PSDB mantém dúvidas sobre desembarque do governo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – O Senado ainda não cumpriu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar Aécio Neves (PSDB-MG) de seu mandato. Passaram-se mais de vinte dias, e o nome do parlamentar tucano ainda aparece como senador em exercício na Casa. Apesar de não comparecer, Aécio mantem seu gabinete funcionando com seus auxiliares e técnicos.
 
Enquanto Michel Temer ainda mantem um diálogo com o PSDB, tentando evitar o desembarque do principal partido aliado de seu governo, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é procurado por parlamentares da oposição, que questionam a falta do cumprimento da decisão do Supremo e o afastamento de Aécio. 
 
O PSDB, por outro lado, vem reunindo a executiva nacional da sigla para discutir se mantem ou deixa o governo. A legenda está rachada, com um grupo formado por ministros do PSDB e governadores, além de outros políticos, que acreditam que o desembarque pode aprofundar a crise do momento, sobretudo pelas acusações da JBS e Odebrecht na Lava Jato.
 
“Acho que seria muito difícil chegar a alguma conclusão, num partido dividido. Não há urgência ou determinação para que haja decisão agora. Marcar data para uma reunião desse tipo não me parece uma coisa muito sensata”, disse o secretário-geral do PSDB, o deputado Silvio Torres (SP), sobre uma possível reunião nesta segunda (12).
 
Dentro da Câmara, as incertezas que se fortaleceram com a crise no nome de Aécio ficam ainda mais visíveis por parte da bancada do partido. Alguns deputados articulam apresentar uma mudança na direção executiva tucana no segundo semestre deste ano.
 
Buscam levantar o nome do senador Tasso Jereissati (CE), que agora substitui Aécio Neves, mas em posição definitiva. “Foi um erro renovar o mandato da executiva esse ano. É possível antecipar a mudança (para antes de maio de 2018). Só é preciso encontrar uma fórmula”, defendeu Alberto Goldman.
 
Mas se o diálogo dentro do próprio partido não atinge um consenso, entre os aliados PSDB e PMDB, menos ainda. O presidente Michel Temer vem buscando articular junto a outros representantes do partido, para além do Congresso. Reuniu-se com os governadores do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e com o prefeito da capital paulista, João Doria.
 
Temer quer que os dois trabalhem para o esvaziamento de uma decisão de desembarque do PSDB do governo. Ele teria pedido a Doria e Alckmin “mais tempo” para reorganizar a sua base aliada e tentar restabelecer forças junto a parlamentares, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o absolveu da cassação.
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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    1. Parece que o Senado,

      Parece que o Senado, diferente do que fez com o Delcídio, não vai afastá-lo.

      Tudo indica que o Senador mineiro, apesar de algumas reportagens do Fantástico,  não vai para o cadafalso. 

      Faz sentido. Afinal,, quem da sua turma pode atirar a primeira pedra?

  1. quero que fique

    Tomara que fique, eles se merecem! Veja só a quadrilha: FHC, Serra, Aecio, Temer, Padilha,Moreira,Cunha, Jucá a lista é do tamanho da lista telefonica daqui de BH

    O Severino Cavalcante perto desta quadrilha é santo!

     

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