Parlamentares assumem derrocada de governo Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Deputados criaram agenda própria, independente do governo Temer, e senadores querem dar “solução” a crise dos combustíveis
 

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
 
Jornal GGN – A paralisação que durou uma semana dos caminhoneiros e expôs ainda mais a fragilidade do governo de Michel Temer impactou, também, diretamente na governabilidade do mandatário junto ao Congresso. 
 
No âmbito das disputas eleitorais, o próprio presidente verificou a falta de chances de se manter no poder e de sequer disputar um cargo de governo, diante dos números que apenas reforçavam a baixa popularidade junto a população.
 
Ainda assim, por meio de emendas e oferecimentos de cargos em seu governo, Temer vinha mantendo alianças com partidos no Congresso para a aprovação de medidas de seu interesse. Até agora, quando o campo político já está perdido para Michel Temer.
 
Essa é a visão dos líderes dos principais partidos, além da própria oposição, que decidiram criar uma agenda própria na Câmara dos Deputados sem conversar e sem passar por qualquer tipo de aprovação do mandatário. 
 
A opinião dos líderes, divulgada por Monica Bergamo, é que já “não tem mais governo”, teria dito um dos parlamentares da Câmara, para justificar a agenda de pautas preparadas pelos partidos relacionadas à economia, com o objetivo, segundo a coluna, de evitar o agravamento da crise.
 
Entre os projetos colocados pelas lideranças como prioridade na primeira Casa legislativa estão a regulamentação do registro eletrônico de duplicatas, a revisão na lei de licitações e a mudança no Imposto Sobre Serviço (ISS), visando ajudar municípios, e o cadastro positivo.
 
A lista de votações teria contado com o apoio até mesmo da oposição ao governo Temer, que teria se comprometido a não obstruir mais as votações, já que a mira agora não é mais desgastar o governo Temer, dado como perdido.
 
Os deputados, contudo, não devem atuar de maneira isolada. Pretendem se reunir com senadores, nesta terça-feira (29), para “debater e mediar saídas” para a crise provocada pela alta dos combustíveis. Conforme divulgou o GGN, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já insistiu em mostrar prontidão para “resolver” o problema, ainda que com problemas no caminho [leia aqui].
 
Maia, agora, conversou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para criarem juntos uma comissão geral no Congresso para debater o tema. E as Casas informam, ainda sem garantias de que irão atender aos pedidos, que querem ouvir representantes da Petrobras, distribuidoras, postos e especialistas.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. da foto…

    o que será que prende a atenção de todos, um deserto pintado pelo Parente

    ou um doloroso ritual imposto pelas tradições da Globo??

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