“Quem vai pagar o pato” volta-se contra Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – “Quem vai pagar o pato?”, foi a pergunta símbolo dos atos pró-impeachment, que agora se volta contra o presidente interino Michel Temer. É que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, responsável pela campanha e um dos aliados de Temer na queda da presidente Dilma cobra o preço: é contra a recriação da CPMF ou de impostos que afetem o setor.
 
Mas apesar da saída temporária de Dilma Rousseff, a ideia do imposto transitório não foi descartada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como uma das saídas para a crise econômica.
 
“O pato está a postos e tem como prioridade dizer não ao aumento”, disse Skaf, no último sábado, em entrevista à Rádio Gaúcha, referindo-se ao animal inflável que foi colocado em frente à sede da Federação. 
 
Um dia depois, o empresário reuniu-se com Temer, na noite deste domingo (15), para falar sobre essas cobranças. Além de Skaf, o presidente interino irá se encontrar nesta segunda, às 15h, no Palácio do Planalto, com quatro centrais: Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros e Nova Central Sindical de Trabalhadores.
 
Os grupos pressionam Temer, Meirelles, o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha e o novo ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira a rever algumas propostas anunciadas nesta última sexta-feira (13). Além do não retorno da CPMF, eles temem os rumos da reforma da previdência e a revisão da legislação trabalhista.
 
Apesar de Temer deixar os caminhos para a recuperação da economia nas mãos de Meirelles, o interino deve tentar uma conciliação com os grupos que antes o apoiaram no impeachment de Dilma. Ele e o ministro da Fazenda devem ser objetivos na proposta, que irão apresentar ao Congresso, para conter os gastos enormes que o setor representa, mas devem caracterizar o plano como “temporário” aos grupos sindicais, evitando uma oposição das centrais. 
 
Dentro do próprio Ministério temporário, o nomeado secretário de governo, Geddel Vieira Lima, se disse pessoalmente contra a recriação da CPMF.
 
“Sou pessoalmente contra a criação da CPMF, mas vou adotar a postura do governo. (…) O novo governo Temer tem um ministro da Fazenda, que é o Meirelles. Não há ambiguidade. Não haverá surpresas para pessoas físicas e jurídicas”, disse Geddel ao Estado de S. Paulo.
 
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil foram convidadas para a reunião com Temer, mas não confirmaram a presença.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

14 Comentários

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  1. Eu acho que ele não vai tomar

    Eu acho que ele não vai tomar nenhuma medida mais abrangente antes da votação final do impeachment. A margem que impede a volta da Dilma é muito pequena.

    Acredito que vão “pesar a mão” (CPMF, “flexibilização” da CLT, redução e cortes dos programas sociais, reforma da previdência, privatização irrestrita, terceirizações, etc) só depois que seu governo deixar de ser interino.

    1. É verdade.
      Lembrou o senador Zeze “Helicoca” Perrela que o governo Temer precisa de 54 votos no Senado para se manter no poder. Os golpistas conseguiram 57 na votação da admissibilidade, apenas 3 a mais que o mínimo necessário. Temer vai andar no fio da navalha até o final da votação do impedimento.

    2. Discordo

      algo me diz que Temer e os golpistas vão implantar a tirania antes disso e mandar às favas o restinho de democracia que ainda nos resta dando a eles todo o poder que precisarem ter pra vender nosso sangue.

      Me preparo pra isso desde 11/05/2016.

      Ninguém coloca na Casa Civil de um governo um advogado de um chefe do crime organizado imaginando que pode sair do Planalto daqui a 5 ou 6 meses. Tudo está dominado: PF, MPF, Congresso, judiciário, STF… nem preciso falar da mídia.

  2. Os golpistas são movidos a

    Os golpistas são movidos a dinheiro. Estes supostos desentendimentos entre eles são apenas manobras para aumentar suas fatias na rapina.

  3. Tudo jogo de cena da parte de

    Tudo jogo de cena da parte de Paulo Skaf e mesmo da FIESP, ainda mais se lembrarmos que ele, Skaf, é do mesmo PMDB de Temer. No mais, como não acreditar que os interesses de Skaf não tenham sido parte de acordo entre todos os golpistas envolvidos.

    Se no final, o impedimento prevalecer, muito dinheiro e juros serão dados como prêmio aos que apoiaram o Golpe.

  4. Ofertão do Golpe
    Óleo leve da Petrobras em Sergipe deve ser primeiro “ofertão do golpe”

    Por Fernando Brito · 16/05/2016

    http://www.tijolaco.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/05/seal.jpg

    seal

    A informação é de quem sabe tudo e algo mais sobre a exploração de petróleo no Brasil.

    Há fortes rumores dentro da Petrobras de que já está pronta a primeira “entrega” das nossas jazidas de petróleo.

    É a imensa jazida nas estimativas atuais, acima de 2 bilhões de barris, dos campos de águas ultraprofundas da Bacia Sergipe-Alagoas, já já confirmaram, em diversas perfurações,óleo de altíssima qualidade: até 40°API, a classificação internacional, contra uma média em trono de 25° API.

    Há também muito gás, não apenas para a geração de energia mas indispensável matéria prima para fertilizantes, pois dele se extrai a amônia para a adubos químicos. E enxofre, necessário nas lavouras de cana, algodão e milho.

    Justamente onde a Petrobras tem uma fábrica de fertilizantes, a Fafen, em Sergipe.

    São três blocos – BM-SEAL- 4, 10 e 11 – dos quais um deles é totalmente da Petrobras e os outros dois em sociedade (25 e 45%) com empresas indianas.

    Os técnicos da Petrobras insistiram durante uma década, porque as jazidas são muito profundas: 2,5 km de lâmina d’água e mais 3 km dentro do leito marinho.

    Agora, nos corredores da Petrobras, os bem-informados dão como certo que a multinacional francesa Total será a brindada com o “mimo” de bilhões de dólares.

    Com tudo pronto, mapeado, delimitado, sondado e com os poços-guia já perfurados.

    Investimento quase zero.

    É chegar e levar.

    fonte:

    http://www.tijolaco.com.br/blog/oleo-leve-da-petrobras-em-sergipe-deve-ser-primeiro-ofertao-do-moreira/

  5. Caro Nassif
    Esse golpe, foi

    Caro Nassif

    Esse golpe, foi para barrar os avanços sociais, entre outras coisas.

    Skaf estava de camarote.

    Skaf não quer o CPMF, pois rastreia as contas, assim como muitos outros.

    Eles são transparentes em sua ojeriza ao povo.

    Nenhuma Central deveria comparecer. Deixem o Paulinho só.

    Saudações

     

  6. Desmonte e entrega
    Como já combinado com vendidos, traidores, informantes e entreguistas, travestidos de justiceiros e mandatários:

    ‘Bloomberg NY’: EUA intensificam investigação de corrupção na Petrobras
    Jornal do Brasil

    Hoje às 11p1 – Atualizada hoje às 11p7

    Matéria publicada pela Bloomber NY nesta segunda-feira (16), conta que as autoridades americanas estão investigando mais de uma dezena de empresas envolvidas na investigação de corrupção na Petrobras que já levou a mais de 150 prisões no Brasil, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

    Segundo a reportagem da agência, promotores nos EUA e no Brasil estão dividindo a investigação de supostas propinas relacionadas a Petrobras para reforçar suas respectivas competências. A legislação brasileira permite que as autoridades apresentem acusações criminais contra pessoas, mas não acusações de corrupção contra empresas, ao passo que os EUA têm obtido mais sucesso na investigação de empresas acusadas de corrupção.

    O Departamento de Justiça dos EUA e a SEC estão falando com seus pares brasileiros e reunindo informações das empresas, disseram três pessoas sob condição de anonimato. Os EUA esperam que a troca de documentos e outras informações permitirá ao país montar um caso contra a Petrobras e as empresas que tinham contratos com a estatal, disseram duas das pessoas.

    “Há certamente uma coordenação aumentando entre os brasileiros e os EUA”, disse Eric Snyder, sócio da Jones Day, que representa brasileiros e empresas nos EUA. Ele não está envolvido com a investigação nos EUA ou no Brasil e se recusou a dizer se algum dos seus clientes está sendo investigado. “Meu entendimento, minha crença, é que provavelmente os brasileiros requisitaram informações sobre contas bancárias nos EUA. Agora, estão indo para o outro lado.”

    A porta-voz da SEC, Judy Burns, se recusou a comentar.

    Lava Jato

    O aumento do escrutínio de empresas ligadas à Petrobras insere os EUA mais fortemente na investigação da Lava Jato que derrubou executivos dos setores de construção e ajudou a empurrar o país para a recessão. Também envolveu figuras relevantes do círculo íntimo da presidente afastada Dilma Rousseff, incluindo membros do Partido dos Trabalhadores.

    Dilma, que foi presidente do conselho da Petrobras no período em que algumas das propinas ocorreram mas não foi acusada de qualquer irregularidade no escândalo, foi suspensa do cargo em uma votação no Senado na quinta-feira sob a alegação de que ela teria adulterado ilegalmente contas fiscais para mascarar o tamanho do déficit orçamentário . Ela agora enfrenta um processo de impeachment no Senado.

    Dilma prometeu na quinta-feira utilizar todos os instrumentos legais em sua defesa, reiterando que não cometeu nenhum crime e que o processo de impeachment levou a um golpe que é uma ameaça para a democracia no Brasil.

    A investigação de corrupção que chegou ao Departamento de Justiça dos EUA marca uma mudança desde que o escândalo das propinas se tornou conhecido há dois anos.

    Embora o Departamento de Justiça e a SEC tenham aberto suas investigações com foco na Petrobras em outubro de 2014, grande parte do trabalho foi feito por investigadores brasileiros, disse na época uma pessoa familiarizada com a situação. O exame mais amplo de empresas que tinham negócios com a Petrobras começou mais recentemente, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto.

    Os promotores de unidade de corrupção estrangeira do Departamento de Justiça foram designados para várias partes da investigação, disseram duas das pessoas, enquanto o escritório para o Distrito Leste da Virgínia está trabalhando com a SEC sobre um possível processo contra a Petrobras.

    Negociação nos EUA

    As autoridades norte-americanas estão focando em qualquer empresa que tenha sido citada publicamente na investigação brasileira, disseram duas das pessoas. Entre as empresas estão a Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez. Os executivos das três empresas foram condenados ou se declararam culpados no escândalo. A Eletrobras também foi mencionada e um ex-executivo foi preso.

    Estas empresas têm ações ou títulos negociados nos EUA, dando a jurisdição à SEC e ao Departamento de Justiça no caso.

    As assessorias de imprensa da Petrobras e da Eletrobras disseram que não poderiam comentar imediatamente. Assessores de imprensa e advogados da Andrade, OAS e Odebrecht não responderam a e-mails e mensagens de telefone para comentar o assunto.

    O Departamento de Justiça também está rastreando o dinheiro dos esquemas de suborno para verificar se passou pelo sistema financeiro dos EUA, disse outra pessoa.

    A SBM Offshore, uma empresa de petróleo e gás com sede na Holanda, também está no radar dos promotores norte-americanos depois de inicialmente ser liberada pelos EUA de alegações de corrupção em 2014, disseram duas pessoas. Nesse episódio, SBM pagou US$ 240 milhões para autoridades holandesas para arquivar alegações de suborno envolvendo o Brasil e dois outros países.

    Bruno Chabas, executivo-chefe da SBM, disse em 2 de maio que a empresa não estava sob investigação na nova fase. “Nós não estamos sendo processados; essa é a única coisa que podemos dizer com certeza”, disse ele. “O resto é para o DOJ comentar e eu não sei.”

    Investigação de empreiteiras

    O Brasil informou os EUA no ano passado que mais quatro empresas supostamente pagaram propinas para ganhar contratos da Petrobras, disse Carlos Lima, promotor brasileiro, em junho. Essas empresas são unidades ou filiais da Samsung Heavy Industries, Skanska AB, AP Moeller-Maersk e Toyo Engineering Corp.

    Um processo contra empresas públicas como a Petrobras poderia ser levado à Virgínia, porque registros com a SEC são enviados para um servidor localizado no estado, disse Charles Connolly, um ex-promotor federal. Esse nexo permitiu aos promotores trazer casos contra empresas que não são dos EUA sob a Lei de Corrupção no Exterior. Um exemplo foi uma investigação contra a empresa de petróleo francesa Total, em 2013, disse Connolly, que não está envolvido no assunto Petrobras. A Total pagou US$ 398 milhões em multas para resolver as alegações de suborno.

    “Isso permite que o Departamento de Justiça possa agir em uma suspeita de fraude de títulos de uma empresa cujos laços com os EUA são os registros que faz”, disse Connolly, sócio da Akin Gump Strauss Hauer & Feld LLP, em Washington.

    Promotores brasileiros dizem que empresas contratadas pela Petrobras subornaram executivos da empresa em troca de contratos lucrativos e, em seguida, inflaram os custos. O escândalo ficou conhecido como Operação Lava Jato depois que um posto de gasolina usado para lavagem de dinheiro foi identificado nos estágios iniciais da investigação. A Petrobras disse que foram acionados “nossos mecanismos de controle, aprimoramos nossos padrões e temos colaborado efetivamente com os trabalhos das autoridades públicas.”

    fonte :
    http://m.jb.com.br/economia/noticias/2016/05/16/bloomberg-ny-eua-intensificam-investigacao-de-corrupcao-na-petrobras/

  7. Terceirização

    Se liberar geral acho que até topam a volta da cpmf.

    ouvi esse papo, mas aí os coxinhas vão arrancar a cueca pela cabeça 

    será que vinga ?

  8. o governo provisório e acima

    o governo provisório e acima de tudo temerário vabienrolar com o

    apoio da grande mídia golpísta a esta enrolação,

    criando factóides para levar o governo em banho-maria até a aprovação do impeachment…

    mas nessa ái é capaz de eles entredevorarem-se em suas próprias infamias…

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