Vazamento de delações que citam Beto Richa é “atentado ao Estado de Direito”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Enquanto a Operação Lava Jato continua como pauta diária para a imprensa tradicional, a Operação Publicano – que apura esquema de corrupção que pode ter desviado, só em 2013, cerca de R$ 38 milhões da Receita Fiscal do Paraná, com possível formação de caixa 2 para eleger Beto Richa (PSDB) – segue marginalizada pelos principais veículos de comunicação. O pouco destaque dado ao caso quase fez passar batido o desabafo da defesa de Beto Richa, que disse, na última semana, que o vazamento de informações envolvendo o tucano é um “atentado ao Estado de Direito”.

Richa tem sido vinculado à Publicano porque as principais figuras investigadas pelo Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado), há quase um ano, orbitam ao seu redor. Seu primo, o empresário Luiz Abi Antoun, é considerado o “operador político” do esquema instalado na Receita do Estado.

Nesta segunda-feira (22), o Jornal de Londrina publicou que, na visão do desembargador Laertes Ferreira Gomes, do Tribunal de Justiça do Paraná, há “elementos probatórios e materialidade de que havia um ‘esquema delituoso na Receita Estadual’ e que o ‘primeiro primo’ do governador Beto Richa, Luiz Abi Antoun, era peça importante nesse esquema.”

Há ainda “indicações claras a respeito do envolvimento de Luiz Abi Antoun teria, “em conluio com auditores fiscais”, “intermediado negociações e pagamentos de propinas por empresários na finalidade de corroborar com atos de sonegações fiscais”.

Dos R$ 38 milhões citados pelo auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, um dos principais delatores do esquema, cerca de R$ 4 milhões foram destinados à campanha de Beto Richa. O governador e o PSDB negam.

Apesar disso, na última semana, Richa tentou levar as investigações da Publicano para um tribunal onde ele possui foro privilegiado – e onde, consequentemente, teria acesso às informações sobre o esquema desbaratado pelo Gaeco. O tucano alegou que, como seu nome é mencionado em inquéritos – e vazado para a imprensa – ele teria direito a acessar os autos.

O ministro João Otávio de Noronha negou o pedido do tucano para que o inquérito fosse suspenso e remetido ao Superior Tribunal de Justiça. Ele considerou que isso “provocaria prejuízos à marcha do inquérito”, tocado pelo Gaeco. Além disso, destacou que Richa “não foi indiciado formalmente e não há indicativos de que ele, pessoalmente, seja alvo das investigações.”

A Folhapress publicou que a defesa de Beto Richa classificou o “vazamento” do conteúdo das delações da Operação Publicano de “atentado à democracia e ao Estado de Direito”. “Sai todo dia o nome do governador na imprensa e a gente nem está sabendo o que é”, disse o advogado Eduardo Sanz. “É um absurdo, é uma investigação sigilosa que fica vazando. Seria uma irresponsabilidade não querer saber o que está acontecendo.”

Neste final de semana, o Jornal de Londrina informou que “a maioria dos presos da segunda fase da Publicano estava para sair da cadeia na sexta-feira passada. Ao todo, 43 investigados que tiveram a prisão preventiva decretada conseguiram reverter a decisão por causa de uma liminar do ministro Sebastião Reis Júnior, da 6ª Turma do STJ. Ele estendeu a 28 presos o habeas corpus concedido ao auditor fiscal Marco Antônio Bueno, o primeiro a conseguir a liberdade nessa fase das investigações. Entre os beneficiados pela medida estão o ex-inspetor-geral de fiscalização Márcio de Albuquerque Lima, considerado um dos cabeças do suposto esquema.”

Albuquerque é descrito pelas autoridades da Publicano como alguém muito próximo da vida pessoal de Beto Richa, já que ambos participavam juntos de corridas automobilísticas, aos finais de semana. 

Luiz Antônio de Souza deve voltar ao Gaeco nesta semana para mais depoimentos dentro do acordo de delação premiada. A informação foi confirmada pelo advogado dele, Eduardo Duarte Ferreira, ao Jornal de Londrina.

Ainda não há informações sobre colaborações feitas pelo primo de Beto Richa – que há havia sido preso pelo Gaeco em outro esquema de corrupção envolvendo fraude em licitações do Estado.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. moro está censurando

    Falta de sorte hein Richa, apesar de todos os vazamentos nada de aparecer, nada de propaganda, nada de nada.

    Muda para o PT e será a gloria.

  2. Vaza Richa! Vaza de vez. Chega de fazer mal ao Paraná

    No Paraná tem uma quadrilha no poder. E nela tem até desembargador. Basta ler as notícias que envolvem Beto Richa e se chega a esta conclusão. Só pra ilustrar, a pedido de Richa a Assembleia escolheu o deputado Fábio Camargo como conselheiro do Tribunal de Contas. Fábio é filho do ex-presidente do TJ do Paraná. O atual presidente do TC-PR é Ivan Bonilha, advogado e ex-assessor jurídico de Richa. Existem vários vídeos na Internet que mostram Richa caindo em contradição, como este abaixo:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=6uiWzP_Ci2E%5D

    Richa mente, sempre. Esta é a verdade. Pra finalizar este comentário, veja essa, o famoso primo de Richa foi apagado de uma foto em que aparece no gabinete do governador:

    http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/por-que-o-primo-do-governador-sumiu-da-foto/

  3. A diferença é que quando um
    A diferença é que quando um tucano fala a imprensa tucana põe o rabinho entre as pernas e dá o caso por encerrado. Já o PT, quanto mais reclama mais leva pedradas, que nem a Geni.

  4. MENTIRA

    Isso é tudo mentira só é verdade quando é gente do pt vasamentos tambem só podem se for para ferrar o pt imagina se isso ta certo vasar coisas que incriminam gente do psdb ta tudo errado.

  5. Os esquemas vem de décadas

    Os esquemas vem de décadas já, o Ministério público deixou isso bem claro, e Richa não está envolvido!! Alias os deputados estaduais que receberam doações para campanhas a maioria deles é do PT, o que podemos ver que onde tem corrupção, tem o PT envolvido.. 

    1. os inimputáveis II

      Por que esse argumento do esquema pretérito só serve ao psdb?! Na lava jato, quando dizem que o esquema vem desde o período do fhc a oposição fica histérica! Pau que bate em francisco não devia, também, bater em chico?!

  6.  Esse negócio de ligar todos

     Esse negócio de ligar todos os esquemas no governador já está ficando chato.. Foi deixado claro que Beto Richa não esta envolvido, afinal o esquema acontece por volta de três décadas. 

    1. Claro pra quem?  Mostre nos

      Claro pra quem?  Mostre nos os dados que voce tem pra essa mentira tao descabelada.  Da pra pentear, pintiar, pentiar, pintear, ou píntiar suas mentiras antes de as engolir?

  7. Foi deixado claro pela

    Foi deixado claro pela promotoria que os esquemas existem há décadas, agora esse negócio de ficarem ligando o governador a tudo já passou dos limites, a sociedade paranaense não aguento mais tanta sujeira do lado esquerdo!!!!

  8. Foi deixado bem claro tanto

    Foi deixado bem claro tanto pelo Ministério Público quanto pela promotoria que os esquemas existem há décadas, e Richa já deixou inúmeras vezes que quer que as investigações ocorram da melhor forma, e que todos os envolvidos sejam punidos, o que mostra que ele não é um dos envolvidos, ta na hora da oposição parar de ligar tudo ao governador e começar a colaborar com o estado!!

    1. Henry Valentin. Kakakakakakaakakkakakakka

      Para a Petrobras e os bandidos lá instalados desde governo FHC, a investigação só vale para o governo PT. Mas que óleo de peroba este PSDB e seus trollas tem. 

  9. Richa no Paraná, Aécio em

    Richa no Paraná, Aécio em Minas… só falta o povo paulista chutar Geraldo Alckmin. E PSDB – e seus primos DEM e PMDB – nunca mais.

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