Weintraub foi avaliado em concurso como “confuso”, “sem sustentação” e “sem coesão”

“Muito vago”, “Confuso, bombástico, sem sustentação”, avaliaram bancada de professores da Unifesp em concurso que o hoje ministro da Educação de Jair Bolsonaro prestou em 2014

Foto: Luciana Freire/MEC

Jornal GGN – O ministro da Educação Abraham Weintraub passou “raspando” em um concurso para professor de ciências contábeis da Unifesp, em abril de 2014, quando sua prova foi avaliada como “sem sustentação científica idônea”, sem “linearidade no discurso”, “falta de coesão”, “confuso, bombástico, sem sustentação”.

As descrições são das anotações da banca examinadora de cinco integrantes, que deram notas de 6 a 8 em Weintraub, obtidas pela revista Época, e divulgadas nesta sexta-feira (07):

“Tema sem sustentação científica idônea. Não houve linearidade no discurso”, escreveu um dos integrantes; “Não tem sustentação. Não há linearidade no discurso. Falta de coesão”, escreveu outro professor; “A exposição do candidato não tem sustentação e é muito vaga. A exposição não é linear e o candidato usa conceitos sem explicá-los. Mostra conhecimento e abrangência, mas não apresenta um texto coeso e claro”, escreveu um terceiro integrante da banca.

Essas avaliações eram no quesito sobre o um exemplo de aula proposto pelo candidato caso ele fosse aprovado. Todos eles também concordaram que o hoje ministro da Educação não cumpria com alguns requisitos, como o de produção científica.

Em outro critério, o de objetividade e clareza, as críticas foram ainda além: “Muito vaga”, “Confuso, bombástico, sem sustentação”.

Analisaram, ainda, que Abraham Weintraub escolheu um assunto para dar aula, mas discorreu sobre outro tema diferente: “Confuso, tema e conteúdo divergentes. Confuso, bombástico, sem sustentação. Grandes saltos sem linearidade”.

Ao serem buscados pela revista Época, um dos integrantes da banca afirmou que a área não era muito disputada e que, por isso, o concurso tinha uma exigência baixa.

“Ele era uma pessoa que, em vez de falar coisas como ‘a empresa ficou insolvente’, falava ‘ela foi pelo ralo’, coisas desse tipo. Quando eu vi a entrevista depois que ele foi indicado para o ministério, percebi que aquele era o jeito dele mesmo”, disse outro professor, ao jornal.

 

Redação

12 Comentários

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  1. Como ele foi aprovado com um parecer como esse? Não tinha outro candidato mais apropriado? Por que não cancelaram o concurso com o argumento de que não houve candidato considerado apto dentre os que concorreram? Realmente não entendo esses concursos…

  2. Fui professor de Ciências Contábeis no passado. Além de conhecimentos da ciência , eramos acompanhados, avaliados e obrigados a conhecer a língua portuguesa, no mínimo ao nível de não escrever e falar errado em sala de aula. Não posso acreditar que Weintraub seja professor concursado da Unifesp. Pior, é ministro da educação de nosso país!

  3. “Ao serem buscados pela revista Época, um dos integrantes da banca afirmou que a área não era muito disputada e que, por isso, o concurso tinha uma exigência baixa.” IRRESPONSÁVEIS!!! TODOS OS ENVOLVIDOS NO PROCESSO.
    Logo, apesar de toda avaliação executada pela banca, onde constata-se a inaptidão, o desqualificado foi contratado para ensinar!?!?
    O asno em questão, reúne hoje todas as desqualificações necessárias e em perfeita consonância com o presidente que desgoverna, envergonha, humilha e desintegra interna e externamente a todos.
    TODOS OS VEICULOS E MEIOS NO SENTIDO DE REUNIR OS INSATISFEITOS PARA RETIRAR ESTA CORJA DE DESQUALIFICADOS E INSANOS DA DIREÇÃO DO PAIS.
    ” SE A PÁTRIA AMADA FOR UM DIA ULTRAJADA LUTAREMOS COM FERVOR”. TODOS UM DIA, TEMPOS ATRÁS, DEVE TER CANTADO O REFRÃO. CHEGOU A HORA.

  4. Como foi contratado com este tipo de avaliação?
    Quem autorizou a contratação deveria ser demitido junto com o incompetente.
    Por isto estamos ferrados e sem saída.
    O tal Deltan foi o mesmo caso.
    Não tinha o tempo mínimo de formado para assumir a vaga no MPF., ou seja, não preenchia os requisitos mínimos.
    A contratação dos dois deu na desgraça que todos vemos agora.

    1. Ganhou na justiça, mas não porque detinha o direito, mas pela aplicação da tese do fato consumado, parecido com aquela famosa gíria: “já é…”

  5. A questão desnuda o protecionismo inidôneo dessas bancas-espertalhonas a aprovar nulidades e a perseguir quem efetivamente detém conhecimento, prática e o que mais for necessário. Então, aprovaram alguém totalmente despreparado para dar aulas aos seus (deles) alunos: quer dizer que a tal universidade não está nem aí para o alunado. Explodam-se todos.

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