Previdência não é descartada e governo mira em 15 pautas “prioritárias”

Líderes do governo falam em aprovar pacote em outubro, até lá trabalham para privatização da Eletrobras e extinção do Fundo Soberano 
 
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(Foto Marcelo Camargo ABr)
 
Jornal GGN – Não sabemos exatamente se o governo quer evitar o discurso de perdedor, mas os líderes do Planalto no Congresso e os ministros negam que a reforma da Previdência será engavetada de vez, apesar de admitirem que se a votação acontecesse hoje o governo sairia fracassado, longe de obter os 308 votos de deputados necessários para passar as mudanças no INSS. 
 
De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, será possível aprovar a pauta após as eleições, em outubro. Segundo a Agência Brasil, ele avalia que os parlamentares que não votariam hoje com o governo devem mudar de ideia caso não sejam eleitos. Acompanha essa análise o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmando que “as condições políticas [para aprovação da reforma] virão com a eleição de outubro”.
 
Outro elemento que travou a pauta é a decisão pela  intervenção federal no Rio de Janeiro, que impossibilita qualquer mudança na Constituição Federal, como é o caso da reforma da Previdência. Aliás, esse novo contexto da intervenção federal aprovado na noite desta segunda-feira no Congresso fortalece politicamente Temer e evitou a vergonha do discurso que estaria preparando sobre o engavetamento da Previdência.
 
Para substituir os efeitos da reforma da Previdência que o Planalto estava buscando, ainda na noite de ontem, a equipe do governo anunciou que irá trabalhar com uma pauta de 15 pontos que considera importante para a recuperação fiscal e econômica e, assim, conseguir resultados favoráveis ainda durante o mandato de Temer.
 
O governo chamou sua proposta de “pauta alternativa”, mas alguns pontos já vinham sendo debatidos e articulados nos bastidores muito antes, como é o caso da controversa privatização da Eletrobras e a desoneração da folha de pagamento.
 
O pacote também inclui a autonomia do Banco Central, a “atualização” da Lei Geral de Telecomunicações e extinção do Fundo Soberano. Este último, foi criado em 2008, com sobras do superávit primário com objetivo de funcionar como poupança e proteger a economia brasileira contra crises.
 
O próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recorreu ao Fundo Soberano, recentemente, em maio do ano passado, vendendo ações no valor de R$ 2 bilhões para conter o déficit público. 
 
Veja a seguir as chamadas 15 pautas prioritárias que o governo Temer anunciou ontem:
 
1. Reforma do PIS/COFINS – Simplificação Tributária
2. Autonomia do Banco Central
3. Marco legal de licitações e contratos – Projeto de Lei (PL) 6814
4. Nova lei de finanças públicas – PL 295
5. Regulamentação do teto remuneratório – PL 6726
6. Desestatização da Eletrobras – PL 9463
7. Reforço das Agências Reguladoras – PL 6621
8. Depósitos voluntários no Banco Central – PL 9248
9. Redução da desoneração da folha – PL 8456
10. Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais – PL 9215
11. Cadastro positivo – PLP 441
12. Duplicata eletrônica – PL 9327
13. Distrato – PLS 774
14. Atualização da Lei Geral de Telecomunicações
15. Extinção do Fundo Soberano
 
Leia também: Governo Temer quer extinguir Fundo Soberano do Brasil
 
Redação

8 Comentários

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  1. ASSALTO AO FUNDO SOBERANO

    A IRRESPONSABILIDADE CONTINUA DE VENTO EM POPA AGORA NAO MAIS SATISFEITOS COM A VENDA DE ATIVOS A PREÇO DE BANANA E COM A CAPACIDADE INEDITA NO MUNDO DE AMPLIAR OS PROPRIOS DECITS VIA CORTE DE INVESTIMENTOS E REDUÇAO DA DEMANDA AGREGADA COM MASSACRE DA MASSA SALARIAL, VÃO DEVORAR O FUNDO SOBERANO PARA COBRIR O ROMBO QUE ELES MESMO CRIARAM.

    UMA PEQUENA DICA AO MEIRELES CONCENTRAÇÃO EXTREMA DE RENDA NO SETOR BANCARIO À TAXAS DE JUROS PREDATORIAS NAO PROMOVE DESENVOLVIMENTO EM LUGAR ALGUM DO PLANETA.

    APARENTEMENTE NAO TEM COMPROMISSO COMO FUTURO VAO PREDAR TUDO ATE O FIM DE 2018 PARA ENTREGAR UM PAIS ESCRAVISADO NO PROXIMO PERIODO SEM RESERVAS, SEM ATIVOS , SEM CAPACIDADE DE INTERFERIR NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DAS COMODITIES QUE VENDE, SEM TECNOLOGIA, SEM DEFESA, SEM COMUNICAÇÕES, 

  2. Moreira o Gato Angorá disse: aqui não tem amadores!

    Moreira o Gato Angorá disse: aqui não tem amadores!

    RESPOSTA: De fato, não tem mesmo amador! Tudo articulado pelo gabinete Militar de Temer o ministro chefe Etchegoyen, e o filósofo Denis Rosenfield do Instituto Milênio da Globo um plano para se manter no poder sem voto Seqüestraram a agenda da segurança Publica, Portanto a Intervenção no RJ tem esse propósito, Ou seja, depois da noticia midiática que da conta de que integrantes de uma facção criminosa são assassinados em emboscada cinematográfica de Hollywood com helicóptero no ceara. O governo golpista corre mesmo contra o tempo, discute medidas de segurança pública com o tucano Alexandre de Moraes seu consultor (ex-advogado do PCC) para assuntos midiáticos e de segurança. O receio das urnas e o medo de Lula, faz com que o governo Temer procure uma nova agenda. Depois de perder da pauta da agenda da reforma previdenciária somada ao discurso midiático de que a economia se recuperou. Movido pelo vácuo do poder e sobretudo pela escassez de nomes O  pato manco Temer precisa se mover em direção a algum alvo.

    1. Não é questão de amadorismo mas de autoritarismo

      Está em curso a tomada de poder pela ala mais radical do golpe. Uma ala que vende a patria mãe gentil e entrega. Mas tudo isto tão às escâncaras e não é questão de amadorismo ou profissionalismo, mas apenas muito poder e o silêncio e omissão das instituições. O judiciário começa a perder o poder e como carneirinhos se encaminham para o matadouro. Não se impressionem com a fanfarronice de Barroso. Segóvia  logo logo dará o troco, quando se juntar abertamente a Etchgoyen.

      Quando um Congresso ( Câmara e Senado ) votam para dar poder ao Ministério da Segurança, incorrem no mesmo erro dos que terceirizaram o poder para o Centrão. Uma vez no poder não sabemos aonde vai Etchegoyen, mas não abrirá mão do poder.  Jornalistas  em Santa Catarina  ) Moacyr Pereira, se referiu a greve contra a previdência como uma violação da ordem constitucional.  E clamou pela Garantia da Ordem.  Quase pediu a intervenção, mas isto ele pedirá nos proximos meses com certeza.

      A intervenção tem como objetivo a eleição, e  Temer e sua tropa, já se acham a caminho do discurso ditatorial. O silêncio do MP, do STF a cumplicidade da Câmara e Senado parecem com aquela que em 64 , pediu e fortaleceu o golpe, mas veremos se sobreviverão eles também ao golpe. Teremos muitos Lacerdas. O poder de Etchgoyen vai depender também do que fará com Temer, Moreira Franco e toda a curriola. Estas cabeças coroadas podem se tornar troféus de guerra.

      Se a corrupção era a desculpa para  a primeira fase do golpe agora a segurança vai buscar apoio nas massas  para a segunda fase do golpe. Não me digam que foi tudo planejado, pois não foi, todos dançam conforme a música. Tivessem destruido Lula, e eliminado o perigo das urnas, estariam agora na continua caça a Temer. Mas as condenações de Moro só servem para colocar manifesto a perseguição política.  Mas todos já sabíamos que a direita brasileira só permanece no poder através do golpe e da repressão.  Na primeira fase o golpismo judicário na segunda quem sabe. Afinal a direita chama eleições de populismo.

      Assim veremos FHC e todos que um dia fundaram um PSDB, se tornarem sustentáculos do que vem por aí.

  3. Papel de Pão

    Acorda GGN!

    Não basta replicar os factóides news golpistas, necessário le-los, analisa-los e informar com contrapontos ou não.

    Como bem disse Fernando Brito sobre essa factolista, no Tijolaço, só faltou ser escrita em ‘papel de pão’. 

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