Unicamp também ministrará disciplina sobre o golpe

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Huffpost Brasil
 
Jornal GGN – A disciplina especial ‘O golpe de 2016 e a democracia’, do professor Luis Felipe Miguel, na UnB, que fez com que o ministro da Educação, Mendonça Filho, esbravejasse, já está com as vagas todas preenchidas e uma lista de espera de 40 pessoas. Quando o período de ajuste de matrícula da UnB abrir, na segunda-feira, espera-se que esta lista aumente bastante. A reação do ministro ajudou muito.
 
E ajudou mais. Graças ao seu desempenho, o curso e o professor ganharam um novo aliado. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp criou uma disciplina com o mesmo nome e teor da que será ministrada por Luis Felipe Miguel, na UnB.

 
No caso da Unicamp, cada professor dará uma palestra no curso como forma de se solidarizar com Luis Felipe por conta desta perseguição engendrada por Mendonça Filho. O ministro ameaçou a UnB e o professor com todos os dispositivos possíveis para intimidá-los.
 
A disciplina na Unicamp terá o praticamente o mesmo conteúdo da oferecida pela UnB, um ato de solidariedade e de desobediência coletiva contra o autoritarismo e agressão contra a autonomia universitária e liberdade de cátedra.
 
Leia a nota dos docentes da Unicamp.
 

NOTA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA DA UNICAMP EM DEFESA DA LIBERDADE DE CÁTEDRA E DA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

O Departamento de Ciência Política da Unicamp vem a público manifestar irrestrita solidariedade ao professor e pesquisador Luís Felipe Miguel, da Universidade de Brasília, que ministrará neste semestre a disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.

Repudiamos as declarações e ameaças do ministro da Educação do governo golpista contra nosso colega da UnB. Elas são a demonstração cabal de que vivemos em um contexto político autoritário, no qual a máxima autoridade federal no campo educacional infringe a liberdade de cátedra e a autonomia universitária contra um docente e cientista político que apenas cumpre seu dever de ofício: pesquisar, elaborar cursos sobre a realidade e ensinar.

Manifestamos nossa mais profunda indignação contra os ataques à Universidade Pública e aos seus membros que temos assistido nos últimos meses no Brasil. Não é esse o caminho pelo qual transformaremos o Brasil em um país soberano, justo e livre. Estamos e estaremos juntos na luta para mudar a atual situação política do país.

Docentes do Departamento de Ciência Política da Unicamp e demais apoiadores

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Uma leitura para a imagem

    Uma leitura para a imagem que ilustra o poste: gerontocracia corrupta, o retrato de um Brasil em coma,  de onde Lula o retirou…..por outro lado temos essa elite do atraso que jamais ofereceu oportunidades a este povo maltratado por séculos e séculos, sempre trazido debaixo do ferrão: nada ao povo brasileiro é permitido, senão a identificação na portaria da favela:  esta elite usa de aparatos do Estado para a manutenção deste estado de coisas e, quem, como Lula,  ousa tornar este pais pertence ao seu povo, bem como torná-lo  importante e soberano perante as outras nações, sofrerá  implacável perseguição….

    hoje somos isso: esse retrato…

  2. impeachment em Berlim
    Depois que conseguiram teansformar Dilma em vítima em Berlim, não sei mais o que esperar. Ela que deu um prejuízo ao País de mais de 1 bilhão de dólares com Pasadena, que escolheu Temer para ser seu vice, 2 vezes, que apoiou Renan e Cabral, que mentiu no currículo Lattes que era mestre e doutora em economia, que teve Gedel, Palocci, Juca, Moreira Franco e Padilha como ministros…é pouco?

  3. Comentário sobre as universidades paulistas.

    É uma boa essa notícia nas paragens paulistas.

    A Unicamp fez um evento no ano passado no Instituto de Economia, com o bom trabalho de seus alunos, a Semana de Economia. Mesmo com as dificuldades que o governo Alckmin impõe contra a universidade, ela tem assumido atitudes corajosas politicamente.

    Bom, na Unesp, pouco sei. Mas, por exemplo, quero saber se foram honrados os pagamentos dos autárquicos, sobretudo o 13o, cuja metade foi paga em janeiro deste ano, apenas. 

    A USP? Bem, as USP… Mandaram a polícia pra cima de estudante e trabalhador (em março fará um ano) para impor um plano contra os trabalhadores de lá. Também pudera. Era isto ou sofrer, quem sabe?, uma intervenção para verificar as suas contas de ponta a ponta, talvez um ou outro catedrático acabasse realmente responsabilizado com muito fundamento e acabasse atrás das grades… vai saber, certo? 

    Vai saber…

     

  4. A discussão acadêmica de um assunto em andamento pode até ……

    A discussão acadêmica de um assunto em andamento pode até não levar a conclusões inéditas, porém mais é que sistematiza o conhecimento do golpe e deixa muito mais claro como ele se desenvolveu servindo para prever no presente e no futuro o não se deve fazer!

  5. Baratas da CIA e suas Larvas Tropicais… para constar

    “… from Christopher J. McMullen, the US Consul General at the US Embassy in Sao Paulo, to the US Secretary of State, US Southern Command, National Security Council, and to seven US Embassies and Consulates throughout Latin America… Mr Temer, who was at the time also the national president of the Brazilian Democratic Movement Party, which was the Party that had been set up to take over Brazil for the US CIA.

    “… the latest inside information that the US government’s secret Brazilian agent in Sao Paulo had just supplied. Since the agent, Michel Temer, is now Brazil’s appointed ‘interim’ leader…”

    (Brazil’s New Unelected President a US Informant @ Strategic Culture, Eric Zuesse)

     

    -> Sensitive but Unclassified – protect accordingly – 2006 January 11, 14:02

     

     

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