Jornal GGN – A segunda delação da Odebrecht vazada à imprensa atinge outros membros do ministério de Michel Temer, Moreira Franco (PMDB) e Gilberto Kassab (PSD). Trata-se do depoimento do executivo Paulo Cesena, ex-presidente da Odebrecht Transport, que delatou repasses de R$ 14 milhões a Kassab, entre 2013 e 2014, e R$ 4 milhões a Moreira Franco em 2014. Eduardo Cunha (PMDB) também é acusado de receber R$ 4,6 milhões.
O depoimento com informações entre 2007 e 2014 foi acessado pelo O Globo, que publicou que os três políticos são mencionados logo no início do documento sobre pagamentos indevidos a agentes públicos.
Os repasses de caixa dois seriam relacionados à Transport, um dos braços da Odebrecht na área de transportes. Em 1998, o agora delator Cesena era presidente da empresa e foi informado, em 2014, que a Transport também começaria a custear campanhas políticas.
Moreira Franco
O presidente da Construtora, Benedicto Júnior, informou a Cesena que o ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht o procurou com vistas a um repasse ao PMDB nacional, por meio do hoje secretário do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) e um dos braços direitos de Temer, Moreira Franco.
Moreira teria solicitado o pagamento em nome do partido de Temer quando ainda era ministro da Aviação Civil de Dilma Rousseff. Seu apelido nos documentos da Odebrecht aparece como “Primo” e “Angorá”.
Na pasta da Aviação, o político já era influente articulador em investimentos de concessões e infraestrutura, sobretudo de aeroportos. Por isso, a companhia aceitou o repasse ao arrecadador do PMDB, em troca de futuros benefícios na área. Em sua coluna, Lauro Jardim publicou que Moreira Franco angariou R$ 4 milhões da Transport.
“Cesena deixa claro na delação que o pagamento foi com o objetivo de ter livre acesso ao ministro, por seu papel central na concessão da infraestrutura brasileira — aliás, não muito diferente da posição de Moreira no governo Temer”, informa a coluna.
Em resposta, Moreira nega as acusações, afirmando que “jamais” cuidou “das finanças do PMDB” e que não falou “sobre recursos para campanha nem sobre política com esses senhores”.
Gilberto Kassab
Foi também de Benedicto Júnior que o executivo foi informado dos pagamentos de aproximadamente R$ 14 milhões, entre 2013 e 2014, para o atual ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), à época para apoiá-lo nas eleições ao Senado e campanhas do partido.
A escolha do político estava relacionada à sua influência no estado de São Paulo, em que a empresa tinha maior futuramente e, com isso, maiores interesses. Nos documentos da Odebrecht, a referência para o repasse a Kassab é anotada com o apelido “Projeto”. Além das já apreendidas superplanilhas, o delator entregou outros arquivos do Setor de Operações Estruturadas aos investigadores da Lava Jato.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não registra doações da empresa na prestação de contas de Kassab no ano de 2014. Em resposta, o ministro pediu para aguardar “comprovações” antes de chegar a conclusões.
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Enfoca-se os pequenos ladrões e se elege os grandes ladrões
“Chegou, enfim, a época em que tudo aquilo que os homens tinham considerado como inalienável tornou-se objeto de troca, de tráfico, e podia ser alienado. É a época em que as próprias ciusas que até então eram transmitidas, mas jamais trocadas; dadas, mas jamais vendidas; ganhas, mas jamais compradas – virtude, amor, opinião, ciência, consciência, etc. – tudo passou enfim para o comércio. É a época da corrupção geral, da venalidade universal ou, para falar em termos de economia política, a época em que todas as cousas, morais ou físicas, tornando-se valores venais, são levadas ao mercado para serem apreciadas pelo seu mais justo valor.” – Karl Marx
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Como o PIG quer controlar a verdade do que acontece entramos em uma guerra sem leis.