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Roda de samba é “ameaçada de morte” no Centro Histórico de Natal
por Rafael Duarte
A prefeitura de Natal notificou nesta semana o grupo “Batuque de um Povo” por poluição sonora e a já tradicional roda de samba realizada em frente ao bar de Nazaré, nas adjacências do Beco da Lama, está suspensa.
A decisão foi tomada pelos artistas em razão da multa que poderia ser cobrada em caso de descumprimento da ordem. Todos são músicos oriundos da periferia da cidade e têm no samba uma forma digna de completar a renda da família.
Essa não é a primeira vez que a secretaria municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Semurb) aciona o grupo. O curioso é que desde que nasceu, a roda de samba respeita, mesmo a contragosto do público, o limite do horário das 22h, exatamente para não perturbar o sono da vizinhança.
A festa realizada religiosamente às quintas-feiras na rua coronel Cascudo é atualmente uma das mais duradoura manifestações populares de Natal. Há quase 15 anos, um grupo de amigos decidiu se apresentar de graça e no meio da rua para uma plateia que inclui mulheres e homens trabalhadores, estudantes, aposentados, desempregados, ambulantes, boêmios, playboys, hippies, moradores de rua, mortadelas e coxinhas.
É a mais plural das festas urbanas periódicas da capital, realizadas no peito, na raça e sob as bênçãos da imagem do São Jorge acomodado sobre a mesa. A contrapartida dos músicos, além da alegria do povo, é tão somente o que o público deposita no chapéu que roda aquele trecho da via pública.
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