Os prejuízos no CEAGESP podem ir muito além da depredação

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Os protestos registrados na última sexta-feira na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) podem acarretar em prejuízos muito maiores do que os já identificados.

Por conta das depredações, 50 funcionários que trabalhavam no prédio incendiado – que guarda arquivos e todo o registro dos permissionários – além de 36 fiscais do outro prédio administrativo também depredado, foram realocados em outros espaços para conseguirem trabalhar. Além dos prédios, um caminhão, um carro, cabines de fiscalização e caçambas foram destruídas.

Os protestos são devido ao início da cobrança de estacionamento no local, algo que faz parte de um pacote de medidas anunciado em setembro de 2013 para prover serviços de segurança e organização do fluxo – com a instalação de câmeras de monitoramento e novas placas de sinalização – melhorando assim a circulação dentro do entreposto, que recebe cerca de 10 mil veículos por dia, sendo 80% deles caminhões.

O CEAGESP é o entreposto mais importante da America Latina, por onde passam aproximadamente 60 mil pessoas todos os dias, entre funcionários, atacadistas e consumidores finais. Há tempos urge a necessidade de aperfeiçoamentos no local. Afinal, um espaço de tamanha importância e com o volume de movimentação financeira e de produtos registrados precisa ser avaliado e sofrer ajustes permanentemente.

Protestos são legítimos e fazem parte de qualquer democracia. Desde que fundamentados e pacíficos, são sempre bem vindos, pois podem auxiliar em melhorias àqueles que estão diretamente envolvidos na questão.

Porém, ações como as que foram registradas na última sexta-feira afetam, significativamente, todo o processo de escoamento e distribuição dos produtos, podendo interferir diretamente no valor da mercadoria que será repassado ao consumidor final.

Na manhã da segunda-feira após as depredações, um dos dias de maior público registrado no local, o movimento no CEAGESP era bem abaixo do normal, certamente num reflexo direto do fato ocorrido na sexta anterior, gerando ainda mais prejuízos ao maior centro de comércio de alimentos da América Latina.

Moacyr Saraiva é presidente do IBRAF – Instituto Brasileiro de Frutas, organização privada sem fins lucrativos que tem como missão promover o crescimento organizado do setor.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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