização do ensino ou, quiçá, algum desejo desescolarizante a mais, inconsciente ou não. Seria para formar melhor mão de obra reificada para si? Ou contingentes alienados bastam? O pregão das hipóteses está lançado, são muitas.

Associações de representação estudantil, igualmente, quedaram inertes em termos práticos. Para além das tentativas tergiversadas de negociações, alimentando e frustrando expectativas como capítulos de uma desastrosa novela ziguezagueada, em termos concretos, não se propôs qualquer medida judicial apta a corrigir as ilegalidades do Edital. Este, além de violar o princípio da proteção da confiança e da boa-fé, não foi precedido de uma devida discussão nos Programas de Pós-Graduação. Falou-se apenas da intocável sacrossantidade dos Editais.

Por fim, desferindo o golpe fatal, os próprios Programas de Pós-Graduação, politicamente temerosos, encamparam a exclusão de seus próprios pesquisadores, sem abrir qualquer debate ou oposição significativo, apoiando os requisitos e a exclusão toda por meio deles promovida. A cultura do medo é dos melhores dispositivos de controle atuais.

O Edital 47, portanto, é apenas um microcaso exemplar de uma política de exclusão maior, e que a Nota evidencia com toda clareza, arrancando um pouco de discurso no meio lacônico. Uma espécie de amarra de medos, temores de sanções obscuras, indiferença ao outro, enfim, elementos clássicos das boas ditaduras bem desenhadas no plano da corrosão psicológica.

Agora, em alguma medida, quebra-se a inercia ante o Edital 47 e a falta de união, isto pela maior proporção do problema, que pegou santos e pecadores. O caso apenas mostra como há toda uma orquestra de implosão de direitos: implosão que se promove, obviamente, por dentro, com o silêncio de massas e com a condescendência de representatividades com poder jurídico de atuação relevante. Arte de intercalar vazios entre palavras vãs.

Falta de solidariedade democrática produz estes tipos de níveis de exclusão e de vulnerabilidades: ao indivíduo, não é uma questão de “se” se será violado, é uma questão de “quando” se será subtraído em direitos. Quem estava tranquilo sustentando discursos de suprema meritocracia precisará lidar, agora, com o dessabor de ser atingido pelas vias arbitrárias em seu interesse.

Desmonte? Desconstrução? Parece que as palavras vão se tornando mais intensas e necessárias. Não seria destruição? Demolição de um projeto (que já era criticado); extermínio, devastação, extinção, sim, a escarificação está aumentando mesmo.

Talvez a evidência desta Nota, que concretiza o desastre que se avizinha, eventualmente motive algum tipo de solidariedade democrática mais ampla, inclusive, para além de estamentos. Mesmo que seja apenas um susto e a situação financeira seja integrada, afastando-se o risco premente. No mesmo sentido, algum tipo de atuação mais concreta na micropolítica poderia decorrer desta obscenidade jurídico-política. Avisos e mais avisos.

Implosões e extinções democráticas, ao serem acumuladas, abrem um espaço histórico gigantesco de aniquilamento de projetos de investimento e de realização do modelo estatal. Isso significa que muitas gerações, como a nossa, poderão nunca mais viver uma democracia tal como já se viu; levam-se décadas para mover algo tão gigantesco. O germe do autoritarismo está no abuso da liberdade democrática.

Ao momento, nesse caso, são os direitos de educação em flagrante retrocesso – embora a rede de direitos fundamentais sociais, movimentada à ruptura, seja ampla. O corpo de direitos sociais já se mostrou profundamente abalado por medidas que não cessam, numa mesma cumplicidade do dentro com o fora amarrada pelo medo, somada à indiferença e corroborada pela impassibilidade ante o outro.

Talvez as lições históricas, que se impõem a cada dia com mais crueza, vão exigir mais corpo e espírito do que pudemos um dia imaginar; servidas, ainda por cima, com requinte pelos cozinheiros mais perigosos.

Eliseu Raphael Venturi é doutorando e mestre em direitos humanos e democracia pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Direito Público pela Escola da Magistratura Federal no Paraná. Editor executivo da Revista da Faculdade de Direito UFPR e Membro do Comitê de Ética na Pesquisa com Seres Humanos da UFPR. Advogado.

1 James Ensor, The dangerous cook. 1896. Disponível em: <https://www.moma.org/calendar/exhibitions/312>. Acesso em: 02 ago. 2018.

NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Um livro para espíritos livres. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p.66 e p.520.
 
3 CAPES. Ofício 245/2018-GAB/PR/CAPES. Disponível em: < https://sei.capes.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&codigo_verificador=0746852&codigo_crc=6755A444&hash_download=ef5e65b749e9b6a0c124c56e438345f0dbb86d4b097fccd29f4b4221365642ee971b5a5e507aea925d83d67d1d4d79f08696fa5be30b507aa19122ff68c396a9&visualizacao=1&id_orgao_acesso_externo=0>. Acesso em: 02 ago. 2018.
 
4 RIBEIRO, Renato Janine. Esclarecendo o anúncio da Capes, que cancela todas as bolsas de pós-graduação. Disponível em: < https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-propria-situacao-dentro-da-capes-que-ve-as-coisas-como-insustentaveis-por-renato-janine-ribeiro/>. Acesso em: 02 ago. 2018.
 
5 Câmara dos Deputados. EDUCAÇÃO – Audiência Pública – Programa Doutorado Sanduíche no Exterior 29/05/2018 – 09:26. Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4G6wxsxH5BM>: 1h10min-1h10min40seg: “se as exigências da Fullbright em relação à língua inglesa são menores, nós adotaremos as exigências da Fullbright, tá? Adotaremos as da Fullbright. Segundo: nos casos excepcionais, sempre que nós conseguirmos – para não tumultuarmos um Edital que pode prejudicar mais de 3.000 estudantes, sempre que nós tivermos um caso fundamentado em que a Universidade diz ser suficiente a proficiência do estudante, aceitaremos; a Universidade, não o orientador”.
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. E ontem o Alkmin, candidado

    E ontem o Alkmin, candidado do Temer, já disse que vai cobrar a pós-graduação. Os ataques a ciencia e as Universidades tem sido continuos: dizem que são ineficientes, ataques arbitrários da PF e do Judiciário com fins obscuros,grupos ‘conservadores’ espalham que são antro de ‘comunistas’, ‘vagabundos’ e ‘maconheiros’ – e o objetivo não é ideológico é privatizar mesmo.

    Eu particularmente sou a favor do fim da CAPES; acho que os recursos públicos para para pesquisas deveriam ser geridos pelas Universidades e sua forma de alocação decidida pela comunidade academica – que pode sim incluir membros da sociedade civil. Acho que bolsa de produtividade para professor é uma excressencia, o seu principio é supostamente meritocrático e meramente quantitativo, enquanto todo professor DE tem por obrigação fazer pesquisa e publicar, ois que não o fazem dão um número maior de aulas ou participam de projetos de extensão. Em lugar de bolsa de produtividade da CAPES que se de um salário maior para quem precisa de 10 anos para se qualificar, ou seja, todo professor universitário. A CAPES burocratiza a pesquisa, impõe padrões produtivistas homogeneizantes,levando a fraude, a exploração academica de pós-graduando, ao esgotamento de professores e a exclusão de pesquisas. Acho que já cumpriu sua função.

  2. O castigo vem a

    O castigo vem a cavalo.

    Grande parte da comunidade científica brasileira, no alto da sua torre de marfim, apoiou o golpe ou se omitiu. Pouquíssimos foram aqueles que se manifestaram. É só ir para qualquer universidade agora mesmo e você vai descobrir que são antros do pensamento de direita.

    Nunca elogiei as medidas desse governo podre, mas de certa forma, essa medida é bastante didática: ou a educação é para todos ou ela não existe.

    Agora os ridículos falam que as mentes brasileiras irão sair do Brasil… Bobagem: a maioria vai ficar aqui, chupando o dedo e se prostituindo por um salário indigno. Os habitantes da torre de marfim serão obrigados à descer e enfrentar sua própria mediocridade.

     

    1. MENTIRA! Foi nas universidades q houve maior reaçao ao golpe

      Tanto que a PF está abrindo tantos processos contra professores, tentando intimidar os outros tb. É só o que faltava um comentário desses, que no fundo busca atenuar a reaçao dos leitores contra as barbaridades do governo. Imagem de Gilberto Marcondes… Alguém já viu esse cara por aqui?

      1. Quanta bobagem. Estou no

        Quanta bobagem. Estou no mundo acadêmico a dez anos. Conheço muito bem a torre de marfim. Existem vozes divergentes, é verdade, mas na sua maioria, as universidades são antros de direita.

        Meu objetivo não foi atenuar nenhuma reação dos leitores, foi só constatar um fato.

        As univerdades brasileiras serão todas privatizadas e a educação superior será sucateada ao ponto da miséria. Mas foi a omissão e a falta de caráter do próprio meio acadêmico brasileiro que os levou a isso. Só estão colhendo o que plantaram.

        1. Tao pagando agora p/ atacar as universidades?

          Imagem de Gilberto Marcondes, que papel! Tantos interesses em privatizar as universidades e vc vindo aqui ajudar isso. Tb sou do meio acadêmico, caríssimo, e leitora do Blog, o que já basta para saber dos movimentos de reaçao ao golpe ocorridos nas universidades. Claro que há alguns professores favoráveis ao golpe, o golpe teve amplo apoio na sociedade em geral, sobretudo na classe média. Isso nao quer dizer que o corpo acadêmico, em sua maioria, foi a favor do golpe.

          1. Sei não

            Sou professor em universidade particular. Área Exatas. A maioria dos professores apoiou o golpe, têm ojeriza ao Lula, Dilma e PT. Conheço também professores de departamento  conceituado da UFMG. Igualmente a mesma situação.

  3. Distopia

    Vejo, todos os dias, o descrito pelo autor do artigo, mas em outro ambiente. Falta de solidariedade; arrogância “meritocrática”, vinda de pessoas de nem tantos méritos assim; o colarinho-branco se sentindo um semi-deus, ao comparar-se ao colarinho-azul; o padrão Janot de ética: “nu d’ês é bão, nu meu não!”. A que ponto baixo o capitalismo sem freios está levando a humanidade! A nossa redenção está, espero, nos marginalizados e oprimidos, ainda capazes de empatia e solidariedade.

  4. Esta matéria parece ser um

    Esta matéria parece ser um achado de reportagem, algo momentoso de que podem se orgulhar os jornalistas de campo – algo como uma espécie de “o homem mordeu o cachorro”.. Mas na dicotomia de Millôr Fernandes, não esconde sua afinidade com um mero ‘press release”, embora se apresente como jornalismo ‘contra o poder’. (A matéria saiu ontem à tarde em todos os meios), Pretender tanta repercussão para a escassez de recursos para bolsas de estudos e pesquisa de pós-graduação, apontando a culpa para a EC do teto de gastos pode não ser fake, o que de fato não é – só é ‘esperta’, por ser descontextualizada. Para qualquer sujeito com o mínimo de senso crítico, que venha acompanhando as vicissitudes da crise fiscal, francamente: não passa de ‘press release’ não oficial, mas encomendado por um grupo de interesse que tem imenso poder e influência (“capital simbólico” é isso). Como pode o jornalismo querer nos sugestionar ou mover edulcorando e ‘comprando a briga’ de corporações de pós-graduação e pesquisa, num ambiente intoxicado, conspurcado por carência agudas, trágicas mesmo, no tocante a recursos para saúde e educação, para ficar somente nestas? Como o jornalismo, com todo o respeito ao grande Nassif, pode ter o desplante de dar destaque a um segmento como esse, quando faltam dentaduras, medicamentos, tiras para medicação de diabetes, gaze, esparadrapo, material de higiene nos hospitais; quando milhares de leitos hospitalares são fechados, quando as filas para consulta e cirurgia no SUS são absolutamente escandalosas, com mortes diárias de pacientes sem atendimento… Ora, querer esgrimir as carências estilosas da pós-graduação num país de 13 milhões de desempregados e outros tantos subempregados (e chamar isso de ‘crise humatitária’), seria simplesmente cinico ou patético se não beirasse o ridículo… Na verdade, se essa fosse a carência realmente importante, muito dificilmente se arregimentaria apoio necessário para contra-arrestar os objetivos da famigerada PEC… Politicamente – e fiel à tônica deste site –  prefiro as apelações dos jornalecos que esbravejam nas portas dos pronto-socorros…

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  5. É a submissão total do país.

    Começou com os ataques à universidade sempre em nome da probidade administrativa e acusações de corrupção. Passaram aos ataques, a posições políticas e ideológicas de professores. Com isto amealharam o apoio de uma parcela da comunidade universitária. ( Houve até um professor querendo eliminar as aŕeas  humanas das universidades públicas). Acabam de cassar e exonerar um professor.  Com o uso ideológico da palavra mérito, e boa administração iludiram professores e alunos e agudizaram os conflitos internos, enfraquecendo e tornando a universidade numa entidade frágil incapaz de ir a luta. Com o discurso de  austeridade os cabeças de planilha decretaram que pesquisa e educação e formação são apenas gastos. E alguns de nossos pesquisadores bateram palma imaginando que com austeridade sobraria meritocraticamente para o seu pirão.  Com um discurso, estilo escola sem Partido decretaram que a Universidade está populada pelos outros, açulando uma tropa ideológica  para fazer o serviço interno. E deram carta branca a setores do judiciário para invadirem a universidade.

    Quando atacaram a Petrobrás em nome da corrupção, não queriam apenas os poços de petroĺeo, queriam sobretudo a tecnologia e o conhecimento único, que permite e exploração do pré-sal. O conhecimento e o controle sobre o seu desenvolvimento é o que queriam. A venda da  EMBRAER, não é uma simples compra. O mesmo com a eletronuclear, pois não querem apenas brecar o desenvolvimento de uma indústria de refinamento de Urânio, mas sobretudo querem   brecar e controlar o desenvolvimento de um certo conhecimento. A  base de Alcântara, não é apenas  um lugar na geografia, mas sim uma forma   brecar e controlar o desenvolvimento de  conhecimentos de nossos satélites.

    E agora atacam a raiz, a formação e a pesquisa das universidades  pois querem brecar e controlar o conhecimento. Mas como diz um certo ministro,  para quem o deus Mercado ou Austeridade Fiscal é intocável,  cortaremos sem nenhuma prioridade todos os ministérios sob aplausos dos pelotões de  cabeças de planilha, este exército ideológico que tomou conta de nosso país.  Logo  logo a mídia vai propalar a idéia de que um país quebrado  não tem dinheiro para manter pesquisas.

    O discurso fiscal é o discurso da submissão. Pois não é a falta de dinheiro que assola e compromete o país, mas sim uma politica deliberada, de submissão. A  PEC do orçamento é a arma central desta política, responsável pela paralisia do país, pois   não querem um estado mínimo, querem estado nenhum, pois sabem que  é o estado que sustenta toda a estrutura de conhecimento e desenvolvimento do pais. Nossos capitalistas, isto o setor  privado,  não desenvolve pesquisa ou conhecimento, apenas importa.  Com isto vão defendendo os  interesses estrangeiros que são muitos. E logo teremos muitos egressos da universidade defendendo os cortes e brandando suas planilhas.

    A submissão total virá quando em nome da austeridade fiscal, ou da luta contra a corrupção, matarem todas as possibilidades de o país criar uma massa cŕitica e uma estrutura de conhecimento, que seria a nossa maior arma.  E este corte na CAPES é o primeiro passo para esta destruição.

  6. Universidades de elite

    Parece que a privatização das universidades públicas, com preservação de cotas e bolsas para oriundos do ensino público, é uma realidade inexorável; A esquerda não consegue lidar com isso, de olho nos estratos mais altos das classes médias.

  7. Universidades de elite

    Parece que a privatização das universidades públicas, com preservação de cotas e bolsas para oriundos do ensino público, é uma realidade inexorável; A esquerda não consegue lidar com isso, de olho nos estratos mais altos das classes médias.

  8. Bolsa sanduiche

    Hola buenos días esta es la carta que mande a Capes y no ha sido respondida. Gracias por la atención

     

    Estimado señores de la Directoria de Relaciones Internacionales de CAPES

     Mi nombre es Yobani Maikel Gonzales Jauregui, soy de nacionalidad peruana, tengo 36 años de los cuales 4 años y medio resido en el Brasil. Actualmente estudio el doctorado en Historia en la Universidade Federal de Juiz de Fora. Soy Historiador, estudié la graduación en mi país de origen, en la Universidad Nacional Federico Villarreal, realicé estudios de maestría en la Pontificia Universidad Católica del Perú. Asimismo me gradué de magister en la Universidade Federal de Juiz de Fora, donde la tesis que presente fue redactada integramente en español. Tengo casi una decena de artículos publicados en español, dejo aquí los enlaces que comprueban lo dicho: http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2016/02/tesis-final.pdfhttp://dcimarron.org/index.php/editorial/20-historiahttp://www.regionhuancavelica.gob.pe/webregion/descargas/2016/EIB/Diversos%20materiales%20EIB/Historia%20del%20pueblo%20afroperuano_tomo%20I.pdfhttps://www.artificiosrevista.com/yobani-gonzaleshttps://afrontarperu.wordpress.com/2011/02/18/articulo-lima-ciudad-afro-gonzales-jauregui-yobani/https://www.artificiosrevista.com/copia-de-yobani-gonzaleshttp://www.encontro2014.mg.anpuh.org/resources/anais/34/1399295326_ARQUIVO_trabajosobreesclavos.pdf Como se podrá observar tengo la comprobación lingüística para una excelente interacción con la universidad Pablo de Olavide, con la cual tengo una vinculación que data desde el año 2005 cuando realicé un diploma en Historia y Cultura de América Latina, el 2010 fui aceptado en el máster Mundos Indígenas. Es decir, siempre mantuve una relación con dicha universidad. Por eso, cuando ustedes me solicitan la prueba de idioma, argumentando que es una exigencia del edital, pensé que no tenia lógica que siendo nativo del idioma tenga que hacer una prueba del mismo. El edital no hace referencia alguna a una persona nativa del idioma al país que viajará, ese vacío permite interpretar que no es una exigencia la prueba de idioma. Así lo interpretaron los profesores de mi universidad, por ese motivo, no realicé la prueba. Fue una falla, un hecho involuntario. En ese sentido, luego de varias idas y venidas decidí hacer la prueba. Pero mi sorpresa es que esa prueba solo se realiza tres veces al año en Brasil, en el caso de la de mayo, era imposible realizarla porque la inscripción cerraba en el mes de marzo y en esa fecha recién ingresaba los documentos al portal de Capes. En de la julio, podría aceptar el error pero como les comente, es recién en el mes de julio que la encargada de mi proceso me absuelve las dudas en base a mi consulta. Para ese momento no podía realizar ninguna prueba, porque la inscripción cerró en mayo,  todo fue un mar de confusiones. Ya he realizado la inscripción para la prueba de octubre, aunque el resultado recién será dado en diciembre, lo que me dejaría fuera de la implementación de la bolsa.  Por ese motivo, recurro a su despacho con la finalidad de solicitar una reconsideración en los plazos para poder entregar el resultado de la prueba DELE o en su defecto podría hacer la prueba SIELE, que si se puede realizar en cualquier momento. Les pido esta reconsideración de mi caso, permitanme viajar a España con bolsa condicionada. Yo expreso mi mayor compromiso con la entrega del resultado después de los tres meses de viaje, es mi última oportunidad de realizar el doctorado sanduiche, dado que mi defensa de tesis esta programada para el mes de marzo del año 2020.  Solicitó esta reconsideración y un trato igualitario porque se esta permitiendo viajar con nota desaprobada con el compromiso de entregar 3 meses después el resultado de la prueba. Si bien yo no realicé prueba alguna, es como si estuviera desaprobado. Sin embargo, la señorita encargada de mi proceso me dice que no es posible en mi caso. Sinceramente me siento discriminado en el trato, yo cumplo con el espíritu del programa que es una mejora en la formación de los futuros doctores, una optima interacción con la universidad de destino. He intentado cumplir con todas las exigencias, incluso he solicitado la carta de la máxima autoridad de la universidad de destino, pero la respuesta ha sido que ellos no estilan hacer ese tipo de cartas y menos la máxima autoridad. Tengo la carta del coordinador del programa que es una persona de reconocida trayectoria académica y profesional. Por último, tengan por seguro que desarrollaré un excelente papel como intercambista. Agradezco de antemano la atención brindada a mi correo. Atentamente                                                              Yobani Maikel Gonzales Jauregui 

  9. Bolsa sanduiche

    He leído el artículo y esta excelente. Capes no tiene una política de inclusión, todo lo contrario, su idea es ponerle trabas a los investigadores. El examen de proeficiencia es una muestra clara de esa política cercenadora de derechos humanos. En mi caso ellos exigen que a pesar que soy nativo del idioma español, realicé una prueba del mismo para comprobar que me puedo comunicar minimamente con mis colegas de la universidad de destino. No ha sido valida mi nacionalidad, mis artículos publicados, una vinculación preexistente con la universidad de destino. Es como que te borraran todo tu bagaje cultural solo por no tener un bendito papel que diga que hablas tu propio idioma. La técnica de Capes me sugirió pedir una carta al rector de la universidad de destino. Esto fue motivo de una burla, porque lo encontraron ridículo. ¿Cuál es el sentido de hacer este tipo de peticiones? sin duda impedir que los investigadores consigan la bolsa. Decidí hacer la prueba Dele, solo que será en octubre y los resultado salen en diciembre. Solicité una prorroga y viajar con bolsa condicionada y me dijeron que no era posible. Que si no entrego el resultado antes de viajar no podré hacerlo. Me siento tenso por tanta arbitrariedad, ellos se remiten al edital y esa es su salida, no tomando en cuenta que su propio edital no señala nada respecto a una persona nativa del idioma al país que viaja. Un claro vacío legal pero que para ellos no existe. Sinceramente no se que hacer, he pedido una reconsideración para ampliar el plazo de entrega del resultado de la prueba de idiomas para el mes de diciembre y todo parece que no será así. No aceptan ningún pedido que les solicito y esto es un golpe anímico y moral. Gracias.

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