O pacote e o golpe, por André Singer

Da Folha de S. Paulo

O pacote e o golpe

Por André Singer

Pela terceira vez no ano, Dilma Rousseff logrou sair das cordas e, quando tudo parecia perdido, ganhar pequeno respiro para defender o próprio mandato e, quem sabe, reorganizar o governo.

O pacote de medidas econômicas apresentado na segunda deixa muito a desejar, sobretudo do ângulo dos trabalhadores, mas tem começo, meio e fim. Busca ponto intermediário entre as exigências neoliberais de austeridade máxima e a visão desenvolvimentista de que continuar o corte indefinido de gastos públicos vai arrebentar o país, como aconteceu com Espanha e Grécia, dois exemplos recentes.

Como a simbolizar o caráter salomônico da decisão, os valores foram divididos meio a meio. Metade do dinheiro para atingir a meta fiscal viria do corte orçamentário, e metade, de imposto a ser recriado nos moldes da antiga CPMF. Na comunicação, prevaleceu a mesma lógica: Barbosa apresentou os talhos que foi obrigado a aceitar, enquanto Levy defendeu o tributo cuja função é impedir que as suas mãos de tesoura alcancem mais longe.

Para os movimentos sociais, a proposta é inaceitável porque, no conjunto, representa aprofundamento do quadro recessivo, diminuição de aportes do Estado em áreas vitais, como saúde e moradia, além de perdas salariais ao funcionalismo. Já os empresários parecem ter se dividido perante a proposta que, no conjunto, atende aos reclamos do capital. Ironicamente, para quem acompanhou o primeiro mandato de Dilma, os banqueiros se mostraram mais conformes que os industriais.

As chances parlamentares do plano Barbosa­Levy são pequenas. Não obstante, permitiu à presidente fazer dois pontos na luta que trava contra o impedimento, cujo caráter golpista se evidencia na falta de motivo específico que o justifique. O primeiro foi mostrar que há governo. Pode­se desgostar do plano, como é o meu caso, pois acredito que não interrompe o desmonte das conquistas da última década, mas não se trata de proposta destrambelhada. A leitura da entrevista que concedeu ao “Valor” (10/9), evidencia que a presidente mantém o eixo.

O segundo ganho foi conquistar plataforma a partir da qual agregar forças para negociar com o Parlamento e, simultaneamente, resistir ao golpe em marcha. Apesar de ter base hoje pequena e fragmentada, a reaproximação de parcela do PMDB pode constituir o início de polo legalista. Permitiu que Dilma tomasse pessoalmente a frente do processo, o que, em regime hiperpresidencialista, faz diferença.

O mandato continua frágil, o país segue sem rumo estratégico e os trabalhadores em completa defensiva, mas Dilma obteve sobrevida.

É, de fato, resistente.

Redação

9 Comentários

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  1. O impeachment e a propaganda

    parodiando propaganda e marketing político bom brilho mil e uma utilidades 

    todo petista é uma diva e todo peemedebista é divagar.

  2. Esqueceu de dizer que o

    Esqueceu de dizer que o pacote estará em discussão no Congresso e que os movimentos sociais podem se mobilizar para influir nessa queda-de-braço. Uns puxando para a austeridade, os cabeças de planilha, segundo Nassif, e outros para preservar ao máximo os programas sociais e jogar o custo do ajuste mais para os ricos.

    Será díficil, mas é para isso que servem os movimentos sociais. O nome já diz, se movimentar. Boicotar e botar lenha na fogueira do golpe é tudo que a oposição quer. É bom saber que o Armínio está do outra lado da curva a espreita, aí é pauleira no lombo!

    1. Artigo razoável, mas só após puxão de orelha de Janio de Freitas

       

      Juliano Santos (sábado, 19/09/2015 às 13:07),

      Eu me prometi fazer um comentário para você junto ao post “As características do modelo Dilma de gestão” de quinta-feira, 20/08/2015 às 01:00, onde há um comentário seu que se encontra ainda na primeira página e fora enviado quinta-feira, 20/08/2015 às 10:39. No comentário você parece um pouco constrangido em apoiar o Luis Nassif naquela barafunda em que ele se meteu em propor entender a capacidade gerencial da presidenta Dilma Rousseff como a capacidade fosse herança da conduta dela de guerrilheira. E eu sabia porque do seu constrangimento, afinal você fora quem deu a senha para Luis Nassif ainda escarafunchar mais na guerrilheira Dilma Rousseff os comportamentos que ele censura hoje nela.

      Não tive tempo antes, nem vou fazer a crítica a você aqui, até porque já a fizera antes, em comentário que enviei domingo, 15/03/2015 às 12:12, para você junto ao post “Lula e Dilma foram moldados em realidades distintas” de sábado, 14/03/2015 às 15:31, aqui no blog de Luis Nassif e de sua autoria, pois consistia de um comentário que você fizera junto ao post “A crise política brasileira: uma novela em 6 atos” de sábado, 14/03/2015 às 08:38, de autoria de Luis Nassif.

      O endereço do post “As características do modelo Dilma de gestão” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/as-caracteristicas-do-modelo-dilma-de-gestao

      O endereço do post “Lula e Dilma foram moldados em realidades distintas” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/lula-e-dilma-foram-moldados-em-realidades-distintas

      E o endereço do post “A crise política brasileira: uma novela em 6 atos” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-crise-politica-brasileira-uma-novela-em-6-atos

      Imagino que os leitores da direita do Andre Singer na Folha de S. Paulo devem ter ficado frustrados com este artigo dele “O pacote e o golpe”, que aqui no blog de Luis Nassif saiu neste post com o título “O pacote e o golpe, por André Singer” de sábado, 19/09/2015 às 11:49. Imagino a frustração dos leitores de direita tendo em vista o artigo anterior dele que aqui no blog de Luis Nassif foi transcrito no post “O tempo foge, por André Singer” de sábado, 12/09/2015 às 20:43. O endereço do post “O tempo foge, por André Singer” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-tempo-foge-por-andre-singer

      Um pouco da avaliação daquele artigo está no parágrafo que eu transcrevo abaixo e que tirei de comentário meu enviado sábado, 12/09/2015 às 20:53, para Alexandre Weber – Santos -SP junto ao comentário dele de sábado, 12/09/2015 às 12:26, em que ele dá apoio a comentário de Diogo Costa enviado sábado, 12/09/2015 às 11:25. No trecho a transcrever eu disse o seguinte:

      “Não era para fazer este meu comentário para você aqui neste post “O tempo foge, por André Singer” de sábado, 12/09/2015 às 10:23, com esse tão perverso artigo do filho de Paul Singer. Artigo tão nefasto que não só degasta a si como ao pai. Ainda mais que você deu apoio a Diogo Costa que resta um dos poucos defensores consistentes e constantes do governo da presidenta Dilma Rousseff. Aqui não era para lhe fazer críticas mas só elogios”.

      Bem, lembro ainda que Diogo Costa intitulou o comentário com a seguinte frase:

      “André Singer: draconiano, pusilânime e covarde”

      Não concordo com as críticas pessoais de Diogo Costa, mas os textos dele são muito bem fundamentados e se não o Andre Singer, mas o artigo “O tempo foge” merecia bem o epíteto que o Diogo Costa arrolou.

      O post “O tempo foge, por André Singer” recebeu 30 comentários. Este, “O pacote e o golpe”, provavelmente não terá a metade. É a maldição da profissão de jornalismo. Se o jornalista apresentar o fato de forma cristalina, lógica e consistente, o fato deixa de ser notícia capaz de atrair atenção e manter-se como notícia por mais tempo. Não há outra alternativa para a sobrevivência dele se não ser polêmico, retórico, impreciso e obscuro. E não é ele que faz a opinião dos leitores. É os leitores que fazem a opinião do jornalista.

      Essa ideia do meio jornalístico sobreviver identificando com o que é a opinião popular foi bem exposta pelo professor Rafael Araújo, da Escola de Sociologia e Política de São Paulo e da PUC-SP, no artigo “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado”, que foi transcrito no post com o mesmo nome “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado”, de quinta-feira, 20/06/2013 às 15:10, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-cegueira-branca-do-estado-e-o-gigante-iluminado

      Transcrevo a seguir o parágrafo do artigo “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado” que bem expressa como é a relação verdadeira entre mídia e sociedade. Diz lá então Rafael Araújo:

      “A primeira coisa que devemos prestar atenção é ao fato de se estar procurando uma explicação exata para o movimento. Isso é uma prova de que temos uma formação cartesiana, que quer enquadrar a tudo em esquemas prontos e de fácil entendimento. Sermos assim é o resultado de um longo processo de desenvolvimento da racionalidade. Trata-se de um processo histórico que se iniciou com a modernidade e que caminhou junto com o desenvolvimento de um modelo social e político adequado ao sistema de produção capitalista. E antes que os maniqueístas iniciem a interpelação: não, o capitalismo não poderia ter se desenvolvido dessa forma não fosse uma ética específica. Foi preciso, para além de um modo de produção que potencializasse o acúmulo de riquezas, fabricar um certo tipo de gente mansa, pacífica, adequada ao mundo do trabalho. Para tanto, a mesma lógica matemática que surge para as explicações metafísicas passa a ser aplicada ao cotidiano das cidades, aos hábitos, à produção e ao consumo”.

      Não é a Globo que faz a cabeça da população. É a população que faz a cabeça da Globo. Por instinto de sobrevivência a Globo via aonde o povo está. A esquerda terá que compreender isso primeiro antes de tentar mudar a sociedade. Somente quando a população entender o que é capitalismo, o que é democracia representativa, o que é orçamento público, somente após compreender toda a essência da atividade política é que se poderá esperar que a imprensa seja capaz de dar à notícia o seu conteúdo de fato.

      O endereço do post “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado” é:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-cegueira-branca-do-estado-e-o-gigante-iluminado

      Conhecendo o estado de ânimo da sociedade, o jornalista só precisa saber qual é a função que ele vai exercer ou a finalidade que ele deve alcançar. Se o objetivo dele for o sucesso o caminho a seguir será um. Se for informar o caminho será outro.

      Com o campo fértil, em que nada é discutido com racionalidade, outros jornalistas trilharam o mesmo caminho de Andre Singer. Tanto assim que na segunda-feira, Aldo Fornazieri fez um texto ainda mais escandaloso na forma distorcida de apresentar a realidade e que redundou no post “A vigésima quinta hora do governo Dilma, por Aldo Fornazieri” de segunda-feira, 14/09/2015 às 19:20. A primeira frase do post “A vigésima quinta hora do governo Dilma, por Aldo Fornazieri” é:

      “O governo Dilma entrou numa fase terminal”.

      Não havia mais nada a dizer e, assim, a partir da primeira frase só há a mais pura enrolação. Com um post assim ele atingiu 29 comentários quase o mesmo tanto do que conseguira Andre Araujo. O endereço do post “A vigésima quinta hora do governo Dilma, por Aldo Fornazieri” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-vigesima-quinta-hora-do-governo-dilma-por-aldo-fornazieri

      Há ainda aqueles jornalistas que, mesmo não variando muito o pensar do pensar popular, quer pela idade ou quer pelo histórico, põe-se a dizer o que veem e não o que o povo quer ver ou ouvir. É o que ocorre com Janio de Freitas. Há que reconhecer, entretanto, que como o povo, ele é cheio de crendices populares que não se sustentam se deixassem cair sobre elas a luz do sol.

      Para Janio de Freitas como para a maioria da população se a sonegação acabasse a receita cresceria de modo expressivo, algo como 10% do PIB, se a corrupção acabasse a despesa reduzira drasticamente, algo como, 10% do PIB, e, no entanto, se sabe que não há como a sonegação e a corrupção corresponderem a mais de 1% do PIB. Para isso seria necessário conhecer a composição dos gastos públicos, a composição da receita tributária, o funcionamento da economia capitalista, o processo orçamentário, o papel do Estado e a utilização que os interesses representados no parlamento fazem do Estado. E mais não há ainda no conhecimento científico a informação definitiva se nesses percentuais a sonegação e a corrupção reforçam ou enfraquecem o sistema capitalista.

      Com o artigo de quinta-feira, 17/09/2015, intitulado “Hoje tem amanhãs” publicado na Folha de S. Paulo, Jânio de Freitas cortou qualquer veleidade de Andre Singer de bater na presidenta Dilma Rousseff em razão do ajuste que ela propunha. Como diz Janio de Freitas ao iniciar o quarto parágrafo do artigo dele?

      “O “ajuste” será com Dilma ou será com outro”.

      E complementar de modo peremptório:

      “Será, é ponto pacífico: no mundo político não se vislumbra segmento algum capaz de se elevar para impor correções econômicas não arrochantes”.

      E então no quinto parágrafo ele qualifica o que será o ajuste com a presidenta Dilma Rousseff. Diz lá Janio de Freitas:

      “Também por isso, mas não sobretudo por isso, Dilma impôs às duras discussões sobre cortes no Orçamento, contra a quase indiferença na equipe econômica, certa imunidade de vários programas à tesoura. Como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, assim depois destacados, entre outros, pelo próprio Levy”.

      E no sexto parágrafo o anúncio do que seria o ajuste sem a presidenta Dilma Rousseff:

      “Se não conduzido pelo atual governo, o “ajuste” será no mais puro e duro neoliberalismo. Caso o governo ficasse com o PMDB, estaria minado por uma falta de quadros próprios que o obrigaria a sujeitar-se às exigências direitistas do PSDB. O PMDB de hoje é numeroso e vazio. Mercantilista e vazio. Amorfo e vazio”.

      Dito desta forma não há mais como Andre Singer sentar na cadeira de balanço olhando a paisagem e jogando pedras de um lado. Janio de Freitas prestou uma informação importante. A realidade tem lados e eles são visivelmente diferentes. Amofinado, vexado, acabrunhado, Andre Singer volta para casa, mas pelo menos reconhece que deve ficar do lado do ajuste com a presidenta Dilma Rousseff. Melhor ainda se ele ficar como você deseja do lados dos movimentos sociais na preservação dos programas sociais.

      O artigo “Hoje tem amanhãs” foi transcrito aqui no blog de Luis Nassif no post “Ajuste será com Dilma ou será com outro, por Janio de Freitas” de quinta-feira, 17/09/2015 às 20:11, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/ajuste-sera-com-dilma-ou-sera-com-outro-por-janio-de-freitas

      O título, oriundo de frase perfeita como frase no contexto do artigo de Janio de Freitas, foi apenas provocativo no post “Ajuste será com Dilma ou será com outro, por Janio de Freitas” aqui no blog de Luis Nassif. Provocativo ou talvez melhor seja dizer apelativo e considerar que o título faz parte daquele processo que Luis Nassif vem desenvolvendo de não trazer a informação esclarecedora, mas o assunto polêmico cheio de celeumas e controvérsias que abrem debate, mas raramente mostram o bom caminho e comumente levam para o lugar errado.

      Aliás, o título tão equivocado que bem serve para eu dar de exemplo de títulos apelativos a que eu mencionei em comentário que enviei segunda-feira, 14/09/2015 às 13:59, para Patricia Faermann do Jornal GGN, junto ao post “O movimento da grande imprensa para a queda de Dilma” de segunda-feira, 14/09/2015 às 19:19, e que ela montou aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-movimento-da-grande-imprensa-para-a-queda-de-dilma

      Bem, na parte de cima deste meu comentário há apenas o roteiro para links que são pertinentes aqui neste post “O pacote e o golpe, por Andre Singer”. O que interessa aqui é dizer que concordo com o seu comentário, mas valeria a pena enfatizar que Andre Singer mudou de direção quando se leva em conta o artigo anterior dele “O tempo foge” e muito provavelmente essa mudança foi em decorrência do puxão de orelha que no artigo “Hoje tem amanhãs” Janio de Freitas dera nele e em todos que querem se passar como de esquerda sem reconhecer os ônus que tanto o governante de esquerda como o próprio analista de esquerda às vezes precisam suportar.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 19/09/2015

    2. Caro Juliano,
      A Frente Brasil

      Caro Juliano,

      A Frente Brasil Popular já tem uma data para o primeiro ato unificado da esquerda e do campo progressita contra esses ataques. Será 3 de outubro, por todo o Brasil. Saudações,

  3. Eu coloquei várias colunas da

    Eu coloquei várias colunas da Folha. Mas quando li a palavra ”golpe” fiquei desitimulado.

       Um ”golpe” que está escrito na Constituição e já destituiu um nosso presidente, pode ser chamado de golpe ?

        Sem contar que foi o PT quem deu o ”golpe” em Collor.–e tentou dar em F H C. 

                É muito  além do horizonte da minha compreensão, ou o PT nos acha idiotas mesmo ?

    1. Avalio que André Singer está mais bem informado do que você

       

      Anarquista Sério (sábado, 19/09/2015 às 13:17),

      O sociólogo André Singer é professor na USP e deve gozar de bom círculo de amizade para saber que para a presidenta Dilma Rousseff sair é preciso o término do mandato em 2018, uma renúncia, um fato trágico ou um golpe.

      Não sei sua formação nem o seu círculo de amizade, mas consultando o blog de Luis Nassif você não terá como discordar de André Singer pelo que se pode ver junto ao post “Constituição é contra impeachment de Dilma por fato do mandato anterior” de segunda-feira, 24/08/2015 às 14:57, consistindo de reprodução de artigo de Lenio Luiz Streck no Consultor Jurídico e que, como post, encontra-se no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/constituicao-e-contra-impeachment-de-dilma-por-fato-do-mandato-anterior

      Se você for até o post com o intuito de bem informar, creio que ficará satisfeito. Eu recomendo ainda que você leia o comentário de Pontara enviado segunda-feira, 24/08/2015 às 15:16, e mais dois outros que seguem ao dele.

      No final você pode até não ter mudado de opinião, mas ninguém vai acusar-lhe de mal informado.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 19/09/2015

  4. Sem redução dos juros da Selic não haverá recuperação econômica.

    Controle da Taxa de câmbio e inflação.

    Já ocorreu uma depreciação real em dólar dos ativos, imóveis, ações. títulos públicos e  títulos privados.

    Esta depreciação dos ativos reduz a quantidade de dólares que pode ser comprada com a venda de ativos, ações, imóveis e títulos públicos e títulos  privados, torna a ação de venda de parte de dólares das Reservas Cambiais mais do suficiente para impedir novas altas na taxa de Câmbio, único fator que pressiona a inflação em reais no momento.

    Uma vez, com inflação controlada não haverá justificativa para o Copom manter os juros da Selic no atual patamar, e deve ocorrer um processo de redução,

    Os agentes econômicos estão em  posições compradoras no mercado de câmbio, com exportadores retendo ao máximo os dólares das exportações, os importadores comprando o mais rápido possível os dólares para quitar as importações, as instituições financeira e empresas cancelando a contratações de novos empréstimos e quitando antecipadamente os empréstimos já realizados, alterando significativamente a fluxo normal de  dólares no mercado de câmbio,

    Nestes momentos alguns exportadores além de reter os dólares das exportações, passam a comprar dólares  para obter lucros financeiros, o mesmo ocorre nas instituições financeiras. o que torna necessário a ação do BC vendendo dólares para restabelecer a normalidade e sinalizar o patamar da taxa de câmbio.

    A venda de parte dos dólares das Reservas Cambiais no mercado vista, faria com  que exportadores e importadores retomassem o fluxo normal de venda e compra de dólares.

    Mais importante do que impedir novas altas exageradas dólar, é impedir que o dólar volte a cair de forma acentuada, por meio de compra de dólares caso seja necessário.

     

     

     

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