Fernando Horta
Somos pela educação. Somos pela democracia e mais importante Somos e sempre seremos Lula.
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O divórcio da política e do capital: o caso Temer, por Fernando Horta

O divórcio da política e do capital: o caso Temer

por Fernando Horta

Desde a década de 50 até a de 70 a CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) tem pensado o desenvolvimento econômico da região. Especialmente na década de 70 duas grandes correntes se formaram. A “Teoria da Dependência” (defendida por André Gunder Frank, Celso Furtado e outros) dizia que o problema da América Latina (e do Brasil) era “capitalismo demais”. Afirmava que nós funcionávamos como a periferia de um sistema centralizado nos países ricos. Este sistema tinha como base a condição de manter áreas periféricas pobres, carreando as riquezas para o centro do sistema. Assim, pela própria dinâmica do capitalismo, nós seríamos sempre “subdesenvolvidos”. A solução seria romper com o sistema centro-periferia, através de um vigoroso processo de industrialização que dependia da proteção de mercados e dos investimentos estatais.

De outro lado, se formou a chamada “Teoria do Capitalismo tardio” (defendida por Cardoso de Mello, Fernando Henrique Cardoso e outros) que dizia que o problema da América Latina (e do Brasil) seria “capitalismo de menos”. Como nossas estruturas se formaram a partir de sistemas de trabalho escravistas, semi-servis e relações espúrias entre donos de terra e o Estado, nunca havia se consolidado, de fato, o capitalismo no continente. Sem ocorrer uma ruptura entre os antigos sistemas econômicos e o capitalismo, portanto. O subdesenvolvimento seria, assim, uma falha histórica da região e não um efeito sistêmico, como dizia a “Teoria da Dependência”. A solução seria um “choque de capitalismo” em que se internalizasse uma industrialização baseada no capital privado com a plenitude do livre-mercado.

Ambas as teorias definiam o problema: o “subdesenvolvimento”, mas davam soluções radicalmente diferentes. O Brasil foi passando de solução a solução desde a década de 50. O chamado Desenvolvimentismo da década de 60, por exemplo, bebia da ideia de proteção dos mercados e da tentativa de desenvolver indústrias nacionais. Já o choque neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, aprofundava a ideia de que precisávamos de “mais capitalismo”, concorrência, e o fim dos mecanismos de proteção ao capital nacional. Fernando Henrique dizia que era necessário que o Brasil se “integrasse na economia mundial”, da forma que fosse possível. Ficou conhecida como a “integração do possível” daquilo que éramos competitivos. Todo o resto pereceria. E os empregos junto.

Nos últimos dois anos tivemos oportunidade de ouvir o outro lado. Depoimentos e provas de grandes bilionários brasileiros a cerca da nossa forma de fazer negócios. Odebrecht, Eike Batista e outros empresários da construção civil rasgaram o véu da hipocrisia brasileira e mostraram como nossa economia realmente se sustenta. Na prática, sem as relações com o Estado, estes bilionários não existiriam. E não eram relações simplesmente de oferta e demanda. Sabe-se que o código das leis sobre mineração do Brasil foi escrito nos escritórios de advocacia das empresas mineradoras. Aprovado por Cunha, com pagamento de propina. As propinas também saíam da Odebrecht para virarem benefícios tributários, para ganhar licitações ou para interditar concorrentes.

Mais recentemente, os irmãos donos da JBS revelaram uma verdadeira rede mafiosa na política brasileira. Com pedidos de “5 milhões” para não começar uma CPI. Temer e seus asseclas coordenam um dos esquemas de máfia mais violentos do planeta, com chantagens e até beijos no rosto. A Cosa Nostra italiana e Al Capone estariam a bater palmas para Temer, Geddel, Jucá, Padilha e Cunha e cia. As ameaças do uso da máquina pública para beneficiar ou prejudicar o capital parece que eram entendidas como ferramentas políticas normais por esta corja. Isto é fato.

Entretanto, o outro lado da moeda é que nosso capitalismo realmente é uma fraude. Nossos bilionários, que supostamente seriam a quintessência da nossa meritocracia, só são bilionários porque corrompem, compram leis, decisões e políticos desde a década de 60, segundo Emílio Odebrecht. Vivemos numa economia que mais parece um cão cheio de carrapatos. E os carrapatos, ao tomarem a presidência em 2016, viram imediatamente uma oportunidade de aumentar seus ganhos! O depoimento de Wesley Batista é estarrecedor.

Apesar de serem limitados, nossos bilionários não são burros. Começaram a ver um a um de seus colegas irem parar na cadeia, com aqueles mafiosos que lhes tiravam dinheiro sentados nas cadeiras do congresso e da previdência a sorrir. Deram um basta. O capital decidiu que se eles estão pagando (e sempre pagaram) eles merecem um lugar melhor do que as cadeias brasileiras. O divórcio do capital e Temer tem como maior indício a Rede Globo. Os ataques que a rede dos Marinho tem feito a Temer é a demonstração de que o capital se cansou. Talvez não do parasitismo, porque sabemos que o capitalismo depende da corrupção em todos os países do mundo. Mas talvez tenham se cansado do tipo de parasita, insolente, ignorante, abusado e que se acha no direito de ameaçar, de pedir quinhentos mil num mês, o pagamento do aluguel do escritório no outro e “dois milhões” para pagar advogados. E depois deixar prender.

Isto não quer dizer que eu ache que precisamos de um “choque de capitalismo”. A solução dos neoliberais é nos livrar da corrupção nacional e abrir nossos mercados para a corrupção internacional. Em dólar. Neste meio tempo, nossos empregos somem, nossas empresas médias e pequenas falem, nossa renda diminui e nossas riquezas naturais são doadas (e alguém está levando propina, com certeza). Precisamos retomar as rédeas de nosso país. Nem empresários corruptores (que são tidos pela Lava a Jato quase como heróis) nem políticos comprovadamente corruptos. Os carrapatos devem ser retirados do poder, TODAS as leis e medidas tomadas devem ser declaradas nulas por vício de origem e devemos proteger nossos empregos e nossas riquezas.

Temos sim bons empresários, temos sim bons trabalhadores, temos sim bons sindicalistas e temos sim bons políticos. Não são “todos iguais”, nem “farinha do mesmo saco”. O que este protofascismo delirante está tentando fazer é que joguemos fora a criança com a água do parto. É hora de retomarmos nossa governabilidade e se o capital se cansou dos carrapatos, tanto melhor. Ocorre que eles demonstraram que cultivaram os corruptos por mais de 40 anos, e só passaram a rejeitá-los quando não mais tiveram a sua proteção. Se é verdade que nossos empresários bilionários não sobreviveriam sem a ajuda do Estado, então eles não são suficientemente capazes sequer no jogo deles. Não podem, portanto, imaginar que vão reconstruir o país. Irão apenas trocar os carrapatos. Nada mais.

Fernando Horta

Somos pela educação. Somos pela democracia e mais importante Somos e sempre seremos Lula.

23 Comentários

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  1. Não é só o nosso capitalismo que é uma fraude

    Não é apenas o nosso capitalismo que é uma fraude. O capitalismo dos países europeus e da América do Norte também não passam de fraude. Toda aquela prosperidade decorre da nossa miséria. Sem a pilhagem, sem o colonialismo e sem o imperialismo, o capitalismo normal seria o capitalismo do Haiti e da Serra Leoa.

    Acerca do divórcio da política e do capital, esse divórcio é real mas apenas do capital produtivo, pois o capital especulativo, o capital financeiro continua em lua de mel com a política. Note-se que todos os empresários que rechaçaram os políticos são os empresários de empresas produtivas. Os banqueiros e investidores amam os políticos pilantras que dirigem o país ao século XIX.

    1. Rui, por favor esquece desta divisão entre capitalismo ……..

      Rui, por favor esquece desta divisão entre capitalismo produtivo e especulativo!

      1. Eu posso esquecer essa divisão mas ela não deixou de existir

        Você acha que um sujeito que um pequeno empresário que produz pré-moldados, por exemplo, não tem que recorrer ao capital financeiro?

        A quantidade de pequenos empresários que não conseguem empréstimos, seja em razão da alta taxa de juros, seja em virtude de não terem como garantir o empréstimo, é muito grande. Em sendo assim, essa divisão existe, para a maior parte dos agentes econômicos, só deixando de existir entre os bancos e as corporações industriais.

      2. O predominio do capital financeiro

        “É próprio do capitalismo em geral separar a propriedade do capital da sua aplicação à produção, separar o capital-dinheiro do industrial ou produtivo, separar o rentier, que vive apenas dos rendimentos provenientes do capital-dinheiro, do empresário e de todas as pessoas que participam diretamente na gestão do capital. O imperialismo, ou domínio do capital financeiro, é o capitalismo no seu grau superior, em que essa separação adquire proporções imensas. O predomínio do capital financeiro sobre todas as demais formas do capital implica o predomínio do rentier e da oligarquia financeira, a situação destacada de uns quantos Estados de “poder” financeiro em relação a todos os restantes. O volume deste processo dão-no-lo a conhecer os dados estatísticos das emissões de toda a espécie de valores” – Lenin, Imperialismo, a fase superior do capitalismo

        https://www.marxists.org/portugues/lenin/1916/imperialismo/cap3.htm

  2. “..é hora de retomarmos nossa

    “..é hora de retomarmos nossa governabilidade…” (você esta falando em nome da direita, esquerda ou centro ?)

    rsrsrs  ..disse Garrincha a Nilton Santos : e vocês avisaram os Russos ?

    Colega, na teoria tudo presta  ..a maldição é quando todos tem o que falar e se propõem a pleitear

    ..de volta a política de coalisões

    NÂO TEM JEITO  ..política é um eterno (e sudável) toma lá da cá ..interessa mesmo que, como NAÇÂO, aonde qeremos chegar  ..e enquanto isso não ficar bem claro pra sociedade  ..enquanto a IMENSA MAIORIA ainda quiser criminalizar a tudo e todos, vai ser um tremendo problema

     

  3. Precisamos de Mega Empresas.

    Bom dia, Fernando. Ótimo texto. Vou trazer aqui um ponto decisivo:

    Países com pretenções de soberania mundial e que pretendam ter um Esrado rico e poderosos e uma população com um mínimo de qualidade de vida, precisam ter grandes multinacionais pra produzir riqueza, exportar produtos com alto valor agregado e importar divisas. Qual país é soberano, próspero e respeitado sem ter suas multi nacionais poderosas? Nenhum.

    O problema é como criar e bombar estas mega empresas. Há duas vias principais: criar estatais sob o controle direto do Estado como uma Petrobrás ou Embraer. O problema é que basta um governinh de quatro anos de um Dória e ele pode sucatear ou privatizar tudo como fizeram com a Vale do Rio Doce.

    A outra solução é favorecer mega empresas privadas como o PT tentou com Odebrescht, EBX e JBS. è a tática mais comumente usada na história, haja vista LG e Samsumg na Coréia, os Robber Barons que construíram os EUA, e por aí vai. O lado ruim é óbvio: o interesse privado se sobressai ao público, invariavelmente rola muita corrupção e  concentração de riquezas. pior, no caso do Brasil, os favorecidos, inacreditavelmente ingratos, cresceram e prosperaram graças ao PT e à política e apoio irrestrito do PT e a primeira coisa que fizeram foi patrocinar a oposiçaõ e o Golpe a quem os ajudou. Haja trairagem!

    Então eis a questão: precisamos de Mega empresas, mas ambos os sistemas conhecidos de criação delas tem sérias limitações, as quais ficam ainda piores em um país como o Brasil, onde tanto empresariado, investidores e políticos não tem grande sentimento patriótico, tem fortes tendencias anti nacionais, e tem um cultura secular de mera exploração das riqeuzas locais e subserviência a algum Império exterior.

    Particularmente,a cho que a aposta em Mega Empreas Estatais parece menos ruim. Talvez criando travas na própria constituição, pra que seja muito dificultada a privatização, ou mesmo proibida. O fato é que é difícil se criar uma cultura nacionalista e de amabição e pretensão geopolítica nacionalista quando praticamente todo mundo, empresarios, políticos e povão são anti nacionais e forjados pra obedecer ao “patrão” de fora.

     

  4. Boa, caro Fernando!
    Ainda não

    Boa, caro Fernando!

    Ainda não vi nenhum caso em que o Capital se contenha no ímpeto de infirtrar-se nos poderes econômico e político do estado, nem que pare de choramingar contra impostos, por pequenos que fossem. Aliás os privatistas gostam que os impostos sejam altos. Se fossem baixos eles não encontrariam tanta desculpa para chamar a sonegação de legítima defesa. Se não me engano há até um estudo sobre o fato de que há um limite para que o aumento das alíquotas de impostos resulte em aumento de arrecadação… quem sabe algum Economista ajude a esclarecer esse ponto?

    Mas voltando à vaca fria, cabe ao estado – e a nós, eleitores e co-donos do estado – afastar privatistas, por mais bonitinhos, arrumadinhos, doutos e poliglotas que sejam, da administração pública. Administração pública tem caráter popular mesmo, quem quer a finesse que vá para a iniciativa privada.

    De resto, acredito mais em milhões de iniciativas de forma descentralizada do que em poucas e gigantescas iniciativas. Concentração gera desigualdade.

  5. Pior do que político falando de economia são os ……………

    Pior do que político falando de economia são os sociólogos modernos falando com galhardia e sabedoria sobre o que não conhecem.

    A palavra capitalismo vem junto com outras expressões que os sociólogos correm como o diabo corre da cruz.

    Imperialismo parece uma palavra esquecida, mais valia e proletariado nem se fala, mas ao esquecer estas palavras todo e qualquer discurso se torna vazio. Falar da falência do capitalismo de compadrio e como este é inviável para qualquer país do terceiro mundo é simplesmente IGNORAR TOTALMENTE países como a Coréia do Sul onde os nichos empresariais forram distribuídos por clãs medievais e sustentados pelo governo e a repressão, com olhos complacentes e doces do Grande Império do Norte.

    Certamente o capitalismo brasileiro se comparado com o coreano é um verdadeiro paraíso liberal, pois pelo menos aqui quem atua melhor com o poder político tem mais benesses, ou seja, não precisam ter dois mil anos de história para montar um grupo como os fantásticos “chaebols” ou começar a ganhar dinheiro durante a ocupação japonesa.

    Toda a industrialização e crescimento coreano foram baseados e 30 famílias escolhidas a dedo pelo ditador de plantão que além de garantir obras garantia que os empregados não se sindicalizassem, trabalhassem como escravos e recebessem polpudas encomendas dos Estados Unidos que estavam interessados em barrar o avanço comunista.

    Ou seja, este discurso de capitalismo liberal ou de compadrio é uma espécie de conversa mole para boi dormir, o importante mesmo é ter o aval do Grande Irmão do Norte, se este escapa do controle, vem uma lava-jato para corrigi-lo.

    Se procurarmos mais nos países asiáticos os exemplos da vinculação carnal do Estado com o capitalismo local é repetido de várias formas, porém o mesmo não se reproduz na América Latina, pois infelizmente (ou felizmente) o nosso visinho comunista não é a URSS ou a China, mas a cambaleante e minúscula economia cubana.

    Realmente o que os nossos sociólogos de plantão deviam mesmo é seguir os ensinamentos do seu grande pai, Fernando Henrique Cardoso:

    -Esqueçam tudo que escrevi.

     

    1. em primeiro lugar  nao temos

      em primeiro lugar  nao temos que  seguir um  Fernando Henrique  Cardoso porque  muitos sabem que ele é uma maquinas de xerox,  copiando  as teses  de todo  mundo. Depois  acrescento que  o autor  . Foi  certeira as palavras  do autor que disse ser os países pobres periferia  dos grandes centros. e  isso é verdade absoluta. Países liderados pelos EUA  criaram uma aliança chamada OTAN que nada mais é  do que a intençao de controlar  o mundo. EUA ALEMANHA FRANÇA INGLATERRA ,ITALIA  JAPAO  INVESTEM em todo tipo de  novos  equipamentos  de guerra e nao sao incomodados, mais  basta um país como a Coreia do Norte  fabricar miseis  balisticos  de longo alcance  e  os EUA  incitam as naçoes para apoia-los e atacar a Coreia, Se isso nao aconteceu foi por  apoio da  Russia, China, Iran, senao sangues  de inocentes seriam  derramados sem nenhuma piedade pela  facista OTAN, que    sao  eles  mais  comunistas (que os comunistas me perdoem pela comparaçao.) do que qualquer comunista na face da terra. O Comu8nismo so existe  porque é ele  um  contraponto a TIRANIA AMERICANA, é so  vê quandfos  governos  e  lidferes ja foram  destruidos  pela  maquina  mortifera dos americanos. 

      Todos os  países do conxavo  chamado  OTAN, sao  responsaveis  pelo  dominio  e pobreza em varios  pa´ses inclusive o Brasil, mais na  AFRICA é que  podemos sentir  o quanto  somos descriminados  por  essa  QUADRILHA  QUE  TOMOU  O MUNDO.

       

    2. O artigo é horrível, Fernando

      O artigo é horrível, Fernando Horta não possui qualquer conhecimento de economia, é vergonhoso. Escrevi um comentário esclarecendo esses erros.

      Agora, veja bem, primeiro um artigo do Fernando Horta praticamente chamando de teoria da conspiração as especulações sobre a interferência dos EUA na política brasileira(justo os EUA, que se metem na política de todo mundo), agora, um artigo “denunciando” as políticas econômicas que praticamente construiram o capitalismo brasileiro.

      Acho que logo a GGN estará postando artigos de economia escritos pelo Lobão.

      1. Processos de diferentes comprimentos de ciclo.

        Caro Daytona, parece que lendo a primeira frase de Roberto Campos que colocas no teu texto entendi porque da minha verdadeira implicância que tenho com sociólogos comentando economia. Vejo nestes profissionais o mesmo erro que via nos geólogos quando tratavam de processos de ciclo curto, explico melhor. Geólogos trabalham geralmente com processos morfológicos de ciclos muito longos, algo acima dos milhões de anos, e quando começam a estudar processos de ciclo curto (processos do tipo sedimentação por correntes de densidade) o ciclo de um processo deste tipo cai mais de duas a três ordens de grandeza que os processos que estão acostumados a acompanhar. Neste momento eles começam a tentar caracterizar algo extremamente dinâmico (sob o ponto de vista geológico) da mesma forma que sempre trabalham, ou seja, caracterizando cada pequeno intervalo de tempo como algo estanque, estático e não correlacionado com outras fases. Ou seja, numa analogia eles estudam fotos e não filmes.

         

        Como Roberto Campos coloca “Sempre achei equivocada essa incursão de sociólogos na Economia. Para o economista, as questões são de muchmoreness. Quer dizer, tudo é questão de grau. Então, do subdesenvolvimento ao desenvolvimento há apenas um espectro de variações quantitativas. Já o sociólogo gosta de criar categorias, e categorias estáticas no tempo. Assim, enquanto para os economistas o subdesenvolvimento é um mero estágio, ao longo de um processo, para os sociólogos em questão configurar-se-ia como uma categoria especial de desenvolvimento: o desenvolvimento “dependente” ou “associado”……”

        Em resumo, como o uso do cachimbo entorta a boca, a experiência que os mesmos tem na análise de ciclos longos da civilização humana, quando trabalham com ciclos mais curtos, não conseguem visualizar os fenômenos como algo contínuo. E pior, além de não conseguirem visualizar o desenvolvimento do ciclo não entendem de que estes ciclos podem aparecer defasados no tempo e no espaço em diferentes economias.

         

        Este problema de existência de fenômenos econômicos defasados no tempo e no espaço, com diferentes graus de intensidade também se encontra na divisão entre clima e condições meteorológicas, que por mais surpreendente que possa parecer, clima que é definido como um processo de mais de 30 anos de período é simulado mais facilmente do que a meteorologia, onde as simulações não ultrapassam semanas.

         

        Ao entender isto, fico mais tranquilo, pois aparentemente os erros são mais provenientes de vícios profissionais do que de má fé. Também encaro a negativa do mesmo em discutir os comentários como também um vício profissional, pois como a teoria sociológica não pode ser replicada e quantificada da mesma maneira do que processos econômicos, ele adota a postura de cientistas sociais da sua área que são mais axiomáticos do que analíticos.

  6. Pois seu xará FHC anda aprontando ainda:

    FHC DÁ ULTIMATO À GLOBO? OU ACABA A LAVA JATO OU ELEGEMOS LULA PRESIDENTE? (E COM LEY DE MEDIOS?)

    Por Romulus & Núcleo Duro

    Vamos para mais uma rodada de análise, pessoal?

    Destaques:

    Ouviram a última?

    – FHC “quer” (aspas!)… “Diretas Já”?!

    – Será que “quer” mesmo?

    Ou…

    – Apenas se utiliza do “fantasma” de Lula, favorito nas pesquisas ~hoje~, para dar um ultimato à Globo e aos juristocratas:

    – Ou param com a caçada e o abate da classe política (ou pelo menos dos meus amigos) ou…

    – Vem aí o governo “Lula 3”!

    – E, “depois de tudo o que vocês fizeram”, certamente desta vez com Ley de Medios (!)

    Mas…

    – O PT e Lula estão dentro ou fora do Acordão?

    – Aliás, nesse tocante (e em todos os demais…):

    – PT = Lula??

    – Blogosfera “progressista” e o “Fora Temer” ~da~ GLOBO: mais uma vez, a dificuldade/ falta de vontade de sair da pauta imposta pelo Cartel Midiático. Comem o “prato feito” – e sem reclamar muito!

     

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  7. A Uberização, a última fronteira.

    A Uberização, a última fronteira.

    Como o Capitalismo é algo simples de se teorizar, não adianta muito perder muito tempo entender estratégias nacionais para combatê-lo, pois a sua marcha tem se mostrado se mostrando inovando em um só sentido, a maximização dos lucros.

    O que espanta muitos nos dias atuais são as dimensões das empresas e com este efeito de escala o desemprego estrutural e a perda de importância do Estado Nação são cada vez maiores.

    Há algumas décadas para a expansão do Imperialismo eram necessários associados e o que não notam os políticos tanto de esquerda como os de direita é que os primeiros são inconvenientes e os segundos estão se tornando perfeitamente dispensáveis.

    Até as décadas de 80 e 90 ainda eram necessários sócios para gerir os negócios dos grandes capitais nos pontos mais distantes do Império, os sócios serviam como os verdadeiros feitores do grande capital, as matrizes como dominavam a tecnologia se satisfaziam em fazer mudanças cosméticas nos produtos e obrigarem seus feitores simplesmente trocaram de forma de açoitar seus escravos, entretanto no início do século XXI fica claro que até para administrar frotas de Taxi é possível fazer isto de New York sem que o grande proprietário tenha que se deslocar ou que os inconvenientes atravessadores-administradores locais e políticos tirem as suas percentagens e propinas.

    A Lava-Jato deve ser entendida realmente como um processo de depuração do capitalismo nacional em benefício do capitalismo Uberizado e centralizado e numa expansão de um Imperialismo em que se deixa de lado os processos de corrupção externo que servem para abastecer as grandes corporações e se foca nos processos internos de corrupção.

    Não é correto pensar que a grandes empresas nacionais que adquiriram porte de empresas internacionais preocupem o grande capital, o que preocupa mesmo é a possibilidade do desenvolvimento de tecnologia ou da administração de processos em nível de país concorrente. Veja-se dois tratamentos que são dados a dois tipos de empresas, para as empreiteiras se faz tudo para reduzir a nada qualquer tentativa de crescimento, pois simplesmente este é baseado em tecnologia nacional, por outro lado uma produtora de carne bovina, se trata com mais cuidado e como a mesma já se internacionalizou por completo o seu tratamento deve ser o mesmo que é dado para as grande empresas multinacionais, lembre-se que nos séculos passados reis e imperadores geralmente não eram massacrados por seus iguais, eram presos, cobrados resgates mas se não morresse nas batalhas teria seus deferimentos especiais.

    O emprego da informática permite a cada dia maior expansão do controle direto da economia pelas grandes empresas, que deixam assim as chamadas elites locais sem o mínimo sentido, pois a administração direta é possível.

  8. “Mais recentemente, os irmãos

    “Mais recentemente, os irmãos donos da JBS revelaram uma verdadeira rede mafiosa na política brasileira”.

    Afinal, qual o crime dos donos da JBS? Tudo que fizeram foi a pretexto de impedir que políticos atrapalhassem seus negócios. Atrasando licenças, financiamentos e tantas outras formas de deixar qualquer empresário propenso a apelar para a propinagem pra se livrar das amarras políticas. Duvido que isso não ocorra de forma generalizada por todo o mundo capitalista.

  9. “…Temos sim bons

    “…Temos sim bons empresários, temos sim bons trabalhadores, temos sim bons sindicalistas e temos sim bons políticos…”

    Mas não temos um judiciário bom.  A permissividade que ocorre no brasil desde a ditadura passa pelo Jucidiário e não pelas leis…  

    O Judiciário deveria proteger a nação. são muito bem pagos para isso.. Mas não fazem nada pelo seu patrão:  A Nação.  Apenas cumprem a burocracia da função.. Aliás é onde temos o maior corporativismo que gera o ” Estado DO Direito”..

    O brasileiro precisa resgatar a moral e a ética, obter cidadania.

  10. Falta de conhecimento sobre o

    Falta de conhecimento sobre o tema.

    Celso Futado defendia que o problema brasileiro era “capitalismo demais”?

    Além da falta de fundamento dessa afirmação, me chamou a atenção sua incoerência, notem o trecho:

    A “Teoria da Dependência” (defendida por André Gunder Frank, Celso Furtado e outros) dizia que o problema da América Latina (e do Brasil) era “capitalismo demais”. Afirmava que nós funcionávamos como a periferia de um sistema centralizado nos países ricos. Este sistema tinha como base a condição de manter áreas periféricas pobres, carreando as riquezas para o centro do sistema. Assim, pela própria dinâmica do capitalismo, nós seríamos sempre “subdesenvolvidos”. A solução seria romper com o sistema centro-periferia, através de um vigoroso processo de industrialização que dependia da proteção de mercados e dos investimentos estatais.

    Além de atribuir a Teoria da Dependência ao Celso Furtado, Fernando Horta tropeça ao discorrer sobre um tema sobre o qual nada sabe.

    No parágrafo acima, a solução proposta pelos dependentistas(como Celso Furtado)para resolver o problema de se ter “capitalismo demais”, passa por um “vigoroso processo de industrialização”, que dependia de “investimentos estatais”.

    Ou seja, segundo Fernando Horta, a solução para o problema do “capitalismo demais” passa pela acumulação de capital rsrs

    O processo de acumulação de capitais é a própria dinâmica do capitalismo, difícil de entender como se pode resolver o suposto problema de “capitalismo demais” via a acumulação de capitais.

    Fernando Horta também alega que a discussão econômica se dava, de um lado por pensadores como Celso Furtado, suposto defensor da Teoria da Dependência, e do outro lado(contrário ao lado dos dependentistas)teríamos, dentre outros, o “quase-intelectual”(segundo Delfim Netto)Fernando Henrique Cardoso!?!¹ hahahaha Óbvio que Celso Furtado – o “dependentista”, segundo Fernando Horta – nunca defendeu nada do tipo.

    A PROBLEMÁTICA

    A discussão sobre o desenvolvimento brasileiro, que englobam questões como o papel do Estado, distribuição de renda, inflação, etc. foi e continua sendo bastante ampla e complexa, principalmente a partir das medidas industrializantes iniciadas durante o governo Vargas, quando ocorre um dos primeiros debates sobre o tema, travado entre Roberto Simonsen e Eugenio Gudin.

    http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2801:catid=28&Itemid=23

    Ao contrário do que alega Horta, FHC e suas ideias não levados a sério em discussões econômicas. Roberto Campos considerava suas ideias “ridículas”, e Delfim Netto chama o ex-presidente de “quase-intelectual”.

    Segundo Roberto Campos:

    Gostaríamos que comentasse a tese de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto [1970], Dependência e Desenvolvimento na América Latina.

    Sempre achei equivocada essa incursão de sociólogos na Economia. Para o economista, as questões são de muchmoreness. Quer dizer, tudo é questão de grau. Então, do subdesenvolvimento ao desenvolvimento há apenas um espectro de variações quantitativas. Já o sociólogo gosta de criar categorias, e categorias estáticas no tempo. Assim, enquanto para os economistas o subdesenvolvimento é um mero estágio, ao longo de um processo, para os soció- logos em questão configurar-se-ia como uma categoria especial de desenvolvimento: o desenvolvimento “dependente” ou “associado”. Hoje, essa distinção sociológica entre “centro” e “periferia” saiu da moda, com a ascensão dos tigres asiáticos, que passaram rapidamente ao rol dos países industrializados, superando-os mesmo em algumas indústrias de ponta. Hoje, os navios da Coréia, os computadores de Taiwan, os chips de Cingapura intimidam os competidores de países desenvolvidos. É que o capital aplicado em sucessivas doses acaba gerando um espectro contínuo de crescimento, sem distinção entre centro e periferia. Eu nunca comprei a tese do Fernando Henrique. Ela sempre me pareceu bastante ridícula, primitiva mesmo. É a eterna confusão de faseologia com ideologia. Dá-se uma interpretação ideológica àquilo que é meramente faseológico: confundem-se fases de desenvolvimento com categorias estruturais.

    Como se pode ver pela resposta do Campos, a discussão se dava entre os entendidos, figuras como o próprio Campos, Mário Henrique Simonsen, Antonio Barros de Castro, Celso Furtado, Tavares, etc.

    Resumidamente, o grupo cepalino desenvolvia suas ideias ao redor da tese da deterioração dos termos de troca, desenvolvida por Prebisch e Singer, com base nos estudos de Kindleberg que demonstravam uma deterioração dos termos de troca entre produtos agrícolas e industrializados(que se valorizavam mais). Basicamente, os cepalinos argumentavam a fragilidade de economias agrário-exportadoras, sujeitas à quedas nos termos de troca e fugas de capitais em momentos de crise, defendendo a industrialização como requisito ao desenvolvimento. Celso Furtado elaborou argumento semelhante ao ressaltar a baixa elasticidade-demanda do café. O segundo argumento, sobre o processo de industrialização, refere-se ao argumento da indústria nascente, uma ideia mais antiga, que remete ao clássico “report on manufactures” de Alexander Hamilton, que foi a base do sistema americano, um plano econômico baseado, dentre outras ideias, no uso de tarifas protecionistas como forma de promover o desenvolvimento industrial.

    https://en.wikipedia.org/wiki/American_School_(economics)

    Friedrich List foi um economista do século XIX conhecido por defender o uso de medidas protecionistas para promover o desenvolvimento industrial. O argumento moderno da indústria infante se baseia, basicamente, no conceito de economias de escala. Segundo esse argumento, devido ao grande nível de investimentos necessários(pesquisa e desenvolvimento, bens de capital, etc.)desde a Segunda Revolução Industrial, houve uma mudança na estrutura de custos das empresas, com grande peso no capital fixo. A importância do capital fixo na estrutura de custos das empresas resulta em um custo médio decrescente, ou seja, quanto mais uma empresa produz, menor o seu custo médio. Dessa maneira, as empresas nascentes precisariam estar protegidas da competição de empresas já consolidades, até o ponto em que obtivessem escala suficiente para se tornar competitivas. O que se vê na história econômica é que TODAS AS GRANDES ECONOMIAS SE DESENVOLVERAM COM BASE EM FORTE INTERVENÇÃO ESTATAL, com medidas protecionistas, subsídios e investimentos públicos, etc. O economista coreano Ha-Joon Chang, em seu livro “chutando a escada”, argumentou que os países desenvolvidos rejeitam políticas que eles próprios utilizaram como forma de impedir o desenvolvimento dos países periféricos.

    O OUTRO LADO – A QUESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

    Após esse brevíssimo resumo do pensamento cepalino e considerando o generalizado descrédito das ideias neoliberais, que servem apenas aos interesses do grande capital financeiro, como vetor do desenvolvimento, importante notar alguns argumentos dos críticos do pensamento cepalino, cuja diferença reside muito mais no antagonismo entre os defensores do promovido pela demanda(keynesianos, pós-keynesianos, estruturalistas, etc.)e os defensores do crescimento via oferta. Essa discussão toca em um tema central nas discussões sobre o desenvolvimento brasileiro: a distribuição de renda. No período citado pelo Horta, essa discussão foi alimentada pelos aspectos do crescimento econômico do Milagre, no governo Médici, caracterizado por forte concentração de renda. Segundo defensores desse modelo, a concentração de renda se justificaria a princípio, pois o crescimento econômico exigiria a concentração de recursos nos setores de maior produtividade da economia. Ainda nessa linha de pensamento, após uma fase inicial, o processo de concentração se reverteria. Esses economistas defendiam também o crescimento econômico em termos absolutos, não relativos, argumentando quemais importante seria a melhora do padrão de vida dos mais pobres em termos absolutos, não relativos. Por um lado, note-se que o argumento repete o chute na escada de Chang, pois a ajuda estatal seria direcionada apenas para certos setores(e pessoas). Note-se por exemplo como a Rede Globo, uma empresa praticamente construída e sustentada por dinheiro público, é grande defensora de políticas neoliberais e medidas baseadas na “meritocracia”. Por outro lado, a visão tecnocrática desses economistas ignorava a questão da Economia Política, provavelmente por fazerem parte de um governo autoritário, já que nenhuma Democracia de verdade suportaria os níveis de desigualdade experimentados pelo Brasil. Estudos comprovam que países com altos níveis de desigualdade possuem instituições frágeis, devido à sua falta de impessoalidade, e apresentam baixos níveis de crescimento econômico, tendendo à estagnação.

    Esse ponto é fundamental para contextualizar a discussão no cenário atual. Ao ser eleita, Dilma anunciou como projeto de governo transformar o Brasil em um país de classe média, o que conseguiu ao longo de seu governo. Países com níveis de desigualdade reduzidos tendem a produzir instituições mais republicanas, promover o Estado de Bem Estar Social, etc. Com isso, é importante perceber que o golpe parlamentar contra a presidente Dilma teve, no plano progamático, a adoção de medidas econômicas incompatíveis com o regime democrático. Esse caso concreto é bastante ilustrativo não apenas da tensão entre a economia e a política, mas da reação de grupos de interesse que sempre se favoreceram de uma sociedade desigual, e suas correspondentes frágeis instituições.

    1. Amigo, não gosto de comentar

      Amigo, não gosto de comentar porque penso que isto é tolir um pouco o leitor. O problema é que seu tom está meio alto. Você fez uma tese e eu vou reponder pontualmente algumas coisas. 

      1) Celso Furtado compartilha a visão estruturalista sobre economia dos cepalinos e entendia que dada a dinâmica da acumulação de capital e da desigualdade dos termos de troca quanto mais “inserido” no capitalismo mundial maior seria nosso grau de subdesenvolvimento. Por isso falo em capitalismo de mais. Furtado entendia o capitalismo como um sistema estrutural em que países exportadores de produtos primários assim continuariam para todo o sempre. Você critica o fato de eu afirmar que Furtado defendia para romper com a dinâmica centro-periferia a acumulação de capital. Sim, era isto que defendia, um processo de industrialização nacional que deveria ter no estado um parceiro eis que o sistema não permitiria o surgimento de indústrias que viessem a tornar o Brasil menos dependente. Furtado imaginava que para romper com a dinâmica estrutural centro periferia era necessário proteção do estado aos mercados nacionais até o desenvolvimento de uma indústria em capacidade de concorrer externamente. 

      2) sobre sua afirmação se a intelectualidade da época “levava fhc a sério” ou não, não vou me manifestar eis que a própria história do fhc (gostemos ou não) não chancela sua afirmação. De qualquer forma, a teoria do capitalismo tardio e maior que fhc. E é dela que falo.  

      3) Depois você retoma a ideia da deterioração dos termos de troca (originária da cepal e hoje bastante questionada) para em seguida dizer que” Furtado elaborou argumento semelhante “. Sim, é isto. Furtado concordava com a aproximação estruturalista cepalina, coisa que acima você nega. Estranho contrassenso.

      4) Em seguida você faz uma tese sobre  segunda revolução industrial, custos médios e participação do estado como essencial. A afirmativa final eu concordo, o estado sempre foi parte essencial no desenvolvimento capitalista, mas esta tese está longe de ser unanimidade. Só acho que uma coisa é o século XIX e o desenvolvimento do capitalismo e outra o xx e XXI com os processos de financeirização e globalização. Não dá para usar os mesmos comparativos. De qualquer forma, aqui já saiu da esfera do texto que não pretendia discutir o estado, mas a ideia da teoria do capitalismo tardio de que nunca tivemos de fato capitalismo na América Latina. 

      5) em seguida você envereda por uma discussão teórica dos críticos dos cepalinos que também nunca foi objetivo do texto. 

      6) seu último parágrafo fala de Dilma mas esconde que foi a própria presidenta que começou com as medidas neoliberais ortodoxas rompendo com a heterodoxia de seu mandato anterior. 

       

      Críticas são sempre bem vindas, mas se atenha ao que foi dito no texto. O argumento do texto é que ouvidos os empresários talvez tenhamos que ceder à ideia de que realmente nunca tivemos um capitalismo no Brasil. Mas isto não quer dizer que a solução neoliberal seja a correta. Mais adiante você, em outro comentário, continuou com ofensas mas acho que não vale à pena comentar. Lobão dos anos 80 foi um bom artista crítico. Hoje perde-se como boa parte daquela geração. 

      1. Capitalismo segundo Celso Furtado?

        “capitalismo como um sistema estrutural em que países exportadores de produtos primários assim continuariam para o todo sempre”.

        Isto não encontra fundamento em Celso Furtado!

        Pois não é conceito de capitalismo – modo de produção que produz mercadorais com trabalho assalariado, não pagando parte dele, e se apropriando deste na venda delas enquanto mais-valia.

        No máximo, a frase acima seria de um estágio capitalista.

        Contudo, isto aconteceu na época colonial, que não era capitalista!

  11. Nomundointeiro é assim

    Não entendo por que o Brasil seria diferente do resto do mundo. Em todo planeta, o capital compra e tutela o Estado, em alguns países maiis, noutros menos. Nos EUA chegam a bombardear outros países para manter o mercado de suas empresas. Nós somos fichinhas perantes estes países do promeiro mundo.

  12. Nem empresários corruptores

    Nem empresários corruptores (que são tidos pela Lava a Jato quase como heróis) nem políticos comprovadamente corruptos. 

    Isto não quer dizer que eu ache que precisamos de um “choque de capitalismo”. A solução dos neoliberais é nos livrar da corrupção nacional e abrir nossos mercados para a corrupção internacional.

    Esse não é aquele discurso apolítico? Aquela história da terceira via da Marina Silva, que não é nem uma coisa nem outra?

  13. Problematização equivocada e ausência de nexo!

    Os equivocos dos artigos de Fernando Horta são recorrentes. Parte de questões genêricas, estritamente sem relação com o fato a ser analisado, e, portanto, sem nexo como o que é exposto. Próprio de formação pós-moderna.

    No artigo acrescenta-se outro equivoco – problematização equivocada. Os trabalhos citados por Horta são obras acadêmicas apenas! Sua efetivação depende da política e de suas condições, e estas se dão na correlação de forças e na possibilidade de implementar determinado grau de efetividade. A corrupção era um dos ingridientes da luta política, a compra no Congresso Nacional de apoio mediante uso de caixa dois das empresas que foram beneficiadas, que financiavam direita e esquerda. 

    Capital e política não estavam/ão divorciados. Horta efetou análise moralista encoberta. 

    Na Rússia, o jogo  é idêntico. Mas lá, Putin faz valer domínio autoritário, a correlação de forças o permite. No Brasil, não se pode ou não conseguir procedimentos jurídicos que mantivessem a Ambev, a JBS e as construtoras dentro de certo controle nacional!

  14. Não se trata de um artigo acadêmico,. . .

    Não se trata de um artigo acadêmico, de nenhuma defesa de tese, mas acho bom o artigo de Fernando Horta  e não merece tanta malhação, seu fecho por exemplo é muito bom, temos que nesse momento nos valer de nossos bons empresários, de nossos bons políticos, para construirmos um novo país, e o andar da carruagem nos ditará os rumos a seguir,  um pouco mais à direita, um pouco mais à esquerda, dependendo da ocasião, como dizia Keynes.

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