Temer convoca aliados e planeja moedas de troca para garantir apoio

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcello Casal Jr/ABr – 12.5.16
 
Jornal GGN – A reunião organizada pelo presidente Michel Temer, nesta segunda-feira (12), com líderes e vice-líderes governistas e aliados do Congresso no Palácio do Planalto foi feita para o mandatário reestruturar a base de apoio e ver os caminhos para a sucessão presidencial, nas eleições deste ano.
 
Temer convocou os parlamentares em reunião nesta segunda, sem anunciar detalhes dos temas que seriam tratados. O objetivo, segundo interlocutores, entretanto, era direto: pedir ajuda e reforçar o máximo de estrutura possível de apoio, em meio às duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) da qual o mandatário é alvo.
 
Visivelmente preocupado, Michel Temer teria pedido “empenho, dedicação e defesa do governo”. Do lado de fora, o que se falou da reunião foram as pautas parlamentares que teriam sido combinadas. Temer busca caminhos para garantir apoio, seja em uma possível candidatura, chapa ou em um nome que seria definido para a sucessão.
 
A moeda de troca já abordada até agora seriam os cargos futuros nas pastas do governo. Mas o “empenho” solicitado pelo peemedebista teria relação também com “mostrar serviço”, ainda que em ano eleitoral e com meses chaves para medidas que acabam paralisando, em parte, as funções legislativas.
 
Neste sentido, Temer teria solicitado aos parlamentares que levantem de quatro a cinco projetos para serem votados na Câmara dos Deputados até abril deste ano, segundo informações do blog do Valdo Cruz. O mês de março é que ocorre a troca partidária de políticos de olho nas candidaturas para outubro. 
 
Por isso, ele teria insistido que os parlamentares se esforcem para marcarem presença no Congresso a pautas que demandam maioria simples no Plenário. Sem quórum, temas considerados prioritários para o Planalto, e que serviriam de bandeira para as eleições, não podem ser votados. Entre os temas valorizados por Temer está a privatização da Eletrobras.
 
Durante a reunião, os governistas teriam endossado a tese de Temer de se apresentar como vítima da “guerra” do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal contra Temer. Em troca, receberiam recompensas na reforma ministerial anunciada pelo presidente, que deve ocorrer no início de abril, para garantir a fidelidade dos partidos aliados.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. A bitcoin do Temer. Já vem com a bolha garantida. A bolha pulha

    Quem são os 3% que apoiam o indecente e decadente presidente? As pensionistas viúvas de militares, juízes e congressistas? O mercado, a mídia tradicional, os banqueiros, os bilionários já não precisam mais dele. A turba dele não vale nem moeda virtual. Não passam nem em fiscalização de carrinho de hot-dog. 

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