A coisa inexíbevel, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Uma notícia recente publicada pelo STJ http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/noticias/noticias/Empresas-ter%C3%A3o-de-indenizar-por-fornecimento-de-pr%C3%B3tese-peniana-com-defeito me sugeriu publicar aqui uma cronica que escrevi no final dos anos 1990. 

A  COISA INEXIBÍVEL *

O médico é contratado para colocar uma prótese num paciente indicado por um amigo cardiologista. Realiza seu trabalho sem se preocupar com os honorários. Afinal, o amigo havia indicado… Realiza seu trabalho com toda dedicação. A operação é um sucesso. Todavia…

Na hora de receber, descobre que o paciente não está muito interessado em pagar. Logo depois, descobre que o amigo cardiologista está mesmo é cuidando do bolso do amigo que indicou. Furioso, resolve contratar um advogado. Entrega ao defensor todos os exames pré e pós-operatórios, a papelada referente à operação e o relatório do anestesista.

De posse destes documentos, o causídico estuda o caso e revela ao cliente que existem duas soluções. A primeira seria entrar com uma ação ordinária almejando o arbitramento dos honorários. A segunda a busca e apreensão da prótese, que afinal de contas não era indispensável à manutenção da vida do paciente impontual. O médico opta pela segunda via e o advogado toma as providências.

Medida Cautelar bem instruída, o Juiz opta pela designação de audiência de justificação. Não está inteiramente convencido de que as razões do causídico são relevantes. Porém, antes do dia marcado adoece gravemente e é substituído por outro magistrado. No dia marcado todo mundo comparece perante este verdadeiro Salomão moderno.

Do alto de sua toga e relevante saber jurídico, o Juiz nem consulta os autos. Vai logo perguntando às partes se há possibilidade de conciliação. Inviável a solução amigável, consulta apenas a decisão do seu antecessor e ordena incontinente ao requerido:-

– O senhor…É o senhor mesmo, aí. Gostaria que o senhor exibisse prótese que o doutor lhe colocou.

– Mas seu Juiz…

– Meu senhor. Não tenho o dia inteiro e preciso formar meu convencimento antes de decidir sobre a liminar.

– Excelência, o meu cliente…

– Francamente doutor. O senhor já viu os autos. Está tudo documentado. Seu cliente fez a operação e não pagou. A questão é apenas saber se a prótese é ou não indispensável à sua integridade física. Virando-se para o requerido. Vamos, exiba, por favor.

– Já que o senhor insiste… E levanta-se e começa a abrir o zíper da calça.

– O que é isto. Que afronta… O senhor está querendo ir preso por atentado ao pudor?

– Não excelência, só pretendo exibir a coisa onde está a prótese que o doutor usou para me curar de impotência sexual.

* Esta é a primeira cronica do livro “Linhas Sinuosas”, obra que é e que continuará sendo inédita. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

7 Comentários

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  1. Cinismo e oportunismo

    Inexíbevel (antes que corrijam o titulo) . Estranho. Aquele tal de Rogério Magri titula os posts? E a piada é muito boba e sem graça. Com uma agravante: postagem de um comentário inoportuno, indelicado, insensível e debochado sobre um assunto sério de um processo (vide post de hoje, entre 9 e 10 hs) sobre picaretagens de milagres da medicina.

    1. Além de ser mal humorado, o

      Além de ser mal humorado, o comentarista deu prova escrita de que é um cretino. Ele não sabe distinguir Literatura (ficção) de “decisão judiciária”.

      Resumindo, apenas um babaca com pendores de censor fazendo um ataque pessoal. Morra de raiva, meu chapa… continuarei postando meus textos quer você queira quer não, mas se você ficar nervosinho ficarei muito feliz em lhe mandar meter os dedos indicadores no seu augusto anus e rasgá-lo por não conseguir me castrar. Entendeu, babaca, ou terei que ser mais direto?

  2. Completamente desnecessário,

    Completamente desnecessário, se tentou ser engraçado o resultado final foi um desastre homérico, só conseguiu causar a sensação de vergonha alheia nos colegas.

    O Pestana tentou pensou compor uma obra erudita e saiu uma polka…kkk

    1. Você não entende nada de

      Você não entende nada de humor, não conhece os advogados, não aprecia  Literatura, tampouco sabe distinguir uma “decisão judiciária” de uma ficção literária. Portanto, você apenas deu prova escrita de sua cretinice. Nenhuma novidade. Toda vez que comenta você faz isto. 

      1. Pior que o sujeito acredita

        Pior que o sujeito acredita na sua própria “literatura”… A vergonha nos outros não para de me causar….kkkkkkkkk

        Bom, pelo menos o cara acredita no que escreve, o que é, pelo bem ou pelo mal, um ponto positivo….hehe

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