Biden, por Rui Daher
No Blog do Rui Daher, parasita incrustrado neste GGN, eu e a equipe de jornalistas evitamos, o mais possível, nos esquivar de temas que serão de forma abundante percorridos nesta tela.
Daí a predominância de galhofas, crônicas ficcionais, personagens estapafúrdios, entrevistas explicitamente fakes, vez ou outra, ataques furiosos a políticos, economistas, jornalistas, sempre que sabujos do sistema vigente.
Para merecido sossego de minha editora, tenho evitado a ameaça de processos. Os vilões do País descobriram a facilidade advocatícia de abrirem processos contra a liberdade de expressão e com isso ganharem indevido dinheiro.
Não nos farão calar. Conforma Zeca Baleiro, são todos bichos saídos do esgoto.
Esperei passar a maré de artigos que entre o “dia histórico”, 07/11, um sábado, e o domingo seguinte, em todas folhas e telas (inclusive esta), às mãos cheias, que opinariam sobre as eleições norte-americanas.
Histórica foi. Até a página nove. A de Trump também não foi? Um imbecil no comando da maior potência econômica (por pouco tempo) e bélica do planeta?
Não cairei na besteira de que vitórias do Partido Democrata são melhores para o Brasil do que dos Republicanos. Depois da Inglaterra, a hegemonia imperialista dos EUA nunca dependeu de qual partido estaria no poder incumbente.
É espantosa a capacidade de Tio Sam se repetir em dominação e, antes de tudo, acertar os ponteiros para seus interesses econômicos.
À uma exceção: a derrota de Donald “Orange Skin” Trump representou uma derrota para RIP, o Regente Insano Primeiro, que de tudo fazia para dar nosso rabo aos EUA. Nosso ogro presidente apostou e perdeu. Do filhote (nunca sei qual deles é 01, 02, 03, ou n), restará voltar ao carrinho de fritar hambúrgueres. Ao “embaixador”, sugiro acrescentar salsichas fritas até racharem – especialista em “rachadinhas” – e refrigerantes. De volta ao começo.
Teria o tresloucado Olavo pedido audiência a Biden para demonstrar suas ideias terraplanistas? Bannon quer ver o presidente eleito e Kamala Harris decapitados. Republicanos, ansiosos, esperam os monges-bandoleiros de Steve marchando em direção à Casa Branca.
Mas, ainda fugitivo da Covid-19, venho ao assunto por outros motivos, ora pois, pois, com almas árabes genuínas, lusitanas e africanas adotadas, eu estou velho, feio e ideologizado.
Foi bom, ao final. O planeta se verá livre de amarras populistas de ultradireita, e poderá, esperançoso torcer por nuances multilateralistas, que façam o desgoverno brasileiro respeitar a preservação dos biomas, que o agronegócio entenda o quanto precisamos ser duros e não subservientes aos nossos concorrentes norte-americanos.
Azuis ou vermelhos, eles nunca nos darão mole. É histórico. Mas a trilha da insanidade poderá arrefecer.
Creio que Gabriel Cohn, Zé de Souza Martins, Belluzzo, saudoso Maurício Tragtemberg (FGV), Bresser-Pereira, outros tantos, me coonestarão.
A cada dia, mais me canso dessa luta. Sete décadas? Acho que sim, depois de cinco anos em calças curtas. Fui da militância nas ruas até a escrita. Com nenhuma repercussão. Quietinho, hoje em dia, percebo-me sozinho.
Continuo como lazer. Falta-me opção melhor do que mostrar as minhas letras de indignação em relação ao que se faz do Brasil.
Confesso, vaidoso, gostar que minha escrita chegasse a milhares de brasileiros. Imagina!
Paro? Não.
Notas: 1) Recentemente, descobri Bruna Viola, que em roupagem moderna e das lindas mulheres, se equipara a Renato Andrade, Heraldo do Monte, Almir Sater, outros, na excelência do tocar viola, ao mesmo tradicional e moderna. Pela vitória de Biden, neste post do Blog, a equiparo à sensacional do blues, Bonnie Raitt; 2) se der vejam as semelhanças das raízes africanas nas sociedades e culturas populares brasileiras e dos EUA. Se não, comprem um carrinho de cachorro-quente em Nona York, e vão TNC.
Inté!
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.