Picciani: sem aprovação do Plano de Recuperação Fiscal, Rio sofrerá intervenção

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Por Flávia Villela

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), disse hoje (7) que, se a aprovação do Plano de Recuperação Fiscal dos estados pelo Congresso Nacional não ocorrer em até 20 dias, será inevitável uma intervenção federal. A declaração foi feita em entrevista à rádio CBN, cuja íntegra foi publicada na própria página da Alerj na internet.

O Plano de Recuperação Fiscal, que representaria empréstimos de cerca de R$ 62 bilhões ao governo do Rio, prevê a suspensão do pagamento da dívida do estado com o governo federal por até seis anos, o alongamento dos financiamentos e a concessão de um empréstimo emergencial, entre outras medidas. O estado, por sua vez, precisa dar contrapartidas, como cortar gastos e fazer privatizações. A votação do Projeto de Lei Complementar 343/2017 pela Câmara dos Deputados, que estava prevista para ontem (6), foi adiada para a próxima semana.

Picciani disse que quase todas as contrapartidas previstas no plano já foram aprovadas pela Alerj, como a redução de 10% dos incentivos fiscais, a aprovação do estado de calamidade pública no estado, o reajuste de impostos e a autorização para venda da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae). Sobre a medida que falta, a que eleva a contribuição previdenciária dos servidores estaduais de 11% para 14%, Picciani voltou a dizer que só votará o projeto com os salários do funcionalismo em dia.

Ele manifestou-se contra o impeachment do governador Luiz Fernando Pezão, que está sendo pedido pela oposição na Casa. “Minha posição é muito transparente: não sou a favor do impeachment, porque qualquer um que assumir terá as mesmas condições que o Pezão.”

Dinheiro para solucionar crise

Após prestar depoimento na Justiça Federal no Rio de Janeiro, como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral, Pezão disse que, se houver intervenção federal, serão necessários pelos menos
R$ 20 bilhões para solucionar a crise no estado. “Eu já falei: o interventor que chegar aqui vai ter que chegar com muito dinheiro. Porque a intervenção é isso. Eu não estou pedindo R$ 20 bilhões”, disse. “Se chegar aqui um interventor que vai conseguir colocar os salários em dia, pagar os aposentados e pensionistas, eu não estou agarrado ao cargo, eu quero o melhor para o funcionário.”

O ex-governador Sérgio Cabral está preso em Bangu acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional, dentro das investigações da Operação Calicute, um desdobramento da Lava-Jato.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Quem pariu Mateus que o

    Quem pariu Mateus que o embale. Batedores de panelas que hoje se veem terceirizados, ou na camelotagem, ou mesmo 

    dirigindo seu veiculo próprio para um aplicativo a fim de levar talvez o pão de cada dia. Numa coisa o piciani (minúsculas

    mesmo) tem razão: o interventor ou quem chegar vai ter que vir com grana e colocar todos os pagamentos em dia. Não 

    adiantarão discursos moralistas, tem que vir com grana mesmo. Claro que estarão também a espera os ladrões de suor

    alheio de sempre. Mas isso já será outra história.

  2. Solidariedade aos cariocas

    O Rio foi tomado há décadas por uma quadrilha, uma Organização Criminosa, só mudam os nomes.

    Não escapa um.

    Tutti buona gente.

  3. Picciani quer derrubar Pezao
    Picciani quer derrubar Pezao pra colocar alguém da sua confiança no lugar. Um interventor simplesmente demitiria todos que pudesse como “medida saneadora”.

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