Wadih Damous: áudio de Jucá e Machado é mais grave do que o de Delcídio

Jornal GGN – O deputado federal Wadih Damous disse que a gravação da conversa entre o ministro interino do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, é ainda mais grave do que aquele revelado em novembro de 2015, do senado Delcídio do Amaral.

“Esse governo, na verdade, não é um governo, é uma quadrilha. O país foi tomado de assalto por uma quadrilha. Esses áudios só mostram isso. Foi dado um golpe e vieram para institucionalizar a corrupção. É um bando de salteadores que se apresentou ao país como aqueles que queriam salvar o país da corrupção, mas na verdade estão mergulhando o país mais fundo no poço da corrupção”, disse.

Da Rede Brasil Atual

Damous: ‘Áudio mostra país tomado de assalto por quadrilha’

Por Eduardo Maretti

Para deputado, “se a maioria do Senado tiver um mínimo de dignidade, vota logo o mérito desse processo e devolve a cadeira que é de direito da presidenta Dilma”

São Paulo – Na opinião do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), o teor do áudio do ministro do Planejamento, Romero Jucá, é mais grave do que o revelado em novembro de 2015, do ex-senador Delcídio do Amaral. “Esse governo, na verdade, não é um governo, é uma quadrilha. O país foi tomado de assalto por uma quadrilha. Esses áudios só mostram isso. Foi dado um golpe e vieram para institucionalizar a corrupção. É um bando de salteadores que se apresentou ao pais como aqueles que queriam salvar o país da corrupção, mas na verdade estão mergulhando o país mais fundo no poço da corrupção”, diz.

Segundo ele, Delcídio do Amaral, “na sua bravata”, dizia que queria subornar uma testemunha, já o Jucá diz que queria parar a Lava Jato toda, pelo menos em relação aos investigados do PMDB. “O que chama a atenção também é que, ao que parece, esse áudio já estava à disposição do procurador-geral da República, e eu fico imaginando se fosse alguma liderança do PT protagonizando isso, já teria vazado há muito tempo”, afirma Damous, com uma ressalva: “Não que eu passe a defender vazamentos. Eu sou contra vazamentos. O que ocorre é que há uma seletividade nos vazamentos”.

Para Damous, diante da revelação do áudio pela Folha de S.Paulo, cabe ao Senado reavaliar o processo do impeachment, no mérito. “Se a maioria do Senado tiver um mínimo de dignidade, vota logo o mérito desse processo e devolve a cadeira que é de direito da presidenta Dilma, que foi eleita por 54 milhões de votos”, diz o deputado, que é suplente e retomou o mandato após licença médica de Benedita da Silva (PT-RJ).

Segundo o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), seu partido ingressará com ação na PGR nesta segunda-feira (23), pedindo a prisão de Jucá.

Em vídeo postado no Facebook, o ministro da Secretaria de Governo de Dilma Rousseff, Ricardo Berzoini, afirmou que a revelação dos diálogos demonstra a verdadeira razão do golpe contra o mandato de Dilma Rousseff: “Jogar as investigações para debaixo do tapete”.

Segundo Berzoini, o diálogo não deixa dúvidas, ao mostrar um pretendente a ser ministro do golpe conversando com uma pessoa investigada. “E eles tentando tramar para encontrar no impeachment a forma de refrear as investigações e apuração dos crimes praticados. É um escândalo, uma vergonha, um produto do governo golpista de Eduardo Cunha, Michel Temer e Romero Jucá.”

Berzoini pede que o caso seja investigado “com profundidade” e defende apuração da “relação de Michel Temer com esse diálogo”.

Em entrevista ao Valor Econômico, o senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do processo de cassação de Delcídio do Amaral, disse que vai entrar amanhã (24) no Senado com um processo de cassação de Romero Jucá. Como Wadih Damous, Mota afirmou que a fala de Jucá é, “sem dúvida”, mais grave que a de Delcídio. “Delcídio queria proteger um possível delator. Romero quer parar a Operação Lava-Jato.”

O Judiciário não pode, na avaliação do pedetista, fazer pacto com senador envolvido em corrupção. “Romero foi o grande articulador do impeachment, assumiu o PMDB para dar (ao processo) a celeridade que teve. Ele acha que a Justiça pode fazer pacto para proteger a ele e outros envolvidos até o pescoço em corrupção? Tem que acabar isso”, diz Telmário.

Redação

8 Comentários

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  1. nome aos bois

    Agenda de Romero Jucá para 23/05/2016

    Ministério do Planejamento

    ROMERO JUCÁ

    Segunda, 23 de Maio de 2016

    vamos aprovar o orçamento!!!! 

    aquele de 170 bilhoes!!!!

    “Foi dado um golpe e vieram para institucionalizar a corrupção.”

    “Esse governo, na verdade, não é um governo, é uma quadrilha.

    “Jogar as investigações para debaixo do tapete”

    “se a maioria do Senado tiver um mínimo de dignidade…….Não tem!

  2. No Congresso, agora.
    Senadora Vanessa: “explicaram melhor do que nós: ‘só há uma forma de parar a LJ, apeando Presidente Dilma do mandato, por estar “deixando rolar”‘.

    Jucá discursando da tribuna. “A Folha fez uma interpretação errada de minhas palavras… Me afastei até PGR responder se há algo errado em minha fala…”.

    Não há antiácido que dê conta…

  3. Nó nas tripas

    Que os golpistas queriam tirar a Dilma para fazerem mais do mesmo como há uns 500 anos, a gente já sabia. Só não dava para prever que a lambança iria apodrecer tão rápido. Só vou acreditar que o STF acabará com a brincadeira golpista quando os magistrados abrirem mão de 60 dias de férias remuneradas ao ano.

  4. O que, de fato, derrubou Jucá

    Veja o que, de fato, derrubou Jucá ontem

    Por Tales Faria – Maio 24, 2016, 9:36 

    Vai aí uma pequena cronologia de Romero Jucá durante a crise de ontem, para ficar claro quem derrubou o ministro.

     

    Pela manhã, em entrevista divulgada pela Globo News, o então ministro do Planejamento falou sobre a gravação de suas conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgadas pelo jornal “Folha de S.Paulo”:

    “Não me sinto sem condições de trabalhar como ministro (…). Vou continuar trabalhando.”

    Naquela altura já era público e notório o desconforto que causava ao presidente e ao governo. Que não havia mais condições. Mas aí Jucá encontrou-se com Michel Temer.

    Logo depois, no início da tarde, frisando ter conversado com o presidente Michel Temer, o ministro concedeu uma ampla entrevista coletiva de imprensa. Voltou a afirmar, com todas as letras, que continuaria no comando do Ministério do Planejamento.

    “O cargo de ministro é uma decisão do presidente Michel Temer. Vou exercê-lo na plenitude enquanto entender que tenho a confiança do presidente. Há muita coisa para fazer e eu vou fazê-lo até o dia que ele entender que eu tenho condição de atender esse papel.”

    Mas, às 14p1, o Jornal “O Globo” soltou um editorial online. Sinceramente, não lembro de outro editorial online da chamada “imprensa escrita”.

    Parecia um aviso: Olha, ou o Jucá deixa o governo, ou vocês do governo vão perder nosso apoio.

    Às 16h Jucá e Temer chegaram ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já com a decisão tomada. Na saída, o ministro concedeu aquela tumultuada entrevista em que anunciou que deixaria o ministério.

    Confira abaixo trechos do editorial que derrubou o ministro.

    Editorial: A hora de Temer

     POR O GLOBO

    23/05/2016 14:41 / atualizado 23/05/2016 15:05

    (…)

    O CONTEÚDO do que foi revelado, e não desmentido pelo ministro em entrevista coletiva, torna inviável a sua permanência no governo. O presidente interino pode inviabilizar sua gestão caso decida manter Jucá.

    O MINISTRO dá explicações clássicas, reclamando de que frases estão fora de contexto e assim por diante. Mas fica translúcido que Jucá e Machado, dois apanhados nas malhas da Lava-Jato — o ministro ainda sendo investigado —, tramavam barrar a Operação num eventual governo Temer. O contrário do que o próprio presidente se comprometeu a fazer ao assumir. Os diálogos, portanto, também atingem Temer.

    ATÉ PARA NÃO DAR RAZÃO aos lulopetistas que denunciam uma trama contra a Lava-Jato por trás do impeachment de Dilma, o presidente não pode demorar para afastar o auxiliar. Ou o próprio Jucá deve entregar o cargo, para poupar Temer de mais dissabores. O tempo corre contra o governo.

     

     

  5. Instituições de Merda

    Não esperem nada do Senado.

    Não esperem nada do Supremo.

    Ambas as instituições estão comprometidas com o golpe. Cada uma por suas razões próprias.

    Somente o povo na rua é que pode derrubar essa quadrilha de parlamentares e membros do judiciário que assaltou o Estado.

    Resistência, desobediência civil, ruptura…

    Como disse Marcelo Rubens Paiva: nossas insituições são uma merda. Não se esqueçam disso !!!

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